ESTRATÉGIA NAVAL

Assuntos em discussão: Marinha do Brasil e marinhas estrangeiras, forças de superfície e submarinas, aviação naval e tecnologia naval.

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Re: ESTRATÉGIA NAVAL

#601 Mensagem por FCarvalho » Sex Nov 28, 2014 7:47 pm

Entrevista de 2009 mas tão atual quanto a temática abordada.

A guerra é assunto de todos

Entrevista com o Alte Esq Mário César Flores

http://www.naval.com.br/blog/2009/08/08 ... -de-todos/

abs




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Re: ESTRATÉGIA NAVAL

#602 Mensagem por Clermont » Sáb Abr 18, 2015 8:26 pm

"SEMPRE ESPERE O INESPERADO."

A Guerra das Falklands/Malvinas de 1982.


Eric Grove.

No fim de 1982, um Livro Branco britânico sobre as "Lições" da Guerra das Falklands descreveu a campanha como "única em muitos aspectos". Ela foi uma campanha naval expedicionária numa remota região do Atlântico Sul, de há muito considerada como sendo periférica para as maiores preocupações da Grã-Bretanha com a Guerra Fria. Também não eram favas contadas que a Real Marinha podia vencer, com o comandante da força-tarefa, almirante Sandy Woodward, mais tarde admitindo que se até mesmo um dos dois porta-aviões tivessse sido atingido, então isto poderia tê-lo forçado a "abandonar toda a operação das Ilhas Falklands."

A falta de disposição da Real Marinha em assumir grandes riscos pelas Falklands refletia o foco da Grã-Bretanha na Guerra Fria e a "principal prioridade de defesa", que permanecia sendo o seu "papel dentro da OTAN contra a ameaça da União Soviética e seus aliados". O conflito com a Argentina veio como surpresa devido a este foco na ameaça soviética em terra, no mar e no ar. Embora tivesse havido alguma discussão limitada sobre a defesa das Ilhas Falklands, as políticas navais da Grã-Bretanha estavam fixadas no papel na OTAN e na ameaça soviética.

Apesar de uma década e meia de retirada de estações distantes e reduções significativas na capacidade de projeção de poder, o Reino Unido em 1982 ainda podia desdobrar poder marítimo a muitos milhares de quilômetros para um hemisfério distante e levar à cabo uma bem sucedida campanha expedicionária contra um oponente relativamente sofisticado. A chave para a vitória da Real Marinha repousava na posse de forças expedicionárias bem equilibradas e aparentemente redundantes. Porém, a existência e a disponibilidade de tais forças é dependente das políticas governamentais estabelecidas anos, se não décadas, antes de tais forças sequer serem utilizadas.

A POLÍTICA NAVAL BRITÂNICA DURANTE OS ANOS 1960 E INÍCIOS DOS 1970.

A partir de meados dos anos 1960 em diante, o papel militar global da Grã-Bretanha contraiu-se rapidamente. Em 1964, o secretário da defesa Denis Healey anunciou que a Grã-Bretanha não tencionava levar à cabo um grande desembarque anfíbio sem o apoio de aliados, e, em particular, sem a Marinha dos Estados Unidos. Por volta de 1971, a Grã-Bretanha tinha, em grande parte, recuado para oeste de Suez, mas retendo significativas forças navais e anfíbias restantes dos dias a leste de Suez - nada menos do que dois navios de assalto LPD (Landing Platform Dock) - que receberam uma nova área marítima na qual trabalharem, o Mediterrâneo, como parte do Flanco Sul da OTAN.

A estratégia de Resposta Flexível da OTAN, adotada em 1967, exigia maiores capacidades convencionais, particularmente nos flancos onde respostas nucleares iniciais eram ainda menos críveis do que na Frente Central. Isto também envolvia o Flanco Norte, próximo à metrópole, onde as forças marítimas britânicas logo estariam mais ativas. Esas forças de gerenciamento de crises talvez fizessem mais sentido na justificação da frota do que um caso baseado primordialmente numa nova Batalha do Atlântico, mas este papel também exigia mais atenção - e forças - já que a nova estratégia tinha significativamente aumentado o limiar nuclear total. Em resumo, "As legiões estavam sendo chamadas para casa" para confrontarem ameaças mais próximas.

Uma pequena parte desta retirada incluia a abolição em 1967 da Estação do Atlântico Sul, aquartelada em Simonstown na África do Sul. Ultimamente este comando tinha compreendido somente duas fragatas, cujas responsabilidades incluiam as Ilhas Falklands e Dependências. Já havia ocorrido uma série de incidentes concernentes às pretensões argentinas a estas possessões desde 1945, que exigiram o desdobramento de uma ou duas belonaves de superfície, incluindo cruzadores quando estavam disponíveis. Estes navios eram retirados quando as coisas acalmavam-se, mas as fragatas do Atlântico Sul faziam visitas e uma presença era mantida pelo lança-redes Protector convertido em navio-patrulha de gelo. Ele foi substituído em 1970 por um mercante dinamarquês convertido em quebra-gelo comissionado como HMS Endurance.

Em 1974, a revisão de defesa do governo trabalhista assistiu o secretário da defesa Roy Mason cooperando com os chefes de estado-maior para garantir que as necessidades básicas de segurança da Grã-Bretanha não sofressem em meio aos cortes de orçamento. Os "níveis críticos" além dos quais não se podia ir sem comprometer, fundamentalmente, a segurança nacional tornaram-se conhecidos como os "Quatro Pilares".

O primeiro era a deterrência nuclear, um papel que os trabalhistas tinham chegado ao poder garantindo que se livrariam dele, mas que o retiveram e, na verdade, modernizaram, ainda que tão silenciosamente quanto possível. O segundo era a defesa propriamente dita do Reino Unido, de bombardeios pelas sempre mais avançadas aeronaves de médio alcance soviéticas, e de incursões por forças de operações especiais Spetsnaz. Os dois pilares mais dispendiosos, no entando, eram a contribuição aérea e terrestre na Frente Central da Europa, no noroeste da Alemanha, e a contribuição marítima no Atlântico Oriental, no Canal da Mancha, e tão longe quanto possível, no Flanco Norte da OTAN. O comandante-chefe da esquadra era tanto CINCHAN (Comandante-Chefe no Canal) e comandante do Atlântico Oriental, neste último posto subordinado ao Comando do Atlântico em Norfolk, Virgínia.

A ameaça soviética em desenvolvimento levou a Grã-Bretanha a incrementar as capacidades de sustentar ambos os últimos dois pilares com novas viaturas blindadas, aeronaves de ataque e apoio aéreo aproximado para a Frente Central, tanto como melhores forças marítimas. O governo trabalhista encomendou mais dois cruzadores de convés contínuo e caças "Sea Harrier" para dar uma limitada capacidade de guerra antiaérea e reconhecimento a cada um deles. O terceiro navio, lançado em 1978, deveria ser batizado Ark Royal para substituir o velho porta-aviões que seria descomissionado neste ano. Para fornecer capacidade de porta-aviões antisubmarino (CVS) provisória, o Hermes foi reclassificado e equipado com helicópteros adequados.

