As últimas mensagens dos soldados.

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FRAJOLA PORCO
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#16 Mensagem por FRAJOLA PORCO » Ter Abr 06, 2004 4:00 pm

é isso ai guilherme os caras sabem muito bem aonde se meteram
nao é igual ao vietnam que eles so mandavam drogados,negros e pobres n selva fechada quando a tecnologia america nao era como essa
de hoje la sim dava do dos caras apesar deles erem feito muitos massacres com algumas aldeias vietnamitas as la os caras estavam despreparados eram recrutas com um fuzil na mao no meu da selva
debaixo de chuva sendo picados por formigas e sob chumbo
agora aqui no iraque nao eles sao os soldados do futuro os bambambans
com toda tecnologia




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#17 Mensagem por Guilherme » Ter Abr 06, 2004 4:07 pm

FRAJOLA PORCO escreveu:é isso ai guilherme os caras sabem muito bem aonde se meteram
nao é igual ao vietnam que eles so mandavam drogados,negros e pobres n selva fechada quando a tecnologia america nao era como essa
de hoje la sim dava do dos caras apesar deles erem feito muitos massacres com algumas aldeias vietnamitas as la os caras estavam despreparados eram recrutas com um fuzil na mao no meu da selva
debaixo de chuva sendo picados por formigas e sob chumbo
agora aqui no iraque nao eles sao os soldados do futuro os bambambans
com toda tecnologia


E na época da guerra do Vietnam, o serviço militar era obrigatório nos EUA. Se vc se recusasse, ia pra cadeia. Em 1973, os EUA aboliram o serviço militar obrigatório.




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#18 Mensagem por Guilherme » Ter Abr 06, 2004 4:56 pm

Quanto mais americanos morrerem ou forem mutilados no Iraque, menor será a pretensão de Washington em conduzir guerras como essa pelo mundo afora. Eles pensarão duas vezes, antes de entrarem em outra empreitada dessas, pois a opinião pública não gosta de ver os sacos plásticos com cadáveres chegando em aviões da USAF.




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#19 Mensagem por Clermont » Qui Abr 22, 2004 5:42 pm

Imagem

IMAGENS DE MORTOS DE GUERRA, UMA QUESTÃO SENSÍVEL

Por Ray Rivera, repórter-adjunto do "Seattle Times"

A imagem era de fileira após fileira de caixões envoltos na bandeira sendo carregados num avião-cargueiro da Força Aérea no Kuwait. Eles eram mortos de guerra americanos, tombados num sangrento mês de combate no Iraque. David Perlmutter, um professor na Universidade Estadual da Louisiana, mostrou a foto para sua classe e perguntou: você a publicaria, como fez o "The Seattle Times" no domingo?

Das centenas ou mais na classe, a maioria disse não. Mas quando solicitados a explicar, Perlmutter afirma, eles disseram que enquanto "eles não queriam ver as fotos, provavelmente seria bom que soubéssemos que isso está acontecendo."

Os americanos, tem lutado a muito tempo com a moralidade de exibir imagens de mortos de guerra, especialmente compatriotas americanos. Tami Silicio, uma trabalhadora civil, foi demitida ontem, por tirar essa foto de caixões sendo carregados no Kuwait e por permitir que o "The Times" a publicasse.

O Pentágono baniu a imprensa de registrar fotos de ataúdes militares retornando da guerra desde 1991, citando preocupações com a privacidade das famílias e amigos angustiados dos soldados mortos. A Administração Bush atribuiu uma clara lembrança dessa política em março de 2003, bem antes do início da guerra no Iraque.

Os críticos reclamam que a proibição é uma tentativa da administração para diminuir o impacto da perda de vidas americanas. Mas, seja a proibição uma tática política ou feita com sincera preocupação pelas famílias, a questão é mais complexa, diz Perlmutter, o autor de dois livros sobre fotografia de guerra e professor de comunicação de massas.

"As imagens de americanos mortosm, especialmente de soldados americanos, provavelmente, é a mais poderosa imagem de guerra para os americanos," diz ele. "É algo que nos atinge de imediato bem no fígado, porque odiamos ver isso, mas reconhecemos que nós podemos precisar ver isso." O poeta Oliver Wendell Holmes capturou essa ambivalência em 1863, após contemplar algumas das primeiras imagens das baixas de campo de batalha sendo sepultadas durante a Guerra Civil.

"Deixe aquele que deseja saber com o quê a guerra se parece, olhar essas séries de ilustrações," ele escreveu. Uma vez que fizessem isso, ele disse, "Muitos, tendo visto e sonhado com seus horrores, iriam guardá-las em alguma gaveta secreta... como nós enterramos os restos mutilados dos mortos, tão vivamente representados."

Os censores militares instituiram um virtual blecaute de tais fotos na Grande Guerra. Essa proibição continuou até quase ao fim da Segunda Guerra Mundial.

"A suposição era que o público não queria vê-las, e que isso iria minar o esforço de guerra," disse Perlmutter. "A invasão da Normandia foi um sucesso, mas como teríamos nos sentido na época, se tivéssemos visto as fotografias de todos aqueles americanos mortos nas praias?"

Imagens de mortos de guerra proliferaram no Vietnam, e por todos os anos 1980, o governo permitiu, regularmente, a tomada de fotos de caixões retornando do Líbano, Granada e Panamá, para a Base da Força Aérea de Dover, no Delaware, o ponto de chegada principal de soldados americanos mortos no além-mar.

Mas, em 1991, quando os Estados Unidos embarcaram em sua primeira maior guerra após o Vietnam, a política mudou. Em janeiro desse ano, a administração do primeiro Presidente Bush começou a proibir a mídia de registrar fotos de caixões sendo descarregados em Dover. Ela instituiu uma proibição total em novembro desse ano.

