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Marino
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#31 Mensagem por Marino » Sáb Dez 29, 2007 11:55 am

Da FSP:

Força militar da Venezuela domina fronteira com Brasil

Presença de Exército e governo de vizinho contrasta com vazio em Roraima e na Guiana

Brasileiros da fronteira dizem que são obrigados a abastecer seus veículos na Venezuela, pois o posto mais perto fica em Boa Vista

HUDSON CORRÊA

ALAN MARQUES

ENVIADOS ESPECIAIS À VENEZUELA, À GUIANA E AO NORTE DO BRASIL



Na região das fronteiras entre Brasil e Guiana, a presença militar e governamental da Venezuela é ostensiva, em contraste com o vazio que se vê do lado brasileiro e do guianense.

Entre 11 e 20 de dezembro, a Folha percorreu a região das três fronteiras. Entrou nas selvas da Venezuela e da Guiana e localizou garimpeiros brasileiros atuando de forma irregular.

A reportagem chegou também ao local em que o Exército da Venezuela destruiu, em novembro, duas dragas da Guiana usadas na mineração de ouro, o que gerou um conflito diplomático entre os dois países.

Ao percorrer cerca de 500 km no interior da Venezuela, a partir da fronteira em Roraima, a Folha passou por nove barreiras do Exército venezuelano, sendo oito na rodovia (de asfalto impecável) que dá acesso a Caracas, capital da Venezuela, a 1.350 km da fronteira.

Nessas barreiras (as alcabalas), que incluem escritório e alojamento, ao menos cinco militares ficam na pista. Armados de fuzis, revistam carros e conferem documentação, principalmente passaporte.

Do lado brasileiro, após sair da Venezuela, é preciso percorrer 200 km, na rodovia BR-174, sem qualquer barreira de fiscalização, para encontrar um posto de gasolina. A situação criou dependência do combustível venezuelano fornecido na fronteira pela estatal PDVSA.



Preocupação

O ímpeto armamentista do presidente Hugo Chávez já preocupa as Forças Armadas brasileiras, que consideram o avanço militar chavista uma ameaça à estabilidade regional.

Em setembro, o Comando Militar da Amazônia chegou a investigar se aconteceram pousos de aviões militares da Venezuela no Brasil. A investigação descartou a invasão. Hoje não há, segundo os militares, temor de uma investida venezuelana.

Em Santa Elena de Uairén, primeira cidade da Venezuela após a fronteira, a Folha foi ao quartel do exército venezuelano. O comandante, capitão Johnnie Arevalo, se negou a dar entrevista e avisou a reportagem para não ir a áreas de garimpo sem autorização do comando em Porto Ordaz (a 700 km): "Se pegarem vocês, eles [militares] te prendem". O capitão tinha acabado de apreender um Kadet brasileiro sem os bancos traseiros, que levava centenas de latinhas de cerveja. O militar reclamou, aos dois policiais federais brasileiros que acompanhavam a Folha, da invasão de brasileiros para fazer contrabando: "Eles [brasileiros] abandonam os carros e correm para o mato, atravessam a fronteira", reclamou.

O Exército brasileiro não considera iminente um conflito entre Guiana e Venezuela, que reivindica dois terços do território guianense. O litígio ocorre numa área dominada pelo garimpo que reúne brasileiros, venezuelanos e guianenses num frenético movimento de dragas e barcos no rio Cuyuni, na mata amazônica.



Dragas

A Folha esteve no local onde, em 15 de novembro, um general venezuelano e 36 soldados destruíram, com helicóptero e explosivos, duas dragas que garimpavam no rio, segundo a Guiana. Numa margem fica a Venezuela, na outra, a Guiana.

O líder da comunidade indígena de San Martin de Turumbang, Reinaldo Rodrigues, 42, afirmou que as dragas operadas por pelo menos seis garimpeiros da Guiana trabalhavam no rio no lado da Venezuela.

A Folha verificou que uma das dragas, cuja carcaça ainda estava parcialmente fora da água, estava naufragada do lado da Guiana. A Venezuela alega que os garimpeiros invadiram seu território. O governo da Guiana afirma que foi o Exército venezuelano que entrou em território guianense.

No local, está situada a área indígena de San Martin de Turumbang, de 5.000 hectares, em território da Venezuela, que reúne 860 índios envolvidos na mineração do ouro.

Do lado da Guiana, há acampamentos de garimpeiros brasileiros e guianenses às margens do rio. A reportagem não localizou os guianenses que estavam nas dragas afundadas -que, segundo Rodrigues, extraíam até 2 kg de ouro por dia, sem recompensar os índios e causando dano ambiental. Segundo ele, o Exército da Venezuela avisou que faria o ataque, e os garimpeiros fugiram antes.

O Exército da Venezuela controla a ilha de Anacoco, próxima ao local do ataque. Do lado da Guiana, não há fiscalização ou estradas. Os garimpeiros, incluindo brasileiros, chegam lá por meio da floresta.

As dragas possuem máquinas que sugam a areia do leito. A água que vem junto é liberada do outro lado da embarcação e a areia, retida em um depósito, pois pode conter ouro.



Humilhação

De volta ao marco zero da fronteira com a Venezuela, brasileiros relatam que sofrem humilhação. Às 10h de uma manhã de sábado, a fila de carros e caminhões brasileiros chega a 200 m. O posto de gasolina, da PDVSA venezuelana, situado logo após a linha de fronteira, deveria ter aberto às 8h.

O gerente do posto explica que os militares venezuelanos ainda não chegaram, e só eles podem autorizar a entrada de carros no posto. Lá a gasolina é vendida a R$ 0,70 o litro. A 250 km, dentro da Venezuela, o valor despenca para até R$ 0,04.

Não é pelo preço que o caminhoneiro Adão Francisco de Jesus, 55, está há um dia parado em frente ao posto com seu caminhão à espera de abastecer na fronteira. Jesus precisa entrar no país vizinho com uma carga de madeira, mas está com o tanque vazio. Assim como outros caminhoneiros e turistas, ele não pode abastecer no Brasil, no município de Pacaraima (RR), porque essa cidade, a última antes da Venezuela, não tem nenhum posto. Abastecer do lado brasileiro, só a 220 km de distância, em Boa Vista.

Para fugir à fila do posto da PDVSA, a única possibilidade era procurar um local de venda clandestina, como em uma borracharia em Pacaraima, onde a mesma gasolina venezuelana é vendida a R$ 1,70 o litro.

"Isso é uma humilhação", diz Jesus. Segundo ele, os militares do Exército cobram propina para permitir o abastecimento na fronteira e a passagem do caminhão pela rodovia venezuelana. A reportagem não constatou pagamento nem cobrança de propina -nas barreiras, os militares só pediam chocolates.





Terra indígena é entrave para o Exército

Demarcação da Raposa Serra do Sol (RR) contribui para despovoamento, deixando região vulnerável a invasões, dizem oficiais

Com homologação de forma contínua, arrozeiros devem sair da reserva; segundo um oficial, há expectativa de revisão da demarcação

DO ENVIADO A PACARAIMA (RR)



Para o Exército brasileiro, a demarcação da terra indígena Raposa Serra do Sol, atingindo de forma contínua 1,74 milhão de hectares nas fronteiras com a Venezuela e Guiana, contribuiu para o despovoamento da região do lado brasileiro.

