Eleições nos EUA e suas consequências

[J.Ricardo]

Se países do oriente como Japão e Coréia começarem a vender mesmo os títulos da dívida americana em retaliação ao tarifaço, vão colocar os EUA em uma situação muito perigosa, parece que Trump se esquece que estamos em um mundo altamente interdependente.

[Túlio]

Se países do oriente como Japão e Coréia começarem a vender mesmo os títulos da dívida americana em retaliação ao tarifaço, vão colocar os EUA em uma situação muito perigosa, parece que Trump se esquece que estamos em um mundo altamente interdependente.

Não é tão simples e nem mesmo seria inédito, cupincha véio: uns anos atrás a China "desovou" uma montanha de T-bonds, e adivinhes no que deu: os que citaste compraram de monte, tanto que o maior credor dos EUA era precisamente a China, e hoje é... O JAPÃO!

Consequência secundária: o CNY apreciou, causando problemas internos na China, como o agravamento da crise imobiliária, afinal, quem compra imóveis como poupança não vai achar engraçado ver que outros estão parando de comprar (e com isto, de valorizar) imóveis, preferindo investir em ativos atrelados à moeda; o Japão, que comprou muito, viu o lado oposto: o JPY depreciou, com vantagens externas como aumento da competitividade de seus produtos e a tranquila manutenção de seu rating AAA, este justamente em função das Treasuries.

Há um outro detalhe: a China não conta com os EUA para se defender de ninguém, por isso pode "atirar pesado" numa guerra comercial; já o que aconteceria às chances de defesa dos que citaste no mesmo cenário? Para não entrar no que lhes aconteceria se tale ação fosse considerada um ataque direto ao UST e seu precioso DXY.

A China convive de boas com tarifas E SANÇÕES: e se estas últimas também fossem impostas a Japão e Coreia do Sul? Nenhum dos dois está vivendo o seu melhor momento econômico, como sabemos...

[akivrx78]

[akivrx78]

Trump diz às montadoras que aumentos de preços devido a tarifas são "desfavoráveis"
29/03 (sábado) 10:46 distribuição

Mainichi Shimbun

O Wall Street Journal informou no dia 28 que o presidente dos EUA, Trump, alertou as principais montadoras para não aumentarem os preços dos carros devido aos aumentos de tarifas. Ele fez os comentários durante uma teleconferência entre executivos de cada empresa no início deste mês.

Pesando os prós e os contras das tarifas...

Segundo relatos, Trump disse durante a ligação: "Seria melhor não aumentar os preços por causa das tarifas. A Casa Branca não aprovaria essa medida." Os executivos presentes ficaram abalados e temeram enfrentar medidas punitivas se aumentassem os preços, disse o relatório.

Durante a conversa telefônica, Trump enfatizou os benefícios do aumento de tarifas, como a realocação de bases de fabricação para os Estados Unidos. Ele também falou sobre como a política automotiva do governo Trump é melhor do que a do governo Biden anterior, incluindo uma revisão de medidas para promover veículos elétricos (VEs) e o relaxamento de regulamentações rígidas de emissões.

Trump decidiu impor uma tarifa de 25% sobre todos os carros importados produzidos fora dos Estados Unidos a partir de 3 de abril. Os EUA também planejam impor uma tarifa de 25% sobre peças automotivas produzidas fora dos EUA até 3 de maio.

Há temores de que um grande golpe seja dado não apenas aos fabricantes estrangeiros no Japão, Europa e outros lugares, mas também às três principais montadoras dos EUA, incluindo a General Motors, que importa carros e peças do México e Canadá. Espera-se que parte dos custos das tarifas seja repassada aos preços de venda, e algumas estimativas sugerem que os preços dos carros aumentarão entre US$ 3.000 e US$ 10.000 nos dois a três meses em que o estoque acabar. Isso também aumentaria o fardo sobre os consumidores americanos.

