Embraer Defense Systems - EDS

Assuntos em discussão: Força Aérea Brasileira, forças aéreas estrangeiras e aviação militar.

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Re: Embraer Defense Systems - EDS

#16 Mensagem por Túlio » Sáb Dez 21, 2019 12:36 am

FCarvalho escreveu: Sex Dez 20, 2019 11:02 pm

É serio isso? :roll: Agora a FAB é imaculada e ingênua em relação a tudo que faz com a Embraer? E em relação a BID?
Essa proposta só mostra mais uma vez que em termos de gestão de defesa não existe MD, e que cada força continua fazendo o que bem entende.
Claro, garantindo o guaraná de todo mundo com estrelas nos ombros tá tudo bem.
O resto a gente corre atrás, claro.

abs
Mas eu te dei razão, POWS!!!

Pra que EMBRAER? A FAB estaria muito melhor comprando de outros, menos dela. Mais, deveria esquecer que existe EMBRAER, pois é o que se faz em qualquer País minimamente sério, vejas se os ianques são idiotas de ficar comprando avião, míssil e radar para as suas FFAA de grandes fabricantes como LM, Boeing e Raytheon, ah não, eles vão sempre nos pequenininhos porque muito mais importante do que investir no que comprovadamente dá certo é A AVENTURA, aquela sensação excitante de gastar um monte de dinheiro numa startup que pode ser vendida ou quebrar de um dia para o outro, como aquilo de MECTRON, cujos donos, após enfiarem legal a mão no $$$ público, venderam e deixaram uma pá de Programas pela metade e até hoje se está correndo atrás do prejuízo. Isso sim é ser dinâmico, arrojado, estar à frente de seu tempo, não palhaçadas do tipo desenvolver em conjunto aeronaves que serão expoentes em suas categorias ou se meter num programa do EB e resolver usar um míssil de cruzeiro muito melhor para isso do que o originalmente pretendido, o RBS-15G. Essa tchurma de azul é sodas mesmo, buena é a de branco massss...perae, não andaram botando a EMBRAER num consórcio pra fazer navio de guerra? Que diabos é isso, agora virou EMBRANAV? O que há de errado com pequenos estaleiros, como o prestigioso aquele que teve uns probleminhas e uns pedaços de Patrulhas tiveram que ser levados para serem completados em outro lugar? Não dá pra entender isso! Estavam indo muito bem ao bancarem o desenvolvimento daquele míssil ridículo FANTÁSTICO com performances e capacidades dignas dos MELHORES dos anos 80 DO MUNDO, já agora devem andar molhando a mão do Almirante também, assim num pode, assim num dá... [064] [064] [064] [064]




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Re: Embraer Defense Systems - EDS

#17 Mensagem por Cassio » Sáb Dez 21, 2019 6:21 am

Pois é Tulio.
Melhor investir numa start up, bancar construção de fábrica, esperar por anos até que se consiga o expertise para certificação, e tudo isso correndo um risco enorme.
Muito melhor do que colocar o projeto numa indústria já consolidada, que estrega o que promete, e que tem expertise em todo o ciclo de vida de um produto.
E que poderá ser beneficiar vendendo este produto no mercado civil, provendo nos aviação regional de um novo produto, com capacidade de prover suporte pra venda e etc...
Tudo isso em nome da necessidade de ser ter mais uma indústria aeronáutica? Muito risco e grana para muito pouco.
Cadê a Novaer?




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Re: Embraer Defense Systems - EDS

#18 Mensagem por Túlio » Sáb Dez 21, 2019 1:33 pm

Cassio escreveu: Sáb Dez 21, 2019 6:21 am Pois é Tulio.
Melhor investir numa start up, bancar construção de fábrica, esperar por anos até que se consiga o expertise para certificação, e tudo isso correndo um risco enorme.
Muito melhor do que colocar o projeto numa indústria já consolidada, que estrega o que promete, e que tem expertise em todo o ciclo de vida de um produto.
E que poderá ser beneficiar vendendo este produto no mercado civil, provendo nos aviação regional de um novo produto, com capacidade de prover suporte pra venda e etc...
Tudo isso em nome da necessidade de ser ter mais uma indústria aeronáutica? Muito risco e grana para muito pouco.


