Programa de Reaparelhamento da Marinha

Assuntos em discussão: Marinha do Brasil e marinhas estrangeiras, forças de superfície e submarinas, aviação naval e tecnologia naval.

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rcolistete
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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#5281 Mensagem por rcolistete » Qua Abr 27, 2011 5:23 pm

knigh7 escreveu:Pessoal,

Quando observamos os vasos de guerra modernos a partir de médio porte, não necessariamente com funcão precícua antiaérea, como as classes Alvaro de Bazán, Sachsen, Fridtjof Nansen (eita nome ruim de lembrar todas as sílabas), Absalon, De Zeven Provincien...são dotadas também de mísseis de longo alcance.

A FREMM (não a FREDA) da Marina Naationale é uma das poucas que levará apenas um míssil de curto/médio alcance, o Aster 15.
Olá knigh7,

Tudo bem ? Colhi as seguintes informações na LAAD 2011 com o pessoal da DNCS :

* a FREEM pode sim usar o SICONTA da MB, porém o SICONTA não seria capaz de fazer tudo o que o sistema francês faz e... o SICONTA é originado de um sistema da DCNS de há alguns anos. Elogiaram o SICONTA;
* a FREEM oferecida oficialmente à MB tem um mistura de Aster 15 e 30, bem como mísseis de cruzeiro (Scalp naval);
* a motorização da FREEM oferecida à MB é mais potente que a versão francesa para poder atingir velocidades mais altas (para acompanhar NAe, por exemplo);
* o PA2 (projeto de NAe convencional da DCNS, de 60 mil ton.) não foi oferecido à MB pois ela não pediu e a DCNS acha que isso é para longo prazo.

Abraços,

Roberto




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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#5282 Mensagem por Penguin » Qua Abr 27, 2011 7:57 pm

rcolistete escreveu:
knigh7 escreveu:Pessoal,

Quando observamos os vasos de guerra modernos a partir de médio porte, não necessariamente com funcão precícua antiaérea, como as classes Alvaro de Bazán, Sachsen, Fridtjof Nansen (eita nome ruim de lembrar todas as sílabas), Absalon, De Zeven Provincien...são dotadas também de mísseis de longo alcance.

A FREMM (não a FREDA) da Marina Naationale é uma das poucas que levará apenas um míssil de curto/médio alcance, o Aster 15.
Olá knigh7,

Tudo bem ? Colhi as seguintes informações na LAAD 2011 com o pessoal da DNCS :

* a FREEM pode sim usar o SICONTA da MB, porém o SICONTA não seria capaz de fazer tudo o que o sistema francês faz e... o SICONTA é originado de um sistema da DCNS de há alguns anos. Elogiaram o SICONTA;
* a FREEM oferecida oficialmente à MB tem um mistura de Aster 15 e 30, bem como mísseis de cruzeiro (Scalp naval);
* a motorização da FREEM oferecida à MB é mais potente que a versão francesa para poder atingir velocidades mais altas (para acompanhar NAe, por exemplo);
* o PA2 (projeto de NAe convencional da DCNS, de 60 mil ton.) não foi oferecido à MB pois ela não pediu e a DCNS acha que isso é para longo prazo.

Abraços,

Roberto
O SICONTA está na sua versão V e é brasileiro.

SICONTA I: NAe MG
SINCONTA II: ModFrag
SINCONTA III: Inhauma/Barroso
SINCONTA IV: NAe SP
SINCONTA V (simplificado): NPa

História do desenvolvimento do SICONTA:
SICONTA I/II/III/IV (TTI 2900) (Brazil), Command, surveillance and weapon control systems

Type
Tactical data handling system.

