Abin

Assuntos em discussão: Exército Brasileiro e exércitos estrangeiros, armamentos, equipamentos de exércitos em geral.

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Brasileiro
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Re: Abin

#61 Mensagem por Brasileiro » Ter Dez 25, 2012 7:40 pm

Túlio escreveu:Então somos um "global player" de brinquedo, pois como pautar uma agenda mundial sem informações rápidas e precisas?
Não sei, mas acho que isto pode ser levantado sem maiores riscos pelas embaixadas, claro, nada impede também que agentes trabalhem a partir delas.

Mas acredito que a nossa arena principal, onde estão a maior parte dos nossos interesses, ainda é a América Latina.



abraços]




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Re: Abin

#62 Mensagem por Wingate » Ter Dez 25, 2012 7:48 pm

henriquejr escreveu:
Túlio escreveu:Enquanto vai rolando esse berreiro todo tipo "que rei sou eu?", QUEM acompanha o que acontece NO EXTERIOR? Isso não nos interessa? Certamente temos CIA, Mossad, SDECE & montes de similares passeando por aqui e coletando HUMINT. E nós?
Túlio, é bom que se entenda que não é de interesse de nenhuma agencia de inteligencia a divulgação de seus trabalho e, nem mesmo, fazer propaganda institucional de si. As únicas pessoas que precisam saber que a agencia funcional bem são os seus clientes (quem recebe as informações), que no caso da ABIN é o GSI e a Presidência da República.

Agencias como Mossad, Cia, KGB, Serviço Secreto Britânico, etc... só ficaram famosos por causa das peculiaridades de suas operações, por causa da situação geopolítica dos seus respectivos países, onde além de efetuar a chamada "inteligência estratégica" fazem também a parte tática, com membros de forças especiais recrutados e treinados especificamente para essas missões. Além do mais, estas agencias foram muito exploradas e romantizadas pelo cinema, que criaram personagens como o James Bond, que não representa em nada um agente de inteligencia real.

Pode ter certeza que existem agentes de inteligência trabalhando e colhendo informações naqueles países de interesse do Brasil. As representações diplomáticas são importantes receptores de informações também.
"A maior artimanha do diabo é fazer que acreditem que ele não existe".

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Re: Abin

#63 Mensagem por Sávio Ricardo » Seg Jan 07, 2013 8:05 am

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Editado pela última vez por Sávio Ricardo em Seg Jan 07, 2013 8:15 am, em um total de 1 vez.
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Re: Abin

#64 Mensagem por Sávio Ricardo » Seg Jan 07, 2013 8:10 am

O povo brasileiro tem uma vontade de ser "propagandiado" e de se criar o nosso próprio James Bond, Ethan Hunt, ou agencias como CIA, Mossad, MI5,6 ou 7. Não temos que copiar ninguem, podemos ser alguma coisa sem ter que seguir o modelo Americano ou Europeu, podemos ser nós mesmos, do nosso jeito, sem o cinema que nos coloque 1000x maiores do que realmente somos, como acontece em outras bandas.

Se a ABIN fosse noticia em qualquer portal da internet seriam uns incopetentes, pois uma agência de inteligência deve atuar na "surdina", se não é noticia, não existe. :roll:

É sempre o velho "espirito de vira-lata", tudo que é nosso não presta, não funciona, não serve (não que as vezes isso não seja verdade :mrgreen:)

Não que a ABIN seja a CIA tupiniquim e a PF seja o FBI brazuca, mas cada um no seu quadrado, são totalmente incomparáveis os fins para cada qual foram criados.

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Re: Abin

#65 Mensagem por rodrigo » Qua Jul 10, 2013 2:15 pm

Espionagem e Inteligência. Jogando o jogo.

Por Marco Antonio dos Santos



A espionagem é uma atividade milenar.

Surgiu das necessidades, objetivos, interesses e conveniências conjunturais, que pudessem motivar lideranças dentro dos grupos sociais, desde priscas eras, continuando ao sabor dos ventos dos tempos históricos.

Não vou citar textos bíblicos ou Sun Tzu Wu, o sábio, como a maioria o faz, a respeito de “espionagem”. Aliás, outro dia, um político afirmou, diante de câmeras de televisão, que seu livro de cabeceira era “A Arte da Guerra”, de Sun Tzu (não sabia do Wu), e que os capítulos da obra se referiam à estratégias da 2ª Guerra Mundial. Muito bom, se o sábio Wu não tivesse existido 500 anos antes de Cristo! Mas...

Desde muito tempo conhecimento é poder. Talvez fosse até melhor dizer que o uso do conhecimento pode proporcionar o acesso e a garantia do poder. Evidente, de certa forma, porque o conhecimento oportuno e adequado permite a antecipação, a prevenção e, em tempos globalizados de ameaças difusas e poder disperso (*), precede, evita ou atenua o emprego da força, seja por Estados, organizações ou indivíduos.