"Foi uma tentativa de não termos outro Vietnam no sentido de que a administração não iria permitir à mídia vender a guerra, de um modo ou de outro," disse John Louis Lucaites, um professor de comunicações e cultura na Universidade de Indian, que leciona para uma classe chamada "Visualizando a Guerra."

Em 1996, a Corte de Apelações dos Estados Unidos, em Washington, D.C., manteve a proibição após os meios de comunicação e algumas outras organizações abriram um processo para levantá-la. Citando a necessidade de reduzir as aflições e proteger a privacidade das famílias angustiadas, a corte sustentou que a proibição não viola a Primeira Emenda garantidora da liberdade de discursto e de imprensa.

A Associação Nacional das Famílias de Militares, um dos maiores grupos de defesa dos militares, apoia a política. "As famílias que temos ouvido estão mais interessadas na sua privacidade e esperam que as pessoas tenham sensibilidade para com elas, em seu momento de dor," disse Kathy Moakler, vice-diretora da relações governamentais para a organização.

Moakler, que tem dois filhos nas Forças Armadas, disse que "The Times" estava certo em divulgar a história de Silicio e descrever o respeitoso processo pelo qual os mortos são transportados para casa. Mas a fotografia, ela disse, era uma invasão de privacidade para as famílias que podem estar se perguntando se seus entes queridos mortos estavam nessas fileiras de caixões. Mas, mesmo entre as famílias de militares, tais sentimentos não são universais.

Marianne Brown, madrasta de um reservista do Exército, servindo em Bagdá, disse que a fotografia de Silicio já chegou tarde. A moradora de Michigan pertence a um grupo de famílias militares que apoiam a publicação das fotografias dos caixões.

"Nós temos de mostrar isso, porque é isso que estamos pagando" no Iraque, disse Brown, uma artista de 52 anos, vivendo em South Haven, Michigan. "Deixem que mostrem a verdade - a morte de nossas crianças. De outra forma, serão só estatísticas." O veterano Bill Egan, de Flagler Beach, Flórida, louvou a foto de Silicio. Ele era um fotógrafo militar à bordo do USS Missouri, nos anos 1980, quando ele escoltava petroleiros através do Golfo Pérsico.

"Eu não vejo nada de errado com a exibição de caixões, especialmente, quando envoltos na bandeira, porque isso é um lembrete de por quê essas pessoas se sacrificaram," disse Egan, 63 anos.

Lucaites da Universidade de Indiana disse que a imagem tem uma poderosa qualidade. "Ela quase faz parecer como se os caixões estivessem numa esteira de transporte rumo à eternidade."
E, se você está na atual administração, ele disse, "essa não é uma imagem que você queira visualizada."




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Re: As últimas mensagens dos soldados.

#20 Mensagem por Clermont » Sex Mar 28, 2008 10:40 pm

ELES MORRERAM EM VÃO.

Por Laurence M. Vance – 25 de março de 2008.

Quando o número de americanos mortos no Iraque ultrapassou a marca de 1000 em setembro de 2004, o Presidente Bush disse para as famílias dos mortos durante um encontro de campanha: “Minha promessa a eles é que iremos completar a missão para que seus filhos ou seus maridos ou suas esposas não tenham morrido em vão.” Bem, a contagem de mortes de soldados dos Estados Unidos já alcançou 4 mil, e o fim da missão não está, de forma alguma, à vista.

Isso não deveria ser surpresa já que a promessa de Bush de completar a missão foi uma mentira antes que ele pronunciasse as palavras. De volta à 2003, em frente de um cartaz de “Missão Cumprida”, o presidente anunciou: “As maiores operações de combate no Iraque terminaram. Na Batalha do Iraque, os Estados Unidos e nossos aliados prevaleceram. E agora, nossa coalizão está engajada em assegurar e reconstruir esse país.”

E, ainda antes de que invadíssemos o Iraque para começar a guerra, a administração Bush está imersa em mentiras, como estudo após estudo e após estudo tem documentado.

Mas não apenas a missão de Bush não foi completada, ela nunca foi definida. Portanto, exatamente o que é essa missão que resta a ser completada para que as mortes dos soldados não sejam em vão?

A missão de Bush é libertar o Iraque de um governante tirânico? Saddam Hussein foi capturado em dezembro de 2003, mas nós continuamos a lutar. Saddam Hussein, agora, está morto, mas nós continuamos a lutar. Ninguém nega que Hussein fosse um governante tirânico, mas desde quando é assunto dos Estados Unidos libertar o mundo de governantes tirânicos? E quanto aos outros governantes tirânicos do mundo? Por quê fechamos os olhos para eles? E, ainda pior, por quê os Estados Unidos se aliam com tiranos? Nós nos aliamos com o brutal Stalin durante a Segunda Guerra Mundial, contra Hitler, mas depois, nos aliamos com alguém que ambos os Bushs consideravam a reencarnação de Hitler – Saddam Hussein – contra o Irã. Por quê alguns iraquianos dizem que preferiam viver sob o domínio de Saddam à ocupação americana de seu país? Como esses iraquianos são ingratos pela sua libertação!

A missão de Bush é tornar o Iraque uma democracia? Que espécie de democracia pode ser criada à ponta de arma? E ninguém que saiba qualquer coisa sobre a história dos povos árabes poderia, até mesmo pensar de tentar impor uma democracia sobre eles. E, de novo, desde quando é negócio dos Estados Unidos que forma de governo tem um país? Ainda há umas poucas monarquias hereditárias em existência em volta do mundo. O quão democrático isso é? Deveríamos derrubá-las e instituir democracias? Não teríamos um imperativo moral de invadir a China e forçar esses comunas a virarem democratas? Por certo, os Estados Unidos são estritos sobre quais países merecem governos democráticos. E não apenas nós não transformamos o Iraque numa democracia, nós deslanchamos uma guerra civil religiosa.

