Sobre o futuro Reg de Cavalaria Blindado em Roraima

Assuntos em discussão: Exército Brasileiro e exércitos estrangeiros, armamentos, equipamentos de exércitos em geral.

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Re: Sobre o futuro Reg de Cavalaria Blindado em Roraima

#61 Mensagem por delmar » Dom Jul 28, 2013 10:32 pm

Sobre o assunto em discussão quero dizer que conheço um pouco de Roraima. Já fui de carro de Boa Vista até Santa Helena, na Venezuela. Também entrei em território da Venezuela para visitar um parque nacional de lá. Conheço melhor a estrada entre Boa Vista e Bonfim, bem como Lethem, na Guyana por onde passei muitas vezes
Então aqui vão algumas observações. Não há, ou não havia, ligação terrestre entre a Venezuela e a Guyana. Se um Venezuelano quisesse ir de carro para a Guyana deverá vir primeiro até Boa Vista e depois seguir para Bonfim, entrando na Guyana por Lethem. Pessoas que já foram de Lethem até a capital da Guyana dizem que a estrada é infernal, não sei se melhorou ultimamente. Não vejo como factível alguém organizar qualquer tipo de invasão por aqueles lados.




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Re: Sobre o futuro Reg de Cavalaria Blindado em Roraima

#62 Mensagem por FCarvalho » Seg Jul 29, 2013 11:26 am

sapao escreveu:Vão vir de onde pela RR-404?
O problema de blindados é exatamente COMO leva-los até o campo de batalha? Estando lá, como opera-los?
Se for para o cerrado de Roraima eu até entendo, fora isso pode esquecer. Quem já andou de carro em Manaus sabe como o terreno é irregular, e dentro da selva é a mesma coisa.
Impossível um blindado se locomover por entre árvores e elevações, caçando no mato um inimigo que ela não vai conseguir ver a 10,15 metros na vegetação.
Se fosse para colocar mais aeronaves na região, Boa Vista seria minha ultima opção EXATAMENTE por ser a mais frágil para um avanço por terra. E eu não colocaria helicópteros de grande porte, que significam também grandes áreas para sua operação!
Já imaginou abrir uma clareira para um MI-26 pousar na floresta?
Levar combustível para ele, que consome 2 TONELADAS por hora (folder do fabricante)!?
Se houvesse um combate de infantaria na selva daquela região, basta olharmos para o nosso vizinho Colômbia e aprendermos com eles: pequenas tropas de ação rápida apoiadas por helicópteros médios de transporte e ataque, com grande utilização de ISR e aeronaves. Não vemos os colombianos entrando com blindados, nem helicópteros de grande porte e nenhum outro equipamento pesado.
gostaria de destacar esta parte da fala do sapão por expor de forma sintética e bastante objetiva o que pensa o EB hoje em termos de operações de infantaria de slv e como pretende lutar as suas guerras na região amazônica.
aprendemos isso com os colombianos e também com as lições tiradas do longíncuo conflito do Vietnã, afora outras inúmeras guerras em ambiente de slv ao longo das últimas décadas do século passado.
a saber isto, e de posse desta consciência, é que até hoje o EB bem que gostaria de poder dispor na minha região de maiores e melhores tropas, com seus respectivos recursos materiais.
As oito/nove bgdas que hora se planejam para a reformulação do EB tem de dispor exatamente de três coisas básicas para o seu sucesso: um bom fuzil, embarcações leves e de helos.
neste sentido eu advogo já há tempos que a Avex deveria/deve dispor de mais do que um simples btl em Mao, mas ao invés disso, deveria contar no mínimo três unidades, de forma a atender toda a extensão do Rio Solimões/Amazonas e as regiões adjacentes as suas principais calhas, desde Tabatinga até Belém.
Talvez a (re)criação do CMN dê "asas" novamente a esta necessidade do EB na região, que mormente se recente das ausência dos três requisitos que citei aqui.
quanto ao uso de bldos em RR, o que de fato temos é que eles só serão usados lá no dia em que forem realmente necessários.
E em função desta premissa, devemos nos perguntar, o que penso ser realmente relevante: como levar um ou mais RCM, RCB ou RCC, ou quiçá as duas únicas bgdas bldas que temos por mais 3.000kms de distância, do extremo sul até o extremo norte do país, em tempo hábil afim de que estes bldos tenham algum efeito prático no desenrolar de um hipotético conflito naquele teatro?
Eu penso que quando, e se isso puder ser feito, eles já não terão qualquer influência benéfica no curto/médio prazo para nós. Pois se levar os Leo 1a1 do RJ para os pampas na reorganização das undes bldas do EB já foi um grandissíssimo problema, imagine-se isso para o norte do país... :?

