Dos países que compraram até o momento o KC-390 e que poderiam, eventualmente, ter interesse em uma versão MPA, até o presente momento, a meu ver, seriam Brasil, Portugal e Suécia. Os demais compradores, operam o P-3 Orion e P-8 Poseidon norte americanos, ou não tem necessidade de dispor desta característica em seus KC-390.
Quanto a potenciais compradores que poderiam demonstrar interesse em uma versão MPA do KC-390, entre interessados e campanhas de venda, ainda na minha opinião, podemos apontar: México, Colômbia, Peru, Chile, Angola, África do Sul, Marrocos, Egito, Argélia, Croácia, Finlândia, Grécia, Turquia, Malásia, Indonésia, Filipinas, Singapura, Tailândia e Vietnã.
Conquanto, é importante ressaltar que em quase todos esses países existem companhias aéreas operadoras dos EJets no modelo E-1 \ E-2, com a Embraer possuindo pontos de apoio pós venda em praticamente todos os quatro cantos da terra.
A Airbus lançou recentemente uma versão MPA do A321XLR, e que deverá custar os olhos da cara, como é de se esperar, com pouquíssimos países tendo condições de comprar e manter uma aeronave deste porte em tais funções. O Japão não vai comprar nada além dos seus Kawasaki P-1, mesmo comprando o KC-390. O P-8, assim como o P-1 japonês e o Airbus, custam valores altíssimos para a grande maioria dos países, tornando tanto o KC-390 MPA como o E-2 MPA uma opção muito atraente.
Os Ejet E-2 estão cotados hoje na faixa de preços entre 65 a 73 milhões de dólares a versão básica, em valores de tabela de 2021, conforme descrição do link
https://www.aeroflap.com.br/en/find-out ... jet-costs/
Com estes valores sendo sugeridos para a versão de transporte de passageiros, podemos supor que a versão dedicada MPA poderá vir a ter, por baixo, um acréscimo de 50%, ou seja, preços unitários entre US$ 98 e 110 milhões de dólares, genericamente, a depender das necessidades de cada cliente. E como se pode ver, abaixo do que seria a versão MPA do KC-390, mesmo sendo baseada em módulos de missão. Ou seja, é uma questão de custo benefício que cada cliente deverá optar a si.
Se a MB optar por um P-190E2, suponhamos que eles custem, chutando para o alto, 110 milhões de dólares, o valor do investimento em 8 novas aeronaves, como previsto no novo plano estratégico marítimo, seria de 880 milhões de dólares, mais os valores despendidos com CLS, treinamento, armamento, etc. Isto equivale a um investimento de pouco mais de US$ 1 bilhão de dólares na Embraer, dinheiro que obviamente ficaria e\ou seria aplicado em grande parte aqui, e mesmo volta para o erário público na forma de impostos por outras vias. Diz-se que o valor unitário do KC-390 ronda a casa dos US$ 85 a 120 milhões de dólares. Os sistemas a serem empregados, os módulos e suas capacidades irão variar de acordo com as necessidades de cada cliente, da mesma forma que os Ejets MPA.
Eu acredito pessoalmente que a versão MPA do KC-390 deva ser muito interessante a países que não tem dinheiro para investir em um patrulheiro raiz, ou cujas necessidades de defesa não condizem com tal investimento, sendo o cargo da Embraer um investimento que compensa as mudanças e flexibilidade de emprego da frota. E neste aspecto, cada país deve perceber de que forma precisa gerenciar o contexto operacional de sua frota.
De qualquer forma, uma eventual versão de patrulha marítima não deixa de ser uma opção atraente para países que possuem restrições de algum tipo e\ou não podem comprar P-1, P-8 e\ou A321 MPA, de forma que os Ejets podem se constituir em uma boa opção para eles. Eu diria que se por aqui o MD servisse para alguma coisa que prestasse, seria interessante para nós sentar e conversar com os vizinhos interessados no KC-390 e ver qual o interesse deles na versão MPA deste avião, e por tabela, nos EJets MPA, também, visando uma possível compra conjunta envolvendo a todos. Como disse acima, México, Colômbia, Peru e Chile, e até mesmo a Argentina, tem necessidades no campo da patrulha marítima muito parecidas com as nossas, visto que lidam com oceanos abertos em seus respectivos litorais. E tanto o KC como os EJet são vetores que podem estar ao alcance financeiro\orçamentário deles na medida em que o governo de plantão aqui fizer o seu trabalho político-diplomático e militar. É o mínimo que se espera de um país civilizado que quer de fato promover seus interesses e relações internacionais. Ao menos com os vizinhos que lhes são próximos. África do Sul, Angola e Nigéria entendo poderiam entrar nesta perspectiva a longo prazo.
Não sei qual seria o número exato de aeronaves necessárias a se produzir de um E-2 MPA a fim de tonar o negócio viável à Embraer, mas, presumo que com 5 ou 6 países solicitando entre 4 a 6 aviões cada, já seria possível tirar esta versão do papel a preços e condições adequadas a todos. E a longo prazo, os países africanos citos poderiam entrar no mesmo esquema - ou até mesmo antes - tendo em vista os custos muito atrativos que uma encomenda coletiva teria sobre a questão financeira aos parceiros deste negócio. E como se sabe, escala industrial é algo que conta, e muito, na hora de fazer as contas na produção de soluções no setor aeronáutico. Com certeza a Embraer agradece com KC-390 ou E-2 MPA.