Segundo oficiais ouvidos pela Folha, o crescimento demográfico na fronteira garantiria mais segurança contra eventuais incursões estrangeiras. Roraima é o Estado brasileiro com menor população: 395.725 habitantes, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

"O Exército nunca foi favorável à luta dos povos indígenas. Nunca. Todo o tempo, ele foi contra", diz o tuxaua (líder indígena macuxi) Walter de Oliveira, 39.

"O que existe aqui é um interesse nacional do povo brasileiro [contra] um interesse estrangeiro representado por ONGs [organizações não-governamentais], Igreja Católica e setores do governo brasileiro. Eles instrumentalizam meia dúzia de índios que passaram a ser ventríloquos das idéias desse povo", afirma Paulo César Justo Quartiero, 55, presidente da Associação dos Produtores de Arroz de Roraima.

Quartiero (DEM), ex-prefeito de Pacaraima (RR), e o macuxi Oliveira são adversários no conflito da demarcação da Raposa Serra do Sol. A área foi homologada em abril de 2005 pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para abrigar, segundo a Funai (Fundação Nacional do Índio), 14 mil macuxis, wapixanas, ingarikós, taurepangs e patamonas.

A homologação implica a retirada dos produtores de arroz da região. Quartiero tem duas fazendas, que somam 9.200 hectares, dentro da área demarcada como terra indígena.

A Folha apurou que os militares são contra a demarcação de terra de forma contínua, o que levará à retirada de plantadores de arroz, fazendeiros e moradores não-índios da área. A última lista da Funai traz a relação de 40 propriedades que devem ser desocupadas.

Desde novembro, a Polícia Federal prepara uma operação para desocupar a terra, o que envolveria 400 policiais.

Segundo um oficial ouvido pela Folha, há a expectativa de alguma revisão na decisão da demarcação. Para ele, os dados usados para a tomada de decisão são irreais. Oficialmente o Exército não fala sobre o tema.

"Em 1992, quando se falava do reconhecimento da terra indígena, o Exército anunciou em uma nota que na área de fronteira não existia índio. [Dizia que] existiam só pessoas estrangeiras que eram da Guiana e da Venezuela. Por isso, o Exército sempre foi contra, e vai continuar", afirma o índio macuxi Oliveira.

Também dirigente do CIR (Conselho Indígena de Roraima), ele afirma que em setembro recebeu da Presidência da República a promessa de que a área seria desocupada em novembro, o que não ocorreu. Os indígenas dão um ultimato ao governo: até março.

"Vamos reunir 13 mil índios. Se eles morrerem, vão morrer aqui dentro da terra deles. E a responsabilidade vai ser do governo federal de não tomar as providências cabíveis", diz.

Ele faz uma ressalva: "Nós, povos indígenas, nunca vamos contra o Exército. Entendemos que é direito proteger a fronteira, cuidar dos brasileiros sem deixar invadir. Se precisar de nosso apoio, estamos aqui para ajudar e não para atrapalhar".



Contra a demarcação

Quartiero afirma que também pode reunir índios, mas contra a demarcação. "Se tiver que reunir 5.000, eu reúno. Dando comida, carne e refrigerante", afirmou ele.

A crítica principal do presidente da Associação dos Produtores de Arroz de Roraima é a da intervenção de ONGs estrangeiras na demarcação de terras indígenas na Amazônia. "Hoje nós não estamos mais no estágio de internacionalização. Hoje nós teríamos que nacionalizar a Amazônia."

A associação afirma não ter se intimidado com a demarcação da Raposa Serra do Sol e que reverterá o quadro no STF (Supremo Tribunal Federal).

Enquanto isso, investe na região. "Nós estamos aumentando em 20% a produção de arroz, investindo R$ 6,5 milhões. A Raposa Serra do Sol representa 60% da produção de arroz", diz Quartiero.

Segundo ele, os produtores rurais chegaram à região há 31 anos e "não havia indígenas na área". Quartiero diz que a associação reivindica apenas 4% da terra indígena. "É uma migalha, mas eles querem impedir que alguém produza na Amazônia." (HUDSON CORRÊA)





Garimpeiros vão à Venezuela atrás de ouro

Pessoas que cruzam a fronteira para viver da mineração dizem apoiar Chávez; venezuelanos compram alimentos no Brasil

"Aqui, trabalhamos das 4h às 18h", diz Benjamim Silva, que almoça no buraco onde outros homens removem a terra e quebram rochas

DOS ENVIADOS A LAS CLARITAS (VENEZUELA)



A comerciante brasileira Neuza de Souza Oliveira, 47, conseguiu 2,5 kg de ouro num garimpo da Venezuela em sete anos de trabalho na região do povoado de Las Claritas, a 250 km da fronteira com o Brasil.

Com o dinheiro da venda do ouro, ela comprou, há um ano, terreno em Las Claritas, construiu casa e montou comércio: uma mercearia contígua a um restaurante.

Trata-se de ponto de encontro de garimpeiros brasileiros que trabalham na Venezuela e, segundo Neuza, só têm elogios ao governo do presidente venezuelano Hugo Chávez.

Vinda de Itaituba (PA), Neuza emprega no comércio quatro funcionários brasileiros, mas não revela o que o garimpo lhe rendeu. Ela diz que o grama do ouro vale, na região, 115 mil bolívares (moeda da Venezuela).

Cada R$ 1 corresponde a 2.000 bolívares, conforme o câmbio praticado em Las Claritas e na fronteira. Fazendo as contas: Neuza teria ganho R$ 143,7 mil no garimpo com os 2.500 gramas de ouro.

"Aqui é muito bom. A gente não paga água, não paga energia. Tem gente que diz: "Ah, o presidente da Venezuela é ruim". Mas, para mim, é excelente pessoa. Eu gosto daqui", diz Neuza, sempre sorrindo, com um dente de ouro à mostra, intercalando palavras em português e espanhol.

Ela exibe à reportagem uma carteira de identidade da Venezuela expedida pela "estrangeria de Las Claritas".



Contrafluxo

Em um fluxo contrário, venezuelanos também buscam o território brasileiro, mas não para morar, e sim para fazer compras, principalmente de alimentos, no comércio de Pacaraima (RR) e Boa Vista (RR). Como R$ 1 vale na região 2.000 bolívares, somente "venezuelanos mais ricos" atravessam a fronteira, diz o comerciante e cambista de Pacaraima Francisco José de Araújo Vieira, 39.

O venezuelano Johan Alexander Balaguera, 27, que transporta óleo diesel e alimentos para garimpos de difícil acesso, aceita reais em pagamento, pois visita sempre Boa Vista. Ele é casado com uma brasileira. Balaguera faz crítica ao "socialismo de Chávez".

Na visão dele, o governo doa terra e abre crédito aos venezuelanos da região, mas não fiscaliza os projetos, que acabam abandonados.

