"Chifre da África" - Etiópia, Eritréia, Somália & Djibuti

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Re: "Chifre da África" - Etiópia, Eritréia, Somália & Djibut

#16 Mensagem por Enlil » Qua Jul 20, 2011 4:05 pm

Corroborando:

ONU declara crise de fome em partes da Somália

Atualizado em 20 de julho, 2011 - 05:36 (Brasília) 08:36 GMT

As Nações Unidas declararam crise de fome nas regiões de Bakool e Baixa Shabelle, no sul da Somália.

Segundo a ONU, dezenas de milhares de pessoas morreram de causas relacionadas à desnutrição no país, que enfrenta a pior seca em mais de 50 anos.

"Secas consecutivas afetaram o país nos últimos anos, enquanto o conflito em andamento tornou extremamente difícil a operação das agências e seu acesso ao sul do país", dizia a declaração da ONU.

Grande parte do sul da Somália é controlada por rebeldes islâmicos do grupo Al-Shabab, afiliado à Al-Qaeda, que proibiu o envio de ajuda humanitária à região dois anos atrás.

A proibição foi parcialmente suspensa este mês, permitindo que agências pudessem entregar suprimentos à população, mas a ONU e os Estados Unidos dizem que os grupos armados ainda precisam dar garantias de segurança aos funcionários para que a ajuda chegue a todos aqueles que precisam.

"Temos uma presença mínima e fazemos visitas regulares ao país, mas precisamos de um acesso significativamente maior do que temos no momento para lidar com uma emergência deste nível", disse o porta-voz da agência para refugiados da ONU Adrian Edwards.

Clique Leia também na BBC Brasil: Anistia Internacional denuncia o uso de meninos soldados na Somália

Desnutrição e morte

A crise de fome ocorre quando dois adultos ou quatro crianças por grupo de 10 mil pessoas morrem de fome a cada dia e 30% das crianças são seriamente desnutridas, situação que poderia ser vista hoje nas regiões somalis de Bakool e Baixa Shabelle.

As estimativas indicam que cerca de 10 milhões de pessoas no Leste da África foram afetadas pela seca, que levou dezenas de milhares de somalis a tentar fugir para Quênia e Etiópia.

"Se não agirmos agora, a crise de fome vai se espalhar para todas as oito regiões do sul da Somália nos próximos dois meses, devido a colheitas ruins e a epidemias de doenças infecciosas", disse o coordenador de ajuda humanitária para a Somália, Mark Bowden.

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticia ... e_is.shtml




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Re: "Chifre da África" - Etiópia, Eritréia, Somália & Djibut

#17 Mensagem por Enlil » Seg Jul 25, 2011 3:10 pm

Agência humanitária entrega comida a áreas islâmicas da Somália
Atualizado em 24 de julho, 2011 - 19:18 (Brasília) 22:18 GMT

O Comitê Internacional da Cruz Vermelha anunciou neste domingo que conseguiu entregar comida a 24 mil pessoas na região da Somália controlada pelo grupo islâmico al-Shabaab, que das mais afetadas pela seca que assola o país.

Apesar de alimentar apenas uma pequena parcela dos somalis que estão passando fome (a ONU estima que sejam 2,2 milhões), a ação é importante pois indica que, apesar de o grupo ter proibido a atuação de algumas agências humanitárias nas áreas sob seu controle, outras estão conseguindo agir.

O Programa Alimentar Mundial, da ONU, uma das maiores agências humanitárias do mundo, é uma das organizações banidas pelo al-Shabaab. Além da Cruz Vermelha, a organização Médicos Sem Fronteiras também está conseguindo trabalhar na região.

Nesta segunda-feira, a FAO (agência alimentar da ONU), vai fazer uma conferência de emergência em Roma, com o objetivo de fazer um apelo incentivar os doadores para obter US$ 1,6 bilhão para combater a fome na região do Chifre da África, que além da Somália inclui também Eritreia, Etiópia e Djibuti.