Não deveria surpreender a ninguém, especialmente autoridades federais brasileiras que os EUA tenham feito ou ainda façam uso de algum processo de Inteligência no Brasil, mesmo porque sucessivos governos norte - americanos não se empenharam muito em esconder isso. Aprenderam bem a lição do 11 de setembro de 2001.

Esse país, bem como a maioria das grandes e médias potências e mesmo potências regionais, regime político aberto ou não, nos dias atuais, tem como praxe buscar o conhecimento que garanta a segurança de seus cidadãos, a estabilidade de seus Estados, o bem comum de suas sociedades e vantagens econômicas, políticas, militares, tecnológicas e sociais. Talvez o Brasil seja a única nação no mundo que acredita que alguma outra vai lhe transferir conhecimentos sensíveis possam acrescentar poder. Oras!

E, no país da “grampolândia geral”, de “tuítes” e “faces”, de “big brothers” e “fazendas” como condenar a “invasão de privacidade”. Fala sério!

Apesar disso, ontem, 07 de julho, a fação do PT que há mais de uma década ocupa o governo do Brasil, teve sua segunda surpresa em menos de um mês. Primeiro foi surpreendido pelas manifestações ruidosas que estão abalando as estruturas políticas do país, agora pelos fatos surgidos na “onda Snowden” de ações de “ espionagem” mundial promovidas por agências de Inteligência norte – americanas.

Nos dois casos, o governo brasileiro, e a sociedade como um todo, paga pelos erros de diligentes incompetentes em cargos e funções governamentais.

Faz mais de 13 anos, que o Sistema Brasileiro de Inteligência/SISBIN, embora materializado no estamento legal por meio da Lei 9883/1999, regulamentada pelo Dec 4376 / 2006, está tentando, na melhor das hipóteses, se articular.

O descaso para com a ABIN é tal, que até se poderia pensar em enquadrar, por prevaricação, funcionários que, em tese, deixam de cumprir funções previstas nesse diploma legal.

Mas não são eles, os operadores de Inteligência, os únicos responsáveis pelo “status quo” de desconhecimento das realidades internacionais, ameaças, vulnerabilidades e riscos que esta nação, potencialmente rica, corre diuturnamente.

O usuário estratégico principal do SIBIN não recebe o Diretor Geral/DG ABIN. Designou como interlocutor o Gabinete de Segurança Institucional / GSI. Bom, se este ministro pudesse ser visto sempre junto à presidente. Mesmo no gabinete de crises instalado durante o pico das manifestações, sua ausência marcou presença.

Oportuno lembrar que o primeiro “briefing” diário do presidente Obama é com o assessor de Segurança Nacional e com o DG da CIA, que lhe transmite a Estimativa Nacional de Inteligência.

O PT sempre julgou Inteligência “coisa de direita”, embora se saiba do uso de estruturas clandestinas para produzir conhecimentos que alimentam ações partidárias, como já ficou bem explicitado em casos tramitados no STF. O partido proibiu peremptoriamente o monitoramento dos movimentos sociais, por exemplo. Então não há como reclamar quando estes surgiram das trevas virtuais e cercaram os palácios.

Na cauda dessa decisão, o governo petista talvez tenha esquecido a quem serve, deixando de prover recursos de toda ordem para que a ABIN e os órgãos de Inteligência das Forças Armadas, ambos vocacionados para ações de contrainteligência, atividade que deve ter a seu cargo empreender a contraespionagem, e da própria Polícia Federal, instituição ao quem cabe a investigação criminal de atos de espionagem que possam ter lesado patrimônio nacional ou incidido em algum ilícito previsto na legislação brasileira.

Enquanto desmobilizava seus órgãos de defesa institucional, os governantes brasileiros, por intermédio de uma diplomacia praticada à sombra do Planalto e por um MRE submisso, flertava com países e organizações reconhecidas como tendo ligações com entidades terroristas ou mesmo relacionadas ao crime organizado transnacional.

Como se indignar agora, com o fato de a mais poderosa democracia do planeta ter, em tese, realizado operações de Inteligência (algo diferente de espionagem) em território brasileiro no intuito de defender sua sociedade?

Dependendo das Técnicas Operacionais utilizadas, e eles são bons nisso, podem até não ter cometido crime algum. Ora, as companhias de telefonia são privadas, comercializam acessos, por onde transitam dados, que, em algumas vezes, são comercializados à revelia do usuário. Será que algum brasileiro, usuário de telefonia móvel, ainda não teve seu cadastro vendido a alguma empresa de “telemarketing”, que o acordou em um sábado, às 07 horas, para oferecer o acesso a um disque – abobrinha desses da vida? Fala sério!

Quem não tem estratégias definidas, nesse mundo globalizado, acaba parte da estratégia de alguém mais poderoso. É uma regra universal e que vale para indivíduos, organizações ou Estados nacionais.