Finalmente, uma redução na capacidade de aprestamento anfíbio foi tornada possível pela decisão de se retirar do papel no Mediterrâneo já que isto, como ficara decidido, não era uma capacidade crítica para o Reino Unido. O antigo porta-helicópteros (LPH), Bulwark, foi posto na reserva, mas retido para potencial utilização como CVS se o Invincible fosse atrasado, e o Bulwark foi, de fato, recomissionado brevemente nesta função em 1980-81. Um dos LPDs também foi colocado na reserva e o outro utilizado como navio de treinamento. Os comandos dos Reais Fuzileiros Navais permaneceram, primordialmente, como força para o Flanco Norte, mas o rápido crescimento da frota soviética lançou dúvidas na capacidade do Ocidente em controlar o Mar da Noruega, o suficiente para um grande desembarque anfíbio, exceto em algum tipo de modo preventivo.

O papel principal para a Real Marinha era a proteção da navegação desta ameaça soviética no lado ocidental da brecha Groênlandia-Islândia-Reino Unido (GIUK). Isto exigiria cerca de 60 destróieres e fragatas, cuja construção continuou a salvaguardar a indústria da construção naval; o governo trabalhista de 1974-1979 lançou seis destróieres e cinco fragatas e continuou o programa para modernizar a classe "Leander" inteira de 26 fragatas. Isto manteria uma força total deste tipo em 59 navios. A estratégia centrava-se ao redor de comboios, embora abordagens alternativas começassem a ser exploradas.

Os submarinos de ataque de propulsão nuclear (SSN), dos quais 10 estavam em comissão por volta de 1978, um investimento considerável, apoiariam esta campanha no Atlântico, em ambos os lados da GIUK, enquanto submarinos convencionais - mais aeronaves de patrulha marítima SOSUS (Sound Surveillance System) - ajudariam a tamponar a brecha. Submarinos nucleares também tinham outras utilidades, como em 1977, quando o primeiro deles, Dreadnought, foi enviado como força secreta de contingência no caso de os argentinos, que estavam, na época, comportando-se de modo particularmente belicoso, ameaçassem seriamente as Falklands. Ainda não é claro se os argentinos souberam sobre o desdobramento, mas não tomaram quaisquer ações posteriores, e o Dreadnought e seus dois navios de superfície de apoio foram retirados, com a missão cumprida.

A Grã-Bretanha também fez uma contribuição para a Frota de Ataque do Atlântico da OTAN, como vinha fazendo desde a criação do Comando do Atlântico. Esta era o Grupo de Porta-Aviões 2, até o Ark Royal ser descomissionado, tornando-se então o Grupo Antisubmarino 2, baseado no Hermes e posteriormente no Invincible e seus irmãos. Assim, em meados dos anos 1970, a função antisubmarino primordial da Grã-Bretanha tinha seu foco sobre a União Soviética no Atlântico Norte, não sobre um potencial conflito pelas Falklands no Atlântico Sul. Mesmo assim, a Real Marinha continuava a desdobrar-se globalmente e suas capacidades "fora-de-área" eram regularmente demonstradas.

UMA CAPACIDADE EXPEDICIONÁRIA MARÍTIMA: O RENASCIMENTO DESPERCEBIDO.

Durante o final dos anos 1970, os desdobramentos "fora-de-área" da Real Marinha continuaram, apesar da aberta retirada para a Europa Ocidental e o Atlântico, e o fim do Acordo de Defesa de Simonstown com a África do Sul. Este tratado foi encerrado em 1975 o que significou que os grupos-tarefa britânicos em desdobramentos distantes não mais visitariam o Cabo. A disputa pesqueira com a Islândia, da mesma forma, focou a atenção no Atlântico Norte. Mesmo assim, em 1977, o cruzador leve HMS Tiger liderou uma força rumo ao oeste para o Caribe e o Brasil, e após a Revista do Jubileu de Prata em 1977, este mesmo cruzador liderou outra excursão para a Ásia Oriental e Austrália que durou sete meses e meio. O cruzeiro de 1978 foi realizado apenas até a Costa Ocidental da América do Norte, mas em 1979 um contingente liderado pelo destróíer Norfolk de novo foi tão distante quanto à Austrália e voltou através do Canal de Suez.

A eleição do governo da primeira-ministra Margaret Thatcher em 1979 anunciou um período de confusão e má-administração na política de defesa. As forças armadas, como o restante do serviço público, tinham arcado com o ônus das políticas de contenção de despesas que levaram o governo Callaghan a cair após o "Inverno do Descontentamento". Agora os soldos foram elevados, o que foi popular com o pessoal e melhorou a retenção, mas confirmou as reduções em capacidade de linha de frente, provocadas pelas crescentes carências de potencial humano.

O novo secretário de estado para a defesa, Francis Pym, então perdeu o controle do orçamento de defesa enquanto o país sofria os catastróficos efeitos econômicos de curto prazo da políticas governamentais. A primeira-ministra estava descontente e chutou Pym para o lado, tornando o secretário do comércio, John Nott, secretário de estado para a defesa, com a clara missão, como antigo homem de negócios e banqueiro, para botar ordem no departamento e, não menos importante, nas finanças. Quando ofereceu-lhe o posto, no começo de 1981, Thatcher o autorizou a efetuar "uma radical revisão na política de defesa."

Nott ficou horrorizado ao descobrir um programa de defesa fundamentado sobre um aumento em termos reais de três porcento até 1989-1990. Nott sabia que um aumento anual, assim deste tamanho, não poderia ser sustentado por uma década; isso "teria levado o Tesouro à falência, muito antes da meta ter sido alcançada." Portanto, ele baseou suas novas políticas num aumento real de três porcento até 1985-1986, mas apenas de um porcento de acréscimo daí por diante. Em termos monetários, isso prometia um aumento total de vinte e um porcento acima daquele dos anos 1979-1980 até 1985-1986, mas seguido por cortes sérios no programa planejado, em especial nos anos finais.

Nott não era um mero contabilista. Ele estava determinado a "desenhar uma estrutura de forças para enfrentar a ameaça principal ao Reino Unido - e tornar esta estrutura de forças suficientemente flexível para enfrentar o inesperado." Nott decidiu manter uma reduzida força de porta-aviões antisubmarinos de apenas dois navios. Sua intenção declarada era aguardar até que o Illustrious e o Ark Royal estivessem ambos em comissão, quando então o Invincible poderia ser vendido aos australianos, que precisavam de um novo porta-aviões e viam o navio britânico como uma opção barata e bem-vinda. O Hermes poderia ser descartado quando os porta-aviões mais modernos estivessem, seguramente, em serviço.