Arroz e feijão

A Cruz Vermelha afirmou que a distribuição de comida aconteceu no sábado em áreas próximas à capital Mogadíscio e que agora estava movendo seus caminhões para outras regiões.

Os pacotes de alimentos continham feijão, arroz e óleo em quantidades necessárias para alimentar uma família por um mês.

A diretora-executiva do Programa Alimentar da ONU, Josette Sheeran, que está na Somália, disse que a agência tem capacidade para ajudar 1,5 milhão de somalis e disse que a insegurança no país está prejudicando o acesso a essas pessoas.

“Para lidar com isso, estamos desenvolvendo pacotes de comida que serão entregues por aviões. Também estamos trabalhando com líderes comunitários e aproveitando todas as janelas de oportunidade para garantir que a ajuda chegue aos famintos”, disse Sheeran.

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticia ... _mdb.shtml




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J.Ricardo
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Re: "Chifre da África" - Etiópia, Eritréia, Somália & Djibut

#18 Mensagem por J.Ricardo » Qui Jul 28, 2011 9:23 am

Quem é o responsável pela fome crônica na Somália?
DA BBC BRASIL

A ONU declarou recentemente que a Somália está em estado de crise de fome e que dezenas de milhares de pessoas morreram de causas relacionadas à desnutrição no país.

Mas quem tem responsabilidade pela situação somali?

No país e no vizinho Quênia, de onde parte a ajuda humanitária, a maioria dos envolvidos no auxílio ao Chifre da África estão ocupados demais para perder tempo apontando culpados. Mas, ao mesmo tempo, muitos fazem críticas veladas.

O repórter da BBC Andrew Harding fez uma lista de dez aparentes responsáveis pela situação somali, a partir de conversas com especialistas, diplomatas, autoridades somalis, agentes humanitários internacionais e algumas das próprias vítimas da fome.

A lista não inclui um agente óbvio, diz Harding: a seca, a pior dos últimos 60 anos na região.

Estados Unidos

O interesse americano pelos EUA é vinculado à "guerra ao terror", à pirataria e a petróleo, segundo críticos.
Washington não quer nem pensar na possibilidade de dinheiro de ajuda humanitária ir parar nas mãos da milícia islâmica Al-Shabab, que controla grandes partes da Somália e tem elos com a Al Qaeda.

Isso resulta em uma atitude por vezes ambivalente na ajuda à Somália, que paralisa diversos programas humanitários cruciais.

O Programa Mundial de Alimentos (WFP), da ONU

É a única organização com capacidade real de acabar com a fome, mas, por conta de sua forte dependência do financiamento americano --e por motivos políticos--, o WFP tem tido dificuldade em obter garantias para acessar territórios do Al-Shabab.

Para ser justo, o problema é mais complexo do que isso: o WFP teve muitos de seus funcionários mortos na Somália, o que lhe dá um motivo a mais para ser cauteloso.

E, dado seu tamanho, o programa tem dificuldade em trabalhar discretamente, como fazem outras agências da ONU. Ao mesmo tempo, a liderança do WFP, segundo se queixam alguns, tende a um estilo de "diplomacia do megafone" que nem sempre lhe rende amigos.

O governo transitório federal da Somália

Conhecido pela sigla TFG, o governo interino, apoiado pelo Ocidente, é tão fraco, marginalizado e ausente da maioria dos territórios, que o papel mais importante que pode desempenhar é o de não atrapalhar as pessoas famintas.

Mas o TFG também simboliza, para alguns, a falência global de tentar construir um Estado na Somália e pode até ter ajudado a prolongar o conflito no país.

"Fale com as comunidades locais", diz um observador da Somália, em um conselho ao Ocidente. "Não adianta comprar um governo só para ter um premiê com quem conversar."

O Al-Shabab

Bem, lembremos que o Al-Shabab é uma organização "guarda-chuva", e não coesa. Eles mataram agentes humanitários e bloquearam o acesso da ajuda internacional. O que mais pode ser dito?

"Fale com as comunidades locais. Não adianta comprar um governo só para ter um premiê com quem conversar", disse um observador da situação somali, aconselhando os governos ocidentais.