A missão de Bush seria remover uma ameaça para os Estados Unidos? Sem nenhuma força aérea ou marinha, e uma economia em ruínas após uma década de sanções, o Iraque nunca foi uma ameaça aos Estados Unidos. O Iraque nunca foi uma ameaça aos Estados Unidos, mesmo quando nós o invadimos pela primeira vez, em 1991. Se os vizinhos do Iraque não achavam necessário mandar tropas para o país, então, por quê nós, até mesmo, deveríamos pensar nisso? Bush admitiu que não haviam armas de destruição em massa no Iraque. Apenas criadores de guerra teocráticos como Mike Huckabee acham que elas foram transferidas para a Jordânia ou Síria. Mas nem mesmo importa quantas armas de destruição em massa o Iraque tinha ou não tinha. Muitos países tem armas de destruição em massa e podem, potencialmente, visar os Estados Unidos. Por quê escolher o Iraque? A Rússia não tem ainda milhares de dispositivos nucleares que estão ou podem estar apontados para nós? Por quê não exigimos que a Rússia destrua suas instalações nucleares e permitam inspetores da ONU verificarem sua destruição? Após ser martelado pelos militares americanos por cinco anos, se havia um país no mundo que não era ameaça aos Estados Unidos, esse era o Iraque. Mesmo assim, nós continuamos travando a guerra no Iraque.

Seria a missão de Bush, retaliar pelos ataques do 11 de Setembro? Muitos americanos ainda pensam que a invasão do Iraque foi o troco pelo 11 de Setembro, mesmo embora o próprio Bush tinha dito que o Iraque não foi responsável. Mas, e se o Iraque fosse responsável? O número de parentes sofredores de soldados americanos mortos há muito já superou o número de parentes sofredores de americanos que morreram no 11 de Setembro. O número de soldados americanos feridos há muito já ultrapassou o número de americanos que foram feridos no 11 de Setembro. A soma de dinheiro gasta na guerra há muito já superou o dinheiro gasto para substituir aviões e reconstruir edifícios destruídos no 11 de Setembro. Um troco e tanto. Mas, ainda se fosse verdade que preço algum seria alto demais para obter vingança pelos ataques do 11 de Setembro, obter vingança do Iraque não é vingança alguma, já que o Iraque não foi o responsável.

Seria missão de Bush manter um fluxo livre de petróleo? As reservas de petróleo do Iraque são superadas, apenas, pelas da Arábia Saudita. Quanto petróleo tem sido bombeado das areias do deserto do Iraque, recentemente? O preço do barril de petróleo quadruplicou desde que Bush invadiu o Iraque. A maioria dos países não tem reservas naturais de petróleo. Quando eles precisam de petróleo, eles o compram de outros países que tem. O que nós conseguimos com décadas de intervenção no Oriente Médio? Três dólares o galão da gasolina, foi isso. Não teria sido mais fácil, apenas, comprar petróleo dos estados produtores ao invés de tentar controlar o Oriente Médio? O que torna isso ainda pior é que os Estados Unidos tem suas próprias reservas de petróleo – reservas que o governo proíbe as companhias de extraí-las. Desde quando os Estados Unidos estão investidos do direito ao petróleo de outro país, sob determinada quantidade e preço?

Agora, se a missão de Bush era destruir as liberdades civis, rasgar a Constituição, enriquecer contratados da defesa e segurança, construir bases permanentes no Iraque, estabelecer uma presidência imperial, confirmá-lo como presidente de guerra, construir seu legado, expandir a dívida nacional, arruinar a economia, e aumentar ainda mais o poder do estado de guerra, então, eu posso dizer que a missão foi completada.

Mas, a que custo?

O terrível custo da missão de Bush são as vidas de 4 mil soldados americanos. Nenhum desses soldados tinha de morrer. Eles não morreram por seu país. Eles não morreram por nossas liberdades. Eles não morreram por uma causa nobre. Cada um deles morreu pela fraudulenta missão de George W. Bush. Eles todos morreram em vão. Suas vidas foram desperdiçadas.

Barack Obama e John McCain até mesmo admitiram, ainda que apenas por um breve momento. Obama disse para uma audiência no Iowa no início do ano passado que “nós acabamos lançando uma guerra que nunca deveria ter sido autorizada, e nunca deveria ter sido travada, e na qual nós já gastamos 400 bilhões de dólares, e assistimos mais de 3 mil vidas dos mais bravos jovens americanos serem desperdiçadas.” Ele, mais tarde, disse que sua observação foi “um deslize verbal”. McCain, logo depois deixou escapar que os americanos tinham todo o direito de estarem frustrados porque “nós desperdiçamos lá, um bocado de nosso mais precioso tesouro, que são as vidas americanas.” Ele então, voltou atrás e disse que ele deveria ter “utilizado a palavra ‘sacrificamos’.”

Quatro mil soldados americanos morreram em vão. Suas vidas foram desperdiçadas, igualmente às 58 mil vidas americanas que foram desperdiçadas no Vietnam. Quantos mais soldados americanos precisarão morrer antes que o povo americano, e especialmente seus entes queridos compreendam que suas vidas foram desperdiçadas?

Mas onde está o ultraje? Todo parente de cada soldado americano morto nesta guerra deveria estar ultrajado. Cada membro das Forças Armadas enviado para travar esta guerra sem sentido deveria estar ultrajado. Cada contribuinte forçado a pagar por esta guerra desnecessária deveria estar ultrajado. Cada americano que foi iludido pelos arquitetos desta guerra deveria estar ultrajado.

É verdade, alguns já estão ultrajados. Mas o que vemos é que muito deste ultraje está dirigido não contra o presidente que administra a guerra, o Congresso que banca a guerra, ou as Forças Armadas que travam a guerra, mas contra esses “cachorros pacifistas” e “bichas traidoras” que se atrevem a dizer que cada morte no Iraque foi desnecessária, insensata, e sem finalidade alguma. Todos eles morreram em vão.




