Missão de Paz no Haiti

Área destinada para discussão sobre os conflitos do passado, do presente, futuro e missões de paz

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Vinicius Pimenta
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#301 Mensagem por Vinicius Pimenta » Ter Jan 10, 2006 12:35 am

Exato. E não é regra, mas não deixou um bilhete sequer, uma mensagem pra família...




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#302 Mensagem por talharim » Ter Jan 10, 2006 10:36 am

General falou em se matar, diz colega

RAPHAEL GOMIDE
DA SUCURSAL DO RIO

O general Urano Bacellar, 58, tinha crises de depressão freqüentes ainda como tenente pára-quedista, nos anos 70, e falou várias vezes que tinha vontade de se matar, segundo seu instrutor e companheiro de alojamento Osvério Ferreira Motta, 63, coronel da reserva do Exército.

Motta diz que na maioria das vezes o motivo da depressão do colega era o rigor extremo de certos treinamentos militares, e que Bacellar -homem "reflexivo e intelectualizado"- contestava a razão de alguns exercícios e os métodos de missões de combate a opositores do regime militar. Segundo o militar, Bacellar comandou patrulhas no Araguaia.

"Ele sempre falou que ia se matar e entrou muitas vezes em depressão. Eu chegava para o café da manhã, perguntava o que estava acontecendo e ele me dizia: "Estou triste hoje. Não estou entendendo mais nada. Isso aqui não tem razão de ser"."

Um experiente general reformado, que também foi instrutor de Bacellar e pediu reserva de seu nome, afirmou que a morte do colega, nas circunstâncias em que ocorreu, pode ter seriíssimas conseqüências internacionalmente.

Para esse general, Bacellar pode não ter resistido às intensas pressões e às dificuldades no Haiti. Ele se disse decepcionado com o que considera uma possível mancha no que chamou de "tradição militar de excelência de missões dirigidas por brasileiros".


AGORA COMO QUE UM RETARDADO MENTAL DESSES CHEGA AO POSTO DE GENERAL DO EB !!! :evil: :evil: :evil:

Viado ! Envergonhou o nosso país !!! :evil: :evil: :evil:




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#303 Mensagem por Paisano » Ter Jan 10, 2006 11:06 am

talharim escreveu:AGORA COMO QUE UM RETARDADO MENTAL DESSES CHEGA AO POSTO DE GENERAL DO EB !!! :evil: :evil: :evil:

Viado ! Envergonhou o nosso país !!! :evil: :evil: :evil:


:shock: :shock: :shock: :shock: :shock:

Talharim, como se pode perceber pela notícia postada por você, o general Bacellar tinha sérios problemas e, por isso, é o menos culpado da situação ter chegado ao ponto em que chegou.

Logo, não há qualquer sentido nesse seu ódio pelo falecido. O sentimento que se deve terem relação ao general Bacellar não é de raiva ou mesmo de ódio, mas simplesmente de pena.




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#304 Mensagem por talharim » Ter Jan 10, 2006 11:23 am

Mas Paisano,em nome de Deus como que um homem com problemas mentais pode ascender posto a posto ao até chegar ao cargo de general-de-divisão no EB :?:

E como em nome de Deus não ficar com raiva de um indivíduo que não pensou nas consequências de seu ato,ainda mais no cargo importantíssimo em que se encontrava................desonrou o EB,desonrou a nação,envergonhou o nosso país frente a comunidade internacional............foi egoísta pensou apenas em sí............

Me desculpe Paisano...

Mas ele pra mim é um fil@#$ da p#$% :evil:




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#305 Mensagem por talharim » Ter Jan 10, 2006 11:26 am

Eu imagino as piadinhas que devem estar fazendo no CS da ONU a respeito do Brasil.

Como disse outro General,esse ato insano terá consequêncoias seríssimas nas aspirações internacionais brasileiras num futuro próximo.




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#306 Mensagem por lelobh » Ter Jan 10, 2006 11:39 am

Tudo é possível! Ele não tinha nenhum desafeto no EB? Ou nenhum inimigo entre os aliados?
Se ele tinha problemas sérios e foi enviado deveriam investigar em última hipótese aqueles que escolheram o General, pois certamente os que fizeram deveriam saber dos problemas do General e do "risco" na escolha do mesmo. Conspiração! :shock:

Na minha opinião tudo é possível.

Infelizmente a investigação ficará na tese de suicídio, pois os interesses e personagens são muito grandes para serem expostos assim na mídia.




Dom Pedro II, quando da visita ao campo de Batalha, Guerra do Paraguai.