E nem é este o meu ponto: na verdade a FAB "inventou" a EMBRAER, logo, sabe muito bem, e em nível institucional, tudo isso que disseste e até mais. A tigrada de azul não apenas viu mas sentiu as famigeradas "dores de crescimento" (era uma estatal, claro) até o ponto de, por estarmos em moratória e não haver mais $$$ para investir em produtos que seriam futuros campeões em suas áreas, ter que vender e mesmo aí o lance foi PRO: todas as decisões continuaram a ser tomadas no Brasil (o Françuá entrou e saiu sem poder apitar nada) e a empresa só fez crescer e se tornar a terceira maior do mundo (após bater a Bombardier que, sob o nome Canadair, desenvolvia aviões desde antes da 2GM) ali pelos 40 anos de idade.

E agora o lance é isso de "tecnologias disruptivas", como nanomateriais, propulsão elétrica ou híbrida, aeronaves capazes de se pilotarem sozinhas e por aí vai. E aí está a EMBRAER, com um Ipanema elétrico quase pronto para o Maiden Flight, um jato taxiando sem Piloto pela pista, um contrato com a "pequena" Uber para um táxi-voador sem Piloto e sei lá mais o quê. Como sou Brasileiro, eu ADORO a EMBRAER; se fosse Canadense, Pan-Europeu ou mesmo Argentino, eu a DETESTARIA! Simples assim.

Cassio escreveu: Sáb Dez 21, 2019 6:21 am Cadê a Novaer?

Deve estar viva ainda, pelo menos em algum clickbait do Caiafa véio :mrgreen: . Mas me consolo em saber - não ACHAR - que tem startup-BR com foco diferente, em vez de querer competir com a EMBRAER em algum nicho, querem é competir com os seus fornecedores, e com foco em COTS e dual use (ou seja, para alguma coisa tem servido essas inúmeras palestras de Brigadeiros/Generais/Almirantes perante Empresários e Acadêmicos, onde termos como STANAG e Certificação Internacional são repetidos à exaustão, sempre acompanhados de "sozinhos nós não vamos conseguir sustentar vocês").

Se poderia melhorar/acelerar? Penso que sim. Tanto as FFAA quanto empresas como a EMBRAER e outros setores do Governo poderiam começar a mirar em INVESTIDORES, mostrando-lhes startups Nacionais com grande potencial de crescimento em setores onde o Brasil deveria estar competindo mas não está (novamente, as tales de tecnologias disruptivas e/ou insumos para elas). Seria juntar uma vasta área a ser explorada com uma montanha de capital doidinho para achar oportunidades de ganhos seguros na faixa dos dois dígitos ao ano...




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Re: Embraer Defense Systems - EDS

#19 Mensagem por FCarvalho » Sáb Dez 21, 2019 1:45 pm

Túlio escreveu: Sáb Dez 21, 2019 12:36 am
Mas eu te dei razão, POWS!!!
Dadas as devidas explicações, minhas desculpas pelo entrevero e má interpretação. Final de ano o cérebro não concatena mais muita coisa. :cry:

abs




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Re: Embraer Defense Systems - EDS

#20 Mensagem por Túlio » Sáb Dez 21, 2019 1:49 pm

FCarvalho escreveu: Sáb Dez 21, 2019 1:45 pm
Túlio escreveu: Sáb Dez 21, 2019 12:36 am
Mas eu te dei razão, POWS!!!
Dadas as devidas explicações, minhas desculpas pelo entrevero e má interpretação. Final de ano o cérebro não concatena mais muita coisa. :cry:

abs
Nem dá bola, tu és meu cupincha e uma das pessoas mais legais do DB; já expliquei mais de uma vez que as coisas podem ficar um pouco mais "ardidas" aqui nas Seções-Fulcro, pois são precisamente as que nos trazem ao Fórum, mexem com nossas paixões e nem sempre dá pra controlar direito. Aliás, eu mesmo vou ter que ir ao mercado daqui a pouco, pois tá quente pra burro e descobri que não tenho cerveja suficiente, ou seja, ali pelo entardecer minha capacidade de raciocínio também não vai estar valendo muito... :mrgreen:

PS.: e eu tava TE ZOANDO! [003] [003] [003] [003]




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Re: Embraer Defense Systems - EDS

#21 Mensagem por FCarvalho » Sáb Dez 21, 2019 2:11 pm

Só umas perguntinhas de leigo.