Para Balaguera, conhecido como Giovany, o socialismo de Chávez sugere que pessoas trabalhem para dividir bens com "quem não faz nada".

Na Toyota de Giovany, de pára-brisa todo trincado, sem portas e com lataria corroída e solta, a reportagem deixa Las Claritas, povoado com uma rua principal asfaltada e intensa circulação de caminhonetes e carros do modelo Landau.

Após 1h40min de viagem, em que a Toyota, no meio da floresta amazônica (de mata fechada e árvores altas), venceu atoleiros com sulcos de 30 cm, a reportagem chega ao acampamento do Galo, onde vivem garimpeiros brasileiros.

É a mina do brasileiro João Oliveira, 41, conhecido como Galo, que está há 14 anos garimpando na Venezuela e veio de Pedreiras (MA) fugindo da seca nordestina. "Vim para cá e me dei bem. Comecei trabalhando para outros. Hoje comprei minhas coisas, casa, terreno e carros, mas está tudo no Brasil, em Boa Vista", conta.

"Tudo o que ganhei foi da Venezuela. Sou contra todos que falarem [mal] da Venezuela."

Embora a presença militar seja ostensiva na Venezuela, não há rigor na fiscalização contra danos ambientais causados pela mineração. Também é pouco rígido o controle do trânsito de garimpeiros, que usam passaporte de turista com visto de no máximo três meses, porém permanecem anos no país.

Galo reconhece que está provocando dano ambiental na Venezuela, mas diz: "No Brasil não temos oportunidade [de trabalho]. Não estudei porque não tive oportunidade".

A exemplo de outros garimpeiros, Galo teme que o governo da Venezuela expulse os brasileiros das minas. Ele diz que conseguiu nacionalidade venezuelana e votou em Chávez nas eleições presidenciais, mas preferiu faltar à votação do plebiscito que daria reeleição ilimitada ao presidente.

"Se o presidente [Chávez] aceitar e legalizar [o garimpo], vou trabalhar toda minha vida na Venezuela", diz Galo, dono de três dragas (máquinas usadas para lançar jatos de água e sugar a terra com ouro) e que emprega 40 brasileiros.

Entre eles, os irmãos Benjamim, 47, e Edvaldo Rosa Silva, 39. Os dois vieram de Presidente Dutra (MA) e trabalham há cinco e sete anos, respectivamente, no garimpo. Benjamim mantém a família em Boa Vista e Silva, ainda no Maranhão.

"Aqui nós trabalhamos das 4h às 18h", diz Benjamim, que almoça dentro do buraco onde outros homens, com jatos da água, removem a terra e quebram rochas. "Dos sete anos que estou aqui, só fiquei 11 meses com a família", diz Edvaldo.

O pior trabalho, porém, parece ser de Manuel dos Santos, 50. Ele fica atolado no barro para retirar pedras da mangueira de sucção de areia.

Enquanto os garimpeiros moram na Venezuela, outros brasileiros passam dias no país, como os caminhoneiros. Laerte Ribeiro, 53, presidente da cooperativa de transporte, diz que 60 caminhoneiros do Brasil trafegam pelo país de Chávez. (HUDSON CORRÊA e ALAN MARQUES)





Para Exército, forças do Brasil são suficientes

DO ENVIADO A MANAUS



A FAB (Força Aérea Brasileira) e o Exército brasileiro afirmam que mantêm presença militar suficiente na fronteira do Brasil com a Venezuela e com a Guiana.

"É preciso considerar a amplitude do território brasileiro, o que torna mais difícil a concentração de organizações militares em uma parte da fronteira, e a capacidade de mobilização estratégica, com tropas aptas a se fazerem presentes em qualquer parte do território nacional", disse o CMA (Comando Militar da Amazônia).

"Na fronteira com a Venezuela, há oito PEF (pelotões especiais de fronteira), com entre 40 e 60 militares em cada um, sendo que dois pertencem à 2ª Brigada de Infantaria de Selva e os outros seis são subordinados à 1ª Brigada de Infantaria de Selva."

Cada brigada, informou o CMA, tem de 2.500 a 4.500 militares. "Necessitamos, com urgência, construir 1.500 imóveis residenciais na Amazônia e melhorar as condições de vida nos PEF", informou ainda o comando.

A FAB diz que sua "presença na região amazônica se faz por meio de suas organizações militares localizadas nas cidades de Manaus (AM), Porto Velho (RO), Boa Vista (RR) e Belém (PA), que servem de apoio às ações desenvolvidas no norte do país".

Em setembro passado, o CMA investigou se ocorreram pousos de aviões militares venezuelanos no Brasil. "O que aconteceu foi sobrevôo de helicópteros de um destacamento para o outro, o que é natural nessa área de fronteira", informou um integrante do Exército.

"Oficialmente, não existem informações sobre violação do espaço aéreo na tríplice fronteira", informou a FAB. (HC)





Ainda sem ponte, fronteira entre Brasil e Guiana não é fiscalizada

Brasileiros pagam R$ 3 para chegar de barco a Lethem, onde fazem compras

DOS ENVIADOS A BONFIM (RR)



A ponte sobre o rio Itacutu, obra do Comando do Exército e do Ministério dos Transportes orçada em R$ 11,4 milhões, ainda é um esqueleto de aço à espera de mais concreto na fronteira do Brasil com a Guiana em Bonfim (RR), principal acesso brasileiro para o país vizinho.

Sem a conclusão da ponte, não existe, na avaliação do Consulado da Guiana em Boa Vista (RR), uma fronteira aduaneira (fiscalizada) com o Brasil. Por isso a reportagem não teve permissão para seguir de Lethem ao interior da Guiana em carro com placas brasileiras.

A travessia do rio, para chegar até a Guiana, ainda é feita de balsa ao lado da ponte em construção (R$ 20 por veículo, sem direito a nota fiscal).

Ao menos sete barcos de oito metros de comprimento, a motor, atravessam pessoas, acompanhadas de motos, malas e bicicleta. O rio é estreito.

A passagem de barco custa R$ 1, caso o destino do passageiro seja a margem logo à frente, e R$ 3, se o cliente quiser subir um pouco o rio e desembarcar no comércio de Lethem, cidade da Guiana.

Os preços atraem brasileiros até de Manaus, diz o barqueiro Roberto Martins de Souza, 20, que define seu idioma como "inglês jamaicano".




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Centurião
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#32 Mensagem por Centurião » Sáb Dez 29, 2007 1:38 pm

Boa reportagem! Finalmente a grande mídia mostra preocupação com essa parte esquecida do nosso querido país.

Vai haver mesmo revisão na demarcação da Raposa Serra do Sol? Se acontecer isso, o governo poderá remediar uma das piores decisões já tomadas nessa administração.

Torço também para que ocorra a investigação do papel de todas as ONGs instaladas no país. Eu li algo sobre isso há pouco.