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Re: Sobre o futuro Reg de Cavalaria Blindado em Roraima

#63 Mensagem por gitanoba » Seg Jul 29, 2013 11:51 am

FCarvalho escreveu:
sapao escreveu:Vão vir de onde pela RR-404?
O problema de blindados é exatamente COMO leva-los até o campo de batalha? Estando lá, como opera-los?
Se for para o cerrado de Roraima eu até entendo, fora isso pode esquecer. Quem já andou de carro em Manaus sabe como o terreno é irregular, e dentro da selva é a mesma coisa.
Impossível um blindado se locomover por entre árvores e elevações, caçando no mato um inimigo que ela não vai conseguir ver a 10,15 metros na vegetação.
Se fosse para colocar mais aeronaves na região, Boa Vista seria minha ultima opção EXATAMENTE por ser a mais frágil para um avanço por terra. E eu não colocaria helicópteros de grande porte, que significam também grandes áreas para sua operação!
Já imaginou abrir uma clareira para um MI-26 pousar na floresta?
Levar combustível para ele, que consome 2 TONELADAS por hora (folder do fabricante)!?
Se houvesse um combate de infantaria na selva daquela região, basta olharmos para o nosso vizinho Colômbia e aprendermos com eles: pequenas tropas de ação rápida apoiadas por helicópteros médios de transporte e ataque, com grande utilização de ISR e aeronaves. Não vemos os colombianos entrando com blindados, nem helicópteros de grande porte e nenhum outro equipamento pesado.
Prezado F
gostaria de destacar esta parte da fala do sapão por expor de forma sintética e bastante objetiva o que pensa o EB hoje em termos de operações de infantaria de slv e como pretende lutar as suas guerras na região amazônica.
aprendemos isso com os colombianos e também com as lições tiradas do longíncuo conflito do Vietnã, afora outras inúmeras guerras em ambiente de slv ao longo das últimas décadas do século passado.
a saber isto, e de posse desta consciência, é que até hoje o EB bem que gostaria de poder dispor na minha região de maiores e melhores tropas, com seus respectivos recursos materiais.
As oito/nove bgdas que hora se planejam para a reformulação do EB tem de dispor exatamente de três coisas básicas para o seu sucesso: um bom fuzil, embarcações leves e de helos.
neste sentido eu advogo já há tempos que a Avex deveria/deve dispor de mais do que um simples btl em Mao, mas ao invés disso, deveria contar no mínimo três unidades, de forma a atender toda a extensão do Rio Solimões/Amazonas e as regiões adjacentes as suas principais calhas, desde Tabatinga até Belém.
Talvez a (re)criação do CMN dê "asas" novamente a esta necessidade do EB na região, que mormente se recente das ausência dos três requisitos que citei aqui.
quanto ao uso de bldos em RR, o que de fato temos é que eles só serão usados lá no dia em que forem realmente necessários.
E em função desta premissa, devemos nos perguntar, o que penso ser realmente relevante: como levar um ou mais RCM, RCB ou RCC, ou quiçá as duas únicas bgdas bldas que temos por mais 3.000kms de distância, do extremo sul até o extremo norte do país, em tempo hábil afim de que estes bldos tenham algum efeito prático no desenrolar de um hipotético conflito naquele teatro?
Eu penso que quando, e se isso puder ser feito, eles já não terão qualquer influência benéfica no curto/médio prazo para nós. Pois se levar os Leo 1a1 do RJ para os pampas na reorganização das undes bldas do EB já foi um grandissíssimo problema, imagine-se isso para o norte do país... :?

abs.
Prezado FCarvalho,

Realmente, concordo q vc tem inteira razão. E me parece que após várias postagens (dos diversos contribuidores), chegamos ao mesmo ponto,muito bem abordado pr vc.

Se o deslocamento de RCCs do RJ pr o RS foi um exaustivo e difícil trabalho de logística, será que o Brasil consiguiria deslocar RCCs, RCBs e/ou RCMecs do RS ou MTS (o 20o RCB e/ou RCMecs) para Roraima (ou quem sabe pr o leste de Belém, Pará) ???

