Ucrânia

Área destinada para discussão sobre os conflitos do passado, do presente, futuro e missões de paz

Moderador: Conselho de Moderação

Qual esfera de poder deve seguir a Ucrânia?

Rússia
58
46%
União Européia
38
30%
Neutra
29
23%
 
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Re: Ucrânia

#1696 Mensagem por pt » Sex Abr 25, 2014 8:17 am

chris escreveu:PT , a imprensa ocidental é ainda mais mentirosa...se a imprensa pró-rússia aumenta um ponto, a imprensa pró-ocidente aumenta um parágrafo inteiro....a começar por vc, que não responde a muitas perguntas que lhe são feitas, só fala aquilo que lhe interessa, distorcido...
A ideia de que a imprensa democrática é mais mentirosa, foi propalada pelos nazistas alemães durante a década de 1930.

É também a sua opinião, eu lamento, mas não é o primeiro nem o último a defender posições absurdas. A realidade está à vista e é bastante óbvio quem diz a verdade e quem mente.

Quanto às suas perguntas, eu não tenho que responder a perguntas cujas respostas são tão óbvias que não se compreende como estão a ser feitas.

A guerra na Georgia ocorreu há seis anos. Se você continua a insistir em dogmas e mentiras da imprensa russa da altura (é comum os entusiastas escavarem tópicos e procurarem notícias da altura, sem se darem ao trabalho de verificar que estão a insistir numa história já desmentida pelos factos) é um problema seu.

O que você quer discutir e as perguntas que coloca, já foram respondidas dezenas de vezes.

A questão básica está respondida:

A Georgia não invadiu a Russia. Agiu contra provocações de grupos pró-russos, dentro do território georgiano. Se você já entendeu isso, já é alguma coisa.
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Re: Ucrânia

#1697 Mensagem por pt » Sex Abr 25, 2014 8:25 am

O curioso é que ninguém respondeu à questão de uma forma lógica e racional.


Alguém acredita que se estivesse na Ucrânia, uma fração de 10% dos homens que os americanos tinham no Afeganistão, esta situação aconteceria ?

Alguém acredita que o Putin teria coragem de atacar tropas americanas diretamente ? :mrgreen: :mrgreen: :mrgreen:
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Re: Ucrânia

#1698 Mensagem por pt » Sex Abr 25, 2014 8:27 am

chris escreveu:FOXTROT, Se estourar uma guerra OTAN X Rússia e bombas russas começarem a cair em Portugal (pois Portugal é membro da OTAN), em cima da cabeça do pt, ele vai pensar: "nesse momento, a Rússia deve estar sendo destruída...
É uma desilusão quando começamos a perceber a idade dos interlocutores.

As bombas russas não podem atingir Portugal, só mísseis balísticos.
Seria mais facil bombas portuguesas cairem na Russia, já que os aviões F-16AM da força aérea portuguesa já operaram na fronteira entre a Russia e os países bálticos.

Mas enfim ... :roll: :roll: :roll: :roll:
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Re: Ucrânia

#1699 Mensagem por Penguin » Sex Abr 25, 2014 9:08 am

Imagem

Imagem

http://www.globalresearch.ca/new-york-t ... ed/5378942

Imagem
These photos purport to show the same bearded Russian soldier (circled) in operations in Georgia in 2008 and Kramatorsk and Sloviansk in Ukraine in 2014

Imagem

http://www.bbc.com/news/world-europe-27104904

Imagem
Armed Pro-Russian soldiers in Slovyansk.
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Re: Ucrânia

#1700 Mensagem por Penguin » Sex Abr 25, 2014 9:33 am

Ucrânia e o voto de 25 de maio
Uma eleição limpa que aproxime Kiev da Europa é a meta dos EUA e o pesadelo de Putin
24 de abril de 2014 | 2h 03

THOMAS L., FRIEDMAN , THE NEW YORK TIMES - O Estado de S.Paulo
A palavra "maidan" significa "praça" em ucraniano e em árabe. E a "Maidan Independência" de Kiev, como a "Maidan Tahrir" do Cairo, foi palco de uma explosão admirável de aspirações democráticas.