A ponte sobre o rio Itacutu parece que será terminada no próximo ano. Última notícia sobre isso que eu vi:

http://portalamazonia.globo.com/noticia ... idLingua=1


EDIÇÃO:

A ponte está quase no fim. A reportagem dá a entender que a obra está abandonada... :roll:

Brasil e Guiana discutem segurança
12-Nov-2007
18:18:05-A segurança na fronteira entre Brasil e Guiana está sendo tratada pelos dois países em evento realizado no Comando da 1ª Base Logística de Selva em Boa Vista

Com a proximidade do término da construção da ponte sobre o rio Itacutu e a implantação da área de livre comércio, o tema se tornou prioridade.

Esta segunda-feira (12) é o último dia das reuniões binacionais para cooperação policial e de combate ao tráfico de drogas. Representantes da Polícia Federal, Itamaraty, Sivam, Abin, Receita Federal e a cúpula da segurança pública da Guiana estão presentes no evento.

“É extremamente importante esse encontro para discutir segurança, pois com a inauguração da ponte e a instalação da área de livre comércio em Bonfim, a fronteira entre os dois países terá uma maior movimentação, obrigando uma vigilância maior”, observou o secretário de Relações Exteriores, Sérgio Pillon.

Operações policiais

O objetivo da reunião é a integração das operações policiais para coibir o tráfico de drogas e pessoas, captura de presos, vôos clandestinos, assaltos e outros delitos. Para isso os governos estadual e federal ofereceram aos guianenses cursos de capacitação, visando às ações conjuntas.

Quanto aos crimes corriqueiros na fronteira, um foi discutido com mais ênfase: o roubo de motos. Para frear mais a atuação dos criminosos que levam as motocicletas de Boa Vista para Guiana e lá são trocadas por drogas e transformadas em sucatas para serem revendidas, a Polícia Federal sugeriu a implantação do modelo de combate em vigor entre Brasil, Bolívia e Paraguai.

“Temos que encontrar um meio para uma rápida apreensão e devolução das motos”, ressaltou Pillon. A polícia da Guiana sugeriu a criação de um banco de dados para agilizar as operações


http://www.jornaldoradio.com.br/index.p ... &Itemid=41




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EDSON
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#33 Mensagem por EDSON » Dom Jan 06, 2008 3:36 pm

Novo dia nas Américas

Roger Cohen
Em São Paulo

Juan Bautista Alberdi, um constitucionalista e liberal argentino, notou em 1837 que "as nações, como os homens, não têm asas; elas precisam fazer suas jornadas a pé, passo a passo".

A América Latina, há muito suscetível a miragens utópicas de revolucionários e caudilhos e ainda não imune a eles, tem lutado para absorver esta verdade. Mas, como observa Michael Reid em seu novo livro, "Forgotten Continent" (continente esquecido), democracias de massa duráveis despontaram por toda a região.

Nos últimos anos, essas democracias têm rolado os dados com uma extraordinária variedade de líderes, incluindo Michelle Bachelet no Chile; Luiz Inácio Lula da Silva, o metalúrgico que se tornou presidente do Brasil; e o militar Hugo Chávez da Venezuela.

Os resultados são desiguais. Chávez tem testado a paciência de todos com seus brados de revolução socialista alimentada pelo petróleo. Mas passo a prosaico passo, o continente tem se movido rumo às sociedades abertas e à economia global.

Este progresso ocorreu apesar das disparidades de renda, que tornam cidades como São Paulo labirintos de riquezas e ruína. A ascensão improvável de Lula refletia a esperança de que estas desigualdades sociais pudessem ser superadas, assim como os sucessos iniciais de Barack Obama e Mike Huckabee refletem uma sociedade faminta por mudanças e cansada de titãs de fundos 'hedge' driblando os impostos que as pessoas comuns pagam.

Enquanto realizam sua jornada a pé, as nações também sonham. As democracias são inventivas e avessas a concessões. Suas imperfeições são muitas, mas também são seus mecanismos de auto-renovação. Elas exigem esperança. A dinâmica, com o tempo, vence o aspecto dinástico.

A jornada brasileira sempre foi hesitante, gerando a idéia de que este era um país com grande futuro condenado à sua contemplação eterna. Os números anuais de homicídios de dezenas de milhares testemunham os duradouros problemas sociais. Tom Jobim, que compôs "Garota de Ipanema", notou que o Brasil não é para iniciantes.

Ainda assim, como Lula intuiu com seu pragmatismo astuto - quem mais é amigo tanto de Chávez quanto do presidente Bush? - a maré está fluindo na direção de seu país. O futuro do Brasil é agora. Há cinco motivos: terras, matérias-primas, energia, meio ambiente e a China.

A vastidão define o Brasil; o uso agrícola de seu território está longe do esgotamento. Já o maior exportador mundial de café, carne bovina, açúcar e suco de laranja, ele está aumentando rapidamente suas exportações de outros alimentos, incluindo frango (US$ 4,2 bilhões em 2007, em comparação a US$ 2,9 bilhões em 2006) e soja. Mais de 90 milhões de hectares - uma área ainda maior do que a atualmente cultivada - permanece inexplorada fora das florestas tropicais.

Outra exportação em crescimento é a de minério de ferro. A China, que já está investindo pesadamente no Brasil, deseja tudo o que puder conseguir, tanto quanto deseja alimento (assim como a Índia) e energia. O Brasil possui abundância do segundo e poderá ter ainda mais.

Ponha de lado por um momento os vastos recursos hidrelétricos do Brasil e sua recente descoberta de um imenso campo de petróleo em águas profundas além de sua costa sudeste.

O que contará em longo prazo é sua liderança mundial em combustíveis de origem vegetal, particularmente o etanol de cana-de-açúcar, que produz oito vezes mais energia por hectare do que o milho com o qual grande parte do etanol americano é feito. Combine isso às terras agrícolas quase ilimitadas e o importante deslocamento do futuro para o presente no Brasil entra em foco.

Como Reid escreve: "Se a China se transformou na fábrica do mundo e a Índia o seu departamento administrativo, o Brasil é sua fazenda - e potencialmente seu centro de serviços ambientais."

A liderança do Brasil em combustíveis não-fósseis e a biodiversidade sem paralelo de sua floresta Amazônica tornam o país em um líder natural na luta do século 21 contra o aquecimento global.

Nada do que foi dito acima seria significativo se o Brasil fosse instável. Mas como grande parte do continente, ele se tornou mais previsível. A China percebeu isso e está rapidamente desenvolvendo suas relações comerciais com o Brasil e outros países latino-americanos. Os Estados Unidos também têm buscado uma série de acordos de livre comércio, com resultados desiguais.

Mas no geral o continente foi deixado com um sentimento de negligência por parte dos Estados Unidos, aprofundado pela promessa pré-11 de Setembro de Bush de um novo foco que refletiria a presença de mais de 40 milhões de latinos nos Estados Unidos. O próximo presidente deve tornar tal foco no sul uma prioridade, com o Brasil como pivô para um maior engajamento.

A transformação da América Latina nas últimas décadas foi subestimada. Ela foi política e econômica, mas também cultural. Os profundos preconceitos contra as populações indígenas, mestiças e mulatas foram confrontados e, se não vencidos, ao menos minados. Em termos históricos, este tem sido um momento de maior poder para aqueles com pele escura.