O problema logístico é imenso. Pode e deve ser evitado pré-posicionando um RCMec e um RCB em Roraima.

A questão não é se serão necessários, mas quando.




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Re: Sobre o futuro Reg de Cavalaria Blindado em Roraima

#64 Mensagem por Clermont » Seg Jul 29, 2013 4:29 pm

Eu da minha parte, continuo achando que, pelo menos, um elemento de cavalaria mecanizada, (o atual 12º Esquadrão sozinho? Ou um regimento inteiro?) dotado de viaturas "Guarani", deve continuar sendo mantido em Boa Vista, independente das dificuldades logísticas. Se não para enfrentar alguma fantasiosa "avalanche blindada" bolivariana, pelo menos para garantir a proteção das vias de acesso rodoviário. Acho que uma tal missão seria difícil de ser cumprida, exclusivamente, por infantaria à pé.

Eu nem penso tanto em perigos externos, e sim, em eventuais perigos internos, com índios, CIMI, MST e coisas do gênero. Sabe-se lá o que poderia acontecer, se alguma ação de um eventual "inimigo interno" tentasse isolar Roraima do restante do país?




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Re: Sobre o futuro Reg de Cavalaria Blindado em Roraima

#65 Mensagem por gabriel219 » Seg Jul 29, 2013 8:11 pm

sapao escreveu:Vão vir de onde pela RR-404?
O problema de blindados é exatamente COMO leva-los até o campo de batalha? Estando lá, como opera-los?
Se for para o cerrado de Roraima eu até entendo, fora isso pode esquecer. Quem já andou de carro em Manaus sabe como o terreno é irregular, e dentro da selva é a mesma coisa.
Fariam o contorno pelas montanhas do Sul da Venezuela, entrariam em território Guianês, que não poderia fazer nada para impedir uma grande coluna blindada e chegariam ao território Brasileiros, pela RR-404, em Normandia.
Isso, creio eu, levaria menos tempo do que subirem montanhas com uma grande coluna blindada, onde ficariam bem mais expostos do que se fizerem o contorno pela Guiana.

Impossível um blindado se locomover por entre árvores e elevações, caçando no mato um inimigo que ela não vai conseguir ver a 10,15 metros na vegetação.

Se fosse para colocar mais aeronaves na região, Boa Vista seria minha ultima opção EXATAMENTE por ser a mais frágil para um avanço por terra. E eu não colocaria helicópteros de grande porte, que significam também grandes áreas para sua operação!
Já imaginou abrir uma clareira para um MI-26 pousar na floresta?
Levar combustível para ele, que consome 2 TONELADAS por hora (folder do fabricante)!?
Um Mi-26T2 não precisa poucas para despachar suprimentos, alguns blindados. Isso pode ser feito usando um cabo externo, como o EUA já fez no Vietnam, com seus CH-47.
Se houvesse um combate de infantaria na selva daquela região, basta olharmos para o nosso vizinho Colômbia e aprendermos com eles: pequenas tropas de ação rápida apoiadas por helicópteros médios de transporte e ataque, com grande utilização de ISR e aeronaves. Não vemos os colombianos entrando com blindados, nem helicópteros de grande porte e nenhum outro equipamento pesado.
Mas isso não é Guerra Convencional, mas uma Guerra Não-Regular, onde métodos de emprego militar, como em uma Guerra Convencional, não funcionariam tanto.
O EUA demorou para aprender que não pode lutar como um Exército contra um inimigo desorganizado e imprevisível, a Somália está de prova.
Uns 12 AH-2 Sabre para o EB estaria de bom tamanho para a região, isso contando com 2 Mi-26 e 4 CH-47F, além de alguns SH ou quem sabe NH 90, para fazer transporte de tropas. O Mi-26T2 e o CH-47F fariam transporte de cargas, como suprimentos e até blindados, como o Guarani, que pode ser transportado externamente por um Mi-26T2.
Até viaturas Astros 2020 podem ser transportadas pelo Mi-26T2. O CH-47F e os Mi-26T2 poderiam mover GACSl's em poucas horas do que alguns dias, surpreendendo o inimigo,
O Mi-26T2 só faria transporte de tropas em emergências, essa tarefa seria primária de SH's e AH-2 Sabre, secundária para os CH-47 e terciárias para os Mi-26T2.
Um abraço.