Deve ser salientado, especialmente dados os equívocos comuns sobre a política de porta-aviões de Nott, que ele sempre tencionou manter uma força de dois navios para fornecer alguma capacidade "fora-de-área". O governo tinha enfatizado esta dimensão adicional da política de defesa em seus enunciados. Ele também enviara fragatas e destróieres para o Golfo Pérsico para manter constantemente a chamada "Armilla Patrol" desdobrada após a guerra entre Irã e Iraque irromper em 1980. Nott, claramente, aceitava a premissa de que uma capacidade expedicionária naval residual dependia sobre se uma marinha de superfície podia ser mantida, enquanto satisfazendo as outras obrigações mais importantes, necessárias para os "Quatro Pilares".

Nott foi persuadido que, por razões político-estratégicas mais amplas, as prioridades deveriam ser a modernização da deterrente nuclear, na forma dos "Tridents", sustentando a própria defesa do Reino Unido contra uma sempre crescente ameaça, mantendo um compromisso terrestre substancial na Alemanha numa revisada estrutura (mas com maiores estoques de munição), e mantendo um papel no Atlântico Oriental, numa postura revisada, enfatizando os submarinos, "Nimrods" e novas fragatas de sonares rebocados (Towed Array). Ele decidiu incorporar os custos da força nuclear estratégica na totalidade do orçamento "naval", o que também aumentou a pressão sobre o programa naval. A questão chave tornou-se quanto da remanescente frota de superfície se encaixaria no orçamento planejado?

Sem consenso algum sobre a melhor postura naval no Atlântico Oriental ou a provável extensão da fase convencional de uma futura guerra, Nott adotou uma abordagem alternativa para o desenho de uma frota futura. O orçamento podia permitir uma frota de superfície "fora-de-área" após cortes terem sido efetuados na infraestrutura de estaleiros. O subsecretário da Marinha, Keith Speed (a quem a primeira-ministra mais tarde insistiu que fosse demitido após criticar publicamente os cortes navais), tinha acabado de fazer um estudo dos estaleiros. O Relatório Speed argumentava que a atual política de efetuar substanciais reformas em navios não apresentava custo-benefício. A única razão para continuá-la era o objetivo político de manter três grandes estaleiros.

Nott estava desejoso de comprar esta briga política particular. Foi decidido que o estaleiro de Chatham devia ser fechado e a frota reduzida para um tamanho que pudesse ser mantido pela infraestrutura restante de estaleiros, que também seria reduzida por uma diminuição em Portsmouth. Isso implicaria numa redução na declaração de fragatas e destróieres da OTAN, de 59 para 50, dos quais oito estariam na reserva pronta. A Real Frota Auxiliar (RFA) deveria ser reduzida para dois petroleiros e um navio-depósito. Os dois LPDs seriam retirados de serviço, como seria o HMS Endurance. Os LPDs eram considerados como sendo menos necessários, especialmente levando-se em conta a opinião do Estado-Maior de Defesa de que os Reais Fuzileiros Navais seriam, mais provavelmente, desdobrados pelo ar. Isto deixaria a capacidade anfíbia especializada reduzida a seis Navios de Desembarque Logístico (LSL) guarnecidos pela RFA, efetivamente grandes LSTs, utilizados primordialmente para sustentar a logística das forças na Alemanha.

A desativação do HMS Endurance tinha sido um tema constante em cada revisão de defesa desde meados dos anos 1970. O Departamento do Exterior tinha resistido com sucesso a esta proposta, devido ao sinal que isso enviaria para a Argentina. Mais uma vez, quando Nott propusera cortes, a Real Marinha oferecera o Endurance. Ele era o segundo na lista depois do iate real Britannia, cuja inclusão Nott interpretara como um sinal de falta de seriedade concernente a seus pedidos por reduções. A Real Marinha deixou claro que preferia ver o Endurance ir do que outra fragata, mas quando o Departamento do Exterior soube desta proposta, reclamou de que a retirada "seria interpretada por ambos, os ilhéus e os argentinos, como uma redução do nosso comprometimento para com as Ilhas e nossa disposição de defendê-las." Nott não tinha vontade de encarar outro confronto com o Estado-Maior Naval para manter o navio.

A revisão da defesa foi apresentada ao Parlamento e ao público num Livro Branco suplementar, intitulado, "O Caminho Adiante, Ordenamento 8288". Este salientava que a Real Marinha tinha um "papel particularmente valioso" numa reafirmação de uma capacidade de intervenção limitada ao sul do Trópico de Câncer. Suas "necessidades, configurações e interesses" davam ao Reino Unido "uma função e dever especiais" fora da área da OTAN. Também era claramente salientado que a Grã-Bretanha planejava

"retomar de 1982 em diante, a prática de enviar um substancial grupo-tarefa naval em longos destacamentos para visitas e exercícios no Atlântico Sul, Caribe, Oceano Índico e mais para o oriente. Nós tencionamos fazer uso particular dos novos porta-aviões com "Sea Harriers" e helicópteros em desdobramentos "fora-de-área".


Embora as capacidades "fora-de-área" fossem, por este modo, reafirmadas na revisão de defesa, essa parte do Livro Branco claramente não causou muita impressão em Buenos Aires. Por contraste, os cortes na frota de superfície e apoio de estaleiro, e as planejadas reduções nas forças de porta-aviões e anfíbia, pareciam indicar uma bem menos capaz força expedicionária naval britânica. Deste modo, essa impressão pública, que em retrospectiva provou-se em grande parte falsa, claramente motivou a Argentina em sua decisão de invadir as Ilhas Falklands.


(continua...)




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Re: ESTRATÉGIA NAVAL

#603 Mensagem por FCarvalho » Sáb Abr 18, 2015 11:09 pm

E a história continua dando as suas voltas, e ensinando as suas lições. Mas só para aqueles que tem memória, consciência e disposição.

abs.




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Re: ESTRATÉGIA NAVAL

#604 Mensagem por Hermes » Ter Abr 21, 2015 10:39 am

Ansioso pela segunda parte.




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Re: ESTRATÉGIA NAVAL

#605 Mensagem por Clermont » Ter Abr 21, 2015 8:34 pm

(final.)

O ÚLTIMO PASSO PARA A GUERRA.

O governo argentino, claramente, estava observando de perto o debate naval. Em 30 de junho de 1981, a Casa dos Comuns confirmou que o HMS Endurance seria desativado no ano seguinte após seu último desdobramento antártico de verão para a área. Talvez de modo não surpreendente, os argentinos interpretaram mal o sinal da retirada do Endurance como uma indicação decisiva da falta de interesse da Grã-Bretanha nas Ilhas Falklands. Quando esta informação foi coletada pelas fontes locais de inteligência e transmitida para a Grã-Bretanha, o relatório não recebeu ampla difusão, o que, em retrospecto, parece ter sido uma infelicidade.