Development
In the late 1980s the Brazilian Navy planned to upgrade its Colossus-class aircraft carrier Minas Gerais with new sensors and a command system. The latter task was assigned to the Ministério da Marinha's Naval Research Organisation (Instituto de Pesquisas da Marinha or IPqM) which was assisted by domestic electronics manufacturers, and foreign assistance for specialised tasks. Together they developed the SICONTA (SIstema CONtrole TAtico) based upon COTS hardware and this system was installed in the early 1990s. It became operational when the Minas Gerais was re-commissioned in 1994.The success of the SICONTA programme encouraged plans for a Mk II system in connection with the ModFrag (Modernizaçâo das Fregatas) programme for the Niteroi-class frigates to replace CAAIS/WSA 400. This was to be produced by ESCA acting as a sub-contractor of EMGEPRON (Empresa Gerencial de Projetos Navais), which acts as the overall project management office for the Navy's Directoria da Armamentos e Comuniçâoes. A land-based test and software development site was created in 1995 with a demonstration system scheduled to come on stream at the end of 1997 but, early in 1996, ESCA became bankrupt. In September 1996, a consortium led by DCN International was awarded a contract equivalent to USD80 million to produce a replacement system under the direction of the EMGEPRON. The technology for the new system incorporated elements of the DCN SENIT 8 system but was neither a licence-produced version nor a derivative. The system was designated SICONTA II (its predecessor having been designated SICONTA I) and incorporated new COTS-based
http://articles.janes.com/articles/Jane ... razil.html


Também observamos avanços no que tange à família de Sistemas de
Combate Siconta. O Siconta IV já opera parcialmente no Navio
Aeródromo São Paulo, e se tornará o instrumento fundamental para a
modernização dos sistemas anteriores, inclusive os simuladores do
CAAML, uma vez que seus consoles tem como característica a
portabilidade de software. Ou seja, operam com o software de
qualquer Siconta: II, III ou IV. Não podemos esquecer que em
meados de 2010 foi iniciado o desenvolvimento do Siconta V, uma
versão simplificada, para navios patrulha que será instalada na
Classe Macaé, a partir dos NPa Maracanã e Maragogipe, ora em
construção no Estaleiro EISA.
https://www.mar.mil.br/diversos/Boletim ... 032011.pdf




Editado pela última vez por Penguin em Qua Abr 27, 2011 7:59 pm, em um total de 2 vezes.
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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#5283 Mensagem por Andre Correa » Qua Abr 27, 2011 7:58 pm

muito obrigado por compartilhar colega Roberto!




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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#5284 Mensagem por knigh7 » Qua Abr 27, 2011 8:07 pm

rcolistete escreveu:
knigh7 escreveu:Pessoal,

Quando observamos os vasos de guerra modernos a partir de médio porte, não necessariamente com funcão precícua antiaérea, como as classes Alvaro de Bazán, Sachsen, Fridtjof Nansen (eita nome ruim de lembrar todas as sílabas), Absalon, De Zeven Provincien...são dotadas também de mísseis de longo alcance.

A FREMM (não a FREDA) da Marina Naationale é uma das poucas que levará apenas um míssil de curto/médio alcance, o Aster 15.
Olá knigh7,

Tudo bem ? Colhi as seguintes informações na LAAD 2011 com o pessoal da DNCS :

* a FREEM pode sim usar o SICONTA da MB, porém o SICONTA não seria capaz de fazer tudo o que o sistema francês faz e... o SICONTA é originado de um sistema da DCNS de há alguns anos. Elogiaram o SICONTA;
* a FREEM oferecida oficialmente à MB tem um mistura de Aster 15 e 30, bem como mísseis de cruzeiro (Scalp naval);
* a motorização da FREEM oferecida à MB é mais potente que a versão francesa para poder atingir velocidades mais altas (para acompanhar NAe, por exemplo);
* o PA2 (projeto de NAe convencional da DCNS, de 60 mil ton.) não foi oferecido à MB pois ela não pediu e a DCNS acha que isso é para longo prazo.

Abraços,

Roberto
Olá, Roberto!

Essa questão passa pela MB, uma vez que a Forca deseja 2 tipos de escolta (da mesma classe), ASW/EG e a AAe. Acho que a AAe é que usará um míssil de longo alcance. (Seria, levando em conta as particularidades dos requisitos da MB, algo como uma FREDA e a FREMM).

Esse é um dos motivos pelo qual estou levantando o assunto.

No tocante a propulsão:
A Fincantieri também ofereceu uma FREMM com modificacão nos motores, para elevar a velocidade de cruzeiro a 18 Kts (requisito da MB). Ao invés de propulsão CODLAG, seria CODAG.
A DCNS ofereceu 2 possibilidades de motorizacão. Com os mesmos motores, mas com algumas alteracões, semelhante aos italianos, e uma troca total do motor, transformando-a numa belonave high speed.