As barricadas de paralelepípedos, pneus, vigas de madeira e carros queimados empilhados por revolucionários ucranianos ainda estão erguidas. Aliás, aquilo lembra o cenário de Os Miseráveis e pessoas ainda depositam flores frescas nos sacrários improvisados para as mais de 100 pessoas mortas pelo antigo e agora deposto regime. Ao caminhar por ali, porém, tentei explicar ao meu anfitrião que, apesar de eu estar extremamente impressionado, muitos americanos mostram hoje um "Cansaço de Maidan" - demasiadas esperanças frustradas de democracia em demasiadas praças - do Afeganistão ao Irã, do Iraque ao Egito, da Síria à Líbia.

Superem isso, dizem-me os ucranianos. Nossa revolução é diferente. Aqui há raízes democráticas reais, instituições da sociedade civil reais e o ímã da União Europeia na porta ao lado. Com um pouco de ajuda, podemos conseguir.

Quanto mais aprendo aqui, mais penso que eles estão certos. Algo de muitas consequências ocorreu nesse país. Aliás, creio que o futuro da Ucrânia é um dos desafios de política externa mais importantes da presidência de Barack Obama, porque determinará o futuro não só da Ucrânia, mas da Rússia.

Teria sido ótimo se conseguíssemos forjar um acordo com o presidente Vladimir Putin, da Rússia, que permitisse à Ucrânia se unir gradualmente à União Europeia sem ameaçá-lo. Obama tentou encontrar essa fórmula em que todos saem ganhando. Mas Putin não aceitou esse jogo. Ele está num jogo em que há ganhadores e perdedores. Por isso ele deve perder, pelo bem da Ucrânia e da Rússia.

Não será fácil. Os EUA e seus aliados europeus terão de superar o próprio cansaço. Os ucranianos terão de se unir mais do que nunca. O primeiro teste virá em 25 de maio, quando a Ucrânia terá eleições presidenciais. Putin está trabalhando para impedir ou desacreditar essa votação, bombardeando a Ucrânia oriental mais favorável à Rússia com propaganda de que o movimento Maidan foi liderado por "fascistas" e usando seus agentes e arruaceiros locais mascarados para manter a região tumultuada para poucos irem votar. O trabalho dos EUA é conter Putin para que as eleições possam ocorrer.

Isso pode requerer mais sanções nesse momento. O trabalho dos ucranianos é assegurar que as eleições sejam relevantes com a escolha de uma pessoa digna, inclusiva, que trabalhe para garantir a unidade da Ucrânia e a eliminação de sua corrupção. Os EUA poderão dissuadir Putin, mas somente os ucranianos podem questionar sua legitimidade. Se uma maioria votar numa eleição livre pela aproximação com a Europa e o afastamento de Moscou, Putin terá um problema real. Será uma forte rejeição a sua visão enviesada, vinda da casa vizinha.

Daria Marchak, uma jovem repórter de negócios daqui, me explicou por que os ucranianos jovens estão tão ansiosos pela adesão à UE. "Até 2011, havia aqui uma sensação de melhoria", disse ela. Mas o último governo foi tão corrupto, numa escala industrial, que as pessoas sentiram "estar andando para trás". E aí, quando o antigo governo disse que estava abandonando a ideia de aproximação da União Europeia para se unir à falsa União Eurasiana de Putin, foi a gota d'água. "As pessoas sentiam que se nos uníssemos à união alfandegária de Putin, o sistema corrupto daqui seria consolidado para sempre", disse Marchak. Os jovens não teriam futuro.

Seu desespero pela união à UE é a esperança de que isso leve ao que eu chamo de 'globalução'- uma revolução vinda de fora -, que a UE imporá padrões de transparência aos políticos da Ucrânia que os jovens daqui simplesmente não conseguem impor. A UE "será o instrumento da mudança", disse ela.

Mas para a Ucrânia se unir e se aproximar da UE será preciso um presidente com uma visão inclusiva da integração do leste e do oeste desse país, disse Oleh Levchenko, um ativista político da Maidan. "O maior problema que tempos hoje é a falta da mensagem certa - uma mensagem que possa unir leste e oeste", disse. "Portanto, o problema não é Putin. É a nossa incapacidade. Ninguém traça uma visão unificadora do futuro."

Na verdade, a Ucrânia tem alguma "doença de Praça Tahrir". Os revolucionários de Kiev foram incrivelmente corajosos. Mas, como no Egito, eles ainda não traduziram suas aspirações - para um futuro inclusivo, não corrupto, pró-UE - em seus próprios partidos políticos ou candidatos nacionais que possam vencer eleições e governar. Assim, velhos oligarcas estão preenchendo o vazio. Alguns são realmente decentes, mas a Ucrânia tem de fazer melhor do que isso.