As Américas estão mudando e, apesar da retórica antiianque de Chávez, se tornando, passo a passo, mais integradas.

Tradução: George El Khouri Andolfato
Visite o site do The New York Times




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#34 Mensagem por Suntzu » Dom Jan 06, 2008 9:35 pm

Para Exército, forças do Brasil são suficientes
DO ENVIADO A MANAUS

A FAB (Força Aérea Brasileira) e o Exército brasileiro afirmam que mantêm presença militar suficiente na fronteira do Brasil com a Venezuela e com a Guiana.
"É preciso considerar a amplitude do território brasileiro, o que torna mais difícil a concentração de organizações militares em uma parte da fronteira, e a capacidade de mobilização estratégica, com tropas aptas a se fazerem presentes em qualquer parte do território nacional", disse o CMA (Comando Militar da Amazônia).
"Na fronteira com a Venezuela, há oito PEF (pelotões especiais de fronteira), com entre 40 e 60 militares em cada um, sendo que dois pertencem à 2ª Brigada de Infantaria de Selva e os outros seis são subordinados à 1ª Brigada de Infantaria de Selva."
Cada brigada, informou o CMA, tem de 2.500 a 4.500 militares. "Necessitamos, com urgência, construir 1.500 imóveis residenciais na Amazônia e melhorar as condições de vida nos PEF", informou ainda o comando.
A FAB diz que sua "presença na região amazônica se faz por meio de suas organizações militares localizadas nas cidades de Manaus (AM), Porto Velho (RO), Boa Vista (RR) e Belém (PA), que servem de apoio às ações desenvolvidas no norte do país".
Em setembro passado, o CMA investigou se ocorreram pousos de aviões militares venezuelanos no Brasil. "O que aconteceu foi sobrevôo de helicópteros de um destacamento para o outro, o que é natural nessa área de fronteira", informou um integrante do Exército.
"Oficialmente, não existem informações sobre violação do espaço aéreo na tríplice fronteira", informou a FAB. (HC)




...aquele que conhece o inimigo e a si mesmo, lutará cem batalhas sem perigo de derrota;
aquele que não conhece nem o inimigo e nem a si próprio, será derrotado em todas as batalhas...

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#35 Mensagem por Suntzu » Dom Jan 06, 2008 9:52 pm

Algumas perguntas respondidas pelo Gen CARDOSO.

O senhor prega o conceito de dissuasão como prioridade na defesa nacional. Explique.

- É muito bom que esta pergunta tenha surgido logo no início da nossa conversa. Gostaria de envolver a nossa entrevista na moldura do conceito de dissuasão, a atitude aconselhável para um país pacífico e territorialmente satisfeito como o Brasil e, portanto, desejoso de evitar a guerra.

Em artigo recente para o JB, procurei esclarecer quais as circunstâncias necessárias para essa atitude surtir os efeitos desejados: "Um país pacífico se torna dissuasor pelo conjunto integrado - e ponderado, de acordo com a natureza do contencioso - de suas expressões política, econômica, tecnológica e militar; pela coesão e vontade de seu povo; e pela percepção que este tem da relevância do Estado. Igual integração sinérgica é necessária para um país que deseje iniciar um conflito armado. A diferença está na destinação do poder e, quanto à dissuasão, na importância fundamental de o adversário: conhecer esse poder; acreditar na vontade do outro de empregá-lo, se atacado; avaliar os danos que lhe poderiam ser impostos pela retaliação; e estimar que não os possa suportar".
Como se vê, a capacidade dissuasória não diz respeito somente ao poder bélico. É a resultante de todos aqueles fatores. No tocante às Forças Armadas, requer que elas, em suma, imponham respeito.

Reportagem do JB de domingo passado mostrou números que indicam o sucateamento das Forças Armadas. Como o senhor vê essa situação?

- Realmente, o Estado brasileiro descuidou do dever de manter suas Forças Armadas à altura do porte do país. Criou-se uma dicotomia, a meu ver incorreta, entre política de segurança e políticas sociais, indutora da desproporcional priorização destas últimas, em grande detrimento da segurança. Como os próprios comandantes das Forças têm, lealmente, informado, os equipamentos precisam de modernização e reposição.

A situação então é crítica?

- A situação é crítica, mas não irremediável, por uma só razão: a preparação básica do pessoal é de muito boa qualidade. Isso cria massa crítica de capacitação para absorção rápida e criativa de novos materiais.

Nesse ponto, deve-se alongar a conversa para o aspecto muito importante da obtenção desses materiais. A importação pura e simples de equipamento, a par de ser cara, mantém o Brasil dependente da disponibilidade para fornecimento imediato e das simpatias e humores do país controlador das exportações, no momento da compra inicial e, subseqüentemente, das peças e acessórios de reposição. Os regimes internacionais de controle das vendas de material de emprego militar ou dual estão cada vez mais rigorosos. A solução definitiva é comprar aqui. Se não houver, desenvolver aqui.



O Brasil perdeu o poder de dissuasão na América Latina?

- Não. Como citei no início, a capacidade dissuasória não deve ser vista apenas sob o viés das possibilidades bélicas. Ela resulta da integração de muitos vetores, dos quais o militar é apenas um a mais. Mesmo sob o ponto de vista de eventual confronto armado, ainda somos relativamente - embora decrescentemente - fortes. Todavia, não basta poder ser dissuasor. É imperioso querer ser dissuasor.

Qual das Forças, em sua opinião, é a mais afetada hoje, e qual deve ter prioridade em investimentos? E por quê?

- Não há como afirmar que esta ou aquela Força seja a mais afetada. Isso corresponderia a aceitar que as Forças Armadas possam ser vistas como (indevidamente, ainda há quem as chame) forças singulares. Se o Exército estiver deficiente em veículos blindados, não será ele o afetado, mas o conjunto que compõe com Marinha e Força Aérea. De que valeria, para fins de dissuasão, ter uma armada poderosa se não houvesse caças em condições de defender o espaço aéreo sobre ela? Ou dispor de aviação, mas não de artilharia antiaérea para compor o conjunto da defesa aérea? As três Forças carecem de modernização.

A prioridade de investimentos é a pesquisa e o desenvolvimento tecnológico, "desde ontem". O domínio de tecnologia de material de emprego bélico é o grande diferencial na construção da dissuasão de natureza militar. Quando se comenta desanimadamente sobre o enorme e crescente hiato tecnológico frente aos países centrais, como empecilho para esse tipo de dissuasão, costumo sugerir uma visão de futuro que contemple o domínio de certas tecnologias que permitam às Forças Armadas ajudarem o país a ser dissuasor, ao invés da clássica "diminuir o gap tecnológico". Um exemplo: o submarino a propulsão nuclear.

O Brasil está vulnerável hoje a uma invasão de seu território?

- A imensa extensão territorial brasileira e cria no imaginário leigo uma impressão de vulnerabilidade, que não corresponde à visão estratégica militar. Quem imaginasse invadir teria de ter condições de conquistar e manter uma extensão de terreno grande o suficiente para justificar a aventura, que lhe alongaria demasiadamente os eixos de suprimento. A vulnerabilidade seria sua, dada a capacidade brasileira extraordinária de combater e vencer em solo pátrio, historicamente demonstrada.