Rebouças, 11 de setembro de 1865: "Informou-me o Capitão Amaral que o Imperador, em luta com os ministros que não queriam deixá-lo partir, cortou a discussão dizendo: " (D. Pedro II) Ainda me resta um recurso constitucional: Abdicar, e ir para o Rio Grande como um voluntário da Pátria."
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#307 Mensagem por Paisano » Ter Jan 10, 2006 12:32 pm

Talharim, querer que um suicida pense nas consequências do ato é pedir demais. :shock:

O próprio suicídio por si só já é um ato inconseqüente e de extremo desespero. :?




Editado pela última vez por Paisano em Ter Jan 10, 2006 2:15 pm, em um total de 1 vez.
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#308 Mensagem por Rui Elias Maltez » Ter Jan 10, 2006 1:01 pm

Eu imagino as piadinhas que devem estar fazendo no CS da ONU a respeito do Brasil.


Não me parece que o Brasil ou as suas FA's sejam objecto de piadas sobre esse acto dramático.




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#309 Mensagem por Clermont » Ter Jan 10, 2006 2:15 pm

General falou em se matar, diz colega

RAPHAEL GOMIDE
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O general Urano Bacellar, 58, tinha crises de depressão freqüentes ainda como tenente pára-quedista, nos anos 70, e falou várias vezes que tinha vontade de se matar, segundo seu instrutor e companheiro de alojamento Osvério Ferreira Motta, 63, coronel da reserva do Exército.

Motta diz que na maioria das vezes o motivo da depressão do colega era o rigor extremo de certos treinamentos militares, e que Bacellar -homem "reflexivo e intelectualizado"- contestava a razão de alguns exercícios e os métodos de missões de combate a opositores do regime militar. Segundo o militar, Bacellar comandou patrulhas no Araguaia.

"Ele sempre falou que ia se matar e entrou muitas vezes em depressão. Eu chegava para o café da manhã, perguntava o que estava acontecendo e ele me dizia: "Estou triste hoje. Não estou entendendo mais nada. Isso aqui não tem razão de ser"."

Um experiente general reformado, que também foi instrutor de Bacellar e pediu reserva de seu nome, afirmou que a morte do colega, nas circunstâncias em que ocorreu, pode ter seriíssimas conseqüências internacionalmente.

Para esse general, Bacellar pode não ter resistido às intensas pressões e às dificuldades no Haiti. Ele se disse decepcionado com o que considera uma possível mancha no que chamou de "tradição militar de excelência de missões dirigidas por brasileiros".



Muito bem, chega de fantasias. Esqueçam "conspirações argentinas"; "tramóias francesas"; "vinganças jordanianas".

O homem se matou mesmo. Eu não queria acreditar. Imaginei alguma vingança pessoal dentro do próprio Exército brasileiro. Tipo: o oficial furioso por ter recebido alguma desqualificação do general; o sargento que pediu para voltar ao Brasil e foi desatendido; até mesmo alguma caso "gay" passional.

Até essa última hipótese eu cheguei a pensar! Tudo porque eu não queria acreditar que um homem que ficou com os cabelos brancos ao serviço do Exército brasileiro fosse capaz de desertar seus homens, seu comando, sua corporação e seu país.

Mas não. O general Bacellar se matou mesmo. Portanto, mantenho até a minha última virgula o baixo conceito que tenho sobre esse elemento. E, se dependesse de mim, ele não receberia a mínima honra militar.

E querem saber do que mais? Estão sacaneando muito o Talharim, e sem razão, porque eu apostaria meu último centavo de que o que ele diz é o que muitos militares (de soldados até generais) estão pensando nesse momento.

Mas, como essas coisas não se dizem em público - não é "cristão" e nem "politicamente correto" -, todos só vão elogiar a folha corrida anterior do suicida desertor e dar desculpas para o seu ato.

Também mantenho minha opinião sobre a responsabilização de todos os que permitiram que esse homem fosse enviado em missão tão sensível e tão vital para os interesses da atual administração federal (como já disse, não vem ao caso saber se tais interesses realmente são vitais para a Nação).

Com tais problemas psicológicos, é difícil acreditar que ele tivesse ascendido a um posto tão alto e logo na estrutura de comando operacional. No mínimo ele deveria ter sido enviado para comandar uma escrivaninha, onde suas crises de depressão não pudessem por em perigo as vidas dos subordinados e a missão da força.

Agora, tudo isso se passou numa simples missão policial. Deixo aos cavalheiros imaginarem a possilibidade de que isso se tivesse passado numa real operação de guerra...




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#310 Mensagem por Paisano » Ter Jan 10, 2006 2:19 pm

Clermont, você pode reler todos os meus posts neste tópico e com certeza não irá encontrar uma só mensagem de minha parte sacaneando o Talharim. :?




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#311 Mensagem por lelobh » Ter Jan 10, 2006 2:38 pm

Clermont,

Eu não descartaria outras opções.




Dom Pedro II, quando da visita ao campo de Batalha, Guerra do Paraguai.