Algumas agências humanitárias aprenderam a ignorar os porta-vozes da milícia e a se concentrar em conquistar a confiança de líderes comunitários locais.

Para alguns na Somália, a crise de fome em curso atualmente pode servir de gatilho para uma revolta popular contra o Al-Shabab. Há sinais de que isso esteja ocorrendo, mas em escala limitada.

A expressão "crise de fome"

Ou seja, o hábito coletivo global de apenas encontrar o sentido de urgência e o dinheiro para agir quando já é tarde demais.

Se a comunidade internacional gastasse mais dinheiro e esforços em programas de longo prazo que criassem estruturas comunitárias, a crise de fome não teria ocorrido.

"O dobro de pessoas, mas a mesma quantidade de cabeças de gado. Isso é insustentável"

Especialista em agricultura da ONU, comentando aumento populacional no Quênia, vizinho da Somália

A imprensa

A ONU produz uma montanha de documentos sobre crises, mas os políticos só decidem agir quando o assunto chega ao noticiário. A pergunta é: por que a crise de fome na Somália demorou tanto para chegar ao noticiário?

O Quênia

O país vizinho fez pouquíssimos investimentos em infraestrutura e educação nas comunidades mais pobres, que não puderam se preparar quando chegou a seca.

O resto do mundo

A maior parte da África olha com indiferença para a crise, bem como o Oriente Médio e muitos outros países.

Será isso uma resposta às falhas e à falência dos esforços humanitários na Somália nos últimos 20 anos? Ou má vontade?

As mudanças climáticas

Todos compartilhamos a responsabilidade pelo fato de que - caso a ciência esteja correta - as secas se tornarão mais e mais comuns com as mudanças climáticas. Ao mesmo tempo, é possível mitigar os efeitos dessas secas.

O crescimento populacional

É um fator crucial. Em áreas ao norte do Quênia (que faz fronteira a leste com a Somália), a população dobrou na última década, segundo relatos.

"O dobro de pessoas, mas a mesma quantidade de cabeças de gado. Isso é insustentável", disse à BBC um especialista em agricultura da ONU. A solução é fazer com que a explosão demográfica ocorra em áreas sustentáveis, e não, por exemplo, em Dadaab, maior campo de refugiados do mundo, que abriga no Quênia pessoas que escapam da pobreza somali.

Segundo a organização Médicos Sem Fronteiras, o campo --criado há 20 anos para receber quase 90 mil pessoas que fugiam da violência da guerra civil na Somália-- abriga hoje mais de 350 mil pessoas, número que não para de crescer.
fonte: http://www1.folha.uol.com.br/bbc/950878 ... alia.shtml




Não temais ímpias falanges,
Que apresentam face hostil,
Vossos peitos, vossos braços,
São muralhas do Brasil!
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Re: "Chifre da África" - Etiópia, Eritréia, Somália & Djibut

#19 Mensagem por Enlil » Qua Ago 03, 2011 5:01 pm

Conflito na Somália ameaça ajuda aos refugiados da fome
Quarta-feira, 3 de agosto de 2011 14:58

MOGADÍSCIO (Reuters) - Refugiados somalis, pressionados pela fome e a guerra civil, fizeram um apelo às entidades internacionais de ajuda para acelerarem a distribuição dos suprimentos emergenciais de alimentos, prejudicada pelos pesados combates na capital, Mogadíscio.

Centenas de somalis atingidos pela seca seguem todos os dias para sórdidos acampamentos dentro e fora da cidade transformada em um amontoado de entulhos, e entram em uma zona de guerra, num desafio às ordens dos militantes islâmicos -- que controlam boa parte das áreas mais afetadas - para que permaneçam onde estão.

O início do mês muçulmano sagrado do Ramadã, dois dias atrás, coincidiu com um salto nas ameaças de atentados suicidas por parte do movimento rebelde al Shabaab, afiliado à rede Al Qaeda e que empreende há quatro anos um levante contra o governo da Somália, que considera um fantoche do Ocidente.

