Bueno, como finalmente chegou gente querendo falar
A SÉRIO sobre o assunto, ao invés de ficar enchendo linguiça com teorias econômicas e realidades alienígenas, passo a descrever o conceito básico. Lembrar que é apenas um início de charla, aberto a todo tipo de modificação/aperfeiçoamento, o que aliás é precisamente o escopo deste tópico.
Bueno, imagino as FM divididas em três partes-chave:
MÓDULOS DE PRODUÇÃO RURAL (MPRs) - estabeleci arbitrariamente em 500, com 50 hectares cada (5 de largura e 10 de comprimento), num total de 250 mil ha (250 km²). Seriam, para a necessária mobilidade, divididos no que chamo de
QUADRAS, ou seja, longas linhas de dois módulos (de fundos um para o outro) medindo 2 km de largura, com uma rua separando uma quadra da outra. A largura da quadra seria fixa e o comprimento derivado de:
A - Formato da propriedade (FM).
B - Questões de sociabilidade. Por exemplo, o senhor X é amigo do senhor Y, mas um mora em uma propriedade no meio de uma das quadras e outro no meio da adjacente. Seria talvez necessário algum tipo de limite no comprimento das quadras para facilitar que se visitassem; de outro modo, para se encontrarem, seria necessário contornar a quadra toda, o que chegaria talvez a dezenas de km...
Por enquanto fico nisto; em post ulterior detalharei mais o MPR dentro do quesito
TIPO DE PRODUÇÃO, ou seja, o que e como seria produzido em cada MPR, bem como o papel da
COOPERATIVA nisso.
COOPERATIVA - Seria o link entre os módulos, e de propriedade dos fazendeiros, congregados em uma assembléia com 500 assentos, onde deliberariam sobre os rumos do empreendimento e debateriam com a Administração. Esta seria estritamente profissional, selecionada e contratada para obter o máximo de produtividade/lucratividade do empreendimento, como em qualquer grande empresa. Receberiam salários, benefícios e bônus, novamente como em qualquer empresa digna do nome. Abatidas as despesas e considerada a produtividade de cada MPR, cada titular receberia seu quinhão nos lucros.
A - A Cooperativa, em que pese ocupar a menor área da FM, não seria apenas um setor administrativo mas também de produção industrial, serviços, logística etc, melhor explicados a seguir:
A1 - Administração - CEO formado em Administração com especialização no setor agroindustrial e preferencialmente com um CV enunciando sólida experiência e capacidade. Seria contratado após análise do CV, entrevista pessoal com ênfase em sua criatividade (mas sem esquecer o vínculo com o mundo empresarial real) e competência demonstrada em empregos anteriores. Não seria um empregado barato. Precisaria montar um DRH competente para contratar e gerir os demais funcionários - e ele próprio. Finalmente, os imprescindíveis funcionários administrativos. Um ponto fulcral seria um ágil SETOR COMERCIAL, cuja necessidade se verá no próximo item.
NOTA - Governo no meio implicaria gestão POLÍTICA e não EMPRESARIAL. Viraria Kolkhoz, com todos os seus tristes corolários. O empreendimento certamente fracassaria.
A2 - Produção Industrial - Setor crítico. Os MPRs são divididos em quadras precisamente para facilitar/agilizar o transporte da produção de vegetais tão logo seja colhida e dos animais tão logo chegue o momento do abate. Teria abatedouros e frigorífico para os animais, silos para os grãos e meios de processamento, ou seja, a FM não seria produtora de carne e vegetais com baixo valor agregado e sim, graças à UPPA (Unidade de Processamento de Produtos Agropecuários), haveria bastante valor agregado. Por exemplo, se os MPRs produzirem em determinada época uma média de 10 tons de tomates cada (total 10 x 500 = 5.000 tons), a UPPA será encarregada de receber, selecionar e processar, disponibilizando para comercialização, de acordo com a demanda da época, tomates
in natura para consumo em saladas, etc, e produtos industrializados como massa/molho de tomate, além de combiná-los com outros produtos dos módulos, ofertando novos alimentos (seria necessário criar marca própria para os produtos da Cooperativa). Isso vale para qualquer produto, carnes inclusive. Vender um boi e um porco vivos custa pouco e rende
x, abatê-los e vender cortes prontos, embutidos, farinha de osso e sangue, couro curtido, etc, custa bem mais mas o rendimento é de vários
x. Os próprios grãos, inicialmente ensilados, seriam processados tanto como marca (pacotes de arroz, feijão, latas/copos/sachês de milho, óleos, etc). O Setor Comercial se encarregaria de prospectar o mercado, ajudando a definir o que seria mais rentável produzir em qual época e teria por incumbência final a comercialização dos produtos no mercado.