Olena Litvishko, da Iniciativa Ucraniana de Protesto Pacífico, me disse que o que a revolução Maidan fez foi elevar "uma camada de sociedade civil e negócios que tem a energia para mudar, mas não os instrumentos para mudar". Eles não têm partidos políticos de verdade com uma agenda ampla compartilhada. "Eles não conhecem seus direitos e nossos políticos não querem que conheçam."

Em suma, foram ucranianos corajosos que originaram seu próprio movimento por uma democracia limpa, porque estavam fartos. Mas Putin não pode viver com uma democracia bem-sucedida olhando para o Ocidente aqui e os jovens ucranianos não podem viver sem ela. Portanto, para que ela prospere, os EUA precisam cuidar para que Putin não a mate no berço. E eles precisam cuidar que seus políticos da velha-guarda não a matem antes que ela aprenda a andar. / TRADUÇÃO DE CELSO PACIORNIK
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Re: Ucrânia

#1701 Mensagem por pt » Sex Abr 25, 2014 9:48 am

Eleições limpas, essa invenção dos capitalistas malvados...
Não servem para nada...

O melhor mesmo, são os referendos como os da Crimeia...
Isso sim, uma verdadeira consulta popular ... :mrgreen:
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Re: Ucrânia

#1702 Mensagem por romeo » Sex Abr 25, 2014 9:51 am

Uma Ucrania na UE é hoje tão admissível para a Rússia quanto um México bolivariano seria para os EUA...

No longo -histórico- prazo a posição de força tomada pela Rússia nesta crise acabará por jogar as futuras gerações da Ucrania nos braços da OTAN.

O potencial para as coisas complicarem é enorme; e o Putin pode se ver entre uma má escolha necessária no momento e uma escolha com piores consequencias futuras.
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Re: Ucrânia

#1703 Mensagem por rodrigo » Sex Abr 25, 2014 10:48 am

TIME 100 LEADERS

Vladimir Putin

By Madeleine Albright

The Russian leader who tests the West

In 2008, in these same pages, I wrote that Putin would “remain an irritant to NATO, a source of division within Europe and yet another reason for the West to reduce its reliance on fossil fuels.” I was wrong. It’s worse.

Through his illegal actions in Ukraine, Putin has reminded us that leaders of great countries are most dangerous when they make up their own facts. Putin’s worldview is colored by toxic fictions.

Putin’s ultra-nationalistic instinct has upped his poll numbers, but his increased influence will be temporary. Russia has acquired territory but lost credibility. Putin has bought himself a pile of problems at the cost of the international ties Russia needs to prosper. He has betrayed Russia’s best resource — its people — who will eventually realize his rhetoric is nothing more than a fantasy inside a delusion wrapped in a tissue of lies.

To some, Putin has “won” Crimea. Will he recognize his “victory” is Pyrrhic — or try to repeat it? History is filled with aggressors who triumphed for a moment. Then failed.

Albright served as the 64th U.S. Secretary of State
"O correr da vida embrulha tudo,
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."

João Guimarães Rosa
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Re: Ucrânia

#1704 Mensagem por pt » Sex Abr 25, 2014 11:11 am

É uma vitória Pírrica, em cima de um chorrilho de mentiras e propaganda da imprensa russa.

Eu acho que o Putin age como age, porque ele liga a televisão, assiste à programação do Russia Today e depois toma decisões considerando que o que vê é verdade.

Putin e a Russia não querem reconhecer que depois do colapso da URSS receberam todo o apoio que poderiam receber dos países ocidentais. Receberam milhões de emprestimos e garantias durante a administração Clinton. Os americanos especialmente com Clinton e mesmo com Bush (que olhava Putin olhos nos olhos) fizeram tudo para acomodar os russos. Até inventaram o G8 para incluir a Russia no grupo de países ocidentais.

As democracias olharam para o lado, enquanto Ieltsin e depois Putin chacinavam centenas de milhares de chechenos e garantiam que a Russia não se desfazia. E depois falam do Kosovo, numa altura em que não era possível fazer mais nada, quando dez anos de negociações não deram em nada e os Sérvios estavam a matar os kosovares numa operação de genocidio que não se via desde Hitler.