Os funcionários da ONU em Mogadíscio disseram estar evitando no momento sair do perímetro fortemente protegido do aeroporto e, por isso, precisam confiar em equipes locais para a entrega urgente de comida e barracas.

"Médicos locais vieram nos ver esta manhã e disseram que dois dos meus filhos estão subnutridos e anêmicos. Recebemos comida que só dá para alguns dias, mas não temos nenhum abrigo, nem mesmo plásticos", disse Hawa Omar, que tem sete filhos e está perto do aeroporto.

Omar falou à Reuters em um acampamento provisório que agora abriga cerca de 4 mil refugiados recém-chegados, a aproximadamente 10 quilômetros das frentes de batalha onde forças do governo enfrentam diariamente os rebeldes.

Originária da região da Baixa Shabelle, no sul da Somália, epicentro da fome, Omar é uma das várias pessoas do acampamento que disseram não ter recebido nenhuma ajuda das agências internacionais, somente de moradores locais.

Pesadas chuvas nos últimos dias também castigaram a cidade, agravando a miséria dos enfraquecidos refugiados.

Cerca de 400 mil refugiados somalis - quase 5 por cento de toda a população do país - estão acampados em Mogadíscio e áreas ao redor. Perto de 100 mil pessoas chegaram somente em junho e julho, segundo a ONU.

A agência da ONU para os refugiados, a Acnur, informou ter conseguido distribuir ajuda por meio de redes locais de auxílio, mas reconhece que seu trabalho com recém-chegados teve o ritmo diminuído por causa do início da ofensiva dos rebeldes, segundo o porta-voz Andy Needham, que falou à Reuters em Nairóbi.

Seca, conflito e falta de ajuda alimentar deixaram 3,6 milhões de pessoas sob o risco da fome no sul da Somália. No total, mais de 12 milhões de pessoas no Chifre da África estão sentindo os efeitos da estiagem, a pior em décadas.

http://br.reuters.com/article/worldNews ... DA20110803




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Re: "Chifre da África" - Etiópia, Eritréia, Somália & Djibut

#20 Mensagem por tflash » Qua Ago 03, 2011 8:38 pm

J.Ricardo escreveu:
Quem é o responsável pela fome crônica na Somália?
DA BBC BRASIL

A ONU declarou recentemente que a Somália está em estado de crise de fome e que dezenas de milhares de pessoas morreram de causas relacionadas à desnutrição no país.

Mas quem tem responsabilidade pela situação somali?

No país e no vizinho Quênia, de onde parte a ajuda humanitária, a maioria dos envolvidos no auxílio ao Chifre da África estão ocupados demais para perder tempo apontando culpados. Mas, ao mesmo tempo, muitos fazem críticas veladas.

O repórter da BBC Andrew Harding fez uma lista de dez aparentes responsáveis pela situação somali, a partir de conversas com especialistas, diplomatas, autoridades somalis, agentes humanitários internacionais e algumas das próprias vítimas da fome.

A lista não inclui um agente óbvio, diz Harding: a seca, a pior dos últimos 60 anos na região.

Estados Unidos

O interesse americano pelos EUA é vinculado à "guerra ao terror", à pirataria e a petróleo, segundo críticos.
Washington não quer nem pensar na possibilidade de dinheiro de ajuda humanitária ir parar nas mãos da milícia islâmica Al-Shabab, que controla grandes partes da Somália e tem elos com a Al Qaeda.

Isso resulta em uma atitude por vezes ambivalente na ajuda à Somália, que paralisa diversos programas humanitários cruciais.

O Programa Mundial de Alimentos (WFP), da ONU

É a única organização com capacidade real de acabar com a fome, mas, por conta de sua forte dependência do financiamento americano --e por motivos políticos--, o WFP tem tido dificuldade em obter garantias para acessar territórios do Al-Shabab.

Para ser justo, o problema é mais complexo do que isso: o WFP teve muitos de seus funcionários mortos na Somália, o que lhe dá um motivo a mais para ser cauteloso.