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Re: As últimas mensagens dos soldados.

#21 Mensagem por joao fernando » Sáb Mar 29, 2008 12:36 pm

Na verdade, se os EUA não montarem um exercito de guerrilheiros, vão passar a perder essa e mais as outras guerras. Todo mundo achava que guerra moderna era com eletronica. Mas a verdadeira guerra mderna é de guerrilha. Combates entre exercitos, foram coisas do passado.




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Re: As últimas mensagens dos soldados.

#22 Mensagem por Clermont » Seg Jun 02, 2008 1:03 pm

UM AUTÊNTICO MEMORIAL.

Por Charley Reese – 2 de junho de 2008.

Ok, aqui vai minha mensagem de objeção pós-Dia do Memorial. Este não o Quatro de Julho, Dia da Bandeira, Dia das Forças Armadas, ou Dia dos Ex-Combatentes. Ele é um dia para se relembrar os mortos de guerra. Você não faz isso com piqueniques, bandas marciais, paradas, discursos pomposos e aplausos pela atual guerra. “Memorial” e “celebração” não são sinônimos. O dia foi pensado para visitar cemitérios, não praias e parques de diversão.

O grande rebaixamento do evento começou, algumas décadas atrás, quando os sindicatos de funcionários públicos persuadiram o Congresso a transformar feriados do governo federal em fins-de-semana de três dias. Foi uma decisão insensata que rebaixou o conceito de patriotismo.

Eu não acho que muitos americanos sejam, realmente, patriotas. Para alguns, patriotismo é dar incentivo à qualquer que seja a atual guerra, e saudar qualquer político barato que aconteça estar ocupando a Casa Branca. Não parece importar para estes camaradas se a guerra é justa ou injusta, necessária ou desnecessária. Também não parece importar se o político é um funcionário público honesto ou um mentiroso trapaceiro. Tais jingoístas mentecaptos me lembram das turbas que saudavam Adolf Hitler.

Todos nós iremos morrer, é claro, mas sempre me pareceu que uma das piores mortes é a morte desnecessária. Deveria ser, mas, obviamente, não é, objetivo dos políticos americanos nunca enviarem rapazes e moças, para uma guerra desnecessária. “Desnecessária” é fácil de definir. Ela quer dizer que você não vai à guerra contra um país que não é uma ameaça para os Estados Unidos.

Nenhum americano presta juramento para defender um país estrangeiro ou derrubar um tirano estrangeiro. Nós prestamos juramento de defender nossa Constituição e nosso país. Fim da história. O patriotismo americano se tornou tão diluído que as multidões nem mesmo piscam quando um político, concorrendo para um cargo eletivo, em público, proclama “apoio eterno” a um país estrangeiro. Em tais ocasiões, o político deveria ser vaiado e lembrado que ele é um americano na América, concorrendo para um cargo americano para representar e servir ao povo americano. Se ele ama um país estrangeiro mais do que o seu próprio, então ele é livre para emigrar. Ele não deveria ser livre para sacrificar as vidas de jovens americanos em nome de qualquer país estrangeiro.

Nenhum americano morreu “defendendo a liberdade” desde o fim da Segunda Guerra Mundial. Os americanos morreram na Guerra Civil coreana, na Guerra Civil vietnamita e nas várias incursões imperialistas por vários presumíveis interesses corporativos. Dado o fato de que o Vietnam comunista é, agora, um objeto de investimentos americanos, eu odiaria ter de explicar a uma viúva ou a uma sofrida mãe por quê seu ente querido teve de morrer lá. Além dos lucros para as corporações da guerra, em que 58 mil americanos mortos resultaram? Se nós aceitamos o comunismo no Vietnam, hoje, então, por quê não, na época? Onde estão todas as terríveis conseqüências que os políticos contaram aos americanos que nós tínhamos de evitar, indo à guerra no Vietnam? Se você achar uma, deixe-me saber. Eu suspeito que elas estejam no museu das mentiras políticas, próximas às armas de destruição em massa iraquianas.

O Dia do Memorial deveria ser um dia triste e solene, quando lembrássemos de todos os rapazes e moças a quem foram negados os prazeres de uma tempo de vida normal. A guerra é cruel e feroz, mas seja a guerra justa ou injusta, necessária ou desnecessária, aqueles que morreram nela, morreram honrosamente ao serviço do seu país. Nunca culpe os soldados pela guerra dos políticos, e nunca permita que ninguém mais faça isso na sua presença.

Qualquer que seja a dissimulação e corrupção que escorre de Washington, os homens e mulheres das forças armadas são inocentes e não maculados por elas. Eles seguem, dever, honra e amor por seus camaradas em armas. Eles morrem um pelo outro e pelas pessoas que amam em casa. Esse amor merece ser respeitado e honrado. Na pior das circunstâncias, eles demonstram o melhor que um ser humano pode ser.




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Re:

#23 Mensagem por cabeça de martelo » Sáb Jun 07, 2008 8:34 am

Spetsnaz escreveu:Se eu tivesse no EB por ex.. e ele fizesse algo que é contra a minha idéia doque é bom para o Brasil .. eu me recusaria veementemente (huahua palavra estranha da porra)...

Serias considerado um desertor, os militares não escolhem as guerras, são os governos que tanto nos EUA como no Brasil são eleitos democráticamente pelo povo.




"Lá nos confins da Península Ibérica, existe um povo que não governa nem se deixa governar ”, Caio Júlio César, líder Militar Romano".

Portugal está morto e enterrado!!!

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Re:

#24 Mensagem por Piffer » Sáb Jun 07, 2008 3:07 pm

Spetsnaz escreveu:Se eu tivesse no EB por ex.. e ele fizesse algo que é contra a minha idéia doque é bom para o Brasil .. eu me recusaria veementemente (huahua palavra estranha da porra)...
Vai ver que é por isso que você não é do EB.