No momento a questão pode se resumir a:

Os EUA desenvolveram operações de Inteligência no Brasil, assim como o fizeram em todo o mundo, ou não o fizeram. É lícito imaginar que fizeram.

O que o Brasil pode fazer?

Sentir – se indignado, protestar como a Europa está fazendo, e deixar para lá que daqui a pouco todo mundo esquece.

Tentar a condenação dos EUA, com baixa probabilidade de sucesso, em foros internacionais, e depois enfrentar as retaliações econômicas, políticas e sociais dos norte americanos.

Tentar impedir novas ações de Inteligência, não só dos EUA, mas de qualquer outro país que deseje algo do Brasil, como conhecimentos de biotecnologia, por exemplo, e somar mais um fracasso à vasta coleção nacional de insucessos petistas, pois o país não dispõe de estruturas de Inteligência para deter processos dessa magnitude. Com algum esforço, nossos abnegados operadores de Inteligência podem chegar a produzir conhecimentos de alguns aspectos da vida nacional.

Se as ações vierem revestidas de suporte tecnológico avançado então, aí o fracasso nacional será retumbante, pois não se domina, no país, tecnologias de 5ª geração, em estado da arte, para impedir qualquer operação de Inteligência com esse tipo de emprego de meios.

A mídia está dando ouvidos a vários especialistas em Inteligência, alguns até falando em ter cuidado com senhas em computadores pessoais. Piada! Seria engraçado, se não fosse trágico.

Basta pensar um pouco.

O Brasil não tem um satélite nacional sequer. Uéh, basta lembrar das privatizações “psdbistas”, para que não seja dito que só falo dos petistas. O país depende, para suas comunicações via satélites, de equipamentos privados, com nível de segurança muito aquém das ameaças, todos operados por companhias transnacionais. Aliás, cabe a pergunta, existe alguma operadora nacional de telefonia?

O país está pagando pelo descaso, pela incúria, pelo despreparo, pela falta de humildade, e pela arrogância (redundância proposital), para parar por aqui, de sucessivos governos, pós 1985, que nunca pensaram além dos próprios intestinos, ignorando o porte estratégico deste imenso Brasil, enquanto dilapidavam o patrimônio nacional.

Mas, “o tempo histórico se faz contra nós”, no dizer de Celso Furtado, em um estudo sobre o Brasil (**), o qual contou com um ministro petista, então oposição, entre seus formuladores.

Em Inteligência é preciso jogar o jogo! Poucos sabem fazer isso.



(*) Nye Jr, Joseph. O futuro do poder.

(**) Brasil para um projeto de consenso.

Marco Antonio dos Santos

Operador de Inteligência.

Soldado do Silêncio!

Empresário e professor universitário.

Pagador de imensos e mal aproveitados impostos, taxas e etc

Um renitente.

08 / 07 / 2013, ás 1930h.




"O correr da vida embrulha tudo,
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."

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Re: Abin

#66 Mensagem por Wingate » Qua Jul 10, 2013 5:10 pm

rodrigo escreveu:Espionagem e Inteligência. Jogando o jogo.

Por Marco Antonio dos Santos



A espionagem é uma atividade milenar.

Surgiu das necessidades, objetivos, interesses e conveniências conjunturais, que pudessem motivar lideranças dentro dos grupos sociais, desde priscas eras, continuando ao sabor dos ventos dos tempos históricos.

Não vou citar textos bíblicos ou Sun Tzu Wu, o sábio, como a maioria o faz, a respeito de “espionagem”. Aliás, outro dia, um político afirmou, diante de câmeras de televisão, que seu livro de cabeceira era “A Arte da Guerra”, de Sun Tzu (não sabia do Wu), e que os capítulos da obra se referiam à estratégias da 2ª Guerra Mundial. Muito bom, se o sábio Wu não tivesse existido 500 anos antes de Cristo! Mas...

Desde muito tempo conhecimento é poder. Talvez fosse até melhor dizer que o uso do conhecimento pode proporcionar o acesso e a garantia do poder. Evidente, de certa forma, porque o conhecimento oportuno e adequado permite a antecipação, a prevenção e, em tempos globalizados de ameaças difusas e poder disperso (*), precede, evita ou atenua o emprego da força, seja por Estados, organizações ou indivíduos.

Não deveria surpreender a ninguém, especialmente autoridades federais brasileiras que os EUA tenham feito ou ainda façam uso de algum processo de Inteligência no Brasil, mesmo porque sucessivos governos norte - americanos não se empenharam muito em esconder isso. Aprenderam bem a lição do 11 de setembro de 2001.