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Re: Sobre o futuro Reg de Cavalaria Blindado em Roraima

#66 Mensagem por FCarvalho » Seg Jul 29, 2013 8:19 pm

Nem precisa disso Clermont para que RR fique isolado do restante do país. Pois aquele estado da federação já está naturalmente isolado do restante do país pela sua insignificância político-econômica e administrativa do ponto de vista governamental. A única ligação de RR com o restante do país, a BR-174 praticamente passa a maior parte do ano inteiro em condições que nem se possa dizer, mínimas, de tráfego, e pior, o Rio Branco, afluente do Negro, sequer é planamente navegável o ano inteiro até BV.

Enfim, em termos militares, RR está na mesma posição indigesta de ponto vulnerável e de dificílimo acesso, tráfego e permanência seja para nós, seja para quem estiver do outro lado das montanhas venezuelanas ou da selva guiana.

Ponto, qualquer um que quiser nos criar sérios problemas militares no norte do país a partir de RR, é só precaver-se, e se abster de lá penetrar na época das chuvas e simplesmente avançar, se tiver capacidade para isso, com helos, e forças aerotransportadas, em apoio a inf e cav mec na direção de sul, para Manaus via BR-174. Como não temos e nem teremos forças dipostas na área em tempo e condições de reagir a tal tipo de avanço, o que vocês acham que o pessoal em Brasília iria fazer tendo em mente que em meras 24 horas poderíamos estar vendo no noticiário das oito da TV tropas estrangeiras sendo vistas entrando nos subúrbios de Manaus?

ps: 1. só para constar, para quem não sabe, em Manaus fica centralizada, simplesmente, toda a macro infra-estrutura político-econômica e militar à nível de C3 regional de que dispomos em toda a Amazônia Ocidental.
2. não temos na minha cidade, qualquer tipo de defesa militar mais e melhor crível além do 1o BIS e de um Núcleo de Btl de Fuz Nvs da MB. E mais nada.

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Re: Sobre o futuro Reg de Cavalaria Blindado em Roraima

#67 Mensagem por gabriel219 » Seg Jul 29, 2013 8:28 pm

Concordo com o FCarvalho e com o amigo Gitanoba.
Não precisa de RCC's na região, apenas RCM's e RCB's já estão ótimos, desde que estejam bem armados.
Guarani 8x8 para região seria ótimo, seria mais bem armado, isso contando a versão VBR e também a VBCI. Isso completaria o(s) hipotético(s) RCM(s).
Ainda falta o(s) RCB(s). O que penso é que, como na região há rios e etc, precisamos de uma viatura sobre lagartas que tenha a capacidade de fazer translado em rios, ma que seja muito bem armada e blindada.
Pesquisei na internet sobre outros candidatos e mantenho minha opinião, algumas dezenas de BVP-2M, armados com mísseis Kornet-EM ou 9M123, seria ideal.
Fortemente armado, capacidade anfíbia de "herança" - mas creio que troca de motor seria necessária -, estaria armados com armamentos que podem destruir qualquer viatura blindada de combate atual, mesmo com blindagem reativa (Kornet-EM e 9M123 possuem 2 cargas poderosas).
36 FH-77BW Archer, 2 baterias de Astros 2020 e morteiros 120 mm já fariam um belo estrago e deveriam ser repassados aos GACSl's.
2 Mi-26T2, 5 CH-47, 12 AH-2B e 10 SH's em Boa Vista seria uma ótima para ataque, transporte a apoio logístico, isso para dizer o mínimo.
Lanchas de combates CB-90, algumas delas armadas com morteiros 120 mm, de preferência que seja o AMOS, daria uma capacidade incrível de fogo indireto rápido e evasão do local sem que os invasores nem percebam, isso junto com alguns Notriza VII, para serem centro de comando e que sejam armadas com a torre MPCV de defesa antiaérea de ponto.
Isso, pelo menos em minha opinião, daria uma capacidade para o EB na região que faria qualquer inimigo pensar 2 vezes antes de atacar.