Para fazer justiça ao governo, ele tentou demonstrar um continuado comprometimento com as Falklands. A Casa dos Comuns foi informada que a pequena guarnição dos Reais Fuzileiros Navais nas Ilhas Falklands permaneceria com sua força atual e navios seriam desdobrados periodicamente na área. Apesar disso, Nott continuou a resistir à pressão do Departamento do Exterior e de fora do governo - tanto quanto do oficial-comandante do navio - para manter o vaso. Ironicamente, talvez, Nott achou que estava defendendo a Real Marinha ao fazer isto. Como ele escreveu ao secretário do exterior, em fevereiro de 1982: "Eu penso que haverá considerável ressentimento na Real Marinha se mais avanços tivessem de ser feitos no programa naval para abrir espaço ao Endurance que, francamente, é uma baixa prioridade em termos de defesa."

Somando-se à má interpretação das intenções da Grã-Bretanha quando descomissionou o Endurance, a Argentina superestimou, de forma grosseira, o efeito da Revisão Nott sobre a capacidade imediata da Real Marinha para responder a qualquer agressão contras as ilhas. Esta percepção foi reforçada quando Nott foi convencido, muito contra seu melhor julgamento, a acelerar a venda do HMS Invincible para a Austrália, para satisfazer mais exigências do Tesouro por cortes mais profundos no orçamento de defesa.

Foi considerado que o Hermes poderia manter a linha com o Illustrious até o Ark Royal aparecer, mas o secretário de defesa sentia que um princípio estava em jogo; um orçamento de defesa coerente havia sido determinado após um contundente processo político - e agora o Tesouro queria mais. A firme oposição de Nott a esta pressão começou a declinar seu relacionamento com a primeira-ministra. Melhores notícias para a Real Marinha, no entanto, estavam à caminho. A decisão de adotar o sistema de míssil "Trident D5" para manter a deterrência britânica - apoiada pela decisão de utilizar instalações de armazenamento americanas em King's Bay, Geórgia, para os mísseis da Grã-Bretanha - permitiram ao programa de defessa manter os LPDs. Nott havia ganho uma nova apreciação do valor deles após uma visita a um dos navios; também houve uma substancial pressão americana para mantê-los.

A perspectiva da perda dos LPDs tinha somente aumentado a oposição dentro do Ministério da Defesa para enviar uma força aumentada para as ilhas como deterrência, já que eles haviam concluído, errôneamente, que as forças disponíveis não seriam capazes de retomarem as ilhas, se os argentinos pagassem para ver. Foi considerado que os problemas logísticos e geográficos eram, simplesmente, grandes demais. De modo pessimista, o Estado-Maior de Operações concluiu que "retomar as ilhas após uma invasão argentina dificilmente seria viável e apresentaria problemas formidáveis.". Um funcionário civil escreveu, secamente, "seria praticamente uma absurdidade que faria Suez parecer muito sensato, engajar em operações sérias contra um oponente local, perfeitamente competente e bem equipado, na ponta da América do Sul." Este pensamento negativo sacrificou uma segunda chance de mandar um sinal preventivo para a Argentina - reforçando a guarnição militar nas Falklands.

A ECLOSÃO DA GUERRA DAS ILHAS FALKLANDS.

A restauração dos LPDs não alterou materialmente as avaliações pela nova Junta Galtieri que havia acabado de assumir o poder em Buenos Aires, em janeiro de 1982, de que agora era possível resolver o problema "Malvinas', por meios militares se necessário, até o fim do ano. No começo de março de 1982, a decisão do governo argentino de invadir as Ilhas Falklands seguiu-se logo após o fracasso das conversações em Nova Iorque. Apenas neste estágio comparativamente tardio, o governo britânico, subitamente, compreendeu o perigo que enfrentava. Por exemplo, a primeira-ministra Thatcher registrou em memorando "nós precisamos fazer planos de contingência." Ela queria saber o quão rapidamente navios poderiam ser desdobrados. A resposta foi de que os meios mais próximos exigiriam quase três semanas de navegação e necessitariam de apoio de petroleiros da Real Frota Auxiliar. O ministro da defesa aconselhou, com base nas mais recentes avaliações pelo Comitê Conjunto de Inteligência (JIC), de que a Marinha argentina estava isolada em Buenos Aires ao pressionar por uma resolução pela força e que não havia nenhum perigo imediato.

Não pela primeira ou última vez, as avaliações do JIC mostraram-se completamente equivocadas. Na verdade, o primeiro estágio da agressão argentina, Operação AZUL, que incluía um desembarque na Ilha Geórgia do Sul, já estava em progresso sob a cobertura das atividades de "mercadores de sucata". Foi decidido despachar o Endurance para a Geógia do Sul com helicópteros armados e um pelotão de Reais Fuzileiros Navais para ver o que estava se passando, "colocando pressão sobre o grupo argentino... e fornecendo mais opções se tentativas para resolver o incidente se provassem difíceis." Ao mesmo tempo, ocorreram discussões em Londres e no Comando da Esquadra em Northwood, sobre um "mini-desdobramento" para a área, incluindo um desdobramento dissimulado de um SSN que poderia ser desvendado caso as circunstâncias exigissem. Uma força de deterrência em larga escala seria considerada, incluindo o Invincible e o Hermes, o LPD da ativa, um LSL, quatro destróieres e fragatas, um SSN, navios da RFA, e a Brigada de Comandos - que juntos constituiam apenas uma fração das forças eventualmente despachadas - mas isto seria dispendioso e levaria tempo. Enviar uma tal força

poderia muito bem precipitar a ação que tinha a intenção de conter: o orgulho nacional argentino exigiria uma resposta máxima. Sua vantagem geográfica e a relativa sofisticação de suas forças armadas colocariam nosso próprio grupo-tarefa em em séria desvantagem, dependendo, como estaria, de extensas linhas de comunicação.


Londres estava claramente titubeando, temendo uma escalada, indicada pela sua ordem para o Endurance criar uma exibição de força no assentamento britânico em Gritvyken, antes do que em Leith, onde os argentinos ilegais estavam localizados. Os argentinos, no entando, já tinham decidido escalar. Eles reforçaram seu grupo com infantes de marinha desembarcados pelo Bahia Paraiso, e desdobraram duas pequenas fragatas para a área preparadas como uma potencial força de resgate argentina. Os planos para a invasão das Ilhas Falklands também foram acelerados.

Sem nenhuma intenção de remover o grupo em Leith, e com um debate no Parlamento britânico tendo demonstrado a improbabilidade de sérias concessões britânicas, alguns na Argentina preocuparam-se que os britânicos pudessem responder ao incidente na Georgia do Sul com reforços, o que na verdade estava sendo discutido em Londres. A invasão Operação ROSARIO, iria tanto confrontar os britânicos com um fait accompli e forçá-los a uma transferência de soberania das ilhas, legitimada pelas Nações Unidas. A Junta argentina cometeu o erro de julgamento fundamental de que os britânicos não contra-atacariam. Na análise de Sir James Cable, isto teria sido um exercício em "força naval limitada definitiva." A liderança argentina claramente não esperava uma guerra, acreditando totalmente que os recentes cortes navais tinham solapado o potencial britânico para responder em força.

