Porta-Aviões

Assuntos em discussão: Marinha do Brasil e marinhas estrangeiras, forças de superfície e submarinas, aviação naval e tecnologia naval.

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Porta-Aviões

#1 Mensagem por Marino » Seg Mai 14, 2007 6:22 pm

Este é um tópico que abri no Alide, rendeu um bom debate com o Juarez, mas não seguiu adiante.
Resolvi trazê-lo para aqui, onde um nº maior de foristas pode dar sua opinião.
A intenção é debater a necessidade de um PA, não o "hardware" em si.
Há muita dúvida sobre o tema.
Começo transcrevendo um texto da MB, copiado do site INFOMAR, que é muito bom, escrito pelo Alte Wellington, o mesmo que escreveu o texto sobre os submarinos na Segurança e Defesa:

Aviação Naval*

O Serviço de Relações Públicas da Marinha concedeu entrevista – até o momento, não publicada - ao Jornal O GLOBO, do Rio de Janeiro, enfocando o tema AVIAÇÃO NAVAL. Por conter informações do interesse do público interno, foi decidida a publicação na presente edição do NOMAR.

O GLOBO: Qual é a visão da Marinha do Brasil sobre o emprego do porta-aviões como instrumento político-estratégico?

SRPM: O Poder Naval destina-se à garantia da soberania e dos interesses do país no mar e ao apoio de sua ação diplomática no cenário internacional. Evidentemente, a política externa adotada pela nação definirá o perfil geral - defensivo ou ofensivo - de seu Poder Naval.

É importante notar, contudo, que os meios navais, per se, não são intrinsecamente ofensivos ou defensivos; o critério de aferição é o modo como são empregados. A minagem de nossos próprios portos, para negar o acesso ao inimigo, caracteriza a mina como arma defensiva; se empregada para minar portos inimigos, numa guerra de atrição, torna-se arma ofensiva.

Da mesma forma, também o emprego do porta-aviões como instrumento político-estratégico, conforme apresentado na pergunta, depende, exclusivamente, da política exterior adotada pelo país. Como primeira consideração, impõe-se a distinção entre os gigantescos "porta-aviões de ataque" americanos e os antigamente denominados "porta-aviões de escolta". Aqueles, projetados durante a "Guerra Fria" para garantir a superioridade aérea americana contra a antiga União Soviética em qualquer teatro, prestam-se perfeitamente para o novo papel que lhes cabe no contexto político-estratégico visualizado pelos Estados Unidos e claramente expresso no documento intitulado "From the Sea", que, em face da inexistência de oponente à altura em "águas azuis", orienta o preparo da Marinha Americana para a atuação "a partir do mar", isto é, projetando poder sobre terra. Em tradução mais livre, empregando o Poder Naval, conforme necessário, para intervir em qualquer região, para garantir os interesses dos Estados Unidos e impor a "Pax Americana".

Diferentemente, os "porta-avões de escolta", que já nem têm mais tal denominação, são empregados, fundamentalmente, na defesa aérea das forças navais em alto-mar e no "controle de áreas marítimas", que, conceitualmente, significa um certo grau de garantia de utilização, ainda que temporária, de áreas marítimas limitadas, estacionárias ou móveis, com vistas à execução de determinadas atividades, como prover segurança às comunicações marítimas e permitir a exploração e a explotação dos recursos do mar, por exemplo.

Em síntese, e buscando responder objetivamente à pergunta, a visão da Marinha do Brasil sobre o emprego do porta-aviões como instrumento político-estratégico é a de que, para tal emprego, é necessário, antes de mais nada, possuir um porta-aviões com características compatíveis com tal destinação e, acima de tudo, uma política nacional que a comporte. Para a estratégia naval brasileira, o emprego do porta-aviões segue o modelo apresentado para os porta-aviões de porte e propósito mais limitados, isto é, o porta-aviões é, tão-somente, um componente da força naval à qual, então, estará atribuído um papel político-estratégico.

O GLOBO: Como a Marinha explica o fato de potências navais como a China e Japão, que não têm porta-aviões, agora fazerem planos para construí-los?

SRPM: Não haveria muito como a Marinha explicar o fato, particularmente por desconhecer as características pretendidas para os porta-aviões mencionados. Pode-se, entretanto, conjecturar. No caso da China, a atitude parece consentânea com o aumento global de seu poder militar e, particularmente, com o crescimento de sua capacidade de projeção de poder, conforme demonstrado, em 1996, em sua ação de "pressão" sobre Taiwan. Também, a julgar procedentes as considerações de Samuel Huntington, no livro "O Choque de Civilizações e a Recomposição da Ordem Mundial", este parece ser o caminho natural da China.

