Me lembro bem que os cmtes militares cobram a mesma coisa desde o Sarney, e até hoje nada.
Fato é que as ffaa's se tornaram na prática o que as PM\PC estaduais são desde sempre, uma espécie de milícia de luxo estatal voltada a assegurar os pequenos interesses da politicalha local e dos coronéis que mandam e desmanda nos estados e municípios. E vai fazer 40 anos, manda no país.
A classe política encastelada no Rio de Janeiro, e depois em Brasília, sempre teve este sonho de consumo, que é usar as ffaa's apenas e tão somente em função de seus interesses, e como seguro contra eventuais rebeldias do populacho eleitor contra o seu cabresto de ouro. E conseguiram.
A sessão da CREDN foi algo simplesmente bizarro e vergonhoso, para dizer o mínimo, com os cmtes das forças se limitando-se a choramingar a situação, e tentar justificar recursos a si a bem de "ações de cunho social" e "apoio as ações do Estado". É como dizer, olha como nós somos bonzinhos e podemos ajudar também...
Um verdadeiro pavor o MD
pedindo ajuda
, como se fazer o que manda a constituição em relação à Defesa fosse um favor que os nobres deputados fariam ao país, enquanto os cmtes tentavam ludibriar questões fulcrais da Defesa mostrando elementos cunho politicamente correto feitos pelas forças a fim de tentar sensibilizar a platéia monótona e indiferente que assistia tudo aquilo.
Vamos ser honestos. Aquilo tudo lá foi um show de horrores. Simplesmente vergonhoso. O pior é que perderam mais da metade do tempo falando\apresentando coisas que não tem absolutamente nada a ver com a missão primária das forças. E o pouco ou quase nada a que se dispuseram falar sobre o assunto que interessava de fato, que é a capacidade efetiva de defesa do país, não deu tempo sequer de explanar corretamente a realidade. Como se isso fosse dos problemas o menor.
Se faltava algo para fechar a tampa do caixão, arrumaram na CREDN.
Faço minhas as palavras do dep Orleans e Bragança, que foi o único a questionar de fato a que se prestam as ffaa's em sua missão primária. Na verdade foi o único que não apenas questionou, como deu a entender claramente que forças armadas não tem que fazer serviço social de ninguém. Mas, como era de se esperar, foi uma voz solitária e isolada em meio a um mar de indolência e recalque entre políticos e militares.