E, dado seu tamanho, o programa tem dificuldade em trabalhar discretamente, como fazem outras agências da ONU. Ao mesmo tempo, a liderança do WFP, segundo se queixam alguns, tende a um estilo de "diplomacia do megafone" que nem sempre lhe rende amigos.

O governo transitório federal da Somália

Conhecido pela sigla TFG, o governo interino, apoiado pelo Ocidente, é tão fraco, marginalizado e ausente da maioria dos territórios, que o papel mais importante que pode desempenhar é o de não atrapalhar as pessoas famintas.

Mas o TFG também simboliza, para alguns, a falência global de tentar construir um Estado na Somália e pode até ter ajudado a prolongar o conflito no país.

"Fale com as comunidades locais", diz um observador da Somália, em um conselho ao Ocidente. "Não adianta comprar um governo só para ter um premiê com quem conversar."

O Al-Shabab

Bem, lembremos que o Al-Shabab é uma organização "guarda-chuva", e não coesa. Eles mataram agentes humanitários e bloquearam o acesso da ajuda internacional. O que mais pode ser dito?

"Fale com as comunidades locais. Não adianta comprar um governo só para ter um premiê com quem conversar", disse um observador da situação somali, aconselhando os governos ocidentais.

Algumas agências humanitárias aprenderam a ignorar os porta-vozes da milícia e a se concentrar em conquistar a confiança de líderes comunitários locais.

Para alguns na Somália, a crise de fome em curso atualmente pode servir de gatilho para uma revolta popular contra o Al-Shabab. Há sinais de que isso esteja ocorrendo, mas em escala limitada.

A expressão "crise de fome"

Ou seja, o hábito coletivo global de apenas encontrar o sentido de urgência e o dinheiro para agir quando já é tarde demais.

Se a comunidade internacional gastasse mais dinheiro e esforços em programas de longo prazo que criassem estruturas comunitárias, a crise de fome não teria ocorrido.

"O dobro de pessoas, mas a mesma quantidade de cabeças de gado. Isso é insustentável"

Especialista em agricultura da ONU, comentando aumento populacional no Quênia, vizinho da Somália

A imprensa

A ONU produz uma montanha de documentos sobre crises, mas os políticos só decidem agir quando o assunto chega ao noticiário. A pergunta é: por que a crise de fome na Somália demorou tanto para chegar ao noticiário?

O Quênia

O país vizinho fez pouquíssimos investimentos em infraestrutura e educação nas comunidades mais pobres, que não puderam se preparar quando chegou a seca.

O resto do mundo

A maior parte da África olha com indiferença para a crise, bem como o Oriente Médio e muitos outros países.

Será isso uma resposta às falhas e à falência dos esforços humanitários na Somália nos últimos 20 anos? Ou má vontade?

As mudanças climáticas

Todos compartilhamos a responsabilidade pelo fato de que - caso a ciência esteja correta - as secas se tornarão mais e mais comuns com as mudanças climáticas. Ao mesmo tempo, é possível mitigar os efeitos dessas secas.

O crescimento populacional

É um fator crucial. Em áreas ao norte do Quênia (que faz fronteira a leste com a Somália), a população dobrou na última década, segundo relatos.

"O dobro de pessoas, mas a mesma quantidade de cabeças de gado. Isso é insustentável", disse à BBC um especialista em agricultura da ONU. A solução é fazer com que a explosão demográfica ocorra em áreas sustentáveis, e não, por exemplo, em Dadaab, maior campo de refugiados do mundo, que abriga no Quênia pessoas que escapam da pobreza somali.

Segundo a organização Médicos Sem Fronteiras, o campo --criado há 20 anos para receber quase 90 mil pessoas que fugiam da violência da guerra civil na Somália-- abriga hoje mais de 350 mil pessoas, número que não para de crescer.
fonte: http://www1.folha.uol.com.br/bbc/950878 ... alia.shtml

Aqui é que está uma das coisas que eu acho mais hipócritas e tenho que defender os EUA ainda que não seja um "aficionado". Porque raio é que os EUA são culpados pela fome na Somália???!!!!