Carpe noctem!
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Re: As últimas mensagens dos soldados.

#25 Mensagem por Clermont » Qua Dez 21, 2011 8:19 pm

DAVID E. HIKCMAN, R.I.P.

Por Laurence M. Vance - 21.12.11.

A Guerra do Iraque está encerrada - pela terceira vez.

A primeira vez que a Guerra do Iraque terminou foi em 1º de maio de 2003, quando o presidente Bush anunciou - em frente a uma faixa de "Missão Cumprida" - que os Estados Unidos e seus aliados tinham prevalecido e "as grandes operações de combate no Iraque tinham terminado."

Evidentemente, grandes operações de combate não tinham terminado já que mais 4.300 militares americanos morreram então por uma mentira, enquanto o presidente Bush prometia as famílias destes mortos "completar a missão para que seus filho ou seu marido ou esposa não tivessem morrido em vão."

O segundo término da Guerra do Iraque foi 31 de agosto de 2010, quando o presidente Obama proclamou que "a missão de combate americana no Iraque tinha terminado" e a "Operação IRAQ FREEDOM está encerrada, e o povo iraquiano agora tem a responbilidade pela segurança de seu país."

Mais sessenta e seis militares americanos então morreram em vão durante a "Operação NEW DAWN".

Eu lembro de escrever sobre a inconstitucional Guerra do Iraque em seu terceiro aniversário ("Armas de Distração em Massa") quando 2.317 militares americanos já tinham morrido. Quando escrevi sobre esta guerra injusta em seu quarto aniversário ("Quatro Anos, Quatro Planos"), o número já tinha subido para 3.218. No quinto aniversário desta guerra desnecessária ("O Que Aconteceu com a Guerra?"), já tinha atingido 4.259. No sétimo aniversário desta guerra criminosa ("A Guerra Esquecida"), o preço em mortes já estava em 4.385. No oitavo aniversário desta guerra imoral ("Quando a Guerra do Iraque Realmente Acabará?"), o número de militares americanos mortos tinha "somente" aumentado para 4.439, com 211 destas mortes ocorrendo depois de Obama assumir como criminoso de guerra chefe.

Eu sou grato a Deus que não haverá nenhum nono aniversário desta guerra horrível. Eu estou aliviado que a contagem de morte de militares americanos tenha findado em 4.484. Estou aliviado que terão sido apenas 255 militares americanos que morreram após a posse do presidente Obama.

Aquilo que o veterano do Vietnam (e mais tarde senador) John Kerry disse em testemunho perante o Comitê de Relações Externas do Senado (do qual agora ele é presidente) em 1971 sobre a guerra no Vietnam é relevante para a Guerra do Iraque e, especialmente, para o seu fim:

"Em nossa opinião e a partir de nossa experiência, não há nada no Vietnam do Sul que possa acontecer que ameaçe realisticamente os Estados Unidos da América. E tentar justificar a perda de uma só vida americana no Vietnam, Camboja ou Laos, vinculando tal perda à preservação da liberdade, que estes malfeitores supostamente abusam, para nós é o auge da hipocrisia criminosa, e esta espécie de hipocrisia que sentimos ter dilacerado este país.

Nós descobrimos que não só isto era uma guerra civil, um esforço de um povo que estava há anos buscando sua libertação de qualquer influência colonial, fosse qual fosse, mas também descobrimos que os vietnamitas a quem tínhamos entusiasticamente moldado à nossa imagem, não estavam dispostos a assumir a luta contra a ameaça da qual estávamos, supostamente, salvando-os.

Nós descobrimos que a maioria das pessoas nem mesmo sabia a diferença entre comunismo e democracia. Eles apenas queriam trabalhar em seus arrozais sem helicópteros metralhando-os, e bombas com napalm queimando suas aldeias e dilacerando seu país. Eles queriam tudo que tivesse a ver com a guerra, particularmente com esta presença estrangeira dos Estados Unidos da América, que os deixassem sozinhos e em paz, eles praticavam a arte da sobrevivência alinhando-se com qualquer força militar que estivesse presente em um momento particular, seja o Viet Cong, os norte-vietnamitas ou os americanos.

Nós descobrimos que, muito freqüentemente, homens americanos estavam morrendo nestes arrozais por falta de apoio de seus aliados. Nós vimos em primeira mão como o dinheiro dos impostos americanos era utilizado para um regime ditatorial corrupto. Nós vimos que muitas pessoas neste país tinham uma idéia unilateral de quem era mantido livre pela bandeira, e os negros forneciam a mais elevada porcentagem das baixas. Nós vimos o Vietnam igualmente devastado pelas bombas americanas e as missões de busca e destruição, tanto quanto pelo terrorismo do Viet Cong - e mesmo assim, nós escutávamos enquanto este país tentava jogar toda a culpa pela destruição sobre o Viet Cong.

Nós achavámos racional destruir aldeias de forma a salvá-las. Nós vimos a América perder seu senso de moralidade enquanto aceitava muito friamente My Lai e recusava-se a abrir mão da imagem de soldados americanos que presenteavam barras de chocolate e goma de mascar.

Nós aprendemos o significado de zonas de fogo livre, atirar em qualquer coisa que se mova, e observamos enquanto a América punha um preço baixo nas vidas de orientais.

