O 8º GAv

Assuntos em discussão: Força Aérea Brasileira, forças aéreas estrangeiras e aviação militar.

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Re: O 8º GAv

#61 Mensagem por FCarvalho » Ter Mai 07, 2024 5:02 pm

Based on 300 annual owner-operated hours and $6.00-per-gallon fuel cost, the LEONARDO/AGUSTA Westland AW139 has total variable costs of $678,000.00, total fixed costs of $706,282.00, and an annual budget of $1,384,282.00. This breaks down to $4,614.27 per hour.
LEONARDO/AGUSTA Westland AW139 Price and Operating Costs

https://www.aircraftcostcalculator.com/ ... per%20hour.

Apenas para se ver que não estamos, e nunca estivemos, sem alternativas mais factíveis ao orçamento que banca as horas de voo dos helos das forças armadas.
E ninguém nunca obrigou a FAB a operar apenas e tão somente H225M e seus altos custos para o erário nacional, assim como os indefectíveis BH que ela tanto deseja.
Se as últimas informações sobre a compra dos 12 BH para o exército estiverem corretas, a FAB poderá em breve ter a chance de atender o seu desejo de contar com mais Black Hawk (quase) zero kilômetro made in USA.
É pegar ou largar.
Temos um puta problemão nas coxas para dar conta neste momento, quando tacar pedra na "Geni" forças armadas virou esporte favorito de muita gente por aí, e o governo está pressionado.
A ver.




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Re: O 8º GAv

#62 Mensagem por FCarvalho » Sáb Mai 11, 2024 12:06 pm

Espero e torço para que depois que as águas baixarem, o comando da FAB pare e repense a organização da sua aviação de asas rotativas. Além de não termos helos em quantidade, variedade e qualidade suficientes para o cumprimento das missões primárias, é patente verificar que tal como estão hoje, as OM do 8o Gav não atendem, como de fato nunca atenderam, todas as (muitas) e crescentes demandas que lhes chegam; seja do comando da força, sejam dos órgãos públicos civis em todas as esferas do poder público.

A mim ficou claro que o atual modelo organizacional precisa, e deve, ser revisto, tendo em mente projetar capacidades mais capilares e intrusivas nos mais distantes rincões do país, sem precisar vender um braço ou o fígado para isso. Ou seja, precisamos de capacidades de atuar nas ditas missões complementares sem contudo isso signifique automaticamente perder ou anular na íntegra e\ou parcialmente as já poucas capacidades militares primárias de que dispomos enquanto força aérea.

Simplesmente o que não é aceitável é acreditar que toda vez que desgraças ambientais do tipo como a que ocorre no RS, e outras país afora acontecerem, o mundo simplesmente vai parar ao nosso redor e que absolutamente ninguém irá nos gerar problemas a nível militar; ou então mandar uma cartinha avisando previamente que irão fazê-lo, e que por favor nós nos preparemos, ou nos incomdemos com isso.

Vale a pena lembrar que hoje o 8o Gav possui apenas 4 unidades distribuídas em Manaus, Natal, RJ e RS. Além destas, mas que não se subordina diretamente a este grupo, temos o Pelicano em Campo Grande, voltado mais para o SAR\C-SAR. Pouquíssimo se visto o tamanho da demanda e das organizações da FAB que deve apoiar. E até o momento, não temos notícias de qualquer reavaliação desta realidade pelo comando da força aérea. Ao que parece, vamos continuar nos mantendo no mais do mesmo de sempre, até a próxima desgraça acontecer, e voltarmos a apontar o dedo uns para os outros na tentativa de omitir de quaisquer responsabilidade. Vida que segue.




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Re: O 8º GAv

#63 Mensagem por FCarvalho » Qua Mai 15, 2024 1:13 pm



Mas o legal mesmo é comprar o girino americano.




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Re: O 8º GAv

#64 Mensagem por FCarvalho » Sáb Mai 18, 2024 7:19 pm





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Re: O 8º GAv

#65 Mensagem por FCarvalho » Sáb Mai 18, 2024 7:56 pm

O projeto HX-BR já devia estar terminado há anos atrás. Um HX-BR2, e até o HX-BR3 3 deveriam, também, já ter sido encaminhados, ainda que a contra gosto de muitos aqui e nas ffaa's. Mas, fato é que o projeto ficou a deriva ao longo dos últimos 16 anos e acabamos metendo os pés pelas mãos. Como era de se esperar, um projeto feito a troco de caixa e com nuances políticas evidentes e nenhum tipo de planejamento estratégico ou visão de longo prazo foi pensado na assinatura da compra dos H225M.

Contudo, bem ou mal eles estão aí, contam com mais de 10 mil horas voadas sem maiores problemas, e angariando a simpatia de muitos dentro e fora das ffaa's; e mesmo custando o olho da cara para o minguado orçamento da Defesa no Brasil, ele tem se provado continuamente com uma decisão acertada em termos de investimento na renovação da frota de helos militares no Brasil.

