É interessante notar que a Europa representa 35% das exportações de armas dos EUA, enquanto os EUA respondem por cerca de 50% das importações de armas da Europa. Entre 2019 e 2023, aproximadamente 55% das importações de armas pelos países europeus foram fornecidas pelos EUA, o que indica que o impacto de qualquer mudança nessa relação seria significativo. Ainda assim, duvido que isso seria paralisante para ambos os lados. Veja mais detalhes em:Southern Europe rebuffs von der Leyen’s debt-based defense plan
France, Italy and Spain are seeking to boost military spending based on grants rather than loans to avoid increasing their debt loads.
https://www.sipri.org/sites/default/fil ... 2024_0.pdf
TRENDS IN INTERNATIONAL ARMS TRANSFERS, 2024
Embora a Europa tenha a capacidade teórica de substituir os sistemas americanos em uma proporção de 1 para 1, isso demandaria um aumento substancial na BID europeia, além de uma reforma profunda nas atuais estruturas e doutrinas militares. Caso os componentes dos EUA não possam mais ser utilizados, muitos sistemas de armas precisariam ser redesenhados, e as linhas de produção teriam que ser reequipadas. Isso é tecnicamente viável, mas não acredito que a situação tenha se deteriorado ao ponto de haver vontade política suficiente para implementar essas mudanças.
O que a Europa mais sentiria falta, no entanto, seria a perda das capacidades de ISR e do suporte logístico americano, o que teria um impacto devastador na defesa europeia. Mesmo os principais equipamentos militares que a Europa já possui hoje perderiam uma parte significativa de sua eficácia sem o apoio logístico e ISR dos EUA.