Nós observamos a falsicação das contagens de corpos pelos Estados Unidos, de fato a glorificação da contagem de corpos. Nós escutávamos enquanto, mês após mês, ouvíamos que a costas do inimigo estavam perto de ser quebradas. Nós lutamos utilizando armas contra "seres humanos orientais". Nós lutamos usando armas contra estas pessoas que eu não acredito que este país sonharia em usar se estívessemos num teatro europeu. Nós observávamos enquanto homens carregavam colinas acima porque um general disse que a colina tinha de ser tomada, e depois de perder um ou dois pelotões, eles marchavam para longe, deixando a colina ser reocupada pelos norte-vietnamitas. Nós observamos o orgulho permitir que as mais insignificantes batalhas fossem infladas em extravagâncias, porque não podíamos perdê-las, e não podíamos nos retirar e porque não importava quantos mais corpos americanos eram perdidos para provar um ponto, e assim ocorriam as Colinas do Hamburger e os Khe Sanhs e as Colinas 81 e as Bases de Fogo Seis, e muitas outras.

Agora ouvimos que os homens que lutaram lá precisam observar silenciosamente enquanto vidas americanas são perdidas para que nós possamos exercer a incrível arrogância de vietnamizar os vietnamitas.

Cada dia para faciliar o processo pelo qual os Estados Unidos lavam suas mãos do Vietnam, alguém tem que dar sua vida para que os Estados Unidos não tenham de admitir alguma coisa que o mundo inteiro já sabe, para que nós não tenhamos de dizer que cometemos um engano. Alguém tem de morrer para que o presidente Nixon não seja, e estas são suas palavras, "o primeiro presidente a perder uma guerra."

Nós estamos perguntando aos americanos para pensarem nisto porque com você pede a um homem que seja o último homem a morrer no Vietnam? Como você pede a um homem para que seja o último homem a morrer por um erro?


O especialista do Exército, David E. Hickman, 23 anos, de Greensboro, Carolina do Norte, do II Batalhão, 325º Regimento de Infantaria Aeroterrestre, 2º Grupamento de Combate de Brigada, 82ª Divisão Aeroterrestre, Fort Bragg, Carolina do Norte, é este homem.

Imagem

Ele foi morto por uma IED no Iraque em 14 de novembro de 2011. Ele é o último homem a morrer no Iraque. Ele é o último homem a morrer por um erro.

Se apenas Bush não tivesse mentido para nos levar à guerra. Se apenas Bush tivesse cessado as hostilidades após a captura de Saddam Hussein. Se apenas Obama tivesse retirado as tropas americanas após sua posse. Se apenas Obama tivesse realmente acabado com a missão de combate americana em agosto. Se apenas a guerra tivesse terminado mais cedo. Se apenas David E. Hickman não tivesse de ter morrido por um erro. Que ele possa descansar em paz.




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Re: As últimas mensagens dos soldados.

#26 Mensagem por Wingate » Qui Dez 22, 2011 4:24 pm

Clermont escreveu:DAVID E. HIKCMAN, R.I.P.

Por Laurence M. Vance - 21.12.11.

A Guerra do Iraque está encerrada - pela terceira vez.

A primeira vez que a Guerra do Iraque terminou foi em 1º de maio de 2003, quando o presidente Bush anunciou - em frente a uma faixa de "Missão Cumprida" - que os Estados Unidos e seus aliados tinham prevalecido e "as grandes operações de combate no Iraque tinham terminado."

Evidentemente, grandes operações de combate não tinham terminado já que mais 4.300 militares americanos morreram então por uma mentira, enquanto o presidente Bush prometia as famílias destes mortos "completar a missão para que seus filho ou seu marido ou esposa não tivessem morrido em vão."

O segundo término da Guerra do Iraque foi 31 de agosto de 2010, quando o presidente Obama proclamou que "a missão de combate americana no Iraque tinha terminado" e a "Operação IRAQ FREEDOM está encerrada, e o povo iraquiano agora tem a responbilidade pela segurança de seu país."

Mais sessenta e seis militares americanos então morreram em vão durante a "Operação NEW DAWN".

Eu lembro de escrever sobre a inconstitucional Guerra do Iraque em seu terceiro aniversário ("Armas de Distração em Massa") quando 2.317 militares americanos já tinham morrido. Quando escrevi sobre esta guerra injusta em seu quarto aniversário ("Quatro Anos, Quatro Planos"), o número já tinha subido para 3.218. No quinto aniversário desta guerra desnecessária ("O Que Aconteceu com a Guerra?"), já tinha atingido 4.259. No sétimo aniversário desta guerra criminosa ("A Guerra Esquecida"), o preço em mortes já estava em 4.385. No oitavo aniversário desta guerra imoral ("Quando a Guerra do Iraque Realmente Acabará?"), o número de militares americanos mortos tinha "somente" aumentado para 4.439, com 211 destas mortes ocorrendo depois de Obama assumir como criminoso de guerra chefe.

Eu sou grato a Deus que não haverá nenhum nono aniversário desta guerra horrível. Eu estou aliviado que a contagem de morte de militares americanos tenha findado em 4.484. Estou aliviado que terão sido apenas 255 militares americanos que morreram após a posse do presidente Obama.

Aquilo que o veterano do Vietnam (e mais tarde senador) John Kerry disse em testemunho perante o Comitê de Relações Externas do Senado (do qual agora ele é presidente) em 1971 sobre a guerra no Vietnam é relevante para a Guerra do Iraque e, especialmente, para o seu fim:

"Em nossa opinião e a partir de nossa experiência, não há nada no Vietnam do Sul que possa acontecer que ameaçe realisticamente os Estados Unidos da América. E tentar justificar a perda de uma só vida americana no Vietnam, Camboja ou Laos, vinculando tal perda à preservação da liberdade, que estes malfeitores supostamente abusam, para nós é o auge da hipocrisia criminosa, e esta espécie de hipocrisia que sentimos ter dilacerado este país.

Nós descobrimos que não só isto era uma guerra civil, um esforço de um povo que estava há anos buscando sua libertação de qualquer influência colonial, fosse qual fosse, mas também descobrimos que os vietnamitas a quem tínhamos entusiasticamente moldado à nossa imagem, não estavam dispostos a assumir a luta contra a ameaça da qual estávamos, supostamente, salvando-os.