No caso do Japão, contrariamente ao que muitos pensam, um dos maiores orçamentos militares do mundo (é o segundo, em valores absolutos), é possível que a crescente redução da participação americana na sua defesa esteja motivando os japoneses a preencher lacunas futuras, vislumbradas a partir desse fato. Mas, conforme dito inicialmente, são apenas conjecturas.

O GLOBO: Poderia comentar brevemente algumas concepções de guerra aeronaval, a partir do fato de os EUA terem 12 porta-aviões e a Rússia apenas um?

SRPM: O fato de um país ter 12 porta-aviões e outro apenas um não parece servir de base para comentários sobre concepções de guerra aeronaval, porquanto tal estado de coisas não deve decorrer de divergências no conceito de emprego daqueles meios.

O que leva os Estados Unidos a terem um Poder Naval daquela magnitude e a antiga URSS uma Marinha como a que tinha constitui questão de outra ordem. (Digo a URSS, porque a situação atual da Russia deve resultar de imperativo econômico e não de concepção estratégica). A situação, que tem origem, na verdade, em um conjunto de fatores, incluindo raízes históricas e determinantes geopolíticos, é um tanto complexa e sua compreensão demanda alguma digressão, ainda que com simplificações acentuadas.

Ocorre que na história da humanidade, imperativos geográficos, entre outros, foram determinantes na caracterização marítima ou continental das nações. Povos que viviam em estreitas faixas de terra, entre mar e montanha, como fenícios e portugueses, ou habitavam ilhas, como os ingleses, eram, por assim dizer, forçados para o mar, enquanto franceses, alemães e russos, dispondo de vastos territórios, com planícies férteis, tornaram-se países continentais. Aqueles desenvolveram poderosas marinhas; estes, grandes exércitos. No confronto entre uns e outros, ao longo da história, as nações marítimas sempre acabaram por predominar.

Curiosamente, os Estados Unidos tinham tudo para ser um país continental, mas, influenciados pelas teorias do Almirante Alfred Mahan (The Influence of Sea Power upon History, 1890), que, em síntese (e de maneira bastante simplificada), estabeleciam que aquele que controlasse as rotas marítimas mundiais controlaria o comércio mundial, e quem controlasse o comércio mundial regeria os destinos do mundo, entenderam ser o destino manifesto da América suceder aos britânicos na hegemonia mundial e resolveram adotar, desde o final do século XIX, o modelo - aparentemente inadequado para uma nação continental - de nação marítima. O resultado foi o século americano, o século XX.

Contrapondo-se às teorias do Almirante Mahan, havia a teoria de Sir Halford Mackinder, de 1904, segundo a qual a época Colombiana - o período de quatro séculos de exploração e conquista ultramarina pelas potências européias - chegava ao fim e cederia lugar a outra, de natureza bastante distinta. Simplificadamente, ele dizia que o futuro dependeria dos acontecimentos na estratégica "área pivô" do mundo - a Rússia central. Quem dominasse o que chamava de "heartland", as vastas regiões da Rússia e da Mongólia, disporia de tantos recursos, humanos e materiais, que concentraria um poder capaz de manter-se em expansão, conquistando toda a Ásia, Europa e assim por diante. O entusiasmo demonstrado pelos nazistas por tal teoria parece tê-la desacreditado um pouco, mas os geopolíticos da antiga União Soviética, com sua política expansionista, talvez tenham-na considerado seriamente. O mesmo pode-se dizer dos americanos, que, ao longo de toda a Guerra Fria, se fixaram em estratégias de contenção, tentando impedir que o adversário comprovasse a tese.

Destarte, os russos, para garantir as extensas fronteiras – e empreender a expansão territorial -, desenvolveram grandes exércitos, enquanto a inexistência de saídas para as águas quentes - seus portos congelam no inverno - sempre contribuiu para desestimular o desenvolvimento naval.

Os americanos, por outro lado, fazendo fronteira com países amigos ou militarmente fracos, desde o final do século passado só tiveram enfrentamentos longe de seu território, daí a necessidade de manter uma Marinha compatível com a dimensão de seus interesses. Aliás, desde a Segunda Guerra Mundial, quando conduziram duas guerras simultâneas, uma no Pacífico, outra no Atlântico, orientam o preparo de suas Forças para a realização de tarefa semelhante.