Onde está escrito que só pode haver uma empresa aeronáutica no país?

A Embraer precisa de apoio da FAB para projetar qualquer coisa no que tange a EDS? Só agora depois de venderem a parte mais rentável da empresa perceberam isso, ou estão tentando encobrir a merda que fizeram? Ou simplesmente tirando o seu da reta com a complascência da FAB como de costume?

As starups precisam do investimento do Estado, e da iniciativa privada, hoje tal como a Embraer a 50 anos atrás. Do contrário, porque a FAB as acolheria dentro do CTA/ITA?

A Desaer tem todas as chances para desenvolver não apenas uma, mas várias aeronaves para o mercado regional aqui no Brasil e lá fora. Então, por que deixar ela morrer na praia se o Estado pode fazer por ela o mesmo que fez pela Embraer?

A Novaer morreu, ou está morta-viva, porque a FAB não quis ou não deu bola para o substituto mais provável dos T-25 na forma do TX-c, e posteriormente ao ignorar um projeto como o B-250, que com as adaptações necessárias poderia ser o substituto natural dos Tucano. Mas, ao contrário, a FAB simplesmente fez vista grossa para tudo isso e hoje busca recursos para tentar recauchutar e manter a qualquer custo uma frota de aviões na AFA que já deveria estar aposentadas pelo menos há dez anos. Então, a pergunta não é onde está a Desaer. É onde estava a FAB e o MD que não sabiam, ou não quiseram saber, por onde andava e como estava a Desaer e seus projetos? O mesmo se aplica a IPE.

Aliás, quando foi que a Embraer se preocupou em arrumar um substituo para os Tucano? Até onde sei, o PC-21, e variantes, estão ganhando mercado lá fora justamente onde os Tucano não mais apresentaram alternativa mais moderna. E não, o ST não é substituto para o Tucano, nem aqui e bem em lugar nenhum. Mas o B-250 poderia ter sido, caso a FAB/MD tivessem o mesmo compromisso e responsabilidade com a empresa que querem fazer crer possuem com a Embraer. Ou os brasileiros que trabalham/trabalhavam na empresa são menos merecedores de atenção do Estado, mesmo a END dizendo exatamente o contrário?

Aliás, a Embraer hoje possui praticamente todos os projetos de aviões que a FAB possui em inventário. E isso irá aumentar mais um pouco com a chegada dos KC-390 e F-39. Quase tudo que voa na FAB vem da Embraer. Será que isso é necessariamente bom para a FAB e os interesses da Defesa? Porque pode até ser bom, mas isso interessa ao país como um todo, manter uma única empresa aeronáutica dominando todo o mercado e ditando regras para o mesmo, sem que possamos vislumbrar outras possibilidades e alternativas industriais e de P&D?

abs




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Re: Embraer Defense Systems - EDS

#22 Mensagem por Túlio » Sáb Dez 21, 2019 2:42 pm

Grande @FCarvalho, FAB e GF têm tanta culpa pelo fiasco chamado Bader quanto EB e GF tiveram por outro, chamado Osório. Nos dois casos alguém resolveu arriscar tudo numa aposta perigosíssima e nos dois casos havia Forças e Governos estrangeiros na outra ponta. É o fim da picada querer que o véio PAGADOR DE IMPOSTOS tenha que arcar com as cagadas de quem acha que sabe mais do que todo mundo.

Sei lá, penso assim. 8-]




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Re: Embraer Defense Systems - EDS

#23 Mensagem por FCarvalho » Sáb Dez 21, 2019 6:23 pm

Túlio escreveu: Sáb Dez 21, 2019 2:42 pm
Grande @FCarvalho, FAB e GF têm tanta culpa pelo fiasco chamado Bader quanto EB e GF tiveram por outro, chamado Osório. Nos dois casos alguém resolveu arriscar tudo numa aposta perigosíssima e nos dois casos havia Forças e Governos estrangeiros na outra ponta. É o fim da picada querer que o véio PAGADOR DE IMPOSTOS tenha que arcar com as cagadas de quem acha que sabe mais do que todo mundo.
Sei lá, penso assim. 8-]
Olá meu caro amigo Túlio.