Foi um grave equívoco por parte da Grã-Bretanha que, ao contrário de 1977, um SSN já não estivesse em estação para ser revelado como uma ameaça para a qual os argentinos não teriam resposta alguma e cuja presença declarada poderia tê-los levado a pensar duas vezes sobre a montagem de uma invasão. Ao invés, as primeiras ações britânicas foram uma decisão para manter o Endurance em estação, desdobrar dois vasos da Real Frota Auxiliar para sustentá-lo, e preparar meios para possível desdobramento no sul. Fortuitamente, a guarnição dos Reais Fuzileiros Navais, Destacamento Naval 8901, estava em processo de ser substituída por um novo grupo chegado de Montevidéu no Navio de Pesquisas John Biscoe, desta forma duplicando as forças em terra.

Em 29 de março de 1982, Nott encontrou-se com o Primeiro Lorde do Mar, almirante Sir Henry Leach, e eles decidiram que os meios seriam postos em prontidão e que um SSN apoiando o exercício de rotina SPRINGTRAIN próximo a Gibraltar, o HMS Spartan, seria escolhido para rumar para o sul, o que ele fez em 1º de abril. No mesmo dia, o HMS Splendid, originalmente destinado a conter um submarino soviético ameaçando um submarino Polaris em patrulha, deixou a base em Faslane na Escócia para o Atlântico Sul. Um vaso irmão, o HMS Superb, tinha deixado Gibraltar em 26 de abril rumo à Grã-Bretanha, e em 31 deste mês, um relato da imprensa apareceu declarando que ele se destinava as Falklands. Alguns no Departamento do Exterior ficaram horrorizados de que este anúncio pudesse provocar uma invasão, mas os dados já tinham sido lançados.

Estava claro que uma força substancial seria exigida ou para deter ou para responder. O comandante-chefe da esquadra (CINCFLEET), almirante Fieldhouse, em Gibraltar para observar a SPRINGTRAIN, conferenciou com o oficial britânico em comando do exercício, o oficial-general da 1ª Flotilha, nenhum outro que o antigo diretor de planejamento, vice-almirante Woodward. Fieldhouse disse a Woodward, que, na condição de oficial-general mais à mão, tornaria-se comandante de qualquer potencial Grupo-Tarefa do Atlântico Sul, para elaborar planos de contingência. Ainda havia relutância em fazer qualquer coisa provocativa, e dúvidas lancinantes permaneciam a respeito de desarticular atividades da Guerra Fria. O Departamento do Exterior queria um terceiro submarino enviado, e o HMS Conqueror foi escolhido, mas isto teria significado que quase metade da frota disponível de sete embarcações seria amarrada fora-de-área, e ele foi mantido atrás.

Foi somente na noite de 31 de março de 1982 que informações claras mostraram que uma invasão marítima argentina das Ilhas Falklands estava perto de acontecer, provavelmente nas primeiras horas de 2 de abrirl. Um encontro foi marcado na Sala do Primeiro-Ministro na Casa dos Comuns. O ministro da defesa inicialmente recomendou não fazer nada mais do que já tinha sido feito e negociar alguma forma de acordo para salvar as aparências. Este crescente consenso, que seria um grande embaraço para um já profundamente impopular governo, foi desmontado pela chegada do Primeiro Lorde do Mar, Sir Henry Leach, que apareceu em uniforme completo, após uma visita a Portsmouth. Ele assumiu o controle do encontro e argumentou pelo emprego total de cada meio disponível. Uma força poderia ser concentrada dentro de uma semana. Os dois porta-aviões disponíveis, Invincible e Hermes poderiam fornecer cobertura aérea com "Sea Harriers". As Falklands poderiam e, na verdade, precisavam serem recapturadas:

"Porque se não fizermos nada, ou se agirmos como babacas e não obtivermos sucesso completo, em poucos meses estaremos vivendo num país diferente, cuja palavra contará para pouca coisa."


Estas palavras atingiram em cheio a primeira-ministra, cujo instinto natural era dar uma resposta robusta, e cujo instinto político antecipava a extensão do potencial colapso eleitoral que ela enfrentaria se a Grã-Bretanha fosse, em verdade, humilhada sem nenhuma contra-ação efetiva. Leach, também sem dúvida, se deliciou com o desconforto de Nott. Ele pensava que uma "exibição' bem sucedida nas Falklands minaria as políticas anti-Marinha de Nott. Leach foi instruído a começar a preparação da força; fortuitamente, a Real Marinha tinha acabado de executar um exercício de procedimentos de mobilização, portanto, tanto o estado-maior permanente quanto os convocados mantinham os procedimentos corretos frescos na cabeça.

Os dois porta-aviões foram postos em aviso de 48 horas para o mar. Ambos tinham estado ativos no mês anterior em um exercício do Flanco Norte, o Hermes como um porta-helicópteros (ainda que transportando "Sea Harriers") e o Invincible como porta-aviões antisubmarino. Eles agora estavam em Portsmouth, o Hermes em um Período de Manutenção Assistida por Estaleiro. O Fearless tinha revertido à sua função de treinamento e o Intrepid estava na reserva. O preparo destes navios para o mar começou imediatamente.

Ao mesmo tempo, a força da SPRINGTRAIN de Woodward obteve suprimentos pela transferência entre navios. Os sete navios a serem enviados para o sul - quatro destróieres e três fragatas - receberam suprimentos dos navios que rumavam para casa. O componente de escolta da Força-Tarefa 317 - a designação normal para um desdobramento fora-de-área - deveria ser formado por meios de emprego geral, e todas as altamente especializadas "Leanders" da conversão "Ikara" de Guerra Antisubmarino (ASW) retornaram para a Grã-Bretanha. Para substituí-las, havia três fragatas mais adequadas em Gibraltar, uma perto de ser reequipada no estaleiro e duas perto de serem enviadas para o leste, para juntarem-se à Armilla Patrol. Todas as três foram eventualmente ordenadas a juntarem-se à força-tarefa. Um quinto destróier estava retornando da Armilla e também recebeu ordens para rumar para o sul.

Em apoio estavam um navio de reabastecimento e dois petroleiros, um dos quais, RFA Tidespring, estava programado para desativação. Seu irmão, Tidepool, tinha sido vendido ao Chile mas foi rapidamente reconvocado. Outro auxiliar condenado, o navio de reabastecimento Stromness, também foi reativado na Grã-Bretanha e foi convertido em transporte de tropas. Passos foram tomados para requisitar navios mercantes em atividade. Um procedimento legalmente estabelecido foi adotado para isto, e afetou vasos indo do transporte Canberra - e mais tarde o Quenn Elizabeth II - até petroleiros da British Petroleum já programados para utilização naval numa emergência.

Em paralelo com a Força-Tarefa 317 estava a Força-Tarefa 324, constituída dos submarinos. Foi decidido continuar a prática normal de compartimentar a estrutura de comando dos submarinos por razões de gerenciamento do espaço marítimo. As duas forças estavam unificadas apenas por um comandante comum, almirante Fieldhouse. A Força-Tarefa incluía seu Grupo Anfíbio e sua brigada reforçada embarcada, constituída por comandos dos Reais Fuzileiros Navais e batalhões do Regimento de Paraquedistas (estes, como em Suez, indo para a guerra pelo mar). Os porta-aviões navegaram de Portsmouth com muita publicidade em 5 de maio. O objetivo primário era, neste estágio, engajar numa intencional política de canhoneiras para obter concessões argentinas, mas uma vez reorganizados na Ilha da Ascensão eventual contingência bélica estava clara. Lamentavelmente, a liderança argentina estava em numa situação política tão ruim que nenhuma concessão era possível.