Quanto à solução para aumentar essa capacidade de retaliação no nosso território, a resposta é: mobilidade estratégica para as forças de reação locais e centrais. O que vale dizer aviação de transporte de pessoal, rodovias bem conservadas, viaturas confiáveis. Em apoio às forças assim deslocadas, existirá a logística adequada. Uma resposta mais completa deve considerar também as hipóteses de invasão do espaço aéreo e do mar territorial. Mutatis mutandi, a resposta seria semelhante.




...aquele que conhece o inimigo e a si mesmo, lutará cem batalhas sem perigo de derrota;
aquele que não conhece nem o inimigo e nem a si próprio, será derrotado em todas as batalhas...

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#36 Mensagem por Marino » Seg Jan 07, 2008 10:32 am

JB:
Missão Jobim 1

O ministro da Defesa, Nelson Jobim, fará uma visita ao Suriname e à Guiana ainda neste mês. É o início de um périplo pela América do Sul a fim de convencer os países a formarem um conselho de defesa regional. Idéia que o presidente Lula teve, depois de uma reunião com os três comandantes das forças militares do país.

Missão Jobim 2

Não é mero capricho do poder. É questão de soberania sul-americana. Notícias que correm entre os oficiais dão conta de que o Suriname pretende ceder aos Estados Unidos uma grande área para instalação de uma base militar americana. A Guiana está negociando com o Reino Unido a concessão de 25 milhões de hectares para o mesmo fim.




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#37 Mensagem por alex » Seg Jan 07, 2008 4:10 pm

E o Brasil espera o que com isso? Eles estão querendo dinheiro, obvio.
Ou oferece dinheiro pra não ter bases estrangeiras ou paga para ter bases brasileiras nestes paises. Esta minha ultima sugestão deve dar desmaios nas bichanas do Amorim :D :D




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#38 Mensagem por soultrain » Seg Jan 07, 2008 9:47 pm

http://br.youtube.com/watch?v=Q65Pz-sFc ... C0&index=0

A conversa entre George Ball e o presidente Lyndon Johnson sobre o apoio dos Estados Unidos ao golpe de 64, no Brasil





"O que se percebe hoje é que os idiotas perderam a modéstia. E nós temos de ter tolerância e compreensão também com os idiotas, que são exatamente aqueles que escrevem para o esquecimento" :!:


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#39 Mensagem por Marino » Qui Jan 10, 2008 11:08 am

Base militar na fronteira com o Brasil



O comandante do Exército boliviano, Freddy Makay, confirmou a existência de um projeto para instalar uma base militar na fronteira com o Brasil, mas esclareceu que ainda não foi definida a forma de financiamento. O plano consiste em remodelar e melhorar as instalações de um quartel que já existe em Riberalta, a 90 Km da fronteira com o Brasil. Em maio, o governo da Venezuela se comprometeu a prestar socorro militar à Bolívia na construção de um porto fluvial e um quartel na fronteira, mas Makay rejeitou a cooperação.




"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
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#40 Mensagem por Dieneces » Qui Jan 10, 2008 12:11 pm

Marino escreveu:JB:
Missão Jobim 1

O ministro da Defesa, Nelson Jobim, fará uma visita ao Suriname e à Guiana ainda neste mês. É o início de um périplo pela América do Sul a fim de convencer os países a formarem um conselho de defesa regional. Idéia que o presidente Lula teve, depois de uma reunião com os três comandantes das forças militares do país.

Missão Jobim 2

Não é mero capricho do poder. É questão de soberania sul-americana. Notícias que correm entre os oficiais dão conta de que o Suriname pretende ceder aos Estados Unidos uma grande área para instalação de uma base militar americana. A Guiana está negociando com o Reino Unido a concessão de 25 milhões de hectares para o mesmo fim.
Base militar britânica na Guiana quase do tamanho do estado de Alagoas , mais de 10% do território Guianense?




Brotei no Ventre da Pampa,que é Pátria na minha Terra/Sou resumo de uma Guerra,que ainda tem importância/Sou Raiz,sou Sangue,sou Verso/Sou maior que a História Grega/Eu sou Gaúcho e me chega,p'ra ser Feliz no Universo.
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#41 Mensagem por Guerra » Qui Jan 10, 2008 12:47 pm

Vinicius Pimenta escreveu:Essa da Guiana é dose. Daí para o resto é um pulo.


É aquele negocio né, meu. Tá facil, então vamo chutar cabeça do BRasil.

O Brasil não tem condições de defender os interesses da nação.




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#42 Mensagem por Marino » Sex Jan 11, 2008 10:10 am

Não baixar a guarda

VANESSA GRAZZIOTIN



A despeito daqueles que acham que se trata de alarmismo o discurso sobre os perigos da internacionalização da Amazônia, o fato mais recente trazido à tona pelo jornalista Elio Gaspari é uma evidência concreta de que as grandes potências mundiais não estão para brincadeira. Refiro-me ao anúncio feito pelo presidente da Guiana, Bharrat Jagdeo, de que vai negociar "a preservação de sua Floresta Amazônica em troca de recursos para o desenvolvimento".

O fato é muito grave. Pelo acordo, a floresta da Guiana seria administrada por uma organização internacional comandada por britânicos. E o que tem a ver esse caso com a soberania do Brasil sobre a Amazônia? Muito. Estamos falando sobre o mesmo bioma, sobre um país-membro da Organização do Tratado de Cooperação Amazônico (OTCA), cujo objetivo é o fortalecimento da integração da Amazônia sul-americana.

Não há dúvidas de que a presença estrangeira na administração direta dos recursos naturais daquele país fere diretamente sua soberania e representa uma ameaça às nações vizinhas, queiram ou não os caçadores dos apocalípticos.

É bom que fique claro que não sou contra os investimentos internacionais. Temos uma posição estratégica para o equilíbrio do clima no planeta, mas não podemos abrir mão do nosso papel como agente formulador e condutor do projeto estratégico, único e integrado de desenvolvimento da Amazônia sul-americana.

Não podemos ser singelos e acreditar que as grandes potências, uma vez na administração dos nosso recursos naturais, exercerão apenas um papel de guardião da floresta, como no folclore amazônico age o lendário Mapinguari. No Congresso Nacional, por exemplo, parlamentares ditos como defensores da sustentabilidade já apregoam o financiamento internacional com uma saída a curto prazo para o desenvolvimento da região e defendem a participação dos organismos externos na condução dos projetos. Nada muito diferente do que está acontecendo na Guiana.

A História tem exemplos que colocam a Amazônia como reserva estratégica na visão das grandes potências. Nos tempos atuais, difundem teses manjadas como gestão compartilhada e patrimônio da Humanidade para legitimar essa cobiça.

A ameaça a nossa soberania nunca ficou só no campo da retórica. Com o pretexto de combater o narcotráfico, os Estados Unidos intensificam cada vez mais sua presença militar na região. Segundo o Centro de Inteligência do Exército Brasileiro (CIE), entre 2001 e 2002, mais de seis mil militares daquele país realizaram operações na Amazônia, sendo que na Colômbia, no Equador e no Peru há instalações militares dos EUA.