Abracos




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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#5285 Mensagem por knigh7 » Qua Abr 27, 2011 11:34 pm

LeandroGCard escreveu:
knigh7 escreveu:Leandro,

O A-Darter deveria sofrer alguma modificacão para um melhor uso nas escoltas?
A questão de mísseis AAe em navios é que não há como distribuí-los em um perímetro ao redor do “alvo” (se considerarmos que cada navio é um alvo prioritário em si). Então não é possível tentar interceptar as aeronaves antes que elas lancem suas armas a menos que o alcance do míssil seja sensivelmente maior que o destas. E nos dias de hoje estaríamos falando de bombas guiadas lançadas em distâncias de até uns 20-25Km, bombas planadoras com alcances de 50 Km ou mais, mísseis médios com alcances entre 30 e 70 Km e mísseis pesados com alcances acima de 100 km.

Os mísseis pesados, por suas características e custo, podem ser considerados como aeronaves em si, é complicado para qualquer país usá-los em quantidades muito elevadas. Então não é tão simples assim saturar com eles as defesas de uma FT ou de um navio bem armado, vale à pena usar qualquer tipo de arma para interceptá-los. Mas as bombas e mísseis médios podem ser lançadas em grande quantidade (não necessariamente em um só ataque, mas múltiplos ataques podem ser efetuados em questão de horas), e gastar mísseis caros e disponíveis em pequena quantidade para interceptá-los vai acabar deixando o navio indefeso, tendo o inimigo gasto relativamente muito pouco.

Considerando este ponto, a defesa AAe naval teria que agir de três formas diferentes:

-Contra as próprias aeronaves: Como é muito difícil um navio se esconder no meio do oceano, os aviões dificilmente irão se aproximar dele (como ocorria na Guerra das Malvinas, que foi há quase trinta anos e serviu de lição, pela quantidade de aviões argentinos perdidos). Se a intenção for realmente tentar interceptá-los serão necessários mísseis de longo alcance como o Standard e o Aster-30.

- Contra mísseis pesados: Estes em geral serão usados em número relativamente baixo, e vale à pena tentar interceptá-los com qualquer tipo de míssil disponível e também com artilharia de tubo.

- Contra demais munições: Aí a coisa complica, pois podem ser usadas em grande quantidade. Artilharia de tubo em princípio seria uma boa resposta, mas os navios de hoje tendem a ter muito poucos canhões, e só podem enfrentar alguns poucos alvos de cada vez, problema complicado pelo curto alcance deste tipo de arma. O ideal é complementá-la com grande número de mísseis de curto/médio alcance (de 10 a 30 km), e se estes mísseis forem muito caros (como é o caso do A-Darter) a coisa pode ficar proibitiva. Além disso, muitas destas munições são pequenas e frias demais para se utilizar orientação IR, o ideal seria um sistema CLOS ou rádio, como RAM, Seawolf, Crotale, etc... .

Pelo visto acima fica claro que um navio realmente bem defendido teria que ter 3 camadas de defesa AAe, os mísseis de longo alcance, os de curto/médio alcance e os canhões. Sendo relativamnete caros (mais de US250.000 cada, já vi estimativas de U$400.000) o A-Darter até poderia ser adaptado para o primeiro caso, como míssil de longo alcance a ser usado contra aviões (com a adição de um poderoso primeiro estágio). Mas para curto/médio alcance (com a adição apenas de um pequeno booster) e contra bombas e mísseis médios ele seria um míssil muito caro e pouco eficiente (por ser orientado por IR e ter uma ogiva relativamente pequena).


Já com relação às adaptações do míssil em si, ele teria que passar por uma revisão estrutural, já que foi projetado para ser suportado pela parede lateral antes do lançamento e teria que passar a ser suportado pela traseira. Mas ele já é projetado para altas cargas G laterais (as longas e estreitas aletas ao longo do seu corpo ajudam bastante), e provavelmente não seria preciso acrescentar nenhum reforço estrutural importante. Outros pontos que teriam que ser revistos seriam a ignição e a refrigeração do sensor, que acho que hoje são feitas pelo suporte instalado na aeronave e teriam que ser transferidas para o próprio míssil (ou para o booster). O perfil de aceleração do motor talvez pudesse ser revisto também, hoje ele tem uma aceleração inicial alta para partir da aeronave lançadora, mas na versão AAe o próprio booster já daria esta aceleração, e talvez fosse possível aumentar o tempo de queima e o alcance.