Nós descobrimos que a maioria das pessoas nem mesmo sabia a diferença entre comunismo e democracia. Eles apenas queriam trabalhar em seus arrozais sem helicópteros metralhando-os, e bombas com napalm queimando suas aldeias e dilacerando seu país. Eles queriam tudo que tivesse a ver com a guerra, particularmente com esta presença estrangeira dos Estados Unidos da América, que os deixassem sozinhos e em paz, eles praticavam a arte da sobrevivência alinhando-se com qualquer força militar que estivesse presente em um momento particular, seja o Viet Cong, os norte-vietnamitas ou os americanos.

Nós descobrimos que, muito freqüentemente, homens americanos estavam morrendo nestes arrozais por falta de apoio de seus aliados. Nós vimos em primeira mão como o dinheiro dos impostos americanos era utilizado para um regime ditatorial corrupto. Nós vimos que muitas pessoas neste país tinham uma idéia unilateral de quem era mantido livre pela bandeira, e os negros forneciam a mais elevada porcentagem das baixas. Nós vimos o Vietnam igualmente devastado pelas bombas americanas e as missões de busca e destruição, tanto quanto pelo terrorismo do Viet Cong - e mesmo assim, nós escutávamos enquanto este país tentava jogar toda a culpa pela destruição sobre o Viet Cong.

Nós achavámos racional destruir aldeias de forma a salvá-las. Nós vimos a América perder seu senso de moralidade enquanto aceitava muito friamente My Lai e recusava-se a abrir mão da imagem de soldados americanos que presenteavam barras de chocolate e goma de mascar.

Nós aprendemos o significado de zonas de fogo livre, atirar em qualquer coisa que se mova, e observamos enquanto a América punha um preço baixo nas vidas de orientais.

Nós observamos a falsicação das contagens de corpos pelos Estados Unidos, de fato a glorificação da contagem de corpos. Nós escutávamos enquanto, mês após mês, ouvíamos que a costas do inimigo estavam perto de ser quebradas. Nós lutamos utilizando armas contra "seres humanos orientais". Nós lutamos usando armas contra estas pessoas que eu não acredito que este país sonharia em usar se estívessemos num teatro europeu. Nós observávamos enquanto homens carregavam colinas acima porque um general disse que a colina tinha de ser tomada, e depois de perder um ou dois pelotões, eles marchavam para longe, deixando a colina ser reocupada pelos norte-vietnamitas. Nós observamos o orgulho permitir que as mais insignificantes batalhas fossem infladas em extravagâncias, porque não podíamos perdê-las, e não podíamos nos retirar e porque não importava quantos mais corpos americanos eram perdidos para provar um ponto, e assim ocorriam as Colinas do Hamburger e os Khe Sanhs e as Colinas 81 e as Bases de Fogo Seis, e muitas outras.

Agora ouvimos que os homens que lutaram lá precisam observar silenciosamente enquanto vidas americanas são perdidas para que nós possamos exercer a incrível arrogância de vietnamizar os vietnamitas.

Cada dia para faciliar o processo pelo qual os Estados Unidos lavam suas mãos do Vietnam, alguém tem que dar sua vida para que os Estados Unidos não tenham de admitir alguma coisa que o mundo inteiro já sabe, para que nós não tenhamos de dizer que cometemos um engano. Alguém tem de morrer para que o presidente Nixon não seja, e estas são suas palavras, "o primeiro presidente a perder uma guerra."

Nós estamos perguntando aos americanos para pensarem nisto porque com você pede a um homem que seja o último homem a morrer no Vietnam? Como você pede a um homem para que seja o último homem a morrer por um erro?


O especialista do Exército, David E. Hickman, 23 anos, de Greensboro, Carolina do Norte, do II Batalhão, 325º Regimento de Infantaria Aeroterrestre, 2º Grupamento de Combate de Brigada, 82ª Divisão Aeroterrestre, Fort Bragg, Carolina do Norte, é este homem.

Imagem

Ele foi morto por uma IED no Iraque em 14 de novembro de 2011. Ele é o último homem a morrer no Iraque. Ele é o último homem a morrer por um erro.

Se apenas Bush não tivesse mentido para nos levar à guerra. Se apenas Bush tivesse cessado as hostilidades após a captura de Saddam Hussein. Se apenas Obama tivesse retirado as tropas americanas após sua posse. Se apenas Obama tivesse realmente acabado com a missão de combate americana em agosto. Se apenas a guerra tivesse terminado mais cedo. Se apenas David E. Hickman não tivesse de ter morrido por um erro. Que ele possa descansar em paz.
Aquele livro do Graham Greene, O Americano Tranquilo ("The Quiet American"), foi extremamente profético...

Com certeza nenhum presidente americano de 1954 para cá o leu (ou se leu, entendeu...)

Wingate




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Re: As últimas mensagens dos soldados.

#27 Mensagem por soultrain » Qui Dez 22, 2011 7:47 pm

Esse livro é mal visto por muitos Americanos, especialmente os mais conservadores.





"O que se percebe hoje é que os idiotas perderam a modéstia. E nós temos de ter tolerância e compreensão também com os idiotas, que são exatamente aqueles que escrevem para o esquecimento" :!:


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Re: As últimas mensagens dos soldados.

#28 Mensagem por Naval » Sáb Dez 24, 2011 10:41 am

Natal em Stalingrado

Goebbels considerou este relato, do correspondente de guerra Heinz Schröter, muito impressionante para ser publicado na época.

No dia previsto, os combatentes de Stalingrado celebraram sua festa de Natal. Um céu cor de cinza estendia-se pesadamente sobre a estepe nevada. Um frio implacável cristalizava a paisagem.