Os soviéticos, por sua vez, desde que se entenderam superpotência, bem que tentaram desafiar o domínio do mar mantido pelos Estados Unidos e, classicamente, lançaram-se, de início, à produção de submarinos em larga escala, à semelhança do que sempre fizera a Alemanha para desafiar a supremacia naval britânica. Posteriormente, passaram a desenvolver consideráveis forças de superficie, iniciando-se, inclusive, na guerra aeronaval, a despeito das dificuldades de acesso às águas quentes, que eram agravadas por tratado que proibia o trânsito de porta-aviões pelo Estreito de Bósforo, obrigando-os a produzir eufemismos como o Kirov, cruzador de batalha com capacidade para operar aeronaves VTOL. Antes, já haviam produzido os porta-aviões (4) da classe Kiev e, finalmente, o Almirante Gorshkov. Tudo indica que teriam prosseguido. Não fora o desmoronamento da URSS, quantos porta-aviões teriam hoje? Apenas um?

O GLOBO: Nosso país pleiteia uma cadeira permanente no Conselho de Segurança da ONU. Caso o Brasil consiga, o que muda nos planos de reequipamento da Marinha?

SRPM: De imediato, nada muda nos planos da Marinha, porquanto não são vislumbradas, para o Poder Naval brasileiro, tarefas adicionais que requeiram capacidade superior à conferida pelo Programa de Reaparelhamento (PRM) em curso.

O GLOBO: Para a Marinha é melhor investir em submarinos ou em porta-aviões?

SRPM: Em ambos. É preciso considerar que cada qual tem seu papel e, para o Brasil, ambos são indispensáveis. O submarino é, por excelência, o grande dissuasor, uma vez que sua capacidade de ocultação resulta em elevado grau de incerteza para o adversário, que, para compensá-la, tem que dispor de elevado número de meios para contrapor-se – com discutíveis chances - a um único submarino, tornando a razão custo/benefício extremamente favorável ao último. No entanto, o submarino, insuperável na tarefa de negar o uso do mar ao inimigo, isto é, impedir que que ele controle determinada área marítima, explorando-a contra nossos interesses, torna-se mero coadjuvante na tarefa de controlar área marítima de nosso interesse. Para tanto, é fundamental dispor-se de forças navais de superfície, particularmente, dotadas de porta-aviões.

No caso do Brasil, é preciso considerar que o controle de área marítima, conforme conceituado na primeira resposta, é vital para evitar nosso colapso, porquanto mais de 95% do nosso comércio exterior é realizado por via marítima; estamos falando, entre importações e exportações, de mais de cento e vinte bilhões de dólares ao ano! Neste século, fomos duas vezes à guerra em decorrência de ataques ao nosso tráfego marítimo, que é apenas parte dos nossos interesses no mar, de onde saem mais de 70% de nosso petróleo (cerca de cinco bilhões de dólares ao ano); sem mencionar a pesca e outras atividades. O significado vital desses interesses transforma-se em vulnerabilidade a ser defendida. Somente um Poder Naval consentâneo com a magnitude dos interesses pode garanti-los.

É claro que se impõem aqui considerações de outra ordem: qual a ameaça? Em situação de ameaça reduzida e até indefinida, como no presente, basta dispor de um poder capaz, não de derrotar qualquer inimigo, mas de garantir a dissuasão contra pressões militares, tornando mais atraente a via diplomática. Para alcançar tal efeito desejado, entretanto, é fundamental que os meios disponíveis e o preparo do pessoal que os opera infundam credibilidade. Deve haver qualidade e incorporar tecnologia atualizada. Esta é a estratégia que norteou a elaboração do atual Plano de Reaparelhamento da Marinha e que contempla a existência de porta-aviões e aviação embarcada, que garanta a defesa aérea da força naval operando em alto-mar e o controle de área marítima de interesse.

O GLOBO: Na defesa do Brasil, o que seria mais eficiente? Porta-aviões ou aviões baseados em terra? Qual é a opinião da Marinha?

SRPM: Ao estabelecer "Na defesa do Brasil...", a pergunta fica um tanto vaga: refere-se ao território nacional ou aos interesses do país? Se ao território, de onde proviria a ameaça aérea? Se de um país vizinho – o que, hoje, parece mera abstração -, sem dúvida, teria que ser enfrentada por aeronaves baseadas em terra. Entretanto, se a ameaça for proveniente de aeronaves voando sobre o mar, a aviação embarcada poderá interceptá-las muito antes de entrarem no raio de ação da aviação baseada em terra. No mínimo, terá garantido o primeiro embate, reduzindo o ímpeto do ataque e aumentado as chances de êxito do esforço conjugado de ambas as aviações.

Além disso, somente a aviação embarcada pode garantir a defesa de uma força naval contra ataques aéreos em alto-mar. Considerar que a aviação baseada em terra possa fazê-lo significa limitar a operação dos navios às cercanias das bases aéreas capazes de operar interceptadores e, levando-se em conta o tempo de reação entre detecção, acionamento, decolagem e interceptação, o conceito de "cercanias" pode ser de tal forma limitado que, na quase totalidade dos casos, terá eliminado a razão de ser da força naval, suprimindo-lhe a mais fundamental de suas características, a mobilidade.