A VITÓRIA BRITÂNICA NAS FALKLANDS.

Contrário às afirmativas de que o poder da Real Marinha não mais era adequado para o desafio, a Grã-Bretanha demonstrou que ainda possuía os recursos para projetar seu poder marítimo há milhares de quilômetros. Apesar da fixação com um cenário único e um planejamento de longa duração pressupondo a não realização de desembarques com oposição sem o apoio de aliados no Atlântico Oriental, a Real Marinha, para a surpresa do restante do Ministério da Defesa, se não do próprio Departamento da Marinha, ainda tinha alcance suficiente para disputar o comando do mar e do ar, projetando poder na outra extremidade de um distante hemisfério. Embora uns poucos meios utilizados estivessem programados para desativação na mais recente revisão, a frota fora-de-área que emergiu disso - em particular, uma vez que os LPDs tivessem sido restaurados -ainda tinha, na verdade, a capacidade de exercer uma formidável presença britânica no Atlântico Sul, e recapturar primeiro a Geórgia do Sul e então as Ilhas Falklands.

O início do conflito revelou algumas fraquezas potencialmente sérias. O Estado-Maior Naval não tinha pressionado por aeronaves de alarme aéreo antecipado (AEW) para os CVS, já que não desejava oposição da RAF aos novos helicópteros ASW. Aeronaves baseadas em terra para AEW eram boas para o Atlântico Oriental, mas não no Atlântico Sul. Esta deficiência, mais a inexperiência em combate de alto-nível, foram responsáveis pela perda do HMS Sheffield para um míssil "Exocet". A turma da sala de operações do navio não estava, ainda, sintonizada com a dinâmica de uma zona de guerra, fracassando em lidar de forma adequada com o engajamento.

Dois "Exocet" também afundaram o transporte de aeronaves Atlantic Conveyor - após serem atraídos para o navio mercante pelos "chaff" de contramedidas das escoltas - e um "Exocet" baseado em terra danificou o destróier Glamorgan. Nenhum "Exocet", no entando, jamais atingiu um navio bem-manejado, notavelmente a fragata Type 21, HMS Avenger que, apoiada pelos mísseis do HMS Exeter, rechaçou um ataque combinado de bombardeiros "Etendard" e "Skyhawk".

A ameaça principal era proveniente dos bombardeiros, especialmente os "Skyhawk" navais argentinos com suas bombas de retardo que, juntamente com os "Dagger" da Força Aérea, afundaram o HMS Ardent. Os aviões argentinos, no entanto, eram forçados pelas defesas da FT 317.8 a voarem baixo demais para suas bombas com fusos convencionais, explodirem. Vários navios foram atingidos por estas armas e tiveram a sorte de escaparem, mas a bomba na Type 21 Antelope explodiu quando estava sendo desativada e o navio se perdeu. Táticas também foram improvisadas "on the job" na operação das Type 22 equipadas com "Sea Wolf" em combinados com os Type 42 equipados com "Sea Dart", embora estes tenham provado-se problemáticos. O HMS Glasgow teve a sorte de escapar quando uma bomba o atravessou sem explodir. O Coventry foi menos sortudo, sendo bombardeado e afundado depois de sua parceira Broadsword ter sua atenção desviada por mal funcionamento dos mísseis e o impacto de uma bomba que não explodiu mas causou danos.

Mesmo com tudo isso, o sucesso da força expedicionária naval, claramente, superou tais perdas limitadas. Os porta-aviões e seus caças "Sea Harriers" armados com os mais recentes mísseis AIM-9L "Sidewinder" foram particularmente bem sucedidos. Mais tarde, eles foram suplementados por "Harriers" GR3 da Real Força Aérea, que concentraram-se na função de ataque ao solo. Utilizando estas aeronaves, o Hermes e o Invincible destruíram 33 aeronaves no ar e no solo, sem perder nenhum avião em combate ar-ar. Um total de seis "Sea Harriers" e quatro "Harriers" da RAF também foram perdidos para fogo terrestre e acidentes operacionais. O estoque de AIM-9L foi mantido pelos Estados Unidos, que também forneceram outros apoios vitais, incluindo a utilização de suas instalações na Ilha de Ascensão e comunicações por satélite com os submarinos.

Devido a certos navios, mais notavelmente o Endurance, terem sido mantidos na frota, há uma visão comumente sustentada de que a Guerra das Falklands levou a uma maior reavaliação das políticas de John Nott. De fato, há boas razões para sustentar que, embora a guerra tenha tido alguns efeitos marginais sobre a política, a direção básica indicada em 1981 não foi grandemente alterada pela guerra e que aquela política permaneceu muito como Nott havia planejado. O secretário deixou isto claro em um prefácio inserido na Declaração de Estimativas de Defesa, publicado em junho de 1982: "Os eventos das recentes semanas," argumentava Nott, não deveriam

"obscurecer o fato de que a principal ameaça à segurança do Reino Unido origina-se das forças convencionais e nucleares da União Soviética e seus aliados do Pacto de Varsóvia. Foi para enfrentar esta ameaça que o programa de defesa descrito no Ordenamento 8288 permanece apropriado."


Entretanto, seria "correto que devêssemos considerar se quaisquer ajustamentos ou mudanças de ênfase seriam, agora, necessárias." O documento reiterava a ênfase sobre as ameaças para a segurança ocidental fora da área da OTAN e "nossa intenção de manter e, onde for apropriado, expandir nossas atividades," incluindo a manutenção da capacidade para "intervenção com propósitos de deterrência ou defensivos."

Mudanças na política para a frota foram limitadas. Para cobrir os quatro navios perdidos nas Falklands, uma nova fragata, HMS Sheffield, seria encomendada, enquanto outros três destróieres mais antigos destinados a uma desativação prematura seriam mantidos. As novas fragatas Type 23 referidas na Declaração como "um tipo mais simples e barato de fragata antisubmarino," e destinada, originariamente, como pouco mais do que um rebocador de sonar de arrasto (towed array sonar), tornou-se uma fragata de emprego geral, com um canhão para bombardeio de costa e um helicóptero; isso também foi baseado sobre as lições da guerra. Mais tarde foi anunciado que, de modo a manter dois porta-aviões em comissão, o tempo todo, o Invincible permaneceria na Real Marinha.

O Livro Branco suplementar, "A Campanha das Falklands: Lições" (Ordenamento 8758) foi publicado no final de 1982. Este relatório insistia que o governo não havia mudado de idéia quanto aonde estava a maior ameaça: "Ainda é na Europa que nós e nossos aliados encaramos a maior concentração de forças do Pacto de Varsóvia." O Ordenamento 8758 também reconfirmava os quatro pilares: "o aperfeiçoamento e modernização das forças devotadas a estas tarefas, ainda devem ter a prioridade sobre nossos recursos."