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Re: Sobre o futuro Reg de Cavalaria Blindado em Roraima

#68 Mensagem por gabriel219 » Seg Jul 29, 2013 8:29 pm

delmar escreveu:Sobre o assunto em discussão quero dizer que conheço um pouco de Roraima. Já fui de carro de Boa Vista até Santa Helena, na Venezuela. Também entrei em território da Venezuela para visitar um parque nacional de lá. Conheço melhor a estrada entre Boa Vista e Bonfim, bem como Lethem, na Guyana por onde passei muitas vezes
Então aqui vão algumas observações. Não há, ou não havia, ligação terrestre entre a Venezuela e a Guyana. Se um Venezuelano quisesse ir de carro para a Guyana deverá vir primeiro até Boa Vista e depois seguir para Bonfim, entrando na Guyana por Lethem. Pessoas que já foram de Lethem até a capital da Guyana dizem que a estrada é infernal, não sei se melhorou ultimamente. Não vejo como factível alguém organizar qualquer tipo de invasão por aqueles lados.
Estranho, em alguns mapas mostram estradas da Venezuela se conectando com outras da Guiana, assim dando passagem para atacarem pela RR-404.
Vou dar uma olhada nos mapas de satélites, apesarem de ser antes de 2008, salvo o engano.




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Re: Sobre o futuro Reg de Cavalaria Blindado em Roraima

#69 Mensagem por delmar » Seg Jul 29, 2013 10:59 pm

gabriel219 escreveu:
delmar escreveu:Sobre o assunto em discussão quero dizer que conheço um pouco de Roraima. Já fui de carro de Boa Vista até Santa Helena, na Venezuela. Também entrei em território da Venezuela para visitar um parque nacional de lá. Conheço melhor a estrada entre Boa Vista e Bonfim, bem como Lethem, na Guyana por onde passei muitas vezes
Então aqui vão algumas observações. Não há, ou não havia, ligação terrestre entre a Venezuela e a Guyana. Se um Venezuelano quisesse ir de carro para a Guyana deverá vir primeiro até Boa Vista e depois seguir para Bonfim, entrando na Guyana por Lethem. Pessoas que já foram de Lethem até a capital da Guyana dizem que a estrada é infernal, não sei se melhorou ultimamente. Não vejo como factível alguém organizar qualquer tipo de invasão por aqueles lados.
Estranho, em alguns mapas mostram estradas da Venezuela se conectando com outras da Guiana, assim dando passagem para atacarem pela RR-404.
Vou dar uma olhada nos mapas de satélites, apesarem de ser antes de 2008, salvo o engano.
Companheiro, existem alguns antecedentes nas relações entre a Guiana e a Venezuela que travaram as ligações. Em 1969, logo após a independência da Guiana, algumas famílias de fazendeiros brancos, na realidade 3, que eram os maiores criadores de gado na região da fronteira com o Brasil, promoveram uma revolta armada e proclamaram a independência daquela parte do país. O centro da revolta era a cidade de Lethem, na fronteira. A revolta teve o apoio da Venezuela que forneceu armas para os rebeldes. Estes, de sua parte, após a independência pediriam anexação à Venezuela, com isto a Venezuela iria recuperar aquele território que teria perdido para os ingleses e que considera área em litígio até hoje.
A revolta, conhecida como a revolta de Rupununi, foi logo contida pelo exército e policia da Guiana e os revoltosos fugiram para a Venezuela e o Brasil. Uma das causas do fracasso foi a impossibilidade da Venezuela auxiliar os rebeldes, para fazer isto teria que passar pelo Brasil e o nosso governo não autorizou. Tudo isto marcou muito as relações entre a Guiana e a Venezuela, assim adeus a qualquer ligação da Venezuela com a região por ela reclamada.


.




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Re: Sobre o futuro Reg de Cavalaria Blindado em Roraima

#70 Mensagem por rodrigo » Ter Jul 30, 2013 12:02 pm

Pela leitura do tópico, e pelas experiências descritas, tanto a defesa como o ataque são muito difíceis. E para definição mesmo, resta saber quem teria a superioridade aérea. Os F-5 de Manaus contra os SU-30 venezuelanos. Porque sem isso, não tem helicóptero que possa ser usado na região. É bom prestar atenção também que o único local próprio para operação de asas fixas e rotativas, em larga escala, é o aeroporto de BV, alvo primário de um ataque.




"O correr da vida embrulha tudo,
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."

João Guimarães Rosa
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Re: Sobre o futuro Reg de Cavalaria Blindado em Roraima

#71 Mensagem por gabriel219 » Qua Jul 31, 2013 5:52 pm

Só uma correção, não era a RR-404 e sim a RR-401.
Bem os Venezuelanos possuem aeronaves AEW&C, nós possuímos 5.
Como os F-5EM operaram no Data Link BR, pelo que li uma vez, o E-99 poderia guiar um Derby, disparados do F-5EM, até o alvo.
O míssil com maior alcance deles é o R-77, de primeira versão com 40 km de alcance. Nosso Derby tem 50 km de distância, o que nos dá a vantagem de disparar primeiro e evadir, mantendo os E-99 para guiar os mísseis.
Sendo assim, teríamos superioridade aérea.




