Túlio escreveu: Sáb Set 30, 2023 9:02 pm
FCarvalho escreveu: Sáb Set 30, 2023 12:16 pm
Vamos na prática substituir uma frota de Mirage III e Mirage 2000, 47 F-5 e 53 A-1 por apenas 50 caças. E esta tudo muito bom. Afinal, somos sortudos por não termos vizinhos problemáticos e pouco exigentes com defesa também.
ERRO 1 - Os M3EBR e M2K nunca operaram juntos e ambos eram frotas pequenas;
ERRO 2 - Duvido que em alguma ocasião tenha havido mais de 2 dúzias de F-5EM full-op ao mesmo tempo;
ERRO 3 - Menos ainda para A-1M.
Notar ainda que os citados não possuem a mesma filosofia de projeto do Gripen, que não precisa de longos (e caros) MLU, sendo os updates/upgrades aplicados ao longo da vida útil operacional, com "baixas" muito mais curtas. Ou seja, tás falando de uma frota de três caças diferentes cuja totalidade raramente alcançou meia centena, e não o que estás tentando empurrar na gente.
Lembres cupincha véio, alguns de nós não somos NOOBS, com 50 Gripen novinhos e com atualização constante estaremos melhor até do que no tempo dos Thunderbolts.
Vamos lá meu velho.
Não dispus quantidades dos MIrage por não saber ao certo quantos foram. Mas Mirage III diz-se que a FAB operou mais de 40 unidades ao longo de mais de trinta anos. Os MIrage 2000 foram apenas 12 e nada além. Nunca disse que operaram ao mesmo tempo, visto que, como bem sabes, estes últimos foram um tampão para o FX-2. A FAB se obriga a manter e operar um esquadrão de caças em Anápolis, quer queira, quer não. Nas palavras dos oficiais da mesma, um esquadrão deve ter pelo menos 20 caças pra surtir algum efeito desejado. Não é o caso da nossa força aérea que nunca teve Mirage ou F-5 suficientes sequer para manter tal número em Anápolis.
No caso dos F-5, me parece que a logística deles foi dominada completamente após a modernização, com a FAB operando e mantendo estes caças em linha com disponibilidade bem alta. Não sei precisar números, mas há de se admitir que tivemos mais de 24 operacionais ao mesmo tempo com certeza em anos passados. Porém, de uns tempos para cá, a escassez de peças e suprimentos se fez sentir, assim como o peso da idade das células, e é cada vez mais difícil manter disponibilidade em dias. Hoje talvez menos de 20 caças devem estar em condições de serem operados full time.
Os A-1M foram menos de 10 unidades modernizadas, mas a frota da FAB chegou as 53 caças. Sem problemas até aí. A disponibilidade da frota é um assunto mais complexo. Porem, o que se sabe de público, no auge das operações com os AMX, a maioria da frota estava sempre a disposição, o que se mostrou a partir dos anos 2010 deste século, um problema, pois com apenas a Itália de usuário, a logística começou a ficar complicada. E levamos tempo demais para começar seu processo de modernização. Os resultados são o que vimos.
Quanto a operacionalidade e capacidade de atualização, bem sabes que o caça sueco ainda vai levar alguns anos até que esta cultura esteja plenamente dominada e madura na FAB. Assim como o FOC dos caças só deve ser alcançado em 2 ou 3 anos, assim também estas questões levam muito tempo para surtir seus efeitos. Até rezamos para que nada aconteça, mixamos nas calças ou deixamos uma bandeira branca previamente estendida ?
Os esquadrões atuais da FAB, como disse no outro post, dispondo de apenas 50 Gripen E\F podem até continuar subsistindo, mas talvez em condição menos adjetivas em que estamos, ou seja, não acrescentam nada além em termos de capacidades de defesa aérea, uma vez que 80% do país continuará sem nenhum deles, e na dependência de soluções pontuais,
Neste sentido, a afirmativa de oficiais da FAB no tocante a quantidades necessárias para um esquadrão funcionar a contento, no caso 20 caças, não te faz pensar que com 50 a gente pode até fingir que tem defesa aérea, mas nunca vamos poder usá-la como pretexto para dissuasão a eventuais ameaças extra regionais. Ou achas mesmo que a única preocupação da FAB, e demais forças, é com os nossos vizinhos em termos militares?
A ver o que o futuro nos reserva.