Tenha em mente que o exposto acima são apenas minhas opiniões, pois não tenho nenhuma informação sobre detalhes de projeto do A-Darter que não sejam as disponíveis na em mídia geral.


Um grande abraço,


Leandro G. Card
Obrigado pela explanacão, Leandro. Mas eu não acho que a MB vá usar mísseis CLOS. Os SeaWolf vieram com as Type 22. E a oportunidade que a MB teve em adquiriir mísseis AAe para suas fragatas, optou por mísseis de guiagem semiativa.
Eu acho que devemos esperar (e torcer) para que a futura escolta tenha ale'm dos 2 canhões projetados (o de 127mm/4.5 pol e o 57mm) mais 2 canhões de calibre menor, como o Trinity Bofors de 40mm para protecão contra mísseis e bombas (alô Marino/ Lord Nauta falem para os hômi :idea: :D ).
Contra aeronaves, um míssil de longo alcance.

Abracos

Eu acredito que a provável




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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#5286 Mensagem por LeandroGCard » Qui Abr 28, 2011 6:56 pm

knigh7 escreveu:Obrigado pela explanacão, Leandro. Mas eu não acho que a MB vá usar mísseis CLOS. Os SeaWolf vieram com as Type 22. E a oportunidade que a MB teve em adquiriir mísseis AAe para suas fragatas, optou por mísseis de guiagem semiativa.
Eu acho que devemos esperar (e torcer) para que a futura escolta tenha ale'm dos 2 canhões projetados (o de 127mm/4.5 pol e o 57mm) mais 2 canhões de calibre menor, como o Trinity Bofors de 40mm para protecão contra mísseis e bombas (alô Marino/ Lord Nauta falem para os hômi :idea: :D ).
Contra aeronaves, um míssil de longo alcance.

Abracos

Eu acredito que a provável
Olá Knigh7,

Eu até acho que você tem uma certa razão em desconfiar que a MB não vai adotar mísseis de curto alcance, as FA's do Brasil em geral parecem pensar que mísseis AAe devem ser usados apenas contra aeronaves (incluindo nesta categoria os mísseis pesados), e no cenário atual mísseis de curto alcance não terão muitas oportunidades de serem usados contra estas.

Pelo que me lembro das notícias da época, a escolha dos Aspide para o MODFRAG teria sido devida justamente ao seu maior alcance com relação ao Seawolf (100% maior com os modelos em análise na época), com certeza perseguindo a idéia de combater basicamente aeronaves. Mas em testes na MB o Seawolf teria mostrado maior eficiência, e li em algum lugar que nossa marinha não estaria totalmente satisfeita com o desempenho do Aspide. Somando tudo é bem capaz mesmo dos nossos almirantes procurarem um outro míssil diferente destes dois, e se o enfoque continuar em combater apenas aeronaves com mísseis certamente ela já percebeu que precisará de algo com alcance maior. Meu receio é que ela considere 30-40 Km como suficiente para defesa aérea de área, o que hoje já não é e será cada vez menos no futuro.

O fato é que na maioria dos países a defesa AAe dos navios de guerra mais poderosos está sendo colocada em 3 camadas, com mísseis de alcance realmente grande como o Standard, o Aster-30 e o SA-N-20 na primeira camada, mísseis anti-munição como o RAM, o Crotale e o SA-N-9 na segunda e armas de tubo como sistemas CIWS de calibres 30mm ou superior na terceira. Em navios menores ou de função basicamente AS os mísseis de longo alcance são trocados por sistemas mais baratos e de alcance menor, como o Unkhonto, o Aster-15, o ESSM e o AS-N-12. Mas os mísseis de curto alcance, para uso anti-munição, são mantidos. Apenas França, Inglaterra e Itália parecem ter filosofias diferentes.

Mas estes países imaginam seus navios operando sempre em cenários onde teriam domínio aéreo (geralmente com apoio dos EUA), e podem abrir mão de um certo nível de proteção em função da redução do custo das plataformas. Não é este o caso do Brasil.


Leandro G. Card




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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#5287 Mensagem por soultrain » Dom Mai 01, 2011 6:19 pm

A Marinha do Brasil do Século XXI

Quinta, 18 Fevereiro 2010 00:00

INTRODUÇÃO

A Estratégia Nacional de Defesa (END) do Brasil foi aprovada pelo Decreto nº 6.703, de 18/12/2008. Até o final de 2010,MARINHA-BRASIL-2 devem ser editados vários documentos complementares ou decorrentes, tratando da renovação do material e da reformulação das estruturas e doutrinas das Forças Armadas.