Acredita-se que Trump esteja tentando alertar as montadoras e aliviar as preocupações sobre a inflação devido ao aumento dos preços de venda. Durante a eleição presidencial do ano passado, Trump denunciou o candidato democrata que tentou impedir as empresas de aumentar os preços dos alimentos no varejo como "controle de preços socialista", e agora ele está usando a mesma tática.

https://news.yahoo.co.jp/articles/03cea ... 9de7349087

[akivrx78]

[akivrx78]

O Canadá retalia fortemente contra as tarifas do governo Trump. Coisas que surgiram em toda a América são tópicos quentes
3/31 (segunda-feira) 7:00 distribuição

O vizinho dos Estados Unidos, o Canadá, está cada vez mais se opondo às políticas tarifárias promovidas pelo governo Trump. Um outdoor erguido pelo governo canadense ao longo de uma rodovia nos Estados Unidos está causando polêmica.


"Tarifas são impostos. Elas são impostas sobre sua comida", dizia a placa. O anúncio foi financiado pelo próprio governo canadense.

Mesmo antes de assumir o cargo em janeiro, o presidente dos EUA, Donald Trump, provocou os países vizinhos Canadá e México. Sobre o Canadá, ele disse em suas redes sociais que "o Canadá deve se tornar o 51º estado dos Estados Unidos", o que levou a uma troca de palavras com o ex-primeiro-ministro canadense Trudeau.

Em 3 de março, Trump assinou uma ordem executiva impondo uma tarifa de 25% sobre as importações do país. No dia 27 do mesmo mês, o governo decidiu impor uma tarifa adicional de 25% sobre automóveis e peças de reposição.

Ele ameaçou impor mais tarifas em suas contas de mídia social se o Canadá retaliar.

Em resposta à postura dura de Trump, o Canadá parece ter escolhido enviar uma mensagem direta ao povo americano.

De acordo com o Departamento de Agricultura dos EUA, os Estados Unidos são o maior parceiro comercial agrícola do Canadá. Para os Estados Unidos, quando as exportações e importações forem combinadas, a China será o segundo maior parceiro comercial agrícola do mundo.

O Canadá exporta óleo de canola, biscoitos e carne bovina (em ordem de maior exportação) para os Estados Unidos, portanto, impor tarifas retaliatórias inevitavelmente teria um impacto nas finanças das famílias americanas.

No dia 21, a ministra das Relações Exteriores do Canadá, Melanie Joly, apareceu na CNN e explicou a intenção do governo por trás do anúncio.

"Planejamos instalar grandes outdoors ao longo das principais rodovias de 12 estados, incluindo Flórida, Nevada, Geórgia, Nova Hampshire, Michigan e Ohio."

"Precisamos enviar uma mensagem ao povo americano para que eles entendam o que está em jogo. Se os preços dos alimentos subirem, isso vai prejudicar vidas americanas e colocar as finanças domésticas em chamas."

Jolie então chamou os espectadores para a ação.

"Envie uma mensagem aos seus legisladores, prefeitos e governadores: sem tarifas, porque a maneira como a Casa Branca está tentando fazer isso não vai deixar ninguém feliz."

Em resposta a isso, várias reações foram publicadas nas redes sociais e em fóruns de mensagens online, como: "Eu vi a placa hoje", "Você está absolutamente certo. Os apoiadores de Trump não sabem de nada" e "Isso é propaganda (propaganda política com uma ideologia ou crença específica)".

https://news.yahoo.co.jp/articles/acc7c ... c94e8b4cb4

[akivrx78]

[akivrx78]

E culpa do Vietnã a Nike produzir seus produtos la...quando o consumidor perceber que tudo ficou mais caro somente no Eua a coisa vai ficar interessante.
Prevejo uma nova profissão no Eua, os muambeiros...

[akivrx78]

[Túlio]

Parei o vídeo no comecinho: inacreditável como mentem na maior cara de pau, por acaso estive acompanhando o par USDBRL e na verdade subiu, tendo fechado a semana a 5,84, tendo-a começado a 5,76. O DXY sim, teve um leve deslize, começando a semana ligeiramente acima de 104 e terminando-a pouco abaixo de 103, o que suscitou rumores de que o FED possa fazer algum bailout mas não por isto e sim porque o tombo nas ações de fato foi forte.

E fica pior porque, ao contrário daquele gráfico ideológico do WOKEHEAD onde só a Economia americana apanhou, o da sua adorada URSSE foi de igual a pior, bem como da China, Japão, Coreia do Sul e especialmente Vietnã, onde praticamente caiu a casa, vai saber o que os coitados dos caras estão pensando por lá.