Esse país, bem como a maioria das grandes e médias potências e mesmo potências regionais, regime político aberto ou não, nos dias atuais, tem como praxe buscar o conhecimento que garanta a segurança de seus cidadãos, a estabilidade de seus Estados, o bem comum de suas sociedades e vantagens econômicas, políticas, militares, tecnológicas e sociais. Talvez o Brasil seja a única nação no mundo que acredita que alguma outra vai lhe transferir conhecimentos sensíveis possam acrescentar poder. Oras!

E, no país da “grampolândia geral”, de “tuítes” e “faces”, de “big brothers” e “fazendas” como condenar a “invasão de privacidade”. Fala sério!

Apesar disso, ontem, 07 de julho, a fação do PT que há mais de uma década ocupa o governo do Brasil, teve sua segunda surpresa em menos de um mês. Primeiro foi surpreendido pelas manifestações ruidosas que estão abalando as estruturas políticas do país, agora pelos fatos surgidos na “onda Snowden” de ações de “ espionagem” mundial promovidas por agências de Inteligência norte – americanas.

Nos dois casos, o governo brasileiro, e a sociedade como um todo, paga pelos erros de diligentes incompetentes em cargos e funções governamentais.

Faz mais de 13 anos, que o Sistema Brasileiro de Inteligência/SISBIN, embora materializado no estamento legal por meio da Lei 9883/1999, regulamentada pelo Dec 4376 / 2006, está tentando, na melhor das hipóteses, se articular.

O descaso para com a ABIN é tal, que até se poderia pensar em enquadrar, por prevaricação, funcionários que, em tese, deixam de cumprir funções previstas nesse diploma legal.

Mas não são eles, os operadores de Inteligência, os únicos responsáveis pelo “status quo” de desconhecimento das realidades internacionais, ameaças, vulnerabilidades e riscos que esta nação, potencialmente rica, corre diuturnamente.

O usuário estratégico principal do SIBIN não recebe o Diretor Geral/DG ABIN. Designou como interlocutor o Gabinete de Segurança Institucional / GSI. Bom, se este ministro pudesse ser visto sempre junto à presidente. Mesmo no gabinete de crises instalado durante o pico das manifestações, sua ausência marcou presença.

Oportuno lembrar que o primeiro “briefing” diário do presidente Obama é com o assessor de Segurança Nacional e com o DG da CIA, que lhe transmite a Estimativa Nacional de Inteligência.

O PT sempre julgou Inteligência “coisa de direita”, embora se saiba do uso de estruturas clandestinas para produzir conhecimentos que alimentam ações partidárias, como já ficou bem explicitado em casos tramitados no STF. O partido proibiu peremptoriamente o monitoramento dos movimentos sociais, por exemplo. Então não há como reclamar quando estes surgiram das trevas virtuais e cercaram os palácios.

Na cauda dessa decisão, o governo petista talvez tenha esquecido a quem serve, deixando de prover recursos de toda ordem para que a ABIN e os órgãos de Inteligência das Forças Armadas, ambos vocacionados para ações de contrainteligência, atividade que deve ter a seu cargo empreender a contraespionagem, e da própria Polícia Federal, instituição ao quem cabe a investigação criminal de atos de espionagem que possam ter lesado patrimônio nacional ou incidido em algum ilícito previsto na legislação brasileira.

Enquanto desmobilizava seus órgãos de defesa institucional, os governantes brasileiros, por intermédio de uma diplomacia praticada à sombra do Planalto e por um MRE submisso, flertava com países e organizações reconhecidas como tendo ligações com entidades terroristas ou mesmo relacionadas ao crime organizado transnacional.

Como se indignar agora, com o fato de a mais poderosa democracia do planeta ter, em tese, realizado operações de Inteligência (algo diferente de espionagem) em território brasileiro no intuito de defender sua sociedade?

Dependendo das Técnicas Operacionais utilizadas, e eles são bons nisso, podem até não ter cometido crime algum. Ora, as companhias de telefonia são privadas, comercializam acessos, por onde transitam dados, que, em algumas vezes, são comercializados à revelia do usuário. Será que algum brasileiro, usuário de telefonia móvel, ainda não teve seu cadastro vendido a alguma empresa de “telemarketing”, que o acordou em um sábado, às 07 horas, para oferecer o acesso a um disque – abobrinha desses da vida? Fala sério!

Quem não tem estratégias definidas, nesse mundo globalizado, acaba parte da estratégia de alguém mais poderoso. É uma regra universal e que vale para indivíduos, organizações ou Estados nacionais.

No momento a questão pode se resumir a:

Os EUA desenvolveram operações de Inteligência no Brasil, assim como o fizeram em todo o mundo, ou não o fizeram. É lícito imaginar que fizeram.

O que o Brasil pode fazer?

Sentir – se indignado, protestar como a Europa está fazendo, e deixar para lá que daqui a pouco todo mundo esquece.

Tentar a condenação dos EUA, com baixa probabilidade de sucesso, em foros internacionais, e depois enfrentar as retaliações econômicas, políticas e sociais dos norte americanos.