Os russos tiveram todas as oportunidades para tentar reconverter a economia, para criar riqueza. Falharam de forma completa, criando um estado cada vez mais autocrático, corrupto e completamente ineficiente.
Pensando que atacar os oligarcas chegava, Putin trocou uma oligarquia por outra ainda mais corrupta e ainda mais inutil, ineficaz e absolutamente estúpida.
Entretanto, os nazistas russos crescem em número e já controlam mais de 12% dos votos.

Hoje vemos o resultado da incompetência do regime corrupto e criminoso da Máfia.
Putin já não tem mais solução que não seja mover os tanques e invadir países vizinhos.
Hitler fez o mesmo. Perante a óbvia incompetência e corrupção dos nazistas, não restou outra hipótese a Hitler que jogar a carta nacionalista.

Como Putin, lançou-se a proteger os alemães dos países vizinhos, mesmo quando eles não queriam ser protegidos.
Anexou a Áustria com o Anschluss (com referendo e tudo)
Depois, começou a proteger os povos que falavam alemão, embora nunca tivessem sido parte da Alemanha (caso dos Sudetas).

Finalmente, sem outras opções, invadiu a Polónia e começou a guerra.

A Russia é O ESTADO NAZI do século XXI.
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Re: Ucrânia

#1705 Mensagem por hades767676 » Sex Abr 25, 2014 12:13 pm

Delírios do primeiro ministro ucraniano não tem limites, já fala em terceira guerra mundial por conta de Ucrânia na qual nenhum país poderoso tem pactos verdadeiros de proteção. Mas que piada e não e a primeira vez que ele fala abobrinha. Olha o nível de gente que o ocidente apoia, um lunático que vive fora da realidade.
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Re: Ucrânia

#1706 Mensagem por jumentodonordeste » Sex Abr 25, 2014 12:50 pm

hades767676 escreveu:Delírios do primeiro ministro ucraniano não tem limites, já fala em terceira guerra mundial por conta de Ucrânia na qual nenhum país poderoso tem pactos verdadeiros de proteção. Mas que piada e não e a primeira vez que ele fala abobrinha. Olha o nível de gente que o ocidente apoia, um lunático que vive fora da realidade.
Calma.

Se você tivesse na situação que esse infeliz tem que suportar, acredito que você teria grande dificuldade em coisas outrora simples. Como fazer sentido, por exemplo.

Quanto ao "nível" dos aliados do ocidente, bem, alguns dos líderes mais...
...retard...
...pitorescos, do mundo foram, são e serão apoiados pelo "oriente".

Não defendo a inocência americana, só tenho uma certa - e arrogante - pena de quem defende a mesma, vinda da Rússia. Acho que foi Hemingway que disse que quase sem nenhuma exceção na história humana as guerras e as crises somente eram os refúgios dos oportunistas políticos.
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Re: Ucrânia

#1707 Mensagem por FOXTROT » Sex Abr 25, 2014 1:30 pm

jumentodonordeste escreveu:
hades767676 escreveu:Delírios do primeiro ministro ucraniano não tem limites, já fala em terceira guerra mundial por conta de Ucrânia na qual nenhum país poderoso tem pactos verdadeiros de proteção. Mas que piada e não e a primeira vez que ele fala abobrinha. Olha o nível de gente que o ocidente apoia, um lunático que vive fora da realidade.
Calma.

Se você tivesse na situação que esse infeliz tem que suportar, acredito que você teria grande dificuldade em coisas outrora simples. Como fazer sentido, por exemplo.

Quanto ao "nível" dos aliados do ocidente, bem, alguns dos líderes mais...
...retard...
...pitorescos, do mundo foram, são e serão apoiados pelo "oriente".
Não defendo a inocência americana, só tenho uma certa - e arrogante - pena de quem defende a mesma, vinda da Rússia.
Acho que foi Hemingway que disse que quase sem nenhuma exceção na história humana as guerras e as crises somente eram os refúgios dos oportunistas políticos.

Tenho dificuldade em entender essa posição Jumento!

Como foi mesmo que essa situação toda começou? Foi porque os pró-ocidentais apoiados pelos Ianques e seus lacaios não aceitaram a proposta de ajuda financeira russa em troca de apoio a “União Euro-Asiática”.

Qual foi a reação Ianque ao acordo? Incentivar os ucranianos a derrubar um regime, democraticamente eleito, como a América adora, promovendo quase 100 mortes.