Até a azarada da B3, que não tem nada a ver com os frejes dos graúdos, tomou: começou a semana (e passou a maior parte dela) em folgados 131k com picos de 132 e do nada despencou para pouco acima de 127. Mas não é um valor ruim, no começo do ano chegou a estar nos 118.

No teu caso, que moras no Japão, talvez seja interessante assinalar que o JPY, ao invés de despencar, até apreciou, tendo o par USDJPY começado a semana encostado nos 150 e terminado-a abaixo dos 147.

É por coisas assim que não leio mais jornal nem assisto tevê, se os "especialistEs" lá deles ou dizem besteira ou simplesmente falsificam as coisas que eu sei, só imagino o que não fazem quando é um tema que não domino...

[cabeça de martelo]

O quê? Uma guerra comercial em que a maior economia tenta fechar-se afecta todo o mundo? Uau, nunca imaginei.

Para mim é esse o problema, por causa de uma imbecilidade total de uma pessoa, vamos todos pagar a factura.

[Túlio]

O quê? Uma guerra comercial em que a maior economia tenta fechar-se afecta todo o mundo? Uau, nunca imaginei.

Onde que biste a maior economia do mundo a tentar fechar-se? IMHO a intenção é muito diferente e, IMHO de novo, tem alta chance de dar certo. Num ponto está sendo feito algo que é bem comum aqui em Barbária, muda-se para ficar na mesma.

A dita "mesma", para os EUA, é que se um governo endivida o país acima de suas possibilidades de pagar, vem o seguinte e obriga o resto do mundo a arcar com o prejuízo...

Para mim é esse o problema, por causa de uma imbecilidade total de uma pessoa, vamos todos pagar a factura.

Este é um dos grandes problemas dos muitos que acreditam religiosamente nas aldrabices dos meRdia: não saber que nem há como uma pessoa só decidir e implementar coisas tão complexas, há sempre um emaranhado de pessoas e intere$$e$ convergentes que, ao atingirem sua massa crítica, geram a influência necessária para, p ex lá atrás, eleger um gajo que já falava abertamente em tarifas e sanções.

Não há factos isolados, causas se juntam e geram consequências: um outro exemplo é o quanto vibravas a cada anúncio de mais guito para a lavand... ooops SAGRADA UCRÂNIA; enquanto tu ficavas feliz em pagar o que certamente consideravas a tua quota justa, muitos outros estavam a emputecer de brabos porque não lhes parecia nada justo terem menos só para ajudar uns europeus a se matarem mutuamente.

Em suma, geraste teu próprio Efeito-Borboleta!

[akivrx78]

5 de abril de 2025
As tarifas recíprocas do presidente Trump chocaram o mundo. A tarifa mais alta de 50% foi imposta ao Lesoto, um pequeno país africano que é um dos mais pobres do mundo. Entrevistamos o governo do Lesoto e empresas que exportam para os Estados Unidos.

O Lesoto está sujeito a uma alta tarifa de 50%. Está localizado no interior sul do continente africano. Seu tamanho é um pouco menor que Kyushu. É uma monarquia constitucional com um rei.

Lesoto tem uma população de aproximadamente 2,3 milhões de habitantes e seu PIB (produto interno bruto) per capita (de acordo com o Banco Mundial em 2023) é de US$ 916, tornando-o um dos países mais pobres do mundo.

No mês passado, em seu discurso sobre o Estado da Nação, o presidente dos EUA, Trump, descreveu Lesoto como "um país do qual ninguém ouviu falar" ao discutir cortes na ajuda externa.

No dia 2, Trump anunciou tarifas recíprocas de 50%, mais que o dobro dos 24% do Japão.

Teboho Kobeli, Lesoto Empresa têxtil
"Foi uma notícia realmente chocante. O mercado americano é tão grande que todas as empresas e negócios dependem dele."

As principais indústrias do Lesoto são têxteis e agricultura.

As principais exportações para os Estados Unidos incluem jeans e diamantes, e fábricas nacionais produzem jeans para marcas americanas famosas.

Sr. Marineo Sebohori, Ministério do Comércio, Indústria e Desenvolvimento Empresarial
"Cerca de 42% das empresas têxteis exportam para os Estados Unidos."

