
No fim da década de 80, a experiência de combate da Força Aérea Sul-Africana contra caças Soviéticos e seus mísseis expôs as fraquezas dos mísseis V3B, V3C e Magic. Na década de 90 já era esperado a ameaça do R-73 que armava os Mig-29.
Logo a Força Aérea Sul-Africana lançou um programa para desenvolver um míssil de longo alcance e um de curto alcance de nova geração. O míssil de combate aéreo de curto alcance seria chamado de A-Darter (Agile Dart) e de longo alcance de R-Darter. O desenvolvimento foi iniciado em 1995 e está sendo conduzido pela Kentron, uma divisão da Denel, com fundos da empresa e do governo. A designação local é de V-3E.
O A-Darter é um míssil ar-ar de combate aéreo com superagilidade e otimizado para combate aproximado mas sem sacrificar o desempenho em longo alcance. Usa controle aerodinâmico traseiro e não tem barbatanas frontais. O míssil tem uma fuselagem limpa, com pequenos strakes ao longo da fuselagem que servem como superfície aerodinâmica aumentando a sustentação e como condutor de ligações de controle.
O escape do motor está equipado com vetoramento de empuxo (TVC). O TVC permite que o míssil realize curvas de 100 "g" podendo mudar de direção em 180 graus em menos de 2 segundos. Isto reduz a zona de ação interna consideravelmente, podendo engajar alvos cruzando frontalmente com grande rapidez. Um piloto automático digital por FBW é necessário para controlar a superagilidade principalmente em grandes ângulos de ataque. A propulsão é por motor foguete de estágio único com pouca fumaça para aceleração e sustentação.
A Kentron caracteriza o U-Darter como sendo de 3ª geração como oAIM-9L/M, Magic 2 e Python 3 e classifica o A-Darter como sendo de 5ª geração. A Kentron relata que o A-Darter é mais ágil que o Python-4 que é classificado como sendo de 4ª geração.
A Kentron está desenvolvendo e testando o algoritmo do sensor de busca de imagem infravermelha (IIR) de duas cores que tem projeto novo e não é baseada no míssil antiaéreo SAHV-IR. O sensor permite engajamentos de 90º de ângulo de visada. A cabeça de busca tem alta resolução com contramedidas eletrônicas multimodo e rejeição de ruído de fundo. O algoritmo de aquisição de alvo inclui técnicas avançadas de filtragem regional que "vê" a diferença de tamanho e forma entre uma aeronave e um flare e técnicas de perfil de velocidade para perceber diferença de velocidade entre a aeronave e o flare, tornando o míssil altamente preciso e com grande resistência a contramedidas.
O míssil pode ser apontado pelo radar, mira no capacete (HMD) ou realizar autovarredura com grande ângulo de visada. Foi projetado desde o inicio para ser compatível com mira no capacete (HMS e HMD) como a já usado pelo caça Cheetah C. Também pode usar trancamento após lançamento (LOAL) com memória de seguimento dada pelo sistema inercial (IMU) no caso de perda temporária de trancamento após disparos de grande ângulo de visada.
O A-Darter era originalmente um demonstrador de tecnologias para serem incorporadas nos novos mísseis do JAS-39 Gripen da SAAF. Os cortes no orçamento levaram a procura de parceiro no estrangeiro para participar e dividir custos.
O fim do embargo econômico e o mercado interno pequeno tornam seu futuro questionável. A Força Aérea Sul-Africana preferia o IRIS-T como solução de baixo risco pois será integrado no JAS-39 pela Suécia com entrada em produção em 2007. Mesmo assim o governo escolheu o A-Darter em 2005 para equipar seus JAS-39 Gripen e Hawk 100. O nicho do A-Darter é de países que querem ter uma capacidade estratégica com credibilidade e manter independência de suprimentos estratégicos. A África do Sul ainda deve gastar US$ 100milhões antes do míssil ficar pronto e está procurando parceiros como a Mectron brasileira para dividir os custos.
O A-Darter é compatível com os lançadores LAU-7 do Sidewinder e tem o mesmo desempenho do BGT IRIS-T e AIM-9X. O míssil é compatível com barramento de dados MIL-STD-1553B e sistema de gerenciamento de cargas MIL-STD-1760.
Foi desenvolvido em módulos (piloto automático, servos, sensor IR e sistemas TVC) que foram projetados e testados separadamente.
Testes de vôo já foram iniciados com disparos no solo e aéreo em 1997. O primeiro disparo foi com um motor do Magic e em 2001 foi usado o motor do U-Darer. Os testes de vôo cativo foram em 1999. No ano 2000 e 2001 serão realizados os testes da cabeça de busca com um míssil cativo no Cheetah D.
As contra-contramedidas do sensor são otimizadas para as necessidades locais (pode perceber uma seqüência de lançamento de flares como sendo padrão amigo). Outra vantagem do A-Darter é que a Kentron é um fornecedor "independente" sem restrições políticas como os mísseis americanos.

Mock-up do A-Darter mostrado em 1999. A proposta é similar ao MICASRAAM francês de 1990.

Componentes internos do A-Darter. O A-Darter é considerado do mesmo nível do Python 4 segundo a Kentron.

Fotos dos testes do A-Darter. A foto da esquerda mostra que o A-Darter usa motor de pouca fumaça. A imagem do sensor demonstra ser um sensor de imagem de alta definição. O sensor IRIS pesa 10,5kg e foi pensado desde o inicio para ser apontar por uma mira no capacete Guardian que irá equipar o JAS-39 Gripen sul-africano.

Detalhes do TVC do A-Darter.
Dados técnicos:
Peso: 89kg
Comprimento: 2,98m
Diâmetro: 166mm
Largura: 488mm
Alcance: >15km
Fonte: sistemas de armas
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Poderiamos ajudar a Africa do Sul em finalizar o desenvolvimento do míssil e produzir-lo aqui. Seria uma otima opção pra FAB e MB, assim usariamos o A-Darter nos F-5BR, AMX-M e A-4M e deixaramos o MAA-1 para os ALX e como míssil complementar ao A-Darter.