O GLOBO: Quantos porta-aviões seriam necessários para um país do tamanho do Brasil?

SRPM: Na verdade, não seria apenas o tamanho do país o fator a ser considerado. O mais importante é a tarefa a desempenhar. A Grã-Bretanha, com uma área menor do que a maioria dos nosso estados, possui três. Para a atual conjuntura brasileira, considerando-se, entre outros fatores, a estratégia de garantir um mínimo de dissuasão e as realidades econômicas e sociais do país, a Marinha considera essencial um porta-aviões. O desejável, pelo menos dois.

O GLOBO: Quais os aviões que a Marinha gostaria de comprar para o "Minas Gerais"?

SRPM: Ao equipar o "Minas Gerais" com aviões de asa fixa, a Marinha pretende vencer uma etapa de um processo, qual seja, a consolidação da aviação embarcada. É imperioso, portanto, que a aeronave seja compatível com o propósito: não pode ser obsoleta e deve estar em uso em outros países, por um lado, para não violar os pressupostos da credibilidade e, por outro, para garantir a disponibilidade de peças de reposição; não pode apresentar elevado custo de obtenção, porque terá de ser adquirida dentro do orçamento da própria Força, sem aporte de recursos extraordinários do Tesouro Nacional; não pode apresentar elevados custos de manutenção e tem que ser compatível com o porta-aviões disponível.

Evidentemente, as opções não são muitas, mas existem. O A-4 Skyhawk, que vem sendo citado em diversas reportagens, é, sem dúvida, uma delas.

O GLOBO: O "Minas Gerais" tem mais de 50 anos de idade. Quais são os planos da Marinha para substituí-lo?

SRPM: Uma vez consolidada a aviação naval, com a operação, pela Marinha, de aeronaves de interceptação, a idéia da Marinha é substituí-lo por outro porta-aviões. Merece registro, contudo, o fato de que o "Minas Gerais" estar em serviço ativo há mais de 50 anos não constitui anomalia: os porta-aviões "USS Independence", "USS Kitty Hawk" e "USS Constelation", todos no serviço ativo na Marinha dos Estados Unidos, foram construídos na década de 1950, enquanto que os dois porta-aviões da India, o Vikrant e o Viraad, são coevos do Minas Gerais.

O GLOBO: O Brasil tem capacidade para construir seu próprio porta-aviões ou terá de comprar um pronto?

SRPM: O Brasil tem capacidade de projetar e construir porta-aviões e, no momento, esta é a única alternativa contemplada pela Marinha. Nosso país já projeta e constrói navios de guerra, produzindo, inclusive, submarinos, meios que demandam a mais sofisticada tecnologia de construção naval.

O GLOBO: A maioria dos brasileiros acha que a possibilidade de o Brasil se envolver em um guerra é muito remota, senão impossível. Como a Marinha fará para convencer a sociedade de que ela precisa se equipar?

SRPM: A Marinha concorda que a possibilidade de o Brasil se envolver em uma guerra, na atual conjuntura internacional, é bastante remota; assim como era impensável, até poucos dias antes da ocorrência, a invasão das Malvinas, a invasão do Panamá, a invasão de Granada, a invasão do Kuwait, a Guerra da Bósnia e outros conflitos e surpresas do cotidiano internacional, como a inesperada queda do Muro de Berlim, por exemplo.

Há apenas quinze anos, nada disso havia acontecido. O que, na verdade, não muda o fato de que, no presente, o Brasil não consegue identificar nenhuma ameaça iminente. Entretanto, se por um lado não há ameaças, por outro, há interesses nacionais e, sendo a potência emergente do porte que é, dificilmente poderá o país continuar disputando espaços e mercados sem despertar antagonismos, dos quais, as pressões da Alca sobre o Mercosul são mero exemplo. E, desde que o mundo é mundo, quer entre pessoas, quer entre nações, a origem dos conflitos está no choque de interesses. É claro que, como manda o bom figurino, os povos devem apelar sempre para a solução pacífica das controvérsias. Por outro lado, o recurso a tal expediente será tão mais atraente quanto menos convidativa a via militar.