No presente caso não há culpa ou culpados, mas responsabilidades. A END, e outros docs da defesa, desde 2008 são muito claros quanto ao papel do Estado no que diz respeito à BID e à P&D nacional. Eu não acredito que todo esse pessoal simplesmente não sabia o que a empresa estava fazendo em seus projetos. Isso não funciona assim. A FAB controla tudo e todos no que diz respeito projetos e pesquisa em aeronáutica no país. Nada passa sem o devido abit da força. Ademais, onde a empresa iria buscar recursos para chegar ao TX-c que é bem anterior ao B-250 que não no BNDES ou FINEP? Ou seja, dinheiro público a juros baixos e de longo prazo? No mundo inteiro funciona assim com empresas de alta tecnologia. Aqui não seria diferente. O problema todo foi, é, e continua sendo essa insistência descabida e injustificada da FAB em manter aeronaves que mais de uma vez ao longo dos últimos anos foi afirmado com todas as letras deveriam estar sendo substituídas, e não recauchutadas. Oras, eu acompanhei o projeto do TX-c desde o lançamento e tudo que vi foi a FAB basicamente de costas para ele, mesmo sabendo que os T-25 estão todos no osso há anos. Da mesma forma, os T-27 estão com mais de trinta anos de serviço nas costas. O que impede, ou impediu, a FAB de sentar e conversar com a Desaer e verificar a possibilidade de o avião substituir os Tucano independente do negócio com os árabes, que é outra coisa? Não esquecer que o Kovacs foi um dos projetistas do B-250. Tenho certeza que isso deve ter algum significado para a FAB. Mas apesar de tudo isso, a força simplesmente continuou ignorando o potencial da empresa todos estes anos. O que será que eles estão esperando? A Embraer se dignar a fazer o trabalho que eles não quiseram apoiar pela Desaer? Um conforto a mais para a EDS, e uma justificativa a mais para colocar dinheiro público em uma empresa que sozinha não durará nem cinco anos... :roll: :?

abs




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Re: Embraer Defense Systems - EDS

#24 Mensagem por Cassio » Dom Dez 22, 2019 6:17 am

FCArvalho.

Ainda esta ladainha de Desaer. Meu caro, esta empresa ainda é uma sala com 6 computadores e 6 abnegados e excelentes ex-funcionários da Embraer. Ou seja, praticamente não existe. Para a tal avioneta da Desaer sair do papel, o Governo deveria fundar uma estatal, construir toda a sua infraestrutura e encomendar uns 80 aviões??? Sim fez isso com a criação da Embraer. Mas isso vale a pena se já existe empresa instalada e com expertise muito maior para desenvolver tal produto? E depois que gasto milhões, que disse que a tal nova empresa sobreviveria? Os ovos já são poucos, se dividir em duas cestas, ou mais... não será suficiente para ninguém.

Aqui não é EUA, onde encomendas governamentais podem bancar mais de uma empresa aeronáutica. E sim, a EDS depende de encomendas do governo... aliás toda a indústria aeronáutica de defesa no mundo todo depende de encomendas de seus governos. Qual o problema?

Importante é que a Embraer que em breve não contará com a parte de sua aviação comercial, não é só a EDS. Em pouco tempo o braço de aviação executiva será o mais rentável da nova Embraer, com a EDS em segundo lugar. E depois ainda teremos as outras empresas do grupo (Atech, a antiga BRADAR que já não existe mais com este nome, porque agora foi integrada a Embraer, etc).

Este desenvolvimento desta nova aeronave será bancado pela FAB? Não sei. Até agora foi apenas feito um acordo para um estudo preliminar. Vejo este produto como uma oportunidade da Embraer voltar os mercado de aviões comerciais-regionais, além de produzir uma aeronave que possa substituir o Bandeirante e até o Brasília em suas diversas missões.