Sabe qual é o problema disso tudo? Putin descobriu que esse jogo, pode ser jogado por dois e colocou o seu "modus operandi" em ação, agora choram as virgens. :twisted:

Ucrânia já era, vai sobrar Kiev e pouco mais.....

Saudações
Editado pela última vez por FOXTROT em Sex Abr 25, 2014 7:44 pm, em um total de 1 vez.
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Re: Ucrânia

#1708 Mensagem por LeandroGCard » Sex Abr 25, 2014 1:58 pm

FOXTROT escreveu:Como foi mesmo que essa situação toda começou? Foi porque os pró-ocidentais apoiados pelos Ianques e seus lacaios não aceitaram a proposta de ajuda financeira russa em troca de apoio a “União Euro-Asiática”.

Qual foi a reação Ianque ao acordo? Incentivar os ucranianos a derrubar um regime, democraticamente eleito, como a América adora, promovendo quase 100 mortes.

Sabe qual é o problema disso tudo? Putin descobriu que esse jogo, pode jogados por dois e colocou o seu "modus operandi" em ação, agora choram as virgens. :twisted:
Até aqui sou obrigado a concordar.

Tudo o que o Putin está fazendo é seguir o exemplo dos europeus e dos EUA.

Ucrânia já era, vai sobrar Kiev e pouco mais.....

Saudações
Neste ponto já não sei.

A Criméia vá lá, sempre foi russa mesmo, só foi parar sob o controle da Ucrânia como presentinho de boa-vontade do Khrushchev numa época em isso não fazia a menor diferença, então é até natural que a Rússia a tome de volta agora. Já o restante da Ucrânia é outra história, se o pessoal que tomou o governo não for espetacularmente imbecil e não ficar inventando coisas como a proibição da língua russa o mais provável é que a situação acabe se acalmando com o tempo mesmo nas regiões de maioria russófona após as eleições. O povo é assim mesmo, o fôlego para protestos tem duração curta mesmo que a situação na prática não melhore (vide aqui mesmo no Brasil em 2013).

Os problemas realmente podem piorar e muito daqui a algum tempo, se após se aproximarem da UE os ucranianos receberem o mesmo tratamento que foi dispensado aos europeus do sul. Aí a revolta pode ser grande, inclusive entre os que hoje são os mais ardorosos defensores do afastamento com ralação à Rússia.


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Re: Ucrânia

#1709 Mensagem por suntsé » Sex Abr 25, 2014 2:04 pm

jumentodonordeste escreveu:
hades767676 escreveu:Delírios do primeiro ministro ucraniano não tem limites, já fala em terceira guerra mundial por conta de Ucrânia na qual nenhum país poderoso tem pactos verdadeiros de proteção. Mas que piada e não e a primeira vez que ele fala abobrinha. Olha o nível de gente que o ocidente apoia, um lunático que vive fora da realidade.
Calma.

Se você tivesse na situação que esse infeliz tem que suportar, acredito que você teria grande dificuldade em coisas outrora simples. Como fazer sentido, por exemplo.

Quanto ao "nível" dos aliados do ocidente, bem, alguns dos líderes mais...
...retard...
...pitorescos, do mundo foram, são e serão apoiados pelo "oriente".

Não defendo a inocência americana, só tenho uma certa - e arrogante - pena de quem defende a mesma, vinda da Rússia. Acho que foi Hemingway que disse que quase sem nenhuma exceção na história humana as guerras e as crises somente eram os refúgios dos oportunistas políticos.
Como se o Ocidente também não apoia-se governos despóticos do golfo....grandes defensores dos direitos humanos. :lol:
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Re: Ucrânia

#1710 Mensagem por Marino » Sex Abr 25, 2014 2:08 pm

23/04/2014 - Copyleft
A Doutrina Putin em 7 pontos.
Entenda a posição da Rússia no xadrez geopolítico mundial e qual é a mensagem que Putin quer enviar ao Ocidente com a anexação da Crimeia

Nazanín Armanian





Sun Tzu dizia: “É preciso ganhar a guerra antes de declará-la”. Que dados fizeram o Pentágono e a CIA pensarem que seu complô contra a Rússia – de instalar um regime antirrusso em Kiev e integrá-lo com a OTAN – ia prosperar? Se, apesar de contar com milhares de agentes e informantes militares, civis, públicos e ocultos naquele país, os EUA tiveram um fracasso de grande calibre e de consequências imprevisíveis, como então conseguiram elaborar sua tática em um país como o Irã, onde não há nem embaixada?


