Passo 3: Radar
O radar atual do P-1 é o Toshiba, Active Electronically Scanned Array radar system, sendo um sistema bastante sofisticado, e obviamente, muito caro. Trata-se de um radar de categoria AESA, e que encontra no mercado hoje algumas possibilidades de substituição. Atualmente existem várias empresas que oferecem seus produtos nas mais diversas versões, capacidades e preços, dentre as quais no Brasil podemos chamar a atenção para: IAI, a Ommisys da francesa XXX, Leonardo, e a própria Embraer via Bradar. Estas últimas contam com empresas nacionais adquiridas, representantes comerciais ou mesmo com plantas industriais no país.
A primeira pergunta que surge é: qual a real necessidade e/ou imperiosidade de um radar AESA? Se ele é mandatório, quais as opções que temos aqui e fora do país? Se não, o que podemos verificar no mercado interno/externo que se encaixe melhor nas nossas condições e necessidades? Vamos por partes.
O radar AESA é importante? Sim, é. Com os avanços da tecnologia em termos de integração de sistemas e avaliação de realidade este tipo de radar vem ocupando cada vez mais espaço não apenas nas empresas, como nos requisitos das forças armadas, cada vez mais complexos e exigentes.
Neste sentido renunciar a seu uso poderia até justificar-se em função de custos e dos altos valores que acompanham este tipo de radar, mas a relação custo benefício seria igualmente menor.
Assim, os atuais patrulheiros que equipam a FAB utilizam versões do SeaSpray da Leonardo, que combinam tecnologia AESA e tradicional, mas cumprem muito bem a missão para a qual foram adquiridos.
Quanto as alternativas que temos, como dito acima há empresas que já possuem longa relação com as ffaa’s e dispõe de seus produtos hora em uso ou análise/oferta pelo Ministério da Defesa. Assim, destacamos o que segue.
A IAI israelense tem no ELM-2022, e versões, seu principal produto na área de patrulha marítima. A empresa já possui um pé industrial no Brasil, embora não ligado diretamente ao setor de radares. Mas é óbvio notar que a simples presença da empresa no país através de subsidiária traz consigo enorme valor agregado e oferece uma posição mais vantajosa em relação as demais concorrentes. A empresa pode oferecer não somente o radar como pode, mesmo, produzi-lo no Brasil, com índices crescentes de nacionalização. A depender naturalmente de quantos radares seriam negociados. Ainda que seja importado, a possibilidade de sua manutenção no país reforça a sua oferta.
https://www.iai.co.il/defense/air/airborne-radars
A Ommisys, subsidiária da francesa Thales possui dois produtos na forma do Searchwater ASaC e Searchmaster que como outros produtos daquela empresa pode ser fabricado/montado aqui, como a empresa já vem fazendo em relação a outros radares fornecidos à Força Aérea Brasileira. É uma empresa que já possui relação mais que sólida com as três forças e é bem conhecida.
https://www.thalesgroup.com/en/global/a ... nd-sensors
A italiana Leonardo tem hoje a vantagem dos P-3 e P-95 já utilizarem o radar SeaSpray na versão 5000E e 500e, respectivamente. Deste modo, trata-se de material bem conhecido e cujos aspectos de desempenho e operação, bem como de adaptação a realidade dos demais sistemas e recursos da aviação de patrulha favorecem a sua escolha, seja na forma do SeaSpray7000 ou do SeaSpray7500E, que atualmente a empresa oferece. Ambos são AESA e possuem todos os modos de atuação que um moderno radar de patrulha tem de oferecer. E claro, já possuem todo um sistema de apoio logístico dentro da FAB, e que podem sem maiores problemas ser repassado a aviação naval. Custos e valores podem ser discutidos com base na realidade vivida nos esquadrões do 7º Gav.
https://www.leonardocompany.com/en/air/ ... rne-radars
Por fim, mas não menos interessante, a Embraer Defesa e Segurança via Bradar, dispõe de uma série de radares em desenvolvimento e/ou utilização por parte das três forças, mas não tem um radar específico para patrulha naval. Apesar disso, a empresa está plenamente capacitada a desenvolver sob demanda do MD um modelo que ofereça as devidas capacidades e qualidade para tal. O problema maior seria, como sempre, orçamento, tempo e os custos para o seu desenvolvimento e apronto. Se a ideia é adotar os P-1 em tempo relativamente curto, fazendo-se apenas a sua nacionalização, então esperar por um radar nacional de patrulha marítima neste sentido não é a melhore opção. No longo prazo é até plausível vislumbrar-se uma demanda que justifique o investimento. Mas para o curto prazo, como apresentado neste estudo de conceito, ele pode ser deixado para mais tarde.
continua...