Então eles são culpados porque não querem gastar o dinheiro dos seus impostos com pessoal que andou a fazer uma festa com os cadáveres dos seus militares ao serviço das nações unidas??!!

Os culpados da fome são os próprios somalis que querem ser governados por senhores da guerra e fazem filhos sem terem que lhes dar de comer, além de apoiarem a pirataria.




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Re: "Chifre da África" - Etiópia, Eritréia, Somália & Djibut

#21 Mensagem por marcelo l. » Qua Ago 03, 2011 9:48 pm

A Missão da União Africana na Somália (Amison) deveria estabelecer a ordem, mas apenas Burundi e do Uganda enviaram tropas. A força de paz africana foi idéia da União Africana que queriam retirar as tropas etiopes que combatiam as milícias árabes radicais por estes serem vistos como terceirizados de Washington. A derrotada atual do estado na região sul deveu-se a saída das tropas de Adis Abeba em 2006. Culpar os EUA ou a Europa da incompetência dos países africanos de cumprirem o que assinaram é no mínimo desconhecimento.




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Re: "Chifre da África" - Etiópia, Eritréia, Somália & Djibut

#22 Mensagem por Enlil » Seg Out 17, 2011 7:01 pm

Grupo islâmico da Somália pede ao Quênia que retire suas tropas do país
Atualizado em 17 de outubro, 2011 - 16:57 (Brasília) 18:57 GMT

O grupo Al Shabaab pediu nesta segunda-feira ao governo do Quênia que retire imediatamente suas tropas da Somália, a fim de evitar o que chamaram de “batalhas sangrentas”.

As tropas quenianas cruzaram a fronteira no domingo, perseguindo integrantes do grupo, acusados de cometer sequestros e assassinatos no Quênia.

O grupo Al Shabaab nega as acusações de que esteja por trás dos crimes.

Segundo testemunhas, caminhões, tanques e centenas de tropas avançaram cerca de oito quilômetros em território somali.

http://www.bbc.co.uk/portuguese/ultimas ... a_rn.shtml



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#23 Mensagem por varj » Seg Out 17, 2011 9:26 pm

O gasto com a força naval utilizada para conter a pirataria na costa deveria estar sendo canalizada para ações mais efetivas para solução dos problemas imediatos e na reestruturação político econômica.




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Re: "Chifre da África" - Etiópia, Eritréia, Somália & Djibut

#24 Mensagem por tflash » Ter Out 18, 2011 7:50 am

Mas a população não quer isso. Como é que se reestrutura? invade-se?

Dar dinheiro para onde tem bases da Al qaeda? nem pensar. Tem que se conter a pirataria sim e de preferência destruir as infraestruturas de onde ela parte. A pirataria é bem aceite pela população.




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Re: "Chifre da África" - Etiópia, Eritréia, Somália & Djibut

#25 Mensagem por suntsé » Ter Out 18, 2011 8:03 am

Dar carta branca para países vizinhos anexarem este território 8-]




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Re: "Chifre da África" - Etiópia, Eritréia, Somália & Djibut

#26 Mensagem por FoxTroop » Ter Out 18, 2011 9:25 am

tflash escreveu:Mas a população não quer isso. Como é que se reestrutura? invade-se?

Dar dinheiro para onde tem bases da Al qaeda? nem pensar. Tem que se conter a pirataria sim e de preferência destruir as infraestruturas de onde ela parte. A pirataria é bem aceite pela população.
Vê um documentário da RT sobre o que se passa na Somália, como o despejo de resíduos tóxicos na costa do país e a destruição por terceiros das bases de sustento das populações. Só te digo que se eu estivesse no lugar deles, também dava em pirata e fazia festa com os americanos (já agora eles não estavam lá ao serviço da ONU e foram fazer a "festa" sem dizer nada à malta da ONU que foi quem depois teve de os ir tirar do buraco, se muitos deles estão vivos agradeçam aos paquistaneses)




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Re: "Chifre da África" - Etiópia, Eritréia, Somália & Djibut

#27 Mensagem por varj » Ter Out 18, 2011 3:52 pm

FoxTroop escreveu:
tflash escreveu:Mas a população não quer isso. Como é que se reestrutura? invade-se?