Tentar impedir novas ações de Inteligência, não só dos EUA, mas de qualquer outro país que deseje algo do Brasil, como conhecimentos de biotecnologia, por exemplo, e somar mais um fracasso à vasta coleção nacional de insucessos petistas, pois o país não dispõe de estruturas de Inteligência para deter processos dessa magnitude. Com algum esforço, nossos abnegados operadores de Inteligência podem chegar a produzir conhecimentos de alguns aspectos da vida nacional.

Se as ações vierem revestidas de suporte tecnológico avançado então, aí o fracasso nacional será retumbante, pois não se domina, no país, tecnologias de 5ª geração, em estado da arte, para impedir qualquer operação de Inteligência com esse tipo de emprego de meios.

A mídia está dando ouvidos a vários especialistas em Inteligência, alguns até falando em ter cuidado com senhas em computadores pessoais. Piada! Seria engraçado, se não fosse trágico.

Basta pensar um pouco.

O Brasil não tem um satélite nacional sequer. Uéh, basta lembrar das privatizações “psdbistas”, para que não seja dito que só falo dos petistas. O país depende, para suas comunicações via satélites, de equipamentos privados, com nível de segurança muito aquém das ameaças, todos operados por companhias transnacionais. Aliás, cabe a pergunta, existe alguma operadora nacional de telefonia?

O país está pagando pelo descaso, pela incúria, pelo despreparo, pela falta de humildade, e pela arrogância (redundância proposital), para parar por aqui, de sucessivos governos, pós 1985, que nunca pensaram além dos próprios intestinos, ignorando o porte estratégico deste imenso Brasil, enquanto dilapidavam o patrimônio nacional.

Mas, “o tempo histórico se faz contra nós”, no dizer de Celso Furtado, em um estudo sobre o Brasil (**), o qual contou com um ministro petista, então oposição, entre seus formuladores.

Em Inteligência é preciso jogar o jogo! Poucos sabem fazer isso.



(*) Nye Jr, Joseph. O futuro do poder.

(**) Brasil para um projeto de consenso.

Marco Antonio dos Santos

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Pagador de imensos e mal aproveitados impostos, taxas e etc

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08 / 07 / 2013, ás 1930h.
Nossos políticos (aaarrrghh!) não tem mínima a ideia sobre o acima, não estão nem aí...O que interessa a eles é $$$$$$$$$$, ou seja, seus vis e usuais interesses.

E se o país um dia for atacado por uma nação estrangeira serão os primeiros a se render e colaborar com o invasor...

Sem ilusões...

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Re: Abin

#67 Mensagem por general-lee » Qua Jul 10, 2013 9:11 pm

Concordo plenamente.....genero ..numero...e grau..sds Wingate




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Re: Abin

#68 Mensagem por Clermont » Sáb Jul 13, 2013 9:23 am

Que bom que eu guardei minha velha Olivetti Letera 22! Agora, estou pronto para me defender do Obama! Vou agora mesmo passar um pouco de óleo "Singer" nela!

_________________________________________

NA ERA DA GUERRA CIBERNÉTICA, O SERVIÇO FEDERAL DE GUARDA DO KREMLIN ACHA A SOLUÇÃO PERFEITA CONTRA HACKERS... COMPRAR VINTE BOAS E VELHAS MÁQUINAS DE ESCREVER PARA SUA EQUIPE.

Por Will Stewart - Moscou - Mail Online - 11.07.13.

Os serviços secretos russos estão desdobrando uma nova e inovadora arma na era da ciber-espionagem - a quase esquecida máquina de escrever.

Os oficiais de contra-inteligência do Kremlin reconheceram que este é o único meio de impedir que suas informações mais classificadas sejam roubadas pelo tipo de bisbilhotice de dados baseados em computadores, exposto pelo agente americano renegado Edward Snowden.

Foi revelado, na quinta-feira, que uma encomenda de vinte máquinas de datilografia foi efetuada pelo Serviço Federal de Guarda, conhecido pelo acrônimo FSO, que está encarregado da proteção do presidente Vladimir Putin, seu primeiro-ministro Dmitry Medvedev e outras autoridades superioras.

"Depois de escândalos com a distribuição de documentos secretos pelo Wikileaks, as revelações por Edward Snowden, relatórios sobre Dmitry Medvedev sendo escutado durante sua visita ao encontro do G20 em Londres, ficou decidido expandir a prática de criar documentos em papel,", disse uma fonte.

A presença de Snowdem, com seus laptops - que se diz estarem inchados com segredos americanos - no salão de trânsito no aeroporto de Moscou, traz a ameaça de ciber-espionagem para a Rússia, explicou o jornal pró-Kremlin, Izvestia.

Ao contrário de impressoras, toda máquina de escrever tem seu próprio padrão de escrita, portanto é possível vincular qualquer documento com a máquina que o datilografou, disse o jornal.