Os setores belicistas do governo dos EUA cometeram uma grave imprudência ao cruzar a linha vermelha com Moscou, passando de guerras periféricas (anteriormente na Coreia ou no Vietnã, atualmente na Síria) a provocar um enfrentamento direto com a Rússia. Agora, além de engolir a história da integração da Crimeia com a Rússia – em parte graças ao referendo e ao habilidoso uso do vox populi por parte do Kremilin – também tiveram que aceitar a proposta de Moscou de mudar a Constituição ucraniana para transformar o país em uma federação, em um Estado tampão não alinhado. Assim, impedir que se transformasse em outra base da OTAN em suas fronteiras. E talvez seja melhor que não ameacem com mais sanções econômicas se não querem que os russos tirem seu dinheiro do Chipre ou de Portugal e forcem Bruxelas a um novo resgate.


A metamorfose de Vladimir Putin


Existia, entre os principais dirigentes russos, a ideia de que “quanto mais dependemos do Ocidente, mais o Ocidente vai depender de nós”, que é o mais parecido com uma doutrina absurda de segurança de homens que, depois de trair os ideais de um mundo justo, estavam ansiosos por fazer um vazio na elite do capitalismo global.


Assim, deixaram que os EUA determinassem o rumo do país, até que “mudanças progressivas quantitativas gerassem mudanças qualitativas” e um dirigente chamado Vladímir Vladímirovich Putin sofreu este mesmo processo na própria pele e agora está mudando o rumo de seus país. Aqui há uma cronologia resumida de como aconteceu:


- 1997: A OTAN firma com Gorbatchev a Ata Fundacional, cujo eixo são “três nós”: que a OTAN não tem “nenhuma intenção, nenhum plano, e nenhuma razão” para levar grandes contingentes militares aos 12 países do antigo bloco socialista. A Aliança estava enganando os russos. Não tardará a romper sua promessa.


- 1998 e 1999: Putin, desde o governo de Yeltsin, reprime duramente a rebelião dos chechenos com a ideia de impedir a maior desintegração do país. Ambos os lados cometem crimes de guerra.


- Tendo sucedido a Yeltsin em 2000, Putin é tratado com mimos por um Ocidente que pretende desativar sua possível oposição às aventuras bélicas em curso, contar com seu consentimento para instalar bases militares na Ásia Central, implicá-lo na imoral guerra contra o Afeganistão e utilizar seu território para o trânsito dos combios (Rota Norte) – e tudo isso a troco de nada: concessões unilaterais.


- 2008: Putin vê como o Ocidente e a Arábia Saudita desestabilizam o Cáucaso. Volta a empregar a mão dura ante a brutalidade dos chefes chechenos.


- Putin e sua equipe já se dão conta de que a proximidade com o Ocidente não beneficiou a Rússia. O enfoque brzezinskiano da política externa de Obama, de menos Oriente Próximo e mais contenção da Rússia e da China, é claro e público. Putin recorre à ideia fracassada de Obama de formar um G2 com a China, e fortalece seus laços com o grande vizinho.


- Putin projeta uma imagem de força e segurança, e consolida seu poder pessoal. Sua postura anti-Estados Unidos neutralizará os militares “nostálgicos” que vinham exigindo uma política externa contundente em defesa dos interesses nacionais.


- Com o aumento do preço dos hidrocarbonetos, melhora a situação econômica da Rússia. A crise financeira do Ocidente faz com que os países afetados aumentem sua dependência em relação aos mercados e aos investimentos das potências emergentes – entre elas, a Rússia.


- Putin suspeita, assim como os chineses, de que as primaveras árabes sejam promovidas pelos EUA para redesenhar o novo mapa da região de acordo com seus atuais interesses e em detrimento da Rússia e da China.


- A Líbia é o nome do penúltimo golpe recebido dos EUA: a resolução do Conselho de Segurança propunha uma zona de exclusão aérea e não a troca do regime.


- Putin se opõe às ameaças de Washington contra o Irã e a Síria, e concede asilo a Snowden, tentando recuperar a autoridade moral que perdeu ao não se opor ao bombardeio na Líbia.