Não creio ser interessante, nem para a FAB, nem para o Brasil ter duas ou três empresas de construção aeronáutica que possivelmente viverão na corda-bamba, lutando para se manter viáveis... ou ter uma empresa grande e forte, que domine a "arte" de se produzir aeronaves atendendo a requisitos complexos. E que ainda seja capaz de prover suporte pós venda e etc. Lembre-se sempre da questão da demanda. Por aqui a demanda não é suficiente para manter uma indústria aeronáutica por muito tempo. Nem considerando a demanda do mercado civil. E eu disse uma INDÚSTRIA... não um barracão que produz um avião-mês.

Quanto a NOVAER... Não foi culpa da FAB. Foi culpa da gestão da empresa que se envolveu um maus negócios e numa briga entre os sócios.

A FAB precisa de um substituto para o T-25... sem dúvida. È uma prioridade? Parece que ainda não. Precisa de um substituto para o Tucano, sim... é uma prioridade, ainda não. O Tucano parece que será modernizado (algumas células) para segurar o rojão na AFA por mais uns anos.

Se a Novaer tivesse segurando as pontas por mais um tempo... tivesse se concentrado no mercado civil enquanto ia trabalhando com a FAB para um substituto para o T-25 (ou T-27), não quiseram partir para uma associação com governo estrangeiro para desenvolver uma aeronave mais sofisticada. Bom deu no que deu.

Sei que vem muita coisa nova por aí por parte da Embraer. Isso mesmo, da Embraer que muitos consideram uma empresa agora fadada ao fracasso. Aliás muitos diziam que a FAB estaria furiosa com a Embraer e que não colocaria mais projetos nesta... não sei de onde tiraram isso.

Vamos ver o que 2020 nos aguarda. Para nós será um ano de muitos desafios, de adaptação a uma nova realidade. Um ano para se reinventar, como já fizemos outras vezes. Capacidade e vontade temos de sobra.




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Re: Embraer Defense Systems - EDS

#25 Mensagem por gogogas » Dom Dez 22, 2019 8:08 am

Acredito que a Embraer em um futuro próximo , irá desenvolver um novo avião que irá substituir os T-25 e T-27 !
Se seguir a lógica :
Xavantes estavam no osso ,entraram os Super Tucano
C-130 estavam no osso , entraram os KC-390
Os bandecos e Brasília já já estão no osso , Embraer vai desenvolver novo avião !
Os T-25 e T-27 deveriam ser substituído por uma única plataforma !
Acredito que o Ministério da Defesa deveria abrir uma escola para cadetes para as 3 forças , já que ambas vão usar aviões de asa fixa !




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Re: Embraer Defense Systems - EDS

#26 Mensagem por FCarvalho » Dom Dez 22, 2019 10:38 am

Olá Cássio.

A Novaer poderia trabalhar com a substituição dos T-25/T-27? Eu penso que sim. Há pelo menos uns 3 ou 4 anos o TX-c está aí. Mas a FAB simplesmente se recusou a oferecer qualquer diálogo para isso. A empresa deve ter procurado a FAB neste período? Com certeza. Ninguém aqui é maluco de desenvolver um avião que não interesse a força aérea. Menos ainda ao mercado privado, que já não é grandes coisa. Pensar em exportações sem vender aqui é suicídio. Então, se Tucano e Universal precisam de substituição isso não é novidade há muito tempo. O porque a FAB não quis apoiar a empresa? É algo que se eu fosse da CREDEN no congresso cobraria explicações bem convincentes. Lembrar que a demanda entre T-25 e T-27 na AFA passa facilmente da centena de aeronaves. Poderia ser uma aeronave só como sugeriu o gogogas? Sim. Mas fato é que a empresa não teve sequer a chance de fazer nada disso. Não vou nem falar no MD neste história porque é de dar até vergonha.