Mesmo assim, "Lições" lembra aos leitores o quanto o Ordenamento 8288 tinha chamado "a atenção para a importância das ameaças representadas aos interesses ocidentais fora da área da OTAN," e como a manutenção de uma "capacidade para intervir unilateralmente ou com aliados, seja para proteger nossos interesses nacionais ou em resposta a um apelo por ajuda de nossos amigos" tinha "acabado de ser demonstrada, tão efetivamente na Campanha das Falklands." A política de sucessivos governos tinha sido de que operações fora-de-área deveriam ser executadas por forças cujo papel primário era a designação para a OTAN. A guerra havia "demonstrado que muitos elementos das forças armadas tinham as características básicas de flexibilidade tornando-os bem adequados para responder a desafios imprevistas surgindo fora da Europa." Houve uma ênfase renovada na capacidade anfíbia da 3ª Brigada de Comandos, que "nos daria uma habilidade grandemente incrementada para responder ao imprevisto de uma forma flexível e rápida."

Finalmente, a retenção dos dois LPDs foi confirmada, e outros incrementos de força significativos planejados no contexto de um orçamento aumentado, incluindo helicópteros AEW. A retirada do navio de patrulha de gelo HMS Endurance foi, afinal, cancelada. A frota de fragatas e destróieres permaneceria em "cerca de 55" até abril de 1984, com sete fragatas mais velhas sendo mantidas no momento.

Afirmações de que as Falklands, de algum modo, "salvaram" a frota de superfície, na verdade, não resistem a uma boa dose de escrutínio. O principal ganho foi o porta-aviões extra, mas até mesmo o impacto disso foi mitigado pela manutenção de somente dois grupos aéreos. O Hermes foi retirado de serviço em abril de 1984, um pouco mais tarde do que o desejado, porém, mais de um ano e meio antes do Ark Royal ser comissionado. O terceiro porta-aviões sempre estaria em considerável alerta quando na reserva ou reequipamento extenso. Enquanto isso, as 55 fragatas e destróieres na ativa de 1983 foram reduzidas a 52 navios de linha de frente em 1984, o ano no qual foi anunciado que a força total teria as 50 unidades de Nott, embora todas em comissão. No ano seguinte, os números de linha de frente despencaram para 46, com as palavras "cerca de 50" sendo empregada em 1986 para descrever o nível de força. Os números de fragatas e destróieres na ativa caíram mais ainda para 41 em 1988. Estes números não estavam muito afastados daquilo que teria sido a intenção nas propostas de John Nott em 1981.

Ainda assim, os porta-vozes navais continuavam a sustentar que a campanha das Falklands tinha reforçado enormemente o argumento por uma função fora-de-área. O vice-chefe do Estado-Maior Naval, Sir Peter Stanford colocou assim, no outono de 1983, numa conferência em Londres: "A Campanha das Falklands não terá ensinado alguma coisa sobre a necessidade de reagir à circunstâncias contingentes de um mundo violento e incerto, fora da situação institucionalizada euro-atlântica, em áreas onde o conflito é endêmico?" Neste ano, os chefes de estado-maior começaram a trabalhar em estudos que enfatizavam a maior probabilidade de operações fora, antes do que dentro da área da OTAN. Este pensamento tornou-se conhecido como o "Quinto Pilar" da política de defesa britânica, acrescentado aos existentes quatro que estavam no lugar desde a Revisão Wilson.

O "Quinto Pilar", entretanto, nunca tornou-se política oficial apesar do forte apoio de Sir John Fieldhouse, que tornara-se Chefe do Estado-Maior de Defesa. Ele expressou-se deste modo na Escola de Estado-Maior, em 1986:

Aprendi a não basear-me em cenários planejados e só posso aconselhar, confiantemente, que vocês esperem somente o inesperado. A ameaça mais séria contra a qual precisamos estar preparados ao mesmo tempo é a menos provável de, realmente, nos levar à ação.


Entretanto, Fieldhouse tinha de admitir que, ameaças fora-de-área ainda não eram forças impulsionadoras por si mesmas:

Nós não seremos capazes de devotar grandes recursos de forma direta em nossa capacidade fora-de-área do que somos hoje em dia. Portanto, precisamos garantir que nossos atos sejam moldados por nossas necessidades, e que engendremos flexibilidade e mobilidade em nossas forças da OTAN sempre que possível, para que uma dupla destinação faça sentido.


CONCLUSÃO.

A Guerra das Falklands provou que os tipos e tamanhos das forças expedicionárias navais britânicas exigidas para cumprir as funções da OTAN também forneciam suficiente capacidade para proteger interesses nacionais e de alianças num panorama mais amplo. Isto devia-se ao capaz componente expedicionário marítimo. Forças marítimas, desdobradas como estão no meio dominante do errôneamente denominado planeta "Terra", e com fácil acesso à maior parte da população mundial, tem inerentes alcance e capacidade para lidar com ameaças inesperadas.

A Guerra das Falklands também comprovou que a Real Marinha estava certa o tempo todo ao duvidar de um cenário único; ameaças podem surgir de frentes periféricas tão facilmente quando podem das frentes principais. Com toda a atenção e relatos da imprensa cercando a Guerra das Falklands, ela ainda permaneceu uma campanha menor comparada com o possível confronto da Guerra Fria contra a União Soviética. A pressão financeira tinha chegado perto de diminuir decisivamente a flexibilidade estratégica da Grã-Bretanha, mas até mesmo John Nott havia reconhecido a importância de reter alguma capacidade para uma função mais ampla de projeção de poder. Que a Argentina não tenha percebido esta capacidade remanescente foi uma tragédia, tanto para todas as baixas na guerra, como também para as ambições argentinas relativas às ilhas.

Antes de 1982, podia ter havido alguma chance de uma resolução negociada amigável que tivesse levado em consideração as pretensões de Buenos Aires. O governo argentino, entretanto, interpretou errado um importante número de sinais - em particular concernentes ao Endurance e à decisão britânica de não aumentar o número de tropas nas Falklands - concluindo incorretamente que a Grã-Bretanha não responderia militarmente a uma ameaça no muito distante Atlântico Sul. Depois da guerra, não haveria mais chance alguma de uma resolução negociada. Este foi, talvez, o resultado mais decisivo desta inesperada, porém feroz, pequena guerra.


_________________________

Extraído de ELLEMAN, Bruce A; PAINE, S.C.M. (Ed.) - Naval Power and Expeditionary Warfare: Peripheral campaigns and new theatres of naval warfare. 1ª ed. London, Routledge, 2011.




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Re: ESTRATÉGIA NAVAL

#606 Mensagem por FCarvalho » Seg Out 19, 2015 12:30 pm

Estratégia Naval na prática.

http://www.defesaaereanaval.com.br/quem-manda-no-mar/

abs.