As exportações para os Estados Unidos no ano passado totalizaram aproximadamente US$ 240 milhões, enquanto as importações foram de apenas US$ 2,8 milhões.

Sr. Marineo Sebohori, Ministério do Comércio, Indústria e Desenvolvimento Empresarial
"As importações do Lesoto dos EUA são muito menores (do que suas exportações). As exportações para os EUA contribuem significativamente para nossa economia em termos de emprego e assim por diante."

Lesoto, um país sem litoral, tem muitas empresas de logística que transportam produtos de exportação para os portos, e diz-se que as exportações criam muitos empregos.

Sebohori ressalta que as tarifas podem ter um grande impacto no emprego, inclusive em setores relacionados.

Teboho Kobeli, Lesoto Empresa têxtil
"Se nada for feito, muitas pessoas no Lesoto ficarão desempregadas."

Covelli, da empresa têxtil, diz que suas linhas de produção em massa para os EUA podem atender a qualquer demanda, e ele também quer explorar novos negócios com o Japão, a Coreia do Sul e a Europa.

O governo do Lesoto planeja enviar uma delegação a Washington em breve para negociar taxas de impostos mais baixas, entre outras coisas.

[delmar]

Sobre o "tarifaço" dos EUA sobre produtos de outros países, vejo como um imposto sobre os consumidores americanos. Aqui, no Brasil, quem paga as taxas alfandegárias sobre os produtos importados é o importador. Isso vai causar um aumento de preço.
A idéia de fomentar a produção local medianta a taxação dos produtos importados, foi e continua sendo usada no Brasil desde a época do JK. Os governos militares usaram muito a taxação e até a proibição de importação, em alguns casos com consequências desastrosas, como na informática. Em outros serviu para acobertar, e ainda serve, a ineficiência de certos setores industriais. Foi o caso da indústria automobilistica até o govêrno Collor que, segundo ele, vinha produzindo "carroças' e então liberou as importações para ativar a modernização de nossas fábricas.
Também a idéia de que reabrir as indústrias que foram transferidas para outros países vai recriar os empregos perdidos não é real. Novas fábricas serão altamente robotizadas, com um número pequeno de empregados. As ações do Trump parecem ser voltadas a atender a lembrança de um passado imaginário que habita a mente do pessoal mais velho, a saudade dos "velhos e bons tempos", coisa que só existe na cabeça dos saudosistas.

[Suetham]

O idealizador das tarifas recíprocas é Peter Navarro.

Navarro was a key official behind Trump's "reciprocal tariff" policy announced in April.....[The Formula] bears some striking similarities to a methodology published during Trump’s first administration by Peter Navarro, now the president’s hard-charging economic adviser. ....... Navarro, consistent with his longtime position on tariffs, was the loudest champion of taking aggressive measures......

https://www.washingtonpost.com/politics ... -advisers/

Peter Navarro em conjunto com Howard Lutnick, Stephen Miran e Jamieson Greer estão trabalhando em colaboração nas políticas econômicas.

Eu sugiro que leiam esse documento mostrando a restruturação que eles querem introduzir:
https://www.hudsonbaycapital.com/docume ... System.pdf
A User’s Guide to Restructuring the Global Trading System

Por Miran, as tarifas obedecem a priorização de extrair alavancagem de negociação e receita, como ponto de partida para:

1) Trump e seu principal conselheiro veem as tarifas como uma fonte de receita;

2) uma ferramenta para extrair alavancagem de negociação e

3) a grande questão da negociação seria sobre a reestruturação da dívida

Ao invés dos americanos importarem bens de outros países que recebem dólar para comprar dívida americana com vencimento em poucos anos rendendo juros, esses países agora seriam obrigados a receber um privilégio especial de exportar bens para os EUA e receberem um título de 100 anos, no documento eles chamam isso de "título do século".

Ou seja, para os países que querem negociar um acordo após as tarifas, receberão um acesso preferencial ao dólar por entrarem em um "Acordo Mar-A-Lago" sobre taxas de câmbio, então aos parceiros dos americanos que querem manter o compromisso de defesa dos EUA, acessar o mercado americano e obter dólares, eles só receberão esse benefício se entrarem nesse acordo.

Mais sobre isso:
https://instituteofgeoeconomics.org/en/ ... 025040302/