Dar dinheiro para onde tem bases da Al qaeda? nem pensar. Tem que se conter a pirataria sim e de preferência destruir as infraestruturas de onde ela parte. A pirataria é bem aceite pela população.
Vê um documentário da RT sobre o que se passa na Somália, como o despejo de resíduos tóxicos na costa do país e a destruição por terceiros das bases de sustento das populações. Só te digo que se eu estivesse no lugar deles, também dava em pirata e fazia festa com os americanos (já agora eles não estavam lá ao serviço da ONU e foram fazer a "festa" sem dizer nada à malta da ONU que foi quem depois teve de os ir tirar do buraco, se muitos deles estão vivos agradeçam aos paquistaneses)

Reitero minha colocação anterior, não adianta ficar mantendo uma gigante frota para proteção não tão eficaz da rota de comércio.Os gastos poderiam e deviriam estar sendo focados em uma solução mais objetiva, mesmo que signifique a ïnvasão"do País coordenada pela ONU.Manter uma desagregação política e social num país do tamanho e localização geográfica da Somália é no mínimo uma loucura a médio prazo.Não só falando da questão humanitária local mas também pela manutenção das vias marítimas e impedir bases mais modernas e equipadas seja de terrorista ou novos ditadores.Vejam o mapa, olhem as distâncias e verão o perigo que falo.




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Re: "Chifre da África" - Etiópia, Eritréia, Somália & Djibut

#28 Mensagem por marcelo l. » Ter Out 18, 2011 9:26 pm

varj, só li um número em um lugar mas as perdas de comércio todas desde fretes e seguros mais caros, mudança de rotas, operação de proteção de navios de guerra custou 22 bi. Apesar de parecer um número gigantesco é pouco em termos de ocupação em um país que precisa reconstruir tudo, além de que na guarda costeira da somália :twisted: tem chineses, russos, americanos, ingleses, o que divide os gastos.

Em terra se for séria a reconstrução custa uma fortuna, o área militar tem um longo artigo sobre o tema (http://www.forumdefesa.com/forum/viewto ... 3&start=30), a infra-estrutura deve ser planejada para quem ficou e os 1,5 milhões de refugiados. Em termos de território, o governo e a Missão da União Africana na Somália (Amison) dominam apenas a capital, ou seja tropas precisaram lutar em terra para estabelecer a ordem.

Sem o perigo do conflito se alastrar pela África, eu não acredito que ninguém vai fazer nada, vão fazer o de sempre reclamar das “atrocidades” ou “crimes”, provavelmente pagar algum mercenário para dar uma lição localizada, talvez até bombardear algum ponto. Surpresas claro que sempre aparecem, se a pressão ocorrer pode acontecer algo, históricamente como o livro Genocídio da Samantha Powers informa não é assim, mas de vez enquando vem uma surpresa por aí,




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Re: "Chifre da África" - Etiópia, Eritréia, Somália & Djibut

#29 Mensagem por varj » Qua Out 19, 2011 11:12 am

marcelo l. escreveu:varj, só li um número em um lugar mas as perdas de comércio todas desde fretes e seguros mais caros, mudança de rotas, operação de proteção de navios de guerra custou 22 bi. Apesar de parecer um número gigantesco é pouco em termos de ocupação em um país que precisa reconstruir tudo, além de que na guarda costeira da somália :twisted: tem chineses, russos, americanos, ingleses, o que divide os gastos.

Em terra se for séria a reconstrução custa uma fortuna, o área militar tem um longo artigo sobre o tema (http://www.forumdefesa.com/forum/viewto ... 3&start=30), a infra-estrutura deve ser planejada para quem ficou e os 1,5 milhões de refugiados. Em termos de território, o governo e a Missão da União Africana na Somália (Amison) dominam apenas a capital, ou seja tropas precisaram lutar em terra para estabelecer a ordem.