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Re: ESTRATÉGIA NAVAL

#607 Mensagem por FCarvalho » Seg Ago 08, 2016 1:21 pm

Uma boa leitura.



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Re: ESTRATÉGIA NAVAL

#608 Mensagem por FCarvalho » Qui Set 29, 2016 6:19 pm

Mais um excelente artigo do Padilha.

Projeção dos Estados Unidos sobre o Atlântico Sul
http://www.defesaaereanaval.com.br/proj ... ntico-sul/

abs.




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Re: ESTRATÉGIA NAVAL

#609 Mensagem por JL » Qui Out 06, 2016 12:31 am

Achei este texto de minha autoria em meus escritos e deixo aqui para compartilhar, a respeito do nosso Nae como defesa para o pré sal e outras alternativas.

Não sou militar nem um profissional desta da área de defesa, mas dou as minhas opiniões.

Bem podemos dizer que os militares profissionais são bastante conservadores e tendem a olhar para o passado quando fazem as suas concepções. Desta forma no passado o Nae se consolidou, tendo ao final da II Grande Guerra Mundial tomado o lugar dos grandes encouraçados com sua artilharia. Assim como em outras formas de confronto, também na área naval quem ver primeiro o alvo e pode atirar na maior distância possível tem a primazia do combate.

A aviação embarcada, permitiu o domínio do ar e assim elevou a capacidade de localizar e acertar a distâncias antes inconcebíveis para os almirantes, ultrapassando em muito o alcance dos canhões e limitada visão que se tinha dos mastros mais altos.

Desta forma é muito difícil contrapor algo que possa substituir o Nae e sua ala aérea. Muitos falam dos submarinos mas são armas diferentes com utilidades diferentes. E também convém lembrar que o Nae é o melhor navio para a guerra ASW. Quanto guarnecido por aeronaves para este fim.

No entanto, quando falo em defender o pré sal, temos que pensar contra quem, quem pode atacar o pré-sal. Desta forma pela posição geográfica distante que nós ocupamos, somente uma frota de uma marinha de águas azuis, com grande capacidade poderia ser ameaça. Assim usar um Nae para a sua defesa, implicaria talvez em uma clássica batalha de frotas, tipo Midway, talvez.

Pois quem vier aqui no Atlântico Sul, com certeza terá a sua aviação embarcada, desta forma, ou se tem um Nae na altura do eventual adversário ou estará fado a iniciar o confronto em inferioridade, sendo que combaterá com as mesmas armas e táticas do adversário, porém relembrando com inferioridade, pois estamos atrasados na corrida armamentística, dependentes de tecnologia externa e limitados em muito pela economia.

Também é bom citar de que a imensidão e as características de mar aberto do Atlântico Sul, prejudicam em muito táticas de guerra assimétrica como as que são pensadas por países com o Irã contra a US Navy, ou até o que os suecos fazem no Mar Báltico, para fazer frente aos russos. Não estamos em um mar fechado, ou em um litoral recortado, estamos de frente para um oceano, onde os barcos tem que ser grandes para poderem ser úteis. Isto é um complicador muito sério.

Mas nem por isso poderíamos deixar de pensar em alternativas, entre elas a existência de aeronaves de ataque naval capazes de sair do continente e ameaçar um eventual intruso, algo como por exemplo um Su 34 com um míssil supersônico como o Brahmos ou P 800, ou algo similar, juntamente com diversos submarinos diesel elétricos indo dos de grande capacidade oceânicos como os que nós estamos construindo somados a outros menores do tipo costeiro, dotados de todos os tipos de armas inclusive mísseis anti navio. Outros recursos, como mísseis anti navio em plataformas, mísseis em baterias costeiras com a localização de alvos sendo feitas por UAV's visto a superioridade aérea que o eventual inimigo poderia alcançar. Sistemas de sensoriamento como radares e sonares colocados nas próprias plataformas. Tendo também que se pensar em como proteger as plataformas de assaltos de tropas especiais.

Devo lembrar por exemplo de que novas armas poderão surgir, como a China que tem um míssil balístico anti Nae por exemplo. Hoje com as tecnologias podemos produzir aqui algo como um míssil Cruiser com capacidade anti navio, uma arma que poderá ser um complicador para um eventual agressor.

Seja como for todas as possibilidades tem pontos fracos e deficiências. Mas do jeito que esta hoje ao meu ver somente os submarinos atuais são alguma ameaça contra um eventual intruso no Atlântico Sul. O nosso atual Nae não funciona e mesmo todo reformado e equipado com armas e aeronaves como por exemplo caças F 18 ainda estará em inferioridade comparado ao Nae francês ou ao Nae russo isto sem falar aos Nae Norte Americanos.

Claro que o Nae operacional, torna a Marinha Brasileira uma das mais poderosas do planeta e tremendamente superior as outras do continente sul americano ou da África, mas será que são estas forças navais a ameaça ao pré-sal?

Bem este é um simples comentário.




Dos cosas te pido señor, la victoria y el regreso, pero si una sola haz de darme, que sea la victoria.
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Re: ESTRATÉGIA NAVAL

#610 Mensagem por FCarvalho » Dom Ago 02, 2020 11:37 am

Fórum Brasileiro para Assuntos Marítimos e de Defesa

https://www.maredefesa.org/




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Re: ESTRATÉGIA NAVAL

#611 Mensagem por FCarvalho » Dom Ago 30, 2020 12:13 am





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Re: ESTRATÉGIA NAVAL

#612 Mensagem por FCarvalho » Sex Jan 01, 2021 3:00 pm





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Re: ESTRATÉGIA NAVAL

#613 Mensagem por EduClau » Sáb Jan 02, 2021 6:50 pm

Leitura interessante:

La pérdida del mando de los mares de la Marina de los EE. UU. en China y cómo recuperarlo

http://fdra-naval.blogspot.com/2020/12/ ... ueden.html

sds.




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Re: ESTRATÉGIA NAVAL

#614 Mensagem por FCarvalho » Sex Mar 19, 2021 11:06 pm

CMG (FN) RENATO RANGEL FERREIRA

OPERAÇÕES NAVAIS NO SÉCULO XXI:
Tarefas Básicas do Poder Naval para a proteção da Amazônia Azul

Monografia apresentada à Escola de Guerra Naval, como requisito parcial para a conclusão do Curso de Política e Estratégia Marítimas.
Orientador: CMG (FN-RM1) José Cláudio da Costa Oliveira


http://www.redebim.dphdm.mar.mil.br/vin ... 0006b6.pdf

Muito bom para conhecer os conceitos básicos do poder naval, seu emprego e expressão.




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Re: ESTRATÉGIA NAVAL

#615 Mensagem por FCarvalho » Dom Jan 30, 2022 4:50 pm

SantaCatarinaBR escreveu: Dom Jan 30, 2022 1:21 pm A Marinha Chinesa está em um processo acelerado de desenvolvimento e expansão de sua capacidade, será que a China pretende projetar poder naval no Atlântico Sul?





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