Só para lembrar, a MB foi a única das três forças que chegou a emitir ordinariamente a quantidade de helos pretendidos ao longo dos anos no PEAMB, que era de 66 unidades. FAB e EB jamais fizeram isso, ficando apenas nas discussões internas de conveniência, que no caso da FAB, se traduziu na compra por oportunidade dos BH modelo L, e na Avex pela compra, mais que atrasada, dos BH modelo M em substituição aos BH modelo A e Cougar francês. A MB, embora no planejamento também deseje comprar mais Sea Hawks, esta questão nunca foi um impeditivo para novas aquisições dos helos franceses, ao contrário, eram e ainda são complementares.

A estrutura hoje que abriga a frota de helos militares ainda é um resquício de como ela foi gerada ao longo da segunda metade do século XX, tendo como princípio básico suportar o apoio às atividades de GU e comandos de área e, principalmente, apoiar as (muitas) atividades subsidiárias, sempre recorrentes em suas áreas de responsabilidade. Fato é que esta estrutura hoje tem se provado incapaz não apenas de dar cabo de todas as demandas militares que lhes chegam, como as crescentes e inegáveis solicitações de apoio a atividades de governo que absolutamente não tem nada a ver com sua função primária, de modo que as OM de helos no Brasil, assim como outras organizações militares, passa por uma situação hoje em que o dito popular que diz sobre uma "escolha de Sofia", mais do que nunca faz mais que sentido.

A falta de planejamento de Estado é característica - diria cultural - da natureza das ações governamentais em relação à Defesa no Brasil. Isto é inegável. Porém, a nossa omissão e falta de vontade está gerando um preço muito alto a pagar ao país e à sociedade, ainda que esta seja incapaz de cobrar das autoridades públicas investimentos que, na sua visão, passam ao largo dos seus interesses imediatos e da labuta cotidiana. Porém, uma das funções primárias do Estado é ser capaz de ir além dos limites que a sociedade se impõe ou lhes é imposto pela falta de capacidade e\ou competência para pensar além do próprio interesses pequenos do dia a dia. E se não faz isso, então está irremediavelmente condenado a se desfazer em algum momento da sua história. E os exemplos não são poucos deste tipo de auto aniquilação social, política e econômica.

Urge que se faça uma revisão muito séria das capacidades\competências das forças de helos militares no Brasil. A sofreguidão com que o poder público e político levam as questões de Defesa ao longo dos anos, e décadas, tornam as respostas para sua resolução cada vez mais inviáveis sobre todos os aspectos. E improvisar, em uma guerra, é dos últimos recursos. Na verdade, é a resposta dos Estados irresponsáveis e omissos, e que prevê sua derrota em não pouco tempo, dado sua leniência consigo mesmo e com seu povo.

As alagações no RS, a seca no nordeste e no norte, as chuvas no sudeste, e muito mais situações recorrentes todos os anos em todo o país só provam o quão irresponsáveis nós somos, e a iniquidade da poder público e político em lidar com os reais interesses da sociedade, que corrupta, passional e passiva, olha apenas para seu próprio umbigo na hora do voto, e espera sentado que as coisas se resolvam por si mesmas, como se delas não tivesse participação ou responsabilidade.

Jogar tudo nas costas dos políticos, dos governos e do Estado é das práticas mais naturais que o brasileiro tem. E acha tudo muito natural, desde que obtenha alguma vantagem com isso. Esse tipo de mesquinharia é típico da ética de Macunaíma que temos por aqui. E é graças a ela, também, que a Defesa do país, e de seus interesses, está sendo gestada hoje, e como sempre, a troco de pinga e ao bel prazer dos pequenos interesses pessoais de militares, políticos e quem mais entender tirar vantagem desta relação, ou da não relação entre estes dois campos do Estado brasileiro.

Triste sina a nossa de vermos tudo isso que vemos no sul do país sabendo que nada ou pouquíssima coisa será feita no sentido de mitigar ou resolver as questões fulcrais de contenção das chuvas torrenciais naquele estado. E pior, que defesa civil continuará sendo um assunto genérico e sem maior importância, agregada à já gigantesca falta de qualquer importância da defesa militar do país. Viva-se com isso. E bola pra frente que amanhã é dia de jogo no brasileirão...




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Re: O 8º GAv

#66 Mensagem por FCarvalho » Seg Mai 27, 2024 3:42 pm

O H-36 FAB 8523 do vídeo acima agora com sonda Revo.





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Re: O 8º GAv

#67 Mensagem por FCarvalho » Seg Mai 27, 2024 3:50 pm



A Força Aérea Brasileira (FAB) concluiu, no dia 02/06/23, o processo de recebimento de mais uma unidade da aeronave H-36 Caracal, na versão operacional, o FAB-8522. A aquisição é fruto do projeto H-XBR, que envolve a Marinha do Brasil, o Exército Brasileiro e a Força Aérea Brasileira, e permitiu a compra de 47 helicópteros.

O contrato prevê a montagem de unidades no Brasil, por meio do Consórcio AIRBUS/Helibras, cuja fábrica está localizada em Itajubá (MG). Com essa remessa, a FAB totaliza o recebimento de 13 aeronaves, com previsão de recebimento de mais dois vetores, em 2024 e 2025.