Exemplo interessante ocorreu recentemente entre Canadá e Espanha, dois países do chamado Primeiro Mundo, ambos membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN): segundo o Canadá, a Espanha realizava pesca predatória em águas adjacentes aos bancos da Terranova. Esta alegava estar em águas internacionais, fora de qualquer jurisdição canadense. O Canadá, certo ou errado, enviou navios de guerra para impedir a ação dos pesqueiros espanhóis e, assim, impor sua vontade. Como a Espanha também possui Marinha e enviou seus navios para a área do litígio, ambos concordaram que a mesa de negociação poderia levar a melhores resultados. A lição que fica é a de que, se a Espanha não dispusesse de Marinha, teria de submeter-se à pressão militar do Canadá. Em 1963, o próprio Brasil viveu episódio semelhante com a França, que realizava pesca predatória da lagosta no litoral do nordeste brasileiro e, em resposta aos nossos protestos, enviou um navio de guerra para garantir a atividade dos pesqueiros. A chegada da Esquadra brasileira à cena de ação, a despeito da impossibilidade de vencermos qualquer guerra contra a França, mudou o curso dos acontecimentos, levando a disputa para o foro diplomático adequado.

Como observado nos exemplos, os conflitos surgem inesperadamente, como que do nada. Já as Forças Armadas, existem ou não. Não há como improvisá-las. Um navio de guerra, por exemplo, uma vez tomada a decisão de obtê-lo, leva cerca de cinco anos, entre projeto, construção e aprestamento, para tê-lo pronto. A formação de pessoal, em todos os níveis, leva bem mais, enquanto que o desenvolvimento de uma adequada cultura de emprego é assunto para mais de século. Não é, absolutamente, um problema só nosso. É assim no mundo inteiro.

Quanto ao que foi apresentado na pergunta, isto é, como a Marinha fará para convencer a sociedade do que ela precisa, é realmente tarefa árdua, mas será que é problema só da Marinha, ou mesmo, das Forças Armadas convencer a sociedade? Diferentemente do que é praticado no Brasil, a Defesa não é problema dos militares. É problema da nação, dos políticos, dos segmentos esclarecidos e de todas as camadas sociais. A discussão desses assuntos deve, necessariamente envolver a todos, o que inclui, sobremodo, a Imprensa. Na visão da Marinha, a solicitação da presente entrevista, por parte desse jornal, reveste-se de especial significado, em razão do que, coloca-se, desde logo, à disposição para prestar, a qualquer tempo, todas as informações que venham a ser solicitadas.

* (Extraído da Revista NOMAR n0 688 de 19 de dezembro de 1997)




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#2 Mensagem por Marino » Seg Mai 14, 2007 6:23 pm

O texto abaixo foi retirado do site da USN:

Why the Carriers?

The United States has become increasingly entwined in the business and security issues with the rest of the world. Our economy and security depends upon our protecting our overseas interests as well as encouraging peace and stability around the globe. Forward presence by U.S. Navy aircraft carrier battle groups and amphibious ready groups helps us accomplish this. As former Secretary of Defense William Cohen stated: "If you don't have that forward deployed presence, you have less of a voice, less of an influence." The U.S. Navy is engaged. And engaged means being there.
As example, on 11 September 2001, USS Enterprise (CVN 65) had just been relieved from being on station in support of Operation Southern Watch. She was heading south in the Indian Ocean, beginning her trip back to homeport in Norfolk, Va., when, on television, they saw the live coverage of attack on the World Trade Center, then on the Pentagon. Enterprise, without an order from the chain of command, put the rudder over, executed a 180-degree course change and headed back to the waters off Southwest Asia. Enterprise then remained on station in support of Operation Enduring Freedom, launching air attacks against al Qaeda terrorist training camps and Taliban military installations in Afghanistan. For approximately the next three weeks, aircraft from Enterprise flew nearly 700 missions in Afghanistan, dropping hundreds of thousands of pounds of ordnance.
The carrier battle group, operating in international waters, does not need the permission of host countries for landing or overflight rights. Nor does it need to build or maintain bases in countries where our presence may cause political or other strains. Aircraft carriers are sovereign U.S. territory that steam anywhere in international waters — and most of the surface of the globe is water. This characteristic is not lost on our political decision-makers, who use Navy aircraft carriers as a powerful instrument of diplomacy, strengthening alliances or answering the fire bell of crisis. As former President Bill Clinton said during a visit to the aircraft carrier USS Theodore Roosevelt, "When word of crisis breaks out in Washington, it's no accident the first question that comes to everyone's lips is; where is the nearest carrier?"
The carrier battle group can not only operate independently but it presents a unique range of options to the President, Congress and Secretary of Defense. By using the oceans — more than 70% of the earth's surface is ocean — both as a means of access and as a base, forward-deployed Navy and Marine forces are readily available to provide the United States with a rheostat of national response capabilities. These capabilities range from simply showing the flag — just a presence — to insertion of power ashore. The unique contribution of aircraft carriers to our national security was best expressed by Gen. John Shalikashvili, former Chairman of the Joint Chiefs of Staff, who said during a visit to USS Dwight D. Eisenhower, "I know how relieved I am each time when I turn to my operations officer and say, 'Hey, where's the nearest carrier?' and he can say to me 'It's right there on the spot.' For United States' interests, that means everything."




