O grosso da tropas da ONU na RDC são africanas. Via de regra, mal armadas, equipadas, treinadas, mal formadas ou apronto operacional digno de nota.
Da mesma forma, os soldados brasileiros que estão por lá a serviço da ONU pouco ou nada podem fazer em relação ao exército congolês, que está, como sempre esteve, em situação muito pior que as tropas africanas da ONU.
Temos dado treinamento tanto as tropas da ONU, africanas sobretudo, como do exército da RDC, mas isto não chega fazer muita diferença, tendo em vista que, mesmo com mais de 15 mil soldados no terreno, a ONU tem sempre uma posição reativa e submissa aos acontecimentos.
Enfim, é uma guerra permanente por poder e o controle da muitas riquezas minerais do país, para ver que fica mais rico antes do país se acabar por inteiro.
Aliás, diga-se de passagem, que o Congo já é por si mesmo já um país fictício criado pelos belgas, que como de praxe das potencias coloniais na África, ignoraram todas as muitas diferenças entre as diversas populações locais e juntaram todos mundo no mesmo balaio, e usaram essas diferenças para subjulgá-las, o que no longo prazo deu nisso aí até hoje por todo o continente africano. Os resultados são os vistos por todo o mundo há décadas.
Mas a África é a África. Ninguém se importa com isso. Desde que os seus problemas permaneçam dentro de suas fronteiras naturais.
Re: Conflitos em África
Enviado: Dom Fev 09, 2025 9:13 am
por akivrx78
ONU diz que mais de 100 mulheres foram estupradas e queimadas vivas em fuga de prisão na RD do Congo
2/7 (sex) 9:28 da manhã
Notícias da BBC
Uma cena do vídeo da fuga da prisão de Goma
Uma fuga em massa da prisão ocorreu em Goma, a principal cidade da República Democrática do Congo (RDC, antigo Zaire), onde os confrontos entre forças rebeldes e forças governamentais continuam. As Nações Unidas disseram que mais de 100 prisioneiras foram estupradas e depois queimadas vivas.
Goma, que tem uma população de mais de um milhão de habitantes, está atualmente ocupada por combatentes do grupo armado antigovernamental, o Movimento 23 de Março (M23). Com o apoio de Ruanda, o M23 fez rápidos avanços na parte oriental da República Democrática do Congo.
A fuga ocorreu em 27 de janeiro na prisão de Mundsenze, na cidade, de onde centenas de presos escaparam.
De acordo com documentos internos da ONU vistos pela BBC, entre 165 e 167 mulheres foram agredidas por prisioneiros homens durante a fuga. Os presos atearam fogo na prisão e a maioria das mulheres teria sido morta.
A BBC não conseguiu verificar a exatidão do relatório.
A cidade de Goma está um caos. Corpos estavam espalhados pelas ruas e alguns relatos diziam que mísseis estavam voando sobre casas residenciais.
O vídeo da fuga mostra pessoas fugindo do prédio enquanto a fumaça sobe ao fundo. Também é possível ouvir tiros pesados.
Outro vídeo mostrou o que pareciam ser prisioneiros fugitivos andando pelas ruas de Goma.
Segundo as Nações Unidas, pelo menos 2.900 pessoas foram mortas nos conflitos até agora. Destes, 2.000 corpos foram enterrados, mas 900 permanecem nos necrotérios da cidade.
Há temores de um surto de cólera em Goma.
"A água foi cortada por dias, há corpos nas ruas e doenças transmitidas pela água, como a cólera, são uma ameaça real", disse Stephan Goetgbuer, diretor regional da instituição de caridade Médicos Sem Fronteiras (MSF). "Vários dos nossos centros de tratamento de cólera estão lotados e foram expandidos."
No início desta semana, o M23 anunciou um cessar-fogo por razões humanitárias.
Mas fontes disseram que o M23 lançou um novo ataque na sexta-feira e parece ter tomado a cidade mineira de Nyabibwe. Nyabibwe fica a cerca de 100 quilômetros de Bukavu, a segunda maior cidade do país no leste.
Tantos lugares aprazíveis e maravilhosos para nós aprendermos na prática como é que se faz uma guerra de resistência de verdade.
Se formos contar, existem mais de uma dúzia de conflitos internos e inter-estados na África hoje. Mas nenhum deles tem qualquer participação massiva dos primos ricos e de seus camaradas europeus, dado que, naquele continente, o que vale mesmo é o apoio político-econômico às elites locais de plantão, já que governos costumam durar pouco.
Para nós que nos gabamos sempre de fazer parte das forças de paz da ONU, mas não saímos de casa desde 2014, com o fim da Minustah, seria de muito bom proveito enviar o pessoal para se arranjar na África com a ONU em meio às muitas chances de aprendizagem prática de guerra moderna, mesmo em meio à miséria extensiva e brutal do continente.
Quem sabe os militares até ganham uns trocados para fazer marketing institucional da mão amiga tupiniquim por aquelas bandas de lá, e assim, conseguem dispor de coisa melhor para desfilar no próximo 7 de setembro.
Re: Conflitos em África
Enviado: Sáb Fev 15, 2025 1:50 pm
por FCarvalho
Exército Brasileiro e a MONUSCO, Missão de Paz na República Democrática do Congo
Daqui a pouco é só esperar para ver o pessoal pedindo resgate no meio da noite e acordando todo mundo no planalto central.
Re: Conflitos em África
Enviado: Dom Fev 16, 2025 10:16 am
por Suetham
A situação no Congo está muito ruim. Bukavu está 50% sob controle do M23. Se Uganda realmente estiver se concentrando em áreas próximos da fronteira para invadir o Congo, eles provavelmente devem capturar toda a região de Ituri e sua capital Bunia. O leste do país deve ser desintegrado.
Se eu não me engano, tudo isso acontece porque a ONU ordenou a retirada de militares da MONUSCO de Kivu no ano passado.
Re: Conflitos em África
Enviado: Dom Fev 16, 2025 11:00 am
por Suetham
Parece que Bukavu caiu para o M23
Re: Conflitos em África
Enviado: Seg Fev 17, 2025 7:45 pm
por FCarvalho
Se pegar esse mesmo mapa, dá para forma um país por cada província, visto que cada uma delas muito provavelmente é habitada por etnias e\ou tribos diferentes. E eles se costumam se matar entre si por muito menos que isso.
Agora imagina esse gente toda reunida debaixo de um governo que não manda nem nas próprias ffaa's, e muito menos no país.
Receita certa para a desgraça no continente inteiro.
Re: Conflitos em África
Enviado: Seg Fev 17, 2025 7:48 pm
por FCarvalho
4 províncias com fronteiras com 5 países. E o pau comendo solto.
Ótima oportunidade para o Brasil enviar 4 Batalhões de Operação de Paz, ou até mesmo 4 Brigadas de Operações de Paz (quaternárias) darem a sua contribuição pela paz no Congo.
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