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Re: Sobre o futuro Reg de Cavalaria Blindado em Roraima

#72 Mensagem por jauro » Qui Ago 01, 2013 10:55 am

Para não abrir outro tópico, vou colocar aqui:

http://www.defesanet.com.br/leo/noticia ... rasileiro/




"A disciplina militar prestante não se aprende senhor, sonhando e na fantasia, mas labutando e pelejando." (CAMÕES)
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Re: Sobre o futuro Reg de Cavalaria Blindado em Roraima

#73 Mensagem por FCarvalho » Qui Ago 01, 2013 5:29 pm

Ou seja, trocando em miúdos, estávamos, e continuamos na merda, mesmo com a reorganização da cav blda do EB. E vamos continuar assim ainda por um bom tempo.

Até alguém achar que CC não são coisas do maligno, e nem uma ameaça contra os direitos humanos e a economia nacional. :?

abs.




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Re: Sobre o futuro Reg de Cavalaria Blindado em Roraima

#74 Mensagem por gitanoba » Qui Ago 01, 2013 8:39 pm

FCarvalho escreveu:Ou seja, trocando em miúdos, estávamos, e continuamos na merda, mesmo com a reorganização da cav blda do EB. E vamos continuar assim ainda por um bom tempo.

Até alguém achar que CC não são coisas do maligno, e nem uma ameaça contra os direitos humanos e a economia nacional. :?

abs.
Prezados,

A reestruturação que sofreram as Bdas Bdas do EB e a atual discussão de "desmonte" dos RCB das Bda C Mec forame estão sendo efetuadas sob a coordenação de um mesmo agrupamento de forças políticas.

Tento não levar para a discussão política, mas não há como evitar por se tratar de assunto estratégico. Assunto de Estado.

O mesmo conjunto de forças que cortou o orçamento do Ministério da Defesa (de ontem pr hoje) e que vai levar ao comprometimento operacional e perda de capacidade de prontidão (contando verbas de treinamento e preparação de militares), bem como está comprometendo programas vitais, como, a partir de hoje, o dos blindados Guarani, do reequipamento da Força Aérea, e de meios de superfície navais.

O mesmo conjunto de forças políticas que, à frente do governo federal e da maior parte dos estaduais e municipais, está protelando o FX-2 e inviabilizando a defesa aérea nacional, mas que usa como táxi aéreo os aviões de serviço da FAB.

A quem interessam estas medidas de comprometimento da defesa nacional ? A quem servem estes que estão doilapidando a soberania nacional ?

Cortar mais tanques e blindaso sobre lagartas do EB não é opção de redução de custo. Vejam o artigo do Tenente-Coronel Marcelo Carvalho Ribeiro, na Defesanet:

http://www.defesanet.com.br/leo/noticia ... rasileiro/

No momento em que discutimos e convergimos para uma opinião unânime, da necessidade de ter (pelo menos) um RCB em Roraima, e quem sabe em Bragança (PA), estudos de redução de Reg C Bda ou RCC nas Brigadas é, pelo menos, ignorar a realidade. E quem sabe estar se comprometendo com forças políticas e interesses bem distantes dos interesses nacionais brasileiros.




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Re: Sobre o futuro Reg de Cavalaria Blindado em Roraima

#75 Mensagem por RobsonBCruz » Sex Ago 02, 2013 8:09 am

jauro escreveu:Para não abrir outro tópico, vou colocar aqui:

http://www.defesanet.com.br/leo/noticia ... rasileiro/
Acho que o assunto merecia um tópico sim, desvinculando da discusão "Roraima".

Tempos atrás foi divulgado uma tese de um coronel (não me lembro qual) sobre a reestruturação de cavalaria mecanizada, propondo a substituição dos RCB por BIM nas Bda C Mec.

Agora vem essa novo trabalho elaborado pelo TC Marcelo Carvalho Ribeiro defendendo o contrário.

Aqui no FDB com frequencia defendem que não se pode juntar blindados SL com blindados SR e esse documento recem divulgado prega o uso harmônico, compondo uma mesma unidade ou memo SU, dando exemplos da Espanha, França e Canadá.




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