Só para lembrar o que estamos perdendo, ou mesmo desperdiçando, em termos de tecnologia, produção e desenvolvimento de PRODES do setor naval, é o caso acima dos NaPa 200.
Apenas para suplantar os meios fluviais nas regiões norte e centro oeste, as quantidades a serem construídas não seriam de todo inviáveis de serem arbitradas dentro do PLOA que se faz a cada ano, contanto com alguma boa vontade e disposição de equilibrar o orçamento de investimento da marinha.
A MB não possui muitos recursos nas regiões norte e centro oeste, em termos de infraestrutura portuária-fluvial e logística, mas consegue operar mesmo com as restrições atuais existentes neste aspecto. E o projeto acima se encaixa bem dentro desta realidade, pelo baixo custo de manutenção e operação previstos.
Em termos de infraestrutura, grosso modo, a MB possui além dos DN nas duas capitais do norte, e Ladário no centro oeste, várias delegacias fluviais que operam no interior dos estados, e que, com alguns poucos ajustes, são capazes de receber e operar os NaPa 200 do CPN. Assim temos, em princípio, temos uma demanda informal para atender as seguintes localidades:
Amazonas: Manaus, Tefé e Tabatinga;
Pará: Belém e Santarém;
Mato Grosso do Sul: Ladário.
Com apenas 6 bases fluviais por atender, inicialmente, seria possível destacar apenas um simples esquadrão de navios com 3 a 4 unidades cada a fim de formar uma flotilha capaz de, pelo menos, oferecer uma capacidade mínima de presença em suas respectivas áreas de operação. Evoluir para uma capacidade efetiva de combate e dissuasão já é um passo além da perna hoje para nós.
Como se pode ver no desenho acima, seria relativamente fácil para a MB hoje junto à BIDS e à indústria naval arrolarem uma lista extensa de meios a serem incluídos no projeto destes navios, e que via de regra, pelo objetivo do mesmo, tendem a ser muito mais baratos do que os empregados em navios mais complexos. Com uma quantidade razoável de navios a encomendar, seria possível obter o equilíbrio financeiro do mesmo, e quiçá ainda lucrar com ele, obviamente, que ninguém faz nada de graça nessa vida.
Enfim, é um projeto já um tanto antigo, e que precisaria talvez de ajustes para estar à altura das novas tecnologias disponíveis e, também, dos recursos disponíveis. Para o futuro, seria importante pensar na evolução desta classe, ou mesmo olhar para os futuros NaPa 500BR e ver se é possível derivar seu emprego em ambiente fluvial, já que a moda agora é fazer destes navios a base de emprego para vários tipos de missão na esquadra, como hora proposto.
Na região norte há estaleiros que podem participar do processo de desenvolvimento dos NaPa 200 sem maiores problemas, desde que os requisitos destes navios não excedam as suas capacidades de projeto\construção. Gerar empregos especializados aqui, além da garantia de mão de obra e demais questões adjacentes à construção de navios é necessária e seria muito bem vinda, e bem vista, pelo coronelismo político local.