- A profunda decepção do Kremlin com seus “amigos ocidentais”, que na Ucrânia alcança tal ponto que acaba com seu pragmatismo e realismo defensivo para dar lugar ao realismo e à ofensiva, o que dá forma a sua doutrina.


Assim fica a Doutrina Putin:


- Considerar a instabilidade dos países vizinhos como uma ameaça para a segurança russa e ter o direito de estabilizá-los.


- Não confiar nos EUA e na União Europeia. Os trágicos fins de Saddam e Gadafi mostraram que nem uma sólida relação com o Ocidente é garantia de salvar sua pele.


- Elevar a autoridade da Rússia em nível internacional para que os EUA não voltem a considerá-la como “uma potência regional”. Com sua história e seu grande patrimônio energético e cultural já demonstraram – por exemplo, na crise síria –, ele é capaz de resgatar o próprio presidente dos EUA de sua autodenominada “linha vermelha”, evitando uma nova catástrofe bélica para o mundo.


- Resolver os conflitos internos e também com os vizinhos.


- Advertir o mundo de que jogar com a “nova” Rússia terá seus custos: uma das lições da Crimeia.


- Embaralhar, quando julgar necessário, a utilização do conceito de “intervenção humanitária e a Responsabilidade de Proteger (R2P)”, tal como seus homólogos ocidentais.


- Fortalecer as posições da Rússia na Eurásia, impedir a desintegração do país (Chechênia) e recuperar a influência perdida sobre os ex-membros da URSS e sobre os velhos aliados (Cuba, Vietnã).


Luta de classes ou nacionalismo


A burguesia russa que dirige o governo por meio do controle sobre a exploração dos recursos naturais do país mantém uma estreita (embora complexa) relação com a oligarquia internacional. Ainda com seus traços particulares, marcados pela história e pela cultura do país, não se pode descartar o uso do nacionalismo russo um tanto exacerbado para exportar a crise interna ou canalizar o descontentamento de setores mais desfavorecidos, por meio de um discurso populista


Segundo o Partido Comunista da Rússia (proibido por Yeltsin em 1991, legalizado em 1993, e hoje a segunda força política do país), a taxa de pobreza subiu a 12,2% em 2013, um ponto a mais do que no ano anterior (nos EUA, essa taxa é de 15% e na Espanha, de 21%). Tais cifras não devem menosprezar o grande trabalho dos russos por se levantarem do duro golpe da desintegração da URSS e das políticas de Yeltsin e companhia, que deixaram 33% da população (49 milhões de pessoas) em um nível escandaloso de pobreza.


O índice de crescimento econômico caiu de 3,4% em 2012 para 1,6% em 2013.


Os comunistas, que acabam de ganhar a prefeitura de Novosibirsk, a terceira maior cidade do país, denunciam a doença holandesa da economia do país: a dependência da economia em relação às exportações do hidrocarboneto (70% do total em 2012) e que apenas um terço das receitas chegam às alçadas do governo. O resto está nas contas dos empresários nacionais e estrangeiros, e a essa cifra se devem acrescentar os 50-70 bilhões que são extraídos do país por conta da “fuga de capitais”.


O PC, que apoiou o direito da Crimeia à livre determinação, assim como a restauração voluntária da União Soviética, denuncia o abandono de 40 milhões de hectares produtivos, que fizeram desaparecer povos inteiros, e o fato de a agricultura representar apenas 4,4% do PIB. Na Rússia emergente e dos grandes magnatas, a expectativa de vida é de 70 anos, ocupando a posição 97 entre 180 países. As políticas sociais do governo continuam sendo insuficientes, ainda que o nível de vida tenha melhorado em relação à década de 90.


Mas a pressão sobre a Rússia a empurrará em direção a uma política externa agressiva e a uma ascensão da ultradireita na Rússia e na Europa.


Pode ser que o perfil de Putin seja apropriado para uma nação em ascensão e o de Obama, para uma em declínio, mas a única coisa certa é que estamos diante do fim da Nova Ordem Mundial de Bush e que a geopolítica tem uma natureza mutante. Só se pode falar de tendências.


* Nazanín Armanian é iraniana e residente em Barcelona desde 1983, data em que se exilou de seu país. Licenciada em Ciências políticas. Ministra aulas nos cursos online da Universidade de Barcelona. Colunista do diário online publico.es.
23/04/2014 - Copyleft
"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
Barão do Rio Branco
Trancado