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#3 Mensagem por Einsamkeit » Seg Mai 14, 2007 6:27 pm

Existe a necessidade de um NAe na medida que o Brasil deixa de ter uma postura totalmente defensiva, porque um NAe é uma arma ofensiva, é muito mais barato defender o Litoral com Aviaçao com base em terra.

O SNB significa uma mudança de rumos, o A-12 como ja esta é uma Otima plataforma ASW e para apoio de desembarque, só ficando devendo na Defesa aerea e no ataque.




Somos memórias de lobos que rasgam a pele
Lobos que foram homens e o tornarão a ser
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#4 Mensagem por Marino » Seg Mai 14, 2007 6:34 pm

É sempre interessante sabermos o que pensa um país geograficamente parecido com o nosso, em termos marítimos.
Abaixo o pensamento da Marinha Argentina.


Aviación Naval
El Comando de Aviación Naval ha sido el responsable de que durante muchos años la Armada Argentina fuera considerada la mas potente del subcontinente. La combinación del Grupo Aeronaval Embarcado con sus A-4, Super Etendart, Tracker y Sea Kings junto con el portaaviones V2 A.R.A "25 de Mayo", hicieron de la ARA la fuerza a tener en cuenta incluso a nivel regional, distinción que la cabe hoy a la Marinha Brasileira con su Sao Paulo (ex Foch) y sus A-4 embarcados.
La ARA ha decidido mantener su capacidad de operar en portaaviones aun a sabiendas de que solo a largo plazo podrá contar con un portaaeronaves propio. Para ello cuenta con la colaboración de la Marinha que ha prestado regularmente su portaaeronaves ligero "Minas Gerais" (un gemelo del "25 de mayo") para las maniobras ARAEX y que a partir del 2001 ha hecho lo mismo con el recién llegado "Sao Paulo".
Básicamente la fuerza esta compuesta por un escuadrón de ataque con Super Etendarts, 2 antisubmarinos con S-2T Tracker y SH-3D Sea King, 2 de patrulla marítima con P-3B Orion y Beech 200 marinizados, 1 de apoyo a la IMARA con UH-1H, 1 embarcado en los escoltas con helicópteros Alouette III y Fennec mas algunos aviones de transporte y un Electra modificado para misiones ELINT con equipos Israelíes. El entrenamiento se hace con T-34C y Embraer EMB-326 Xavante, operando estos últimos también en misiones CAS en apoyo de la IMARA.


Cópia do forista Alberto, da Alide.
"Revista del Centro Naval de la Armada Argentina (BCN)":

La Argentina, por su parte, que a lo largo de tres décadas desarrolló con sacrifícios de vidas y recursos la singular e compleja habilidad de operar grupos aéreos embarcados en portaaviones que incluíam aviones de caza y ataque, y exploradores antisubmarinos de ala fija, perfectamente integrados y coordinados - y que con su propria experiencia de guerra pudo evaluar la importancia de contar con ellos -, paradójicamente, cuando se encontraba en el cenit de esa habilidad y con una capacidad única en una nación del Atlántico Sur, quitó de servicio al ARA 25 de Mayo en 1987 con la intención de modernizarlo. Sólo cinco marinas onstentaban esa capacidad en el resto del mundo en ese entonces. Finalmente fue radiado en 1997 sin haber logrado el propósito y en enero de 1999 partió a remolque para ser desguazado como chatarra. No es que ni antes ni después de esas fechas faltaram las oportunidades de modernizarlo o reemplazarlo; simplesmente, por razones y con consecuencias que no nuestro propósito analizar ahora, ellas no fueron aprovechadas.

Quien sí aprovechó las suyas - haciendo gala de visión estratégica, sentido de la oportunidad y férrea voluntad - fue Brasil, nuestro vecino y amigo. Este país, no solamente reparó y modernizó integralmente em MB Minas Gerais con el objeto de emplear la veintena de A-4 Skywawk que adquirió (por 63 millones de dólares) a Kuwait a fines de la década de 1990, sino que poco después adquirió - segun fuentes confiables, al costo de sólo 12 millones de dólares - el portaaviones MB São Paulo (ex. marina francesa Foch). Según uno de los corresponsales de la revista española Fuerza Naval, de esta manera, la Marina de Brasil "está en camino de adquirir el poder aéreo embarcado que hace 34 años tuvo la Armada Argentina"; es decir, cuando aún ni siquiera se hablaba de incorporar a nuestros ahora veteranos "Super Etendard". Hecha esta digresión - que por ser breve no se ha ampliado al caso de los buques anfibios - se continua con la presente (...)"