Até junho de 2009, foram elaborados os Planos de Equipamento e Articulação das três Forças Armadas para o período 2010-2030. Estava prevista para setembro a finalização da proposta de um Projeto de Lei de Aparelhamento e Articulação da Defesa Nacional, a ser submetido ao presidente da República e ao Congresso Nacional.

O Plano de Equipamento e Articulação da Marinha do Brasil (PEAMB) substitui o Programa de Reaparelhamento da Marinha (PRM). Subdividido em ações de curto (2010-14), médio (2015-22) e longo prazo (2023-30), inclui projetos relativos a equipamento, articulação e recursos humanos. O presente artigo comenta aspectos de tal plano.

POLÍTICA E ESTRATÉGIA

Segundo a Política de Defesa Nacional (PDN), aprovada pelo Decreto nº 5.484, de 30/06/2005, o entorno estratégico do Brasil abrange a América do Sul, o Atlântico Sul, a África Ocidental e Meridional, a Antártica e os países-membros da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP).

O Brasil necessita de uma Marinha polivalente, capaz de atuar em toda a extensão do Atlântico Sul, assim como no Caribe e em parte do Pacífico Sul. As áreas marítimas estratégicas de maior importância para o Poder Naval brasileiro, em ordem decrescente de prioridade, são:

a) a área vital (denominada "Amazônia Azul"): que inclui o Mar Territorial, a Zona Contígua (ZC), a Zona Econômica Exclusiva (ZEE) e a Plataforma Continental (PC), com largura total de 200 a 350 milhas marítimas;

b) a área primária: abrangendo o Atlântico Sul, definido como a parte compreendida entre o paralelo de 16º N, a costa oeste da África, a Antártica, o leste da América do Sul e o leste das Pequenas Antilhas (excluindo o Caribe);

c) a área secundária: que abrange o Mar do Caribe e o Pacífico Sul, definido este como a área compreendida entre o Canal de Beagle, o litoral da América do Sul, o meridiano de 85º W e o paralelo do Canal do Panamá; e

d) as demais áreas do globo.

No desenvolvimento do Poder Naval, a END propõe priorizar inicialmente a tarefa de negação do uso do mar, em relação às de controle de área marítima e de projeção de poder sobre terra. O emprego das forças navais, aeronavais e de fuzileiros navais visaria às seguintes hipóteses:

I - defesa pró-ativa das plataformas petrolíferas, das instalações navais e portuárias, dos arquipélagos e das ilhas oceânicas nas águas jurisdicionais brasileiras;

II - prontidão para responder a qualquer ameaça, proveniente de Estados ou de forças não-convencionais ou criminosas, às vias marítimas de comércio; e

III - capacidade de participar de operações internacionais de paz, fora do território e das águas jurisdicionais brasileiras, sob a égide das Nações Unidas ou de organismos multilaterais regionais.



MARINHA-BRASIL-5



Foram identificadas como críticas, para a defesa da soberania e dos interesses nacionais, a faixa litorânea que vai de Santos a Vitória (onde estão localizadas grandes reservas petrolíferas na plataforma continental), abrangendo os estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo, e a área em torno da foz do Rio Amazonas.

A elaboração do PEAMB procurou atender ao estabelecido pela END. Contudo, a grande decisão estratégica consiste na preparação do Poder Naval para ser suficientemente crível em qualquer modalidade de ação, contribuindo para a dissuasão de aventuras contrárias aos interesses do Brasil.

EQUIPAMENTO E ARTICULAÇÃO

Atualmente (final de 2009), a Marinha do Brasil opera um total de 96 navios. Destes, 31 constituem a Esquadra, sediada no Rio de Janeiro, estando os demais subordinados aos Distritos Navais, à Diretoria de Hidrografia e Navegação (DHN) ou à Escola Naval. As unidades da Aviação Naval e do Corpo de Fuzileiros Navais (CFN) atuam junto à Esquadra e às Forças Distritais.