Em Stalingrado não havia mesas cobertas com toalhas brancas, nem nozes, nem maçãs: só algumas pequenas árvores de Natal, enviadas pelo correio.

Aquele que dispunha de uma vela, acendia-a por momentos, colocando-a no gargalo de uma garrafa, calcando-a sobre uma táboa, dentro do capacete ou em algum ramo de árvore. Depois, apagava-se e guardava-se para outra noite. As árvores de Natal e os discursos alusivos à festividade perdiam todo o valor simbólico no meio das munições, quase sem pão e naquele ambiente de promiscuidade.

Os homens sentavam-se muito perto uns dos outros. Táboas e caixotes serviam de mesas, os recipientes de metal faziam-se de copos. Os mais favorecidos bebiam aguardente, ou mesmo vinho. A maioria contentava-se com chá, ou neve derretida. É difícil descrever os sentimentos que animavam estes homens a minha volta.

Aqueles soldados apenas tinham de comum as suas mãos vazias e a abóbada do céu, cercada por uma fumarada cor de sangue. Perguntavam-se por que motivo permitia Deus voltasse o Natal, quando os homens, dominando a Sua voz com o tumulto da guerra, continuavam a matar-se uns aos outros.

Houve muitas companhias que passaram o Natal assim. Só a nossa viveu um verdadeiro conto de Natal - o primeiro e o último. Chegara da Alemanha quatro semanas antes. Avançava em estado de alerta sobre uma camada de neve com 40 centímetros de espessura.

Depois de três horas de marcha, as primeiras filas da companhia detiveram-se. Com os rostos açoitados pela neve, vimos, repentinamente, uma aparição fantástica. Uma estaca de três metros de altura, sobre a qual mão desconhecida colocara uns paus transversais, que estavam cravejados de velas, cujas chamas tremeluziam sobre a estepe. Diante dessa árvore de Natal improvisada, recortava-se a estranha silhueta de um homem que sustentava na mão direita uma tosca cruz, feita com duas tábuas. Por detrás das árvores apinhava-se um grupo alucinante: uma dúzia de homens, envoltos em mantas, apoiados em muletas e cajados e com as cabeças cobertas de ligaduras. Espontaneamente nossa companhia formou em redor um semicírculo. Tiramos os capacetes. O homem que empunhava a cruz aproximou-se e disse:

- Sabíamos que passavam por aqui esta noite. Quisemos fazer-lhes esta surpresa.

Os da companhia sorriram um pouco amargamente...

- Vivemos hoje - prosseguiu o homem - a noite de Natal; e amanhã será o dia em que a cerca de dois mil anos, teve início a Redenção. Aquele dia e aquela noite deveriam trazer a paz. Lutamos contra um inimigo que não conhece aquela noite nem aquele dia. Agora, saibamos dar a Deus o que é de Deus; quando esta hora tenha decorrido, dareis a César o que é de César.

Depois o homem recitou o Glória: "E paz na terra aos homens de boa vontade". Disse em voz alta o texto latino e não o envergonhou falar de paz. Rezou um Pater Noster em alemão, para os protestantes. Os cento e vinte e um homens acompanharam-no a uma só voz diante da "árvore" iluminada: "...mas livrai-nos do mal. Amém".

As ladeiras geladas do barranco repetiram surdamente aquele "Amém". Depois a 9ª Companhia cantou as três estrofes de Stille Nacht, heilige Nacht. Jamais este cântico terá tido tal vibração, no meio de uma desolação semelhante a esta.

No que respeita ao correio, esse montão de cartas e postais destinados a vencer a distância que os separava de seu país, já quase nada chegava às suas mãos. Algumas sacas tinham sido atiradas para dentro da grande mala: que representava, porém, tão pequena quantidade para tanta gente? Basta dizer que 380 das sacas de correio destinadas a Stalingrado foram queimadas em Chiov porque, no dia da ofensiva russa, um transporte ambulante de correio que vinha de Dresden atrapalhou-se e, ao ouvir anunciar que os carros russos se encontravam a apenas 10 quilômetros, não se lembrou de colocar uma saca em cada um dos veículos que circulavam sem interrupção no caminho de Nijni-Chircaya.

A maioria dos soldados passou tristemente o Natal e com uma secreta angústia ao ver reduzida para 100 gramas a sua ração de pão. Quanto ao tempo dedicado ao Natal pela emissora Grande Alemanha, foi tomado como piada de mau gosto e acolhido com palavrões. Os homens sofriam, tinham fome. A organização do abastecimento não era suficiente. A bolsa de resistência dispunha dos aeródromos de Pitomnik e Gumrak, do campo auxiliar de Bassargino e do de Stalingradsky, para as aterrissagens forçadas.

O exército dera ordem de disparar contra os que praticassem pilhagens. Nos setores de quatro divisões, situadas a oeste e ao sul de Stalingrado, 364 homens foram executados em três dias, por covardia, deserção, roubo de provisões... Sim, por roubo. Certa manhã, arrancaram o soldado Wolf do buraco onde se encontrava. É ouvido, julgado e condenado à morte. A execução realiza-se num quarto mobiliado com uma mesa, três cadeiras e um fogão. Na parede está pendurado um retrato de Lênin. Nada há como a fome para levar ao crime...

Fonte deste artigo: Stalingrado, até o último cartucho - Heinz Schröter - Estúdio Cor.




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Re: As últimas mensagens dos soldados.

#29 Mensagem por Túlio » Sáb Dez 24, 2011 10:49 am

Talvez o tópico mais triste que já li. Duas páginas de pesar... :(




"Na guerra, o psicológico está para o físico como o número três está para o um."

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Re: As últimas mensagens dos soldados.

#30 Mensagem por FOXTROT » Sáb Dez 24, 2011 11:00 am

Com certeza. :cry:


Saudações




"Só os mortos conhecem o fim da guerra" Platão.
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