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#5 Mensagem por Marino » Seg Mai 14, 2007 6:40 pm

Ainda sobre os argentinos, recebi o que transcrevo abaixo de um grande amigo, e que deixa, mais uma vez, claro o pensamento deles sobre o tema:

Este es un artìculo de la gente de la revista MACH 1 de la aviación naval argentina acerca de un proyecto al que bautizaron PAM (Portaaviones Mediano) “General Belgrano”. El artìculo es interesante, ya que plantea las opciones de GAE para el tipo de PA y que PA deberìa ser y cuales se descartarìan.


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Interessante a conclusão, não é verdade:
"Pelo exposto, os argumentos sobram e as vantagens se fazem mais que evidentes. Somente é necessária uma vontade política com visão objetiva, carente de atitudes demagógicas ou mesquinhas."




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#6 Mensagem por Marino » Seg Mai 14, 2007 6:42 pm

Um último aporte sobre o pensamento argentino.
Além dos dados já postados acima, coloco outro estudo enviado por meu colega argentino, a quem muito agradeço a "fuente", e onde é discutida a "Armada Requerida" pela República Argentina e a "Armada Posible".
Este estudo, simplesmente excelente, é para quem gosta de ler, pois tem mais de 70 páginas.
O importante é a conclusão, onde a necessidade de PA aparece tanto na Armada Requerida quanto na Armada Posible.
Como nós, eles nunca desistirão de reaver um meio tão importante e vital para o país.

Y ahora, te envío en estas dos partes, el documento realizado por tres oficiales navales. La primera a quinta parte está aquí:

http://www.nuestromar.org/adobe/Amada_Posible_1a5.pdf

Y la 6º y 7º parte del trabajo, aquí:

http://www.nuestromar.com/adobe/ARMADA_POSIBLE_6y7.pdf




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#7 Mensagem por Einsamkeit » Seg Mai 14, 2007 6:46 pm

Ja li esse documento algumas vezes, sempre menciona NAe, mas é um projeto muito ambicioso, 15Bi :shock: :shock: :shock: :shock:




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#8 Mensagem por Marino » Seg Mai 14, 2007 6:52 pm

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#9 Mensagem por Marino » Seg Mai 14, 2007 6:53 pm

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#10 Mensagem por Marino » Seg Mai 14, 2007 6:55 pm

Einsamkeit escreveu:Ja li esse documento algumas vezes, sempre menciona NAe, mas é um projeto muito ambicioso, 15Bi :shock: :shock: :shock: :shock:

É todo o "Projeto de Força", este é o termo, proposto para a Marinha deles.




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Marino
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#11 Mensagem por Marino » Seg Mai 14, 2007 7:09 pm

Da Royal Navy (http://www.royal-navy.mod.uk/server.php?show=nav.4750):

Basic Facts
Aircraft Carriers are the largest ships in the fleet. Their innate versatility and comprehensive command facilities make them key to modern expeditionary operations. Their main armament is provided by their embarked carrier air groups, enabling carriers to deploy rapidly around the world to local points of crises.


The Role of an Aircraft Carrier (CVS)
Since the end of the Cold War, the role of the Invincible Class aircraft carriers (CVS) has evolved from one of sea control to maritime force projection. In order to meet the needs of this shift in role, the CVS fleet has undergone a series of modifications and now embarks a Tailored Air Group (TAG). The TAG principle achieves total flexibility and mission focus, the fixed wing element borne from an amalgamated force - known as Joint Force Harrier (JFH) - consisting of aircraft from both Royal Navy FA2 (until OSD 2006) and Royal Air Force GR7/7A Harrier squadrons.

The primary mission for the CVS is to deploy JFH and Fleet aircraft in pursuit of national objectives. This mission can be broken down into 5 key roles:

1. Maritime Strike (MarStrike)

The primary role for the CVS concerns the conduct of air operations against land targets, while minimising the dependence on host nation support. Missions would include: Air Interdiction (AI) of enemy supply routes and lines of communication; Close Air Support (CAS) of deployed friendly ground forces; Defensive Counter Air (DCA) using the FA2 to repel enemy air attacks; and Offensive Counter Air (OCA) in order to render the enemy's air assets useless.

Increasingly, these missions will require the use of precision and discriminatory weapons delivered by JFH aircraft, supported by the Sea King ASaC MK7 helicopter.

2. Littoral Manoeuvre (LitM)

Another major role for the CVS concerns the use of support helicopters in aid of amphibious or other air manoeuvre operations - not dissimilar to how HMS Ocean operates as a Landing Platform Helicopter (LPH).