Máquinas de escrever antes do que computadores já estão sendo empregadas, sendo uma "prática normal para assegurar a segurança", para registrar os segredos mais profundos de Putin, disse outra fonte.

"Máquinas de escrever ainda são utilizadas nas estruturas de poder da Rússia, como o Ministério da Defesa, o Ministério de Emergências, e os serviços de segurança," disse a agência de notícias RIA Novosti.

"Elas são utilizadas, predominantemente, para mensagem de alto-segredo, dirigidas para o presidente ou o ministro da defesa."

Uma encomenda para as vinte novas máquinas datilográficas e 600 cartuchos de tinta custando 9.880 libras pelo FSO é exibida - irônicamente - num website governamental.

Putin tem insistido que seus serviços secretos não tiraram vantagem das quase três semanas de Snowden na Rússia, para agarrarem seu depósito de informações.


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Re: Abin

#69 Mensagem por Wingate » Sáb Jul 13, 2013 7:41 pm

Clermont escreveu:Que bom que eu guardei minha velha Olivetti Letera 22! Agora, estou pronto para me defender do Obama! Vou agora mesmo passar um pouco de óleo "Singer" nela!

_________________________________________

NA ERA DA GUERRA CIBERNÉTICA, O SERVIÇO FEDERAL DE GUARDA DO KREMLIN ACHA A SOLUÇÃO PERFEITA CONTRA HACKERS... COMPRAR VINTE BOAS E VELHAS MÁQUINAS DE ESCREVER PARA SUA EQUIPE.

Por Will Stewart - Moscou - Mail Online - 11.07.13.

Os serviços secretos russos estão desdobrando uma nova e inovadora arma na era da ciber-espionagem - a quase esquecida máquina de escrever.

Os oficiais de contra-inteligência do Kremlin reconheceram que este é o único meio de impedir que suas informações mais classificadas sejam roubadas pelo tipo de bisbilhotice de dados baseados em computadores, exposto pelo agente americano renegado Edward Snowden.

Foi revelado, na quinta-feira, que uma encomenda de vinte máquinas de datilografia foi efetuada pelo Serviço Federal de Guarda, conhecido pelo acrônimo FSO, que está encarregado da proteção do presidente Vladimir Putin, seu primeiro-ministro Dmitry Medvedev e outras autoridades superioras.

"Depois de escândalos com a distribuição de documentos secretos pelo Wikileaks, as revelações por Edward Snowden, relatórios sobre Dmitry Medvedev sendo escutado durante sua visita ao encontro do G20 em Londres, ficou decidido expandir a prática de criar documentos em papel,", disse uma fonte.

A presença de Snowdem, com seus laptops - que se diz estarem inchados com segredos americanos - no salão de trânsito no aeroporto de Moscou, traz a ameaça de ciber-espionagem para a Rússia, explicou o jornal pró-Kremlin, Izvestia.

Ao contrário de impressoras, toda máquina de escrever tem seu próprio padrão de escrita, portanto é possível vincular qualquer documento com a máquina que o datilografou, disse o jornal.

Máquinas de escrever antes do que computadores já estão sendo empregadas, sendo uma "prática normal para assegurar a segurança", para registrar os segredos mais profundos de Putin, disse outra fonte.

"Máquinas de escrever ainda são utilizadas nas estruturas de poder da Rússia, como o Ministério da Defesa, o Ministério de Emergências, e os serviços de segurança," disse a agência de notícias RIA Novosti.

"Elas são utilizadas, predominantemente, para mensagem de alto-segredo, dirigidas para o presidente ou o ministro da defesa."

Uma encomenda para as vinte novas máquinas datilográficas e 600 cartuchos de tinta custando 9.880 libras pelo FSO é exibida - irônicamente - num website governamental.

Putin tem insistido que seus serviços secretos não tiraram vantagem das quase três semanas de Snowden na Rússia, para agarrarem seu depósito de informações.


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Re: Abin

#70 Mensagem por rodrigo » Ter Jul 16, 2013 4:42 pm

Agora estão questionando muita coisa que antes era considerada inofensiva. O que soube hoje é que o google street view foi o programa de coleta de dados mais abrangente realizado no mundo. Além de sua função mais óbvia: a captura de imagens para usuários se localizarem, o hardware utilizado pelos veículos fazia/faz uma completa varredura do espectro, captando e registrando todos os sinais de comunicação, sejam rádios, wifi, bluetooth, e etc. No mesmo momento, tudo que não era protegido por criptografia era vasculhado e registrado, inclusive, no momento, comunicações e informações em computadores não protegidos. Agora a informação veio à tona, e em diversos países, inclusive nos EUA, órgãos de proteção ao consumidor querem saber detalhes para entender o alcance da invasão de privacidade, além do perigo de espionagem em meios estatais.




