Vinicius Pimenta escreveu:Não vejo problema algum em os P-3 estarem com a FAB e não com a MB. Seguindo a lógica, vamos colocar uns AMX pro EB utilizar em apoio às tropas terrestres... O problema não é quem opera, o problema é trabalhar em conjunto.
Coitada da MB, mal consegue (na verdade não consegue) manter todos seus meios de superfície operativos, haja vista a quantidade de baixas de navios nos últimos anos sem reposição, não consegue prover o A-12 de ala aérea embarcada minimamente decente, imagina igualar a estrutura da FAB de 4 esquadrões de patrulha marítima. Que fique claro que não é por questões de capacidade e sim exclusivamente orçamentárias.
Muito mais fácil e barato deixar com a FAB que já tem toda infra-estrutura para operação de aeronaves do tipo. Basta apenas ambas não terem ciúmes idiotas e trabalharem juntas para o Brasil, aliás como já fazem. É isso que o povo brasileiro espera.
O problema é o quê? Know-how? Vejamos, a MB tem doutrina para ASW com helicópteros. Com aviões não. Não tem pilotos, não tem bases... A FAB tem aviões, pilotos e bases. Não é mais fácil treinar pilotos da FAB para guerra ASW do que criar toda uma estrutura nova para uma Força (MB) com prioridades muito mais importantes pedentes como a questão básica de uma Marinha: sua força de superfície?
Este tipo de argumentação eu considero pontual.
Se nos anos de 1940, alguém argumenta-se contra a formação da FAB da seguinte forma.
“Porque formar uma força área, se hoje exercito e marinha tem, pilotos, doutrinas e equipamentos para operarem aviões. Vamos trabalhar juntos, com boa vontade, que não precisamos criar a FAB, basta isto, boa vontade.”
Valeu a pena ter criado a FAB?
Valeu e muito. Porque a guerra aérea é muito especializada em relação ao emprego de componentes aéreos por parte de exercito e marinha.
Criar a FAB era olhar para o futuro, e valeu a pena.
Quando o EB criou a AvEx nos anos de 1980, poderia argumentar assim.
Porque criar uma aviação no exercito, se a FAB tem dezenas de helicópteros para transporte de tropas do EB, é mais barato, formar pilotos de helicópteros na FAB, afinal, ela já tem mecânicos, pilotos, bases, helicópteros etc... . Vamos trabalhar juntos, com boa vontade, que não precisamos criar a AvEx, basta isto, boa vontade.”
Valeu a pena ter criado a AvEx?
Tenho certeza que sim, e mesmo que o EB não tenha desenvolvido a sua aviação asas rotativas, á plenitude, mesmo que de vez em quando apareçam noticias de helicópteros de ataque na FAB ou de grandes encomendas de helicópteros russos de transporte de tropas, mesmo com estratégias tão esdrúxulas, a AvEx foi uma aposta no futuro do EB.
Quando se debate sobre transferir para a MB a responsabilidade por aviões de patrulhamento marítimo, argumenta-se.
Porque passar isto pra MB, se a FAB tem os aviões, é mais barato, formar pilotos na FAB, afinal, ela já tem mecânicos, pilotos, bases, aviões etc... . Vamos trabalhar juntos, com boa vontade, que não precisamos dos P-3BR na MB, basta isto, boa vontade.”
Este é um passo para trás. Temos que fazer uma aposta no futuro. A guerra naval é igualmente tão especializada quanto a guerra aérea.
Voar um P-3 como um sistema de armas, em cenários ASuW é um problema bastante complexo, que tanto FAB quando MB, qualquer que seja o operador teriam que aprender coisas novas.
A afinidade de funções, doutrinas e sistemas é quase toda orientada para o que a MB hoje domina se você olhar o P-3 como um sistema de armas e não apenas como um avião.
Vocês estão enxergando o P-3 como uma aeronave, isto é claro a FAB faz melhor que a MB, voar uma aeronave, mas enxergá-lo como um sistema de armas, isto quem tem mais chance de desenvolvê-lo é a marinha.
Quando você escreve Vinicius.
“Vejamos, a MB tem doutrina para ASW com helicópteros. Com aviões não. Não tem pilotos, não tem bases... A FAB tem aviões, pilotos e bases.”
Tem que diferenciar
A MB tem doutrina ASW, para isto ela empresa helicópteros, navios e submarinos.
A FAB não tem doutrina ASW. Os últimos aviões ASW da FAB já foram aposentados a 11 anos e eram de uma geração muito anterior aos P-3BR. E MESMO QUE FOSSE AVIÕES MODERNOS E AINDA ESTIVESSEM OPERANDO, A DOUTRINA ASW É UM CONJUNTO DE ELEMENTOS E NÃO APENAS UM VETOR.
Obviamente a decisão ta tomada e não podemos fazer nada para mudá-la, mas estamos cometendo um erro histórico no que tange ao planejamento de nosso poder militar.
Paises como a Argentina, tem uma aviação naval que esta muitos anos á frente da brasileira. No resto do mundo salvo algumas exceções, a Inglaterra é a principal delas, este modelo de aviação naval independe tem se mostrado correto.
Ironicamente no caso da RAF e da RN, “ciúmes” e corporativismos internos também foram responsáveis pela escolha do modelo.
Não existe nenhum pais de relevância militar que por critérios técnicos tenha realizado esta escolha que o Brasil fez.