A Marinha se reconstituirá por etapas, como força balanceada e polivalente, visando à futura implantação de uma segunda Esquadra e de um segundo núcleo de Divisão Anfíbia, sediados no litoral Norte/Nordeste. Será construída uma nova base naval perto da foz do Amazonas. A Baía de São Marcos, em São Luís, no Maranhão, é apontada por especialistas como um local conveniente.

A constituição de uma segunda Esquadra, além da ampliação dos meios das Forças Distritais, poderia levar à construção de uma centena de navios até 2030. A Marinha deve incrementar sua capacidade de comando e controle, pela ampliação do Sistema de Gerenciamento da Amazônia Azul (SisGAAz), com sensores fixos e móveis, e pela modernização das comunicações via satélite.

SUBMARINOS

MARINHA-BRASIL-3O custo do programa de submarinos da Marinha do Brasil será de 6,7 bilhões de euros. O acordo assinado com a França em 23/12/2008 (ratificado em 07/09/2009) prevê a construção de um estaleiro e de uma base para submarinos com propulsão nuclear em Itaguaí, no estado do Rio de Janeiro.

Aí serão construídos quatro submarinos de propulsão convencional (SBR), de projeto baseado na classe Scorpène francesa, a ser entregues entre 2015 e 2021. O acordo prevê também assistência técnica ao projeto do casco de um submarino de propulsão nuclear (SNBR), o qual seria entregue em 2021.

Em 2014 deve entrar em operação em Aramar, no município de Iperó, estado de São Paulo, um protótipo do reator de água pressurizada desenvolvido pela Marinha para propulsão de submarinos. O reator e as máquinas para o primeiro submarino nuclear brasileiro podem estar disponíveis para instalação em 2020.

NAVIOS DE SUPERFÍCIE

Estão em construção dois navios-patrulha (NPa) da classe Macaé, de 500 toneladas, baseada na classe Vigilante francesa. Em 25/09/2009, foi assinado contrato para mais quatro unidades, de um total de 27 previstas. Em 2010, começam a obtenção de cinco NPa de 1.800 toneladas, dotados de helicóptero, e a construção de quatro NPa de 200 toneladas, para águas costeiras ou fluviais.

Em 2010, começa a obtenção de um navio de apoio logístico (NApLog) capaz de reabastecer unidades da Esquadra com MARINHA-BRASIL-4combustível, lubrificantes, munição e víveres. Este navio terá completas instalações médico-hospitalares e será dotado de convés de vôo e hangar para helicópteros. Já em 2011, deve começar a construção de um lote inicial de três fragatas polivalentes de 6.000 toneladas.

Está prevista a modernização de cinco submarinos classe Tupi (IKL-209/1400), três fragatas classe Greenhalgh (Type 22) e quatro corvetas classe Inhaúma. O navio-aeródromo (NAe) São Paulo, ex-Foch da Marinha francesa, concluiu em 2008 um período de manutenção e reparos no Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro (AMRJ).

Estão sendo adquiridas (em segunda-mão) unidades auxiliares para tarefas de apoio. Recentemente, foram entregues os navios de desembarque de carros de combate (NDCC) Garcia d'Ávila e Almirante Sabóia, o navio-hidroceanográfico (NHo) Cruzeiro do Sul e o navio-polar (NPo) Almirante Maximiano.

Foi identificada a necessidade de um navio de emprego múltiplo, do tipo LPH/LHA/LHD, capaz de operar com helicópteros de grande porte em apoio a operações anfíbias. Um navio deste tipo (com ou sem doca para embarcações de desembarque) poderia vir a ser construído no Brasil.

O São Paulo pode ser substituído, depois de 2025, por um NAe com deslocamento carregado de 40 a 50 mil toneladas, capaz de operar com cerca de 40 aeronaves de combate. Estes são os parâmetros mínimos (ainda que não os ideais) para operação com aeronaves modernas de tipo convencional.

AVIAÇÃO NAVAL

Doze aeronaves embarcadas de interceptação e ataque McDonnell Douglas A-4 Skyhawk (nove da versão A-4KU monoposto e três da versão TA-4KU de dois lugares) serão modernizadas. Um total de 23 dessas aeronaves (20 A-4KU e três TA-4KU) foI adquirido em segunda-mão ao Kuwait.

MARINHA-BRASIL-1A França ofereceu à Marinha do Brasil um lote de segunda-mão de 10 aeronaves Dassault Rafale M F.1 de emprego exclusivamente ar-ar. Em configuração operacional, porém, o Rafale é muito pesado para as catapultas do São Paulo, capazes de lançar aeronaves com peso máximo de 20 toneladas.

