Fórum Defesa Brasil

Senhores. Acredito que devam rever seus conceitos sobre "los hermanos".

JT8D escreveu:Olá Leandro,

Se não me engano a visão da MB é a utilização de uma versão do reator naval para o emprego em centrais nucleares compactas e de custo relativamente baixo que poderiam ser instaladas em regiões remotas do Brasil.
A idéia não me parece absurda, mesmo porque li algo a respeito de um projeto semelhante na Argentina.
Concordo que o desenvolvimento de grandes reatores de potência exigiria um investimento adicional de recursos que ao que parece não dispomos no momento. Entretanto, acho que devemos tirar o máximo proveito da tecnologia desenvolvida pela MB, que tem procurado sempre estabelecer parcerias com orgãos civis, como o IPEN, por exemplo.

[]´s,

JT

Olá JT8D,

Esta idéia de usar pequenos reatores derivados do RENAP para geração de energia é exatamente uma das cortinas de fumaça que se espalha por aí, para blindar o programa nuclear da marinha das críticas mais venenosas e mal informadas. Do ponto de vista da geração de energia elétrica para consumo os 50 MW do RENAP são extremamente reduzidos, mal daria para atender a uma pequena cidade ou a uma única empresa de manufatura, e isso se ela não utilizasse muitos equipamentos. É simplesmente impensável arriscar a operação de um reator nuclear, com todos os custos e riscos que isto acarreta, para gerar tão pouca energia (equivalente a uma simples PCH) principalmente em locais isolados, o que dificulta a supervisão e manutenção. Não duvido que a imprensa argentina tenha falado em algo semelhante, mas também não acontecerá por lá, como não acontece em lugar algum do planeta, nem mesmo na Rússia ou na China, que já dispõem de reatores deste tipo operacionais há muito tempo e dos mesmo problemas de energia em lugares remotos que nós.

Existem muitas outras fontes possíveis de energia neste nível de potência para uso em áreas remotas, como as próprias PCH´s, os geradores termoelétricos, eólicos, solares, etc... . Reatores nucleares são coisa muito séria para serem espalhados por aí assim, e o uso de unidades deste porte só se justificam em aplicações muito especiais, como os próprios submarinos nucleares e bases na Antártica, no fundo do oceano ou em Marte.

Um abraço,


Leandro G. Card

Pois é fomos atropelados pelo tempo de novo!
Gastamos os borbotões num programa de geração energética civil que no final pode acabar se tornando no minimo desnecessária frente as alternativas menos perigosas e mais palataveis a opinião pública como as fontes alternativas de energia.

ciclope escreveu:Pois é fomos atropelados pelo tempo de novo!
Gastamos os borbotões num programa de geração energética civil que no final pode acabar se tornando no minimo desnecessária frente as alternativas menos perigosas e mais palataveis a opinião pública como as fontes alternativas de energia.

Quando um país pára no tempo por mais de 20 anos como nós fizemos, este tipo de coisa é inevitável mesmo. E para isso nem precisa ocorrer nenhuma crise mundial ou nacional, basta o planejamento errado mesmo, como muito do que estamos planejando agora.


Leandro G. Card

LeandroGCard escreveu: Existem muitas outras fontes possíveis de energia neste nível de potência para uso em áreas remotas, como as próprias PCH´s, os geradores termoelétricos, eólicos, solares, etc... . Reatores nucleares são coisa muito séria para serem espalhados por aí assim, e o uso de unidades deste porte só se justificam em aplicações muito especiais, como os próprios submarinos nucleares e bases na Antártica, no fundo do oceano ou em Marte.

Acho que nem na Antartida daria pra usar uma usina como essa, pois se não me engano há tratados internacionais que proibem a instalação desse tipo de equipamento por lá.
De qualquer modo sou favorável à conclusão do programa da MB, pois acho que já avançamos muito pra jogar tudo fora a esta altura do campeonato (embora muita gente lá fora esteja torcendo por isso).

[]´s,

JT

JT8D escreveu:Acho que nem na Antartida daria pra usar uma usina como essa, pois se não me engano há tratados internacionais que proibem a instalação desse tipo de equipamento por lá.
De qualquer modo sou favorável à conclusão do programa da MB, pois acho que já avançamos muito pra jogar tudo fora a esta altura do campeonato (embora muita gente lá fora esteja torcendo por isso).

JT

Por favor não me entenda mal, pessoalmente acho que o programa dos submarinos convencionais e nucleares da MB deveria até ser acelerado, nossa força de 12/15 SSK´s e 4/6 SSN´s já deveria estar navegando há vários anos e temos que correr para tirar o atraso. Além de já estar preparando as especificações dos SSk´s que deverão ser construídos após os Scorpène-BR (que são uma adaptação, e não o projeto ideal para nós, pois este deveria ser consideravelmente maior), a marinha já deveria estar estudando os novos modelos de reatores mais modernos para os SNB´s seguintes ao primeiro, que deverá servir sobretudo como um protótipo e não como um meio pleno de combate (quem sabe a MB até já não está fazendo tudo isso, vamos rezar).