Os defensores da soberania como princípio de nação não podem baixar a guarda. Em relação à Guiana, o problema deve ser tratado pela área diplomática e deve entrar em pauta nas próximas reuniões da OTCA.

VANESSA GRAZZIOTIN é deputada federal (PCdoB-AM).




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#43 Mensagem por Marino » Sex Jan 11, 2008 10:10 am

Não baixar a guarda

VANESSA GRAZZIOTIN



A despeito daqueles que acham que se trata de alarmismo o discurso sobre os perigos da internacionalização da Amazônia, o fato mais recente trazido à tona pelo jornalista Elio Gaspari é uma evidência concreta de que as grandes potências mundiais não estão para brincadeira. Refiro-me ao anúncio feito pelo presidente da Guiana, Bharrat Jagdeo, de que vai negociar "a preservação de sua Floresta Amazônica em troca de recursos para o desenvolvimento".

O fato é muito grave. Pelo acordo, a floresta da Guiana seria administrada por uma organização internacional comandada por britânicos. E o que tem a ver esse caso com a soberania do Brasil sobre a Amazônia? Muito. Estamos falando sobre o mesmo bioma, sobre um país-membro da Organização do Tratado de Cooperação Amazônico (OTCA), cujo objetivo é o fortalecimento da integração da Amazônia sul-americana.

Não há dúvidas de que a presença estrangeira na administração direta dos recursos naturais daquele país fere diretamente sua soberania e representa uma ameaça às nações vizinhas, queiram ou não os caçadores dos apocalípticos.

É bom que fique claro que não sou contra os investimentos internacionais. Temos uma posição estratégica para o equilíbrio do clima no planeta, mas não podemos abrir mão do nosso papel como agente formulador e condutor do projeto estratégico, único e integrado de desenvolvimento da Amazônia sul-americana.

Não podemos ser singelos e acreditar que as grandes potências, uma vez na administração dos nosso recursos naturais, exercerão apenas um papel de guardião da floresta, como no folclore amazônico age o lendário Mapinguari. No Congresso Nacional, por exemplo, parlamentares ditos como defensores da sustentabilidade já apregoam o financiamento internacional com uma saída a curto prazo para o desenvolvimento da região e defendem a participação dos organismos externos na condução dos projetos. Nada muito diferente do que está acontecendo na Guiana.

A História tem exemplos que colocam a Amazônia como reserva estratégica na visão das grandes potências. Nos tempos atuais, difundem teses manjadas como gestão compartilhada e patrimônio da Humanidade para legitimar essa cobiça.

A ameaça a nossa soberania nunca ficou só no campo da retórica. Com o pretexto de combater o narcotráfico, os Estados Unidos intensificam cada vez mais sua presença militar na região. Segundo o Centro de Inteligência do Exército Brasileiro (CIE), entre 2001 e 2002, mais de seis mil militares daquele país realizaram operações na Amazônia, sendo que na Colômbia, no Equador e no Peru há instalações militares dos EUA.

Os defensores da soberania como princípio de nação não podem baixar a guarda. Em relação à Guiana, o problema deve ser tratado pela área diplomática e deve entrar em pauta nas próximas reuniões da OTCA.

VANESSA GRAZZIOTIN é deputada federal (PCdoB-AM).




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A Olimpíada do genocídio da China

#44 Mensagem por mau_geografia » Sex Jan 25, 2008 10:59 am

A Olimpíada de Pequim nesse verão era para ser a festa de revelação da China, celebrando o fim de quase dois séculos de fraqueza, pobreza e humilhação.

Mas, ao contrário, os líderes da China estão manchando sua própria Olimpíada sendo cúmplice do genocídio em Darfur e atrapalhando o posicionamento militar da ONU lá. O resultado é uma campanha internacional cada vez maior para taxar de “Olimpíada do Genocídio”.

Isso não é um boicote à Olimpíada. Mas espere protestos relacionados a Darfur em embaixadas chinesas, assim como cartazes e tarjas nos braços dos atletas e dos espectadores. Há um reconhecimento crescente que talvez a melhor maneira de prevenir mais milhares de mortes no Sudão é usar a influência da Olimpíada para envergonhar a China a ponto do país adquirir um comportamento mais responsável.

O problema central é que em troca ao petróleo sudanês, Pequim está financiando, protegendo diplomaticamente e fornecendo as armas para o primeiro genocídio do século 21. A China é o maior fornecedor de armas para o Sudão, vendendo oficialmente US$ 83 milhões em armamento, aviões e partes excedentes para o Sudão em 2005, de acordo com a Anistia Internacional dos EUA. Esse foi o último ano com números disponíveis.

A China deu ao Sudão bombardeiros aéreos A-5 Fantan, porta-helicópteros, aeronaves militares K-8 de treinamento e ataque e armas leves usadas na invasão sudanesa ao Tchade no ano passado. A China também usa a ameaça do veto no Conselho de Segurança para bloquear a ação da ONU contra o Sudão, criando o risco de uma catastrófica humilhação para as próprias Nações Unidas.

O Sudão se sente tão confiante com o apoio chinês que no dia 7 de janeiro, o Exército sudanês atacou um comboio de forças de paz da ONU em Darfur. O Sudão afirmou que foi apenas um erro, mas diplomatas e profissionais da ONU têm certeza que isso foi um ataque deliberado ordenado por líderes sudaneses para colocar as Nações Unidas em seu lugar.

O Sudão já impediu que unidades da Suécia, Noruega, Nepal, Tailândia e outros países se unissem à força da ONU. Já baniu vôos noturnos, hesitou em um acordo de estado de forças, reteve equipamentos de comunicação e se recusou a deixar o órgão a trazer helicópteros estrangeiros. O crescente medo é que a força da ONU seja humilhada no Sudão, como foi em Ruanda e na Bósnia, causando um enorme dano às missões de paz internacionais.

Outro possível sinal da confiança do Sudão: um diplomata americano, John Granville, foi assassinado em Cartum no começo desse mês. Muitos da comunidade de inteligência e diplomática acreditam que tal assassinato não aconteceria na capital a não ser que pessoas do governo estivessem envolvidas.

Oficiais chineses argumentam que eles estão em um processo de diplomacia silenciosa com os líderes do Sudão e que essa é a melhor maneira de buscar uma solução em Darfur. Eles afirmaram que o Sudão tem outros apoiadores e a influência chinesa é limitada.

É verdade que desde o começo da campanha “Olimpíada do Genocídio”, há um ano, a China tem sido mais prestativa, e é somente por causa da pressão chinesa em Cartum que as missões de paz da ONU puderam entrar em Darfur. Mas a realidade é que a China continua a se alinhar com o Sudão – apoiou o país de novo após a emboscada à ONU – e o Sudão se sente protegido o suficiente para enfiar seu nariz na comunidade internacional.