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Re: Abin

#71 Mensagem por prp » Ter Jul 16, 2013 4:56 pm

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Re: Abin

#72 Mensagem por arcanjo » Ter Jul 16, 2013 5:25 pm

rodrigo escreveu:Agora estão questionando muita coisa que antes era considerada inofensiva. O que soube hoje é que o google street view foi o programa de coleta de dados mais abrangente realizado no mundo. Além de sua função mais óbvia: a captura de imagens para usuários se localizarem, o hardware utilizado pelos veículos fazia/faz uma completa varredura do espectro, captando e registrando todos os sinais de comunicação, sejam rádios, wifi, bluetooth, e etc. No mesmo momento, tudo que não era protegido por criptografia era vasculhado e registrado, inclusive, no momento, comunicações e informações em computadores não protegidos. Agora a informação veio à tona, e em diversos países, inclusive nos EUA, órgãos de proteção ao consumidor querem saber detalhes para entender o alcance da invasão de privacidade, além do perigo de espionagem em meios estatais.
Completando o que o Rodrigo disse:

Por captura ilegal de dados, Google terá que se explicar à justiça

O caso ocorreu em 2010 e envolveu a coleta de dados sem autorização, feita por carros do serviço Google Street View.
Por Renan Hamann em 16 de Julho de 2013

Imagem
(Fonte da imagem: redefonte.com)

Em 2010, os carros do Google Street View estavam realizando varreduras em diversas cidades brasileiras, capturando imagens que posteriormente seriam aplicadas ao serviço. Pouco depois disso, a empresa de Mountain View assumiu publicamente — junto com um pedido de desculpas — que teria coletado dados de uma maneira não autorizada de diversas redes com as quais teve contato.

No pedido de desculpas, a empresa afirma que só teve acesso a dados de redes desprotegidas. Ou seja, qualquer tipo de rede sem fio que utilizasse senha não teria sido ligada aos carros da Google. Mesmo assim, a empresa de Mountain View terá que prestar esclarecimentos à justiça brasileira, e alguns detalhes bem importantes sobre a utilização desses dados terão que ser revelados.

Onde eles estão atualmente e o que foi feito com eles naquela época? A justiça brasileira precisa de respostas para essas perguntas e também quer saber qual é a natureza das informações colhidas pelos veículos. Dessa forma, seria possível saber se estamos falando de apenas dados de tráfego comuns ou se foram capturadas senhas, informações mais relevantes ou outros dados similares.

A liminar que obriga a Google a prestar esses esclarecimentos foi concedida no último dia 12 de julho, data em que foi publicada no Diário Oficial. A Google tem cinco dias úteis para responder à intimação ou então será multada em R$ 15 mil por dia. Ainda não há indicação de movimentação por parte da maior empresa de internet do mundo em relação ao caso.

Por que os carros coletam dados?

Essa é uma dúvida que pode estar presente na mente de muitos leitores. Por que a Google estaria capturando dados enquanto as imagens eram feitas? Segundo a própria empresa, isso aconteceu porque os carros utilizam uma tecnologia de transmissão de dados que é responsável pelo envio das fotografias para servidores remotos.

E foi por meio desses equipamentos que os carros do Google Street View teriam se conectado às redes sem fio brasileiras, fazendo com que alguns dados acabassem sendo capturados. Ainda é necessário ouvir a versão oficial da Google para que possamos dizer exatamente qual era a natureza desses dados coletados.

Fonte: Folha
http://www.tecmundo.com.br/google/42005 ... ustica.htm


arcanjo




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Re: Abin

#73 Mensagem por denilson » Ter Jul 16, 2013 5:39 pm

rodrigo escreveu:Agora estão questionando muita coisa que antes era considerada inofensiva. O que soube hoje é que o google street view foi o programa de coleta de dados mais abrangente realizado no mundo. Além de sua função mais óbvia: a captura de imagens para usuários se localizarem, o hardware utilizado pelos veículos fazia/faz uma completa varredura do espectro, captando e registrando todos os sinais de comunicação, sejam rádios, wifi, bluetooth, e etc. No mesmo momento, tudo que não era protegido por criptografia era vasculhado e registrado, inclusive, no momento, comunicações e informações em computadores não protegidos. Agora a informação veio à tona, e em diversos países, inclusive nos EUA, órgãos de proteção ao consumidor querem saber detalhes para entender o alcance da invasão de privacidade, além do perigo de espionagem em meios estatais.
Supondo que essa informação seja verídica, o carro do google street view é um supercomputador ambulante, algo do tipo ficção científica, pois apenas para a coleta de dados das imagens e do GPS (lembrando que ele utiliza GPS diferencial que necessita de pós processamento) já é algo bastante "pesado" em termos de software e hardware, ai temos ainda todo um sistema de coleta de dados "rádios, wifi, bluetooth, e etc" que necessita também de processamento, não apenas para a coleta de dados, mas também para a "quebra" da segurança além do que teria que ter tempo para tudo isso andando a uns 40km/h (eu vi esse carro e me parecia essa a velocidade, ou perto disso) e nesse tempo teria ainda que coletar os dados (download) gravar etc... fora as antenas etc...
Bom, de qualquer forma, apenas os dados das imagens (fotos) georreferenciadas já é um grande salto em informações (lembrando que eles possuem as imagens em alta definição, as do street view tem a qualidade deteriorada), esses dados quando "cruzados" com imagens (satélite) de alta definição + radar (radar de sensoriamento remoto tipo SAR) e dados de altimetria (MDT - modelo digital de terreno), se tem uma quantidade literalmente "estúpida" de informação, e isso tudo sem a necessidade de chegar perto do "alvo".