Foram adquiridos quatro (podendo chegar a 12) helicópteros anti-submarino Sikorsky S-70B Seahawk. A Marinha também receberá 16 helicópteros de emprego geral Eurocopter EC-725 Super Cougar. Seis helicópteros de esclarecimento e ataque Westland Super Lynx serão modernizados.

Está prevista a obtenção de seis aeronaves embarcadas de asa fixa, para missões de alarme aéreo antecipado, reabastecimento em vôo e apoio logístico. Estas aeronaves seriam provavelmente do tipo Grumman S-2T Turbo Tracker, modernizadas e dotadas de motores turboélice.

A aviação de patrulha marítima da Força Aérea Brasileira (FAB) está sendo reforçada com a incorporação de nove aeronaves Lockheed P-3AM Orion modernizadas e remotorizadas. As aeronaves de esclarecimento marítimo Embraer EMB-111A/B Bandeirante-Patrulha em serviço também serão modernizadas.

FUZILEIROS NAVAIS

Na prática, o Corpo de Fuzileiros Navais é a única tropa expedicionária de pronto emprego (100% profissional) atualmente disponível no Brasil. O CFN vem recebendo novos equipamentos, inclusive carros de combate SK-105 Kürassier e viaturas blindadas de transporte de pessoal Piranha III.

Seu principal componente operativo é a Força de Fuzileiros da Esquadra (FFE), constituída pela Divisão Anfíbia e pela Tropa de Reforço. Existem ainda grupamentos regionais para operações de guarda e segurança no âmbito dos Distritos Navais. Está prevista a obtenção de material suficiente para equipar o equivalente a duas Divisões Anfíbias.

Os fuzileiros navais são parte da capacidade de projeção do Poder Naval sobre terra. Para um país pacífico como o Brasil, a projeção de poder diz respeito principalmente à atuação em ações humanitárias ou operações de paz, sob os auspícios da Organização das Nações Unidas (ONU).

CONCLUSÃO

O Brasil possui dois litorais, separados pela cintura Natal-Dacar e formando uma cunha apontada em direção à África. A área marítima setentrional (ao norte de Natal) defronta-se com o Atlântico Norte e a extremidade sudeste do Caribe, enquanto que a área meridional (ao sul de Natal) está inteiramente voltada para o Atlântico Sul.

As duas áreas têm características dissimilares. Ao norte de Natal, a postura do Poder Naval brasileiro, numa primeira etapa, poderia dar prioridade à negação do uso do mar, enquanto que ao sul deveria priorizar o controle de áreas marítimas. Nos dois ambientes, a projeção de poder sobre terra estaria associada às operações multinacionais de paz.

No entender deste autor, a composição inicial de uma Esquadra destinada a operar ao norte de Natal-Dacar deveria enfatizar os submarinos (a princípio de propulsão convencional) e as forças ligeiras de superfície. Apoiada por aviação baseada em terra, tal Esquadra poderia atuar na defesa aproximada e distante da foz do Amazonas e do litoral Norte/Nordeste do país.

Ao sul de Natal-Dacar, onde a Marinha do Brasil pode vir a exercer papel de protagonista regional, na promoção dos interesses nacionais, deve atuar uma Esquadra balanceada, integrada por navios-aeródromos, navios de combate de superfície, submarinos convencionais e nucleares, navios de apoio logístico móvel e uma força anfíbia adequada.

Para que os planos de médio e longo prazo da Marinha realmente saiam do papel, será necessário assegurar um fluxo contínuo de recursos financeiros. A construção de um Poder Naval crível, capaz de defender a soberania e os interesses nacionais do Brasil no mar, irá requerer investimento contínuo, por mais de uma geração.