O FAB-8522, que já está sendo operado pelo Primeiro Esquadrão do Oitavo Grupo de Aviação (1°/8° GAV) – Esquadrão Falcão, sediado em Natal (RN), traz uma potencialidade inédita para a Aviação de Asas Rotativas. O H-36 possui sistema de reabastecimento em voo, que vai permitir uma maior capacidade de atuação da aeronave, pois aumentará a autonomia em missões de longa distância.




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Re: O 8º GAv

#68 Mensagem por FCarvalho » Qui Mai 30, 2024 5:02 pm

Aqui pensando com os meus botões.

O governo autorizou o EB a tirar quase 1 bilhão de dólares dos cofres públicos para comprar apenas 12 unidades dos BH, com direito a adicionais. Um helo que sabidamente não trás absolutamente nada em matéria vantagens para nós em termos de off set, transferência de tecnologia, emprego, renda, etc, tão decantadas em todos os documentos e legislações da área de defesa no Brasil.

Fato é que o governo estranhamente não quis nem saber de opor-se a tal compra ou mesmo questionar o fato da Avex não comprar mais dos H225M montados em Minas Gerais. Sequer uma negociação foi feita com aquela subsidiária, até onde se sabe. Nenhuma voz se levantou no congresso ou fora dele a fim de questionar esta compra, seus motivos e justificativas. Nada e ninguém.

O que o EB andou fazendo para deixar governo e congresso, além do partido do governo, calados e indiferentes a esta compra deve no mínimo ser objeto de atenção. O exército não compra nada sem concordância expressa do Planalto. E este aquiesceu a compra sem pestanejar. O que o cmte do exército ou MD aludiram em favor dela, difícil sabermos. Quem sabe um dia.

De qualquer forma, como pago meus impostos e faço questão de saber para onde vai o meu suado corinho de rato que o governo me leva todos os meses involuntariamente, me parece bastante questionável que o exército coloque o nosso dinheiro no bolso de quem vive historicamente a nos menosprezar de todas as formas possíveis, e ainda nos trata com desdém, sempre que pode, em qualquer assunto, mas principalmente o da Defesa. Enfim, se é para gastar o nossos parcos recursos na Defesa, que sejam investidos aqui mesmo, gerando emprego e renda com\para brasileiros, ainda que os custos nos sejam mais caros. E se não der para comprar tudo, que se tome vergonha na cara e se disponha ao MD os recursos necessários à completude de suas necessidades. Depois que Inês é morta não adianta reclamar.




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Re: O 8º GAv

#69 Mensagem por FCarvalho » Qui Mai 30, 2024 5:23 pm

Só para encher o saco de vocês. Com 950 milhões de dólares seria possível comprar:

H215M = 52 a 55 unidades
H225M = 33 a 35 unidades

Eu simplesmente não consigo engolir o fato de um governo que se diz totalmente avesso a qualquer negócio com os USA em termos de Defesa, e cuja ideologia determina sua inimizade com qualquer vínculo entre as respectivas ffaa's, não dar uma única palavra sobre uma compra de tal porte, que só acontece a cada século no setor de Defesa do Brasil, e não beneficiou nenhuma empresa brasileira ou instalada no Brasil.

O H225M pode levar até 29 combatentes. Um GC de infantaria no exército dispõe até 36 infantes. No caso, com apenas 5 helos se consegue dispor a cada Bavex a capacidade de realizar ação de assalto aeromóvel com uma CiaInf, segundo reza a doutrina atual. Temos apenas 4 Bavex, o que significa, genericamente, 20 helos como demanda para dispor desta capacidade. O EB irá receber 15 unidades. Mas a distribuição não será igual a todos os Bavex.

Diz-se que um 5o Bavex em Belém deve ser criado a partir do Núcleo existente de aviação na cidade. Isto levaria para 25 unidades a demanda do exército para o helo francês. Bom, para levar um btl inteiro em um assalto aeromóvel, seria necessário coisa de 20 a 24 helos, se muito. Algo que nenhum Bavex hoje tem capacidade. A meu ver, o EB erra ao não tentar, pelo menos tentar, comprar os H215M e manter a lógica de produção sob licença aqui, de forma a combinar custos e preços adequados a si.

Com 5 Bavex, a 6 helos para manter a capacidade de assalto com 1 CiaInf, seriam apenas 30 unidades. Como visto acima, o valor empenhado nos BH poderia chegar a comprar até 55 unidades, considerando apenas os helos em si. Mesmo no caso dos H225M, seria possível, junto com os já empregados na Avex somar quantidade mais que suficiente para dispor aos Bavex a capacidade doutrinária determinada, e com sobras.

Mas nada disso parece ter servido de argumento ao comando da Avex, e do exército, que lograsse ao menos a intenção de discutir com o governo a possibilidade de sustentar a continuidade da produção destes helos no país. Mais fácil e mais típico da força terrestre foi simplesmente comprar o que o coração lhe diz. Azar o nosso.




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