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Re: Abin

#74 Mensagem por denilson » Ter Jul 16, 2013 5:43 pm

arcanjo escreveu:
rodrigo escreveu:Agora estão questionando muita coisa que antes era considerada inofensiva. O que soube hoje é que o google street view foi o programa de coleta de dados mais abrangente realizado no mundo. Além de sua função mais óbvia: a captura de imagens para usuários se localizarem, o hardware utilizado pelos veículos fazia/faz uma completa varredura do espectro, captando e registrando todos os sinais de comunicação, sejam rádios, wifi, bluetooth, e etc. No mesmo momento, tudo que não era protegido por criptografia era vasculhado e registrado, inclusive, no momento, comunicações e informações em computadores não protegidos. Agora a informação veio à tona, e em diversos países, inclusive nos EUA, órgãos de proteção ao consumidor querem saber detalhes para entender o alcance da invasão de privacidade, além do perigo de espionagem em meios estatais.
Completando o que o Rodrigo disse:

Por captura ilegal de dados, Google terá que se explicar à justiça

O caso ocorreu em 2010 e envolveu a coleta de dados sem autorização, feita por carros do serviço Google Street View.
Por Renan Hamann em 16 de Julho de 2013

Imagem
(Fonte da imagem: redefonte.com)

Em 2010, os carros do Google Street View estavam realizando varreduras em diversas cidades brasileiras, capturando imagens que posteriormente seriam aplicadas ao serviço. Pouco depois disso, a empresa de Mountain View assumiu publicamente — junto com um pedido de desculpas — que teria coletado dados de uma maneira não autorizada de diversas redes com as quais teve contato.

No pedido de desculpas, a empresa afirma que só teve acesso a dados de redes desprotegidas. Ou seja, qualquer tipo de rede sem fio que utilizasse senha não teria sido ligada aos carros da Google. Mesmo assim, a empresa de Mountain View terá que prestar esclarecimentos à justiça brasileira, e alguns detalhes bem importantes sobre a utilização desses dados terão que ser revelados.

Onde eles estão atualmente e o que foi feito com eles naquela época? A justiça brasileira precisa de respostas para essas perguntas e também quer saber qual é a natureza das informações colhidas pelos veículos. Dessa forma, seria possível saber se estamos falando de apenas dados de tráfego comuns ou se foram capturadas senhas, informações mais relevantes ou outros dados similares.

A liminar que obriga a Google a prestar esses esclarecimentos foi concedida no último dia 12 de julho, data em que foi publicada no Diário Oficial. A Google tem cinco dias úteis para responder à intimação ou então será multada em R$ 15 mil por dia. Ainda não há indicação de movimentação por parte da maior empresa de internet do mundo em relação ao caso.

Por que os carros coletam dados?

Essa é uma dúvida que pode estar presente na mente de muitos leitores. Por que a Google estaria capturando dados enquanto as imagens eram feitas? Segundo a própria empresa, isso aconteceu porque os carros utilizam uma tecnologia de transmissão de dados que é responsável pelo envio das fotografias para servidores remotos.

E foi por meio desses equipamentos que os carros do Google Street View teriam se conectado às redes sem fio brasileiras, fazendo com que alguns dados acabassem sendo capturados. Ainda é necessário ouvir a versão oficial da Google para que possamos dizer exatamente qual era a natureza desses dados coletados.

Fonte: Folha
http://www.tecmundo.com.br/google/42005 ... ustica.htm


arcanjo
Bom, nesse caso o espectro utilizado diminui bastante de tamanho, me parece que captaram dados de redes WiFi desprotegidas, que qualquer um utilizando um notebook consegue captar.




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Re: Abin

#75 Mensagem por rodrigo » Ter Jul 16, 2013 5:45 pm

O google já confirmou, o que se discute agora é como fez, contra quem fez, qual o motivo e quem tem posse das informações coletadas. Acho óbvio que o destinatário final sejam os órgãos de informação dos EUA. Agora, isso foi feito em Moscou, Paris, Pequim...




"O correr da vida embrulha tudo,
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."

João Guimarães Rosa
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