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#312 Mensagem por Vinicius Pimenta » Ter Jan 10, 2006 4:02 pm

É perfeitamente possível chegar a um posto de comando com a doença dele. Ele era competente e certamente suas "depressões" nunca chegaram ao serviço de saúde, do contrário ele teria passado por tratamento como muitos militares passam e, quem sabe, já teria sido afastado antes.

A mente humana é imprevisível. De qualquer modo, ainda acho que ele escolheu uma maneira muito estranha de se suicidar. Ainda acredito que possam ter "suicidado" ele.

E mesmo que se confirme o suicídio, como vai ser confirmado amanhã, não vejo motivos para que um caso desse venha a denegrir a imagem do EB. Temos exemplos de excelentes generais como o Gen Heleno, Gen Modesto da AvEx, entre outros. Além do mais, como já dito aqui no tópico, casos de suicídio em missões mundo afora não chegam a ser raros. Raro, triste e lamentável é que tenha atingido, se for o caso, ao Comandante da missão, um general com o gabarito do General Bacellar.




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Suicidio

#313 Mensagem por cabeça de martelo » Ter Jan 10, 2006 4:24 pm

Meus amigos, por favor tenham um pouco de mais respeito pelos mortos. Ele suicidou-se, é um facto. Mas estar a dizer mal dele por isso...não concordo. Devia era ter havido alguma alma que se tivesse apercebido da depressão e ter avisado as autoridades competentes. Acho que esta morte talvez podesse ter sido evitada.
Infelizmente eu tive uma colega que entrou em depressão, no entanto como houve um acompanhamento psicológico, por parte de psiquiátricos ele recuperou e hoje em dia leva uma vida perfeitamente normal.




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#314 Mensagem por talharim » Ter Jan 10, 2006 5:15 pm

"Compaixão " ,o que significa isso :?: :roll: 8-]




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#315 Mensagem por Vinicius Pimenta » Ter Jan 10, 2006 6:18 pm

ANÁLISE

Solidão e derrota motivam suicídio

RICARDO BONALUME NETO
DA REPORTAGEM LOCAL


Uma derrota -ou a impressão de que se está derrotado- e a natural "solidão do comando" são as principais causas da tentativa de suicídio de um comandante militar. Em tempos de paz ou até mesmo em guerras de "baixa intensidade", os índices de suicídio entre militares e civis são semelhantes. Pode ser mesmo menor entre o pessoal de farda. Mas qualquer um pode se matar se o nível de estresse é elevado demais.

Generais e almirantes se suicidam menos do que soldados e marinheiros. Soldados, sargentos e oficiais subalternos em combate se matam quando o estresse da luta chega a níveis intoleráveis.

Um comandante não sofre tanto fisicamente. Mas ele é o responsável final pelas ações dos seus subordinados. Suas decisões podem ter a ajuda de um colegiado, um "Estado-Maior", mas ele é o responsável final.

Em caso de derrota, que pode significar a morte de muitos de seus comandados, o estresse pode levar ao suicídio.

Em algumas Forças Armadas, ao longo da história, isso era praticamente institucional. Generais japoneses derrotados regularmente se matavam antes de serem capturados pelos aliados na Segunda Guerra. Mesmo na tradição militar ocidental, o suicídio poderia ser uma saída honrosa: o capitão morre com seu navio. Isso pode ocorrer na hora do naufrágio ou depois.

O capitão alemão Hans Langsdorff comandava o "couraçado-de-bolso" -um cruzador hiperarmado- Graf Spee, que batalhou com três cruzadores britânicos ao largo do rio da Prata em 1939. Langsdorff refugiou-se em Montevidéu. Estava impressionado com a morte de alguns de seus marinheiros. Achava que logo seria destruído por uma enorme força britânica que se avizinhava. Não era o caso, mas ele se enrolou em uma bandeira e se matou.

Um teatro de operações é, sem dúvida, um local estressante. Tanto pelo combate quanto pelo entorno -pobreza, degradação, falta de perspectivas da população. Mas a vida civil também pode ser.

Em 2003, tropas do Exército dos EUA no Iraque tiveram um índice de 17,3 suicídios em cada 100 mil militares, acima da média geral da força, de 12,8 por 100 mil. O índice caiu em 2004, para 7,9 em cada 100 mil militares. Em compensação, a média nacional americana é de 21,5 suicídios em cada 100 mil homens de 20 a 34 anos.

Raros são os suicídios em que não se tem algum aviso prévio do ato. Palavras e gestos podem comunicar a intenção a quem está em volta, e uma conversa, impedir o ato. Mas, no caso de um comandante militar, a clássica "solidão do comando" milita contra essa válvula de escape.

Fonte: Folha de São Paulo - Via NOTIMP




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