A Desaer tem todas as possibilidades de atender demandas para EB, FAB e MB, assim como o mercado civil nacional e ainda exportar. Agora, isso não se faz do dia para a noite. E o GF tem um peso enorme nisso, principalmente no que diz respeito ao mercado regional brasileiro. Todo mundo que acompanha o setor, e eu acompanho, sabe que o principal empecilho ao setor é o próprio Estado, que mais atrapalha do que ajuda. Então, se pelo menos o governo deixar de atrapalhar e resolver fazer o seu dever de casa, com certeza a aviação regional, e até a nacional, agradeceria. Mas a fome insaciável do governo por recursos financeiros é praticamente indomável.

Isto posto, agora como há 50 anos atrás, temos a opção de escolher entre depender única e exclusivamente de um empresa, e rezar para que nada lhe aconteça, ou podemos dar um passo a diante, e tentar fazer com que a indústria aeronáutica no Brasil possa ser algo além de sinônimo de Embraer. Não precisamos de outras Embraer por aqui, mas ter duas ou três empresas a mais capazes de também oferecer serviços e soluções para o setor de aviação - geral, regional e comercial - é algo que sempre entendi como necessário e indispensável para manter o setor de aviação militar e civil do país em posição de sustentá-lo sem maiores óbices. Isso não significa apenas projetar e construir aviões, mas dispor de empresas que possam aninhar toda a cadeia produtiva também.

Mas aparentemente nem FAB e nem governo estão interessados nisso. Mas vivemos dentro do dilema de cobrir os pés ou a cabeça. E neste aspecto, nunca teremos mais nada além da Embraer aqui. Isso pode ser bom para alguns, mas não necessariamente para todos.

Me lembro muito bem dos muitos planos de desenvolver helos e outras aeronaves aqui no Brasil nos anos 1950 e 1060, muito antes do consórcio que gerou a Embraer e depois a Helibrás. Resultado disso é que até hoje não temos helo nacional e 80% destas máquinas voando no Brasil são montadas na Helibrás, com base no modelo mais simples e antigo da empresa. Para não falar na aviação geral e regional que a Embraer praticamente abandonou. E ficamos como estávamos a 50 anos atrás. Dependentes dos interesses alheios e incapazes de apor aqui soluções autônomas por inépcia e incompetência gerencial do poder público, que ainda olha P&D como coisa de "professor Pardal".

Mas falar de ciência e tecnologia em um país de analfabetos deve soar mesmo algo bem maluco...

abs




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Re: Embraer Defense Systems - EDS

#27 Mensagem por FCarvalho » Dom Dez 22, 2019 10:46 am

gogogas escreveu: Dom Dez 22, 2019 8:08 am Acredito que a Embraer em um futuro próximo , irá desenvolver um novo avião que irá substituir os T-25 e T-27 !
Se seguir a lógica :
Xavantes estavam no osso ,entraram os Super Tucano
C-130 estavam no osso , entraram os KC-390
Os bandecos e Brasília já já estão no osso , Embraer vai desenvolver novo avião !
Os T-25 e T-27 deveriam ser substituído por uma única plataforma !
Acredito que o Ministério da Defesa deveria abrir uma escola para cadetes para as 3 forças , já que ambas vão usar aviões de asa fixa !
Muito se falou nos últimos tempos em um novo avião regional na Embraer. Pode ser que neste momento a empresa esteja juntando novamente a sua vontade de fazer alguma coisa diferente para o mercado com a eterna necessidade da FAB obter meios prontos para os quais normalmente nunca tem dinheiro para bancar a compra.

Pode sair alguma coisa disso sim. Mas vamos ver como, e se, é possível casar a ideia de um novo avião regional e um novo cargo militar que possa substituir com vantagem C-95/97/98 na FAB.

Quanto aos T-25/27, estes último tem-se a pretensão de modernizar cerca de 50 unidades para a AFA e deixar eles aí mais 10/15 anos, segundo a FAB. Já o caso do Universal não se sabe até quando eles realmente aguentam o tranco do esforço realizado, pois as células quase todas já chegaram ao seu limite estrutural. Então, se vão fazer alguma coisa, é melhor pensarem rápido.

Aliás, duvido que a FAB consiga arcar com o financiamento de dois projetos ao mesmo tempo. Alguém aí vai ficar na mão. Ou a AFA ou os ETA.

abs.