EDUARDO ITALO PESCE (*)

(*) Especialista em Relações Internacionais, professor no Centro de Produção da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (CEPUERJ) e colaborador permanente do Centro de Estudos Político-Estratégicos da Escola de Guerra Naval (CEPE/EGN) da Marinha do Brasil.

http://www.revistademarinha.com/index.p ... Itemid=293





"O que se percebe hoje é que os idiotas perderam a modéstia. E nós temos de ter tolerância e compreensão também com os idiotas, que são exatamente aqueles que escrevem para o esquecimento" :!:


NJ
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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#5288 Mensagem por knigh7 » Sáb Mai 07, 2011 12:19 pm

LeandroGCard escreveu:
glauberprestes escreveu:Eu penso que um derivado direto do A-Darter poderia desembocar num bom míssil na faixa dos 30-40km, sem mexer na cabeça de guiagem, só com a adição de um primeiro estágio.
Como o A-Darter já tem capacidade LOAL, também acho que dá para não mexer em praticamente nada, e ainda conseguir alcances até bem maiores do que 40km, dependendo de como o sistema for projetado. Veja que no Aster-15/30 o segundo estágio pesa apenas 110kg, cerca de 24% a mais que o A-Darter, mas este tem aerodinâmica mais elaborada e o alcance dos dois deve ser muito próximo se disparados na mesma condição.

Dá para imaginar até dois sistemas diferentes. O primeiro mais simples e barato para o EB e a FAB, para uso em distâncias até 25 ou 30 Km, com um primeiro estágio menor, lançador conteirável e guiagem por rádio no primeiro estágio. E o segundo um sistema maior e mais complexo, com lançamento vertical, usando um grande primeiro estágio com guiagem inercial e por datalink para alcançar até uns 80-100km de distância. Este último seria interessante também para a MB.


Leandro G. Card
Leandro,

Vc está dizendo que o o A-Darter potencialmente é mais manobrável que o Aster?


Abracos




Editado pela última vez por knigh7 em Dom Mai 08, 2011 10:25 am, em um total de 1 vez.
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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#5289 Mensagem por knigh7 » Sáb Mai 07, 2011 12:24 pm

Eita nó...

Há 1 ano atrás sugriu um (suposto) slide da MB em que parecia a futura escolta com canhões antiaéreos de 57 mm.
Agora, na última T&D, num artigo do Paulo Maia, surge a informacão que ela utilizará canhões de 40mm (e também de 127mm).

Amigos da MB, vcs sabem qual informacão é está correta?




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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#5290 Mensagem por Corsário01 » Sáb Mai 07, 2011 12:33 pm

Até onde eu sei e confirmado por várias fontes, os nossos escoltas usarão o 76mm Super Rapid da Oto Melara.

Mas tudo pode mudar. Espero que não. Enfim, até que algo seja anunciado, teremos muito blá blá blá.

Eu quero ver é assinar.




Abraços,

Padilha
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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#5291 Mensagem por knigh7 » Sáb Mai 07, 2011 12:44 pm

Ok, Corsário, o 76 mm ao invés do 127mm. (mas podem utilizar só o de 76mm - na popa e deixar um calibre maior na proa)

E quanto aos canhões de 40mm? Vão ser dotadas mesmo?Ou será de 57mm?




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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#5292 Mensagem por Corsário01 » Sáb Mai 07, 2011 1:33 pm

knigh7 escreveu:Ok, Corsário, o 76 mm ao invés do 127mm. (mas podem utilizar só o de 76mm - na popa e deixar um calibre maior na proa)

E quanto aos canhões de 40mm? Vão ser dotadas mesmo?Ou será de 57mm?
Ainda indefinido.




Abraços,

Padilha
Carlos Mathias

Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#5293 Mensagem por Carlos Mathias » Sáb Mai 07, 2011 2:48 pm

Acho mais lógico manter o 40mm, que se não me engano, dominamos completamente.




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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#5294 Mensagem por Luís Henrique » Sáb Mai 07, 2011 3:29 pm

Carlos Mathias escreveu:Acho mais lógico manter o 40mm, que se não me engano, dominamos completamente.
Mas temos que avançar.
Prefiro o 76mm. Em minha opinião é melhor na antiaérea, principalmente contra mísseis antinavio e é mais versátil pois pode ser utilizado contra embarcações de menor porte.
Coloca um de 127mm e dois de 76mm Super Rapid, um na proa e outro na popa.
Coloca um VL A-darter que vai fazer o papel do RAM.
E coloca um Super Unkhonto para fazer o papel do SM2.
fecha a conta.




Su-35BM - 4ª++ Geração.
Simplesmente um GRANDE caça.
Carlos Mathias

Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#5295 Mensagem por Carlos Mathias » Sáb Mai 07, 2011 3:30 pm

Eu falo do 40mm TRINITY + o 76 SR. :wink:




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