Mas este programa tem muito pouco a ver com a geração de energia para uso civil, menções a este ponto específico são só cortina de fumaça para os que, ao contrário do meu caso, possam questionar a intenção da MB de possuir estes meios dissuasórios tão importantes.

Um grande abraço,


Leandro G. Card

COORDENADORIA-GERAL DO PROGRAMA
DE DESENVOLVIMENTO DE SUBMARINO
COM PROPULSÃO NUCLEAR
AVISO DE LICITAÇÃO
Processo: Pregão Eletrônico nº 002/2011; OBJETO: Contratação do
serviço de fornecimento e instalação de Sistema de Detecção e Alarme
de Incêndio, compreendendo todo o material necessário e a execução
dos serviços de infraestrutura, instalação e configuração, na
Coordenadoria-Geral do Programa de Desenvolvimento de Submarino
com Propulsão Nuclear (COGESN); Data limite para recebimentos
das proposições de preços: dia 16/08/2011 às 09:30 horas, exclusivamente
por meio eletrônico, conforme formulário disponibilizado
na endereço www.comprasnet.gov.br. Demais informações poderão
ser obtidas pelo telefone: (21) 2178-7380 com a Capitão-Tenente
(IM) Bianca.
Cmg (RM1-IM) HILDO SILVA ANDRÉ
DA COSTA
Ordenador de Despesas

Fontes alternativas só são realmente válidas na cabeça dos chateados.

Na Irlanda estão pagando para desligarem os turbogeradores eólicos, me foi dito por um eng de lá que trabalha aqui.

A Alemanha desliga suas usinas nucleares e compra energia nuclear da França.

HOJE as energias alternativas são inviáveis, prática e economicamente.

gil eanes escreveu:Senhores. Acredito que devam rever seus conceitos sobre "los hermanos".

Já revi os meus.

De arrogantes para arrogantes lunáticos.

Boss escreveu:

gil eanes escreveu:Senhores. Acredito que devam rever seus conceitos sobre "los hermanos".

Já revi os meus.

De arrogantes para arrogantes lunáticos.

Que projetam e constroem reatores nucleares. Assim, eu também seria arrogante. Anteriormente alguém falou que eles não tinham capacidade nem tecnologia para isso. Por isso disse que devemos rever nossos conceitos preconceituosos. Refiro-me ao reator OPAL da Austrália.

gil eanes escreveu:

Boss escreveu: Já revi os meus.

De arrogantes para arrogantes lunáticos.

Que projetam e constroem reatores nucleares. Assim, eu também seria arrogante. Anteriormente alguém falou que eles não tinham capacidade nem tecnologia para isso. Por isso disse que devemos rever nossos conceitos preconceituosos. Refiro-me ao reator OPAL da Austrália.

O grande problema da Argentina não é conseguir tacnologia para fazer um reator nuclear, mas ter recursos para bancar um programa de submarino nuclear, somente quem tem recursos pode bancar esse tipo de programa. Caso contrário vira uma aventura. Como já foi falado, é muito mais que apenas fazer um vetor, a infraestrutura necessária para operar um SNA, é muito diferente de operar qualquer outro meio convencional. Hoje os argentinos não tem condições econômicas para esse tipo de empreendimento.

[]´s

Fazer reator de pesquisa como o OPAL é muito diferente de fazer um reator de potência para submarinos. E o reator de potência que eles tem em projeto (projeto!), não serve para submarinos. Só isso!

A parte de infraestrutura nem se fala. A parte de projetar um submarino nuclear (não dá para usar o TR-1700!), menos ainda.

Temos que ver nosso (da MB) exemplo. Não é só "vontade" que toca esse tipo de projeto.

[]'s a todos.

LeandroGCard escreveu:Mas este programa tem muito pouco a ver com a geração de energia para uso civil, menções a este ponto específico são só cortina de fumaça para os que, ao contrário do meu caso, possam questionar a intenção da MB de possuir estes meios dissuasórios tão importantes.

Leandro

Não discordo de seu ponto de vista. Entretanto, acho que o esforço da MB em manter vínculos com o programa nuclear civil não é somente cortina de fumaça. A questão é que o país conta com um número limitado de recursos humanos nessa área e a integração acaba ocorrendo inevitavelmente. Veja que o Almirante Othon, pai do programa militar, está hoje à frente do programa civil.
Outo dado interessante é que o reator de nosso SSN usará urânio enriquecido a apenas 7%, ou seja, não haverá necessidade de usinas de enriquecimento específicas para a aplicação militar.

Segue link de um artigo em que se menciona aplicações de reatores navais para a geração de eletricidade.

http://www.world-nuclear.org/info/inf34.html

Abraços,

JT