Sem o perigo do conflito se alastrar pela África, eu não acredito que ninguém vai fazer nada, vão fazer o de sempre reclamar das “atrocidades” ou “crimes”, provavelmente pagar algum mercenário para dar uma lição localizada, talvez até bombardear algum ponto. Surpresas claro que sempre aparecem, se a pressão ocorrer pode acontecer algo, históricamente como o livro Genocídio da Samantha Powers informa não é assim, mas de vez enquando vem uma surpresa por aí,

Bom dia.Acredito que nos dias atuais não devemos somente pensar em valores absolutos, os quais concordo em 101% que serão bem maiores que os custos da pirataria, na minha singela opinião os maiores problemas podem advir de um novo porto seguro e muito bem localizado estrategicamente para extremistas, disseminação de práticas terroristas nos países vizinho, o que já vem ocorrendo, prejudicando o estágio inicial de recuperação a que estes países estão vivendo.Sem contar que não se pode descartar um "aluguel"do território para países a beira de conflito no norte da Africa.Novamente fico na posição geográfica da Somália.
Isto tudo sem contar que este descontrole pode ser expandido para outros países da região.Daí o prob;ema se agravará exporencialmente.
Como você não acredito em invasão tradicional, mas existem outras formas de retomada de uma governo mediamente forte e sensato.




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FOXTROT
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Re: "Chifre da África" - Etiópia, Eritréia, Somália & Djibut

#30 Mensagem por FOXTROT » Qua Out 19, 2011 3:35 pm

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Aviação do Quênia bombardeia rebeldes islâmicos na Somália
19 de outubro de 2011


A aviação queniana atacou nesta quarta-feira posições dos shebab com o objetivo de expulsar estes rebeldes islamitas do sul da Somália, já que os responsabiliza pelos recentes sequestros em seu território.

As tropas quenianas, guiadas pelas forças pró-governamentais somalis, preparavam um novo ataque contra os insurgentes, no quarto dia de sua intervenção na província somali de Juba Baixa. Seu principal base avançada encontra-se em Qoqani, a cerca de cem quilômetros da fronteira entre a Somália e o Quênia.

Atualmente, as tropas de Nairóbi se preparam para avançar e tomar Afmadow, a uma dezena de quilômetros mais a oeste. O Quênia lançou sua operação sem nenhum mandato internacional. Mas na terça-feira, Nairóbi e o governo somali de transição (TFG) assinaram um acordo de cooperação militar.

O Quênia, que desde o início da guerra civil somali, em 1991, nunca havia empreendido oficialmente uma operação deste tipo em território de seu vizinho, recebeu também o apoio de Uganda.

Uganda fornece a maioria das tropas da força da União Africana na Somália, que intervém em apoio ao TFG. O exército queniano afirmou ter perdido apenas cinco homens em sua operação, no acidente de um helicóptero, e afirmou ter matado 73 shebab. Mas uma fonte policial na cidade queniana de Garissa (leste) afirmou que as perdas quenianas eram maiores.

Desde domingo, os shebab, ligados à Al-Qaeda, multiplicaram as ameaças de represálias, dizendo querer combater contra o Quênia "em todas as frentes". Os insurgentes rejeitam qualquer responsabilidade nos sequestros de quatro europeus, em setembro e outubro no leste do país.

Primeiro a britânica Judith Tebbutt foi sequestrada no arquipélago de Lamu, vizinho da Somália. Pouco depois, a francesa Marie Dedieu foi capturada. Esta mulher de 66 anos, cuja morte foi anunciada nesta quarta-feira por Paris, estava em uma cadeira de rodas e sofria de insuficiência cardíaca.

Na semana passada, duas espanholas, Montserrat Serra e Blanca Thiebaut, foram sequestradas nos campos de refugiados de Dadaab, a uma centena de quilômetros da fronteira somali.




"Só os mortos conhecem o fim da guerra" Platão.
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