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Re: Embraer Defense Systems - EDS

#28 Mensagem por Cassio » Dom Dez 22, 2019 3:40 pm

Vamos ver... em breve novidades.




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Re: Embraer Defense Systems - EDS

#29 Mensagem por J.Ricardo » Seg Dez 23, 2019 3:19 pm

Então, mas quando se vê o projeto, se vê que a EDS sempre esta a frente, não pensa só na plataforma, pensa em novas tecnologias, pensa em exportação, em ser a referência do mercado, esse projeto por exemplo será hibrido.

A NOVAER fez um projeto para os árabes, tomou um pé na bunda e hoje seu projeto vai voar sem eles ganharem nada, quebraram não por culpa da FAB ou do governo, quebraram porque não fizeram um bom contrato.

é o que vejo no mercado de carros, surge a "nova Puma", um carrinho legal com motor a combustão GM... já nasceu pra morrer, o que ela oferece tem fácil no mercado, carros até melhores, deveriam ter aproveitado a força do nome para um projeto elétrico ou híbrido, atraindo investidores, chamando a atenção, mas ficam apostando no passado... o passado passou...




Não temais ímpias falanges,
Que apresentam face hostil,
Vossos peitos, vossos braços,
São muralhas do Brasil!
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Re: Embraer Defense Systems - EDS

#30 Mensagem por FCarvalho » Seg Dez 23, 2019 6:38 pm

Bom, se vamos continuar nessa de bancar a única indústria aeronáutica que temos com o dindin suado do zé povinho, ou o que restar dela, vai saber, então que façam a coisa direito.

Não sou advogado da Embraer, e menos ainda promotor e juiz, mas me preocupo e muito, em ver as coisas além da empresa, e de seus interesses (financeiros) privados e de seus acionistas.

O Estado tem um compromisso prioritário antes de tudo com os interesses da sociedade, e não com empresas A, B ou C.

Entendo que a Embraer e seus donos podem fazer o que bem entender com ela, mas isso não significa que o poder público está dispensado de suas responsabilidades com o setor, através dela ou não.

Assim, em resumo, hoje a EDS só possui dois produtos prontos: Super Tucano e KC-390. O projeto do novo E-600 ainda é só um vislumbre e não tem comprometimento nenhum com a FAB e GF. Fora estes, a empresa dispõe das empresas adquiridas ao longo dos últimos tempos na área de C4I, ISR e radares. E para por aí.

Para o futuro, em 15 ou 20 anos, P-3AM, E/R-99 e T-27 terão que ser obrigatórios substituídos. Além destes, os T-25 precisam para ontem de aposentadoria. Assim também C-95/97/98 neste mesmo período terão de ser substituídos.

Então vejamos:

P-3 - os E-190/195 estarão nas mãos da Boeing. Por que eles ofereciam estes aviões quando tem o P-8?

E/R-99 - não existe requisitos para uma nova aeronave AEW&C na FAB. Pelo menos não nos próximos 15 anos, tempo que a modernização dos E-99 deve sustentá-los nos hangaretes de Anápolis. Os R-99 sequer tem previsão de modernização. Substituição nem falar.

T-25/T-27 - A FAB já decidiu que vai modernizar 50 aeronaves para mantê-las por mais 15 a 20 anos. Ou seja, nada de projeto de treinador básico no médio e longo prazo. O problema é: o que fazer com os T-25?

C-95/97/98 - Ainda terão uma vinda bastante longeva na FAB, pelo menos mais 10/15 anos, ou mais. Então, isto deixa à Embraer a pergunta: os acionistas irão colocar dinheiro agora em um projeto que só tem previsão de ter um protótipo disponível daqui a 10 anos, no mínimo? Além disso, entre escolher este projeto que pode prover algumas dezenas de aeronaves para FAB e um novo turbohélice para o mercado civil, o que vale mais a pena? Haverá comunalidade possível entre eles? Mais importante, a empresa terá capacidade financeira para bancar dois projetos diferentes se este for o caminho acordado?

Muitas perguntas para poucas respostas. E a FAB nem é a melhor cliente da Embraer.

abs




AVATAR INSERIDO PELA MODERAÇÃO

(pode ser substituído sem problemas)
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