Há apenas alguns dias, o Sudão nomeou Musa Hilal, líder fundador da milícia árabe conhecida como janjaweed, para uma posição no governo central. Esse é o homem que já foi citado expressando gratidão “pelas armas e munição necessárias para exterminar as tribos africanas em Darfur”.

Outros países também precisam fazer muito mais, mas a China é crucial. Se Pequim suspendesse toda a transferência de armas e partes excedentes para o Sudão até que o acordo de paz seja alcançado em Darfur, então isso mudaria a dinâmica. O presidente Omar al-Bashir ficaria apavorado – especialmente agora que ele está prestes a reiniciar a guerra com o sul do Sudão – e perceberia que a China não deseja mais deixar sua Olimpíada ser manchada com o sangue de Darfur.

Sem essa cobertura chinesa, seria mais fácil de Bashir fazer concessões aos rebeldes de Darfur e negociar seriamente com ele, além de não dar mais cobertura política para retomar a guerra contra o sul do Sudão. Isso tornaria a paz a longo prazo mais provável em Darfur e no sul do país.

Eu sou um grande fã das conquistas chinesas, e muitas vezes defendi Pequim da retórica protecionista injusta de políticos americanos. Mas aqueles de nós que admiram as realizações do país acham difícil dar crédito quando Pequim, simultaneamente, patrocina o crime máximo que é o genocídio.

A China merece uma comemoração internacional para marcar sua ressurreição como uma grande potência. Mas enquanto o país insistir em fornecer armas para manter um massacre baseado em tribos e cor de pele, essa permanecerá, infelizmente, a “Olimpíada do Genocídio”.

- Nicholas D. Kristof




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#45 Mensagem por Suntzu » Dom Jan 27, 2008 1:10 pm

Conflictos fronterizos en América del Sur
Ene-22-08 - por Rosendo Fraga

Mientras se discute cuánto afectará al mundo la recesión de los EEUU y la volatilidad de los mercados internacionales, reaparecen conflictos fronterizos en América del Sur.

La tensión existente en América del Sur entre Venezuela y Colombia ha llegado al área fronteriza. Chávez ha reclamado sin éxito que la UE deje de caracterizar a las FARC como terroristas -como también lo hace EEUU-; la asamblea venezolana las ha reconocido como beligerantes y el presidente venezolano ha denunciado a Uribe por actuar como el jefe de una mafia. Este, a su vez, en la gira europea que realiza, ha criticado duramente a su colega venezolano, denunciándolo por injerencia y acusándolo de actitudes complacientes con la guerrilla y el narcotráfico. En forma coincidente, en cuatro días visitaron Bogotá el Jefe del Estado Mayor Conjunto de los EEUU (Mullen), quien expresó la preocupación de su país por los efectos regionales de las compras de armas de Chávez, y el Jefe de la Oficina de lucha contra la droga (Walters), quien lo denunció por complicidad con el narcotráfico. En este marco, la decisión de Chávez de desplegar tropas en los 2200 kilómetros de la frontera venezolano-colombiana, con el argumento de impedir la salida ilegal hacia Colombia de productos subsidiados, es el primer paso de la escalada del conflicto entre los dos países que incluye un despliegue militar. Cabe recordar que Caracas ha llamado en consulta a su embajador en Bogotá, sin que por ahora haya vuelto a su destino.

Hay dos conflictos en la región del Caribe que se vinculan con el anterior. Uno es el que existe entre Nicaragua y Colombia por varias islas, el cual generó tensiones a fines del año pasado entre los dos países. El presidente nicaragüense, Daniel Ortega, llegó a decir públicamente que podrían adoptarse medidas militares para prevenir cualquier acción colombiana. La oposición nicaragüense lo criticó y los dos países bajaron el tono, pero cabe recordar que se trata de un aliado político de Chávez al que suele acompañar en posiciones críticas hacia Washington. El otro conflicto es la reivindicación territorial venezolana sobre la ex Guyana británica, que en los últimos meses de 2007 generó un incidente entre la Armada venezolana y lanchas de guyaneses que buscaban oro en el mar, determinando la alerta de las pequeñas fuerzas armadas de dicho país. Brasil desplegó tropas cerca de la Guayana como advertencia hacia Venezuela. Ambos conflictos pueden escalar en la medida que la relación entre éste país y Colombia se siga deteriorando.

Simultáneamente, ha aumentado la tensión entre Perú y Chile por el conflicto del límite marítimo. El primero formalizó su presentación ante la Corte Internacional de La Haya, desconociendo un tratado sobre el límite marítimo que es sostenido por Chile. Está en disputa entre los dos países la soberanía sobre una jurisdicción marítima rica en pesca. Legisladores chilenos han cuestionado duramente la actitud peruana y la presidente Bachelet decidió llamar en consulta al Embajador en Lima. El Presidente Alan García ha señalado que la presentación peruana tiene sólo interés jurídico, buscando así evitar la escalada del conflicto, pero se trata del momento más tenso en la relación bilateral desde que García llegó al poder. El hallazgo de una reserva de gas en la región de Cuzco por parte de Repsol, que alcanzaría hasta cuarenta años, puede permitir una mejor relación entre los dos países, dadas las crecientes dificultades de Chile para proveerse de gas desde Bolivia y Argentina.

Este conflicto genera interés en Bolivia por el histórico reclamo de salida al mar a través de los territorios perdidos en la guerra del Pacífico. Esto genera un interés común peruano-boliviano frente a Chile, que en esta guerra tomó territorios de los dos países derrotados en ella. Por esta razón, Bolivia va a apoyar el reclamo peruano. Mientras tanto la situación boliviana sigue tensa, habiendo perdido Evo Morales el control del Senado y abriendo el diálogo con los prefectos autonomistas, lo que no es bien visto por sus partidarios más radicalizados. Pero mientras Chávez apoya abiertamente a Morales -incluso con medios militares en la crisis boliviana-, en el conflicto entre Chile y Perú el presidente boliviano se ve obligado a apoyar a Alan García, que es aliado regional de los EEUU y tiene coincidencias políticas con Uribe. Morales cumple dos años de gestión en un cuadro de tensión política.

El conflicto entre Argentina y Uruguay por las papeleras se prolonga ante la Corte Internacional de La Haya. Este tribunal no fallará hasta dentro de uno o dos años. En una evidencia de la sensibilidad uruguaya, el Secretario de Turismo declaró que el conflicto de las papeleras ha sido como un once de septiembre de 2001 en la relación bilateral. A su vez, una ONG presidida por Gorbachov que monitorea los efectos que genera la papelera finlandesa Botnia sobre el río Uruguay, difundió un informe dando cuenta de que todavía no se registran daños en el río, lo que fue rechazado por los asambleistas de la provincia argentina de Entre Ríos. Los cortes en los puentes por parte de ellos se han mantenido e intensificado para complicar el flujo turístico argentino hacia el Uruguay, mientras que este país liberó los que transitoriamente había establecido para impedir la entrada de manifestaciones argentinas.
En conclusión: por diversas causas los conflictos fronterizos que parecían superados en la década pasada están mostrando persistencia en América del Sur.
Domingo, 27 de Enero 13:03:32
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