This role is not compatible for a CVS tasked as a MarStrike platform, however, in times of operational need, a strategic decision to re-roll a CVS as a second LPH could be taken.

3. Optimised Access

In order to succeed in either the MarStrike or LitM role, the CVS will need to operate effectively within the littoral environment (defined as coastal sea areas and that portion of the land, which is susceptible to influence or support from the sea). To achieve this, sea lines of communication between support vessels and the battle area/theatre of operation need to be protected at all times. Integrated with other task group units, aircraft, such as the Merlin HM Mk1 and Sea King ASaC Mk7, will be used to achieve the sea control (or freedom of action to use the sea for our own purpose) necessary to assure littoral access.

Optimised Access is thus a concurrent role and CVS are capable of supporting this task regardless of other activity.

4. Command and Control (C2)

In circumstances where there is a need to reduce the land footprint of allied forces on allied / hostile territory, the capacity to direct and co-ordinate the battle from onboard the CVS may become a priority.

The flexibility of the CVS in supporting Maritime Component Commanders at sea has already been successfully demonstrated, and work to further refine this capability is currently underway.

5. Other

Additional roles for the CVS include wider Defence Diplomacy, Humanitarian Assistance and Disaster Relief, Evacuation and Peace Support operations. These tasks would be achieved by adapting the CVS and embarked aircraft capabilities to support the required mission.

Although considered to be tertiary roles, any available CVS could be tasked at short notice without specific training, equipment or logistic modification to undertake such a mission.

Maritime Aviation Development

With the creation of JFH and the increasing emphasis on Maritime Power Projection, the previous approach of preformed Carrier Air Groups (CAG) attached to each CVS is now obsolete. Instead, a Tailored Air Group (TAG) is created from JFH, Naval helicopters and other assets, for each operation. The nature of the TAG demands that the CVS is flexible and capable enough to provide the facilities to support the mission.

Recent conflicts in Iraq and the Balkans continue to demonstrate the versatility and importance of the CVS as a national defence capability. Their ability to operate and be sustained indefinitely without host nation support makes a key pillar of Britain's Maritime Strategy.




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#12 Mensagem por artenobre » Seg Mai 14, 2007 7:26 pm

mas para nós, nunca entendi a utilidade de um PA, se nao temos ambiçoes longe de nossa costa, para que serviria senao uma base flutuante que podemos ter em terra.




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#13 Mensagem por juarez castro » Seg Mai 14, 2007 7:27 pm

Caro Capitão!

O Sr. conhece a minha opinião, se for para ter, tem que ser full operation, se não não vale a pena. Para ser full, terão que ser com os A 4 pelas razões que já discutimos, ou muda a doutrina e olha para o futuro logo ali com o F 35.

Grande abraço




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#14 Mensagem por Marino » Seg Mai 14, 2007 7:31 pm

juarez castro escreveu:Caro Capitão!

O Sr. conhece a minha opinião, se for para ter, tem que ser full operation, se não não vale a pena. Para ser full, terão que ser com os A 4 pelas razões que já discutimos, ou muda a doutrina e olha para o futuro logo ali com o F 35.

Grande abraço

Concordo em gênero, número e grau com o full operation.
Mas aqui estamos discutindo a necessidade/validade de termos um PA.
Deixe o hardware para depois, até pq não há o que discutir, pois concordo com você.
forte abraço




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#15 Mensagem por Marino » Seg Mai 14, 2007 7:42 pm

artenobre escreveu:mas para nós, nunca entendi a utilidade de um PA, se nao temos ambiçoes longe de nossa costa, para que serviria senao uma base flutuante que podemos ter em terra.

Caro Arte
O que você define por ambições longe de nossa costa?
Leia o artigo do primeiro post e verá como a MB interpreta esta necessidade.
Agora algumas perguntas:
1) 95% de nosso comércio externo (importações e exportações) se dá por mar. Se você fosse querer fazer pressão militar sobre o Brasil, o que faria?
2) Quase todo o nosso petróleo e daqui a pouco o gás, são retirados do mar. Como você pressionaria economicamente o Brasil?
3) vamos supor que o período de pressão acabou e que serão iniciadas hostilidades. Com 85% da população brasileira a menos de 200 Km do litoral, onde você prefere enfrentar uma força atacante, perto ou longe?
4) imagine que temos que evacuar um contigente da ONU brasileiro cercado por força inimiga (caso real, Angola). Como daria apoio aéreo se não dispusesse de aeródromos locais ou, mesmo dispondo, estes estivessem sobre ameaça de ataque por terra?
Poderia continuar dando exemplos diversos, mas creio que estes são suficientes.
O PA é um meio VITAL para a defesa do Brasil, país com quase 8 000 Km de costa.
Forte abraço




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