A3 - Serviços - Teria sob sua responsabilidade todas as máquinas (tratores, implementos, colheitadeiras, etc), bem como seus operadores. Todo o trabalho mecânico nos MPRs seria seu encargo. Claro, com exceções. Por exemplo, cada módulo teria de ter sua própria ordenhadeira ou, dependendo do plantel, talvez fosse mais indicado uma ordenhadeira para cada grupo de módulos vizinhos; a cada manhã o fazendeiro conduziria suas vacas ao módulo designado e lá se processaria a ordenha mecânica, com contagem de quantos litros cada um disponibilizou. A manutenção das ordenhadeiras, no entanto, seria de responsabilidade do Setor de Serviços. Este ainda congregaria outros profissionais indispensáveis, como Mecânicos, Engenheiros Agrônomos e Técnicos Agrícolas, Veterinários e Zootecnistas, Sanitaristas, Técnicos de Segurança no Trabalho, etc. Este setor também se encarregaria de disponibilizar trabalhadores de baixa qualificação para serviços simples, como combate a inços, auxiliar em tarefas simples os profissionais especializados acima citados, conduzir e alimentar o gado confinado, bem como ajudar na manutenção e limpeza das instalações, etc. Estes trabalhadores seriam desejavelmente contratados em regime de tempo parcial pelo DRH, contornando os pesados encargos trabalhistas e, ao mesmo tempo, permitindo pagar-lhes salários melhores enquanto, na prática, custariam menos à Cooperativa.
A4 - Logística - Como é óbvio, o SL seria o Setor encarregado de contabilizar, solicitar à administração e prover todos os insumos necessários ao funcionamento da FM, em todos os demais setores.
ÁREA URBANIZADA - A FM seria quase uma mini-cidade. Esta área deveria ter um grande e bem equipado Posto de Saúde com Ala de Emergência, pois tanto na atividade rural quanto na industrial acidente e doença é o que não falta, bem como UTIs móveis, para translado dos casos mais graves a hospitais da região com os quais a Administração celebraria convênios. Ademais, seria interessante locar áreas para a construção de supermercados, farmácias e escritórios/consultórios diversos, o que iria prover uma renda extra ao mesmo tempo que daria fácil acesso a produtos e serviços não-pertinentes ao escopo da Cooperativa mas que, em caso oposto, obrigaria o fazendeiro e sua família a consumir fora. Seria um mercado cativo e, portanto, bastante atraente. O lazer também é importante, bares, restaurantes, lanchonetes, salão de baile, boate (
não falei em P*TEIRO
) onde a garotada vai dançar esses pula-pulas barulhentos e uma grande área verde (parque), esta pertencente à e mantida pela Cooperativa para piqueniques e churrascos dos fazendeiros e demais pessoas. Há ainda que se destinar algum espaço para a instalação de igrejas, não há como escapar disso, bem como de ao menos um prédio já pronto para Posto Policial, pois dinheiro e bens atraem criminosos e, tendo Polícia, se economiza com Seguranças. Finalmente, uma área para algum empresa de construção criar um conjunto residencial, com moradias para venda e/ou aluguel aos funcionários da Cooperativa e das empresa instaladas no interior da FM.
O esboço inicial é este. Dúvidas? Sugestões? Modificações?