#1157
Mensagem
por FCarvalho » Sáb Nov 12, 2022 10:11 am
Olá @Túlio
Eu leio quase sempre as muitas matérias que tem saído recentemente nos últimos anos sobre drones, e o que me parece é que os militares aqui passam tanto tempo preocupados em tentar tapar os buracos de coisas, digamos, mínimas, básicas e necessárias que isso de operar drones fica parecendo um luxo pouco importante, e talvez até desnecessário, para quem ainda opera, por exemplo, artilharia do tempo do vovô. Sem contar que as Bia Observação que existem apenas nos manuais dos GAC e sequer tem previsão de vir à luz algum dia, mesmo tendo aqui propostas da Avibrás para isso há anos.
Mais do que doutrina, nos falta uma cultura no país para entender e vislumbrar todas as gigantescas possibilidades que os VANT podem nos trazer, principalmente levando em conta o fator daquele tipo de guerra assimétrica, que de dois anos para cá está meio que fora de moda por causa do conflito na Ucrânia e dos dois anões do Cáucaso.
Eu penso que seria o caso de colocarmos os carros na frente dos bois, se quisermos de fato dar saltos qualitativos e quantitativos no sentido de apor aos muitos projetos que temos na indústria hoje o espaço que lhes é mister nas ffaa's. E não há argumentos que justifiquem qualquer demora ou procrastinação neste sentido, já que as tecnologias estão dominadas, são de fácil acesso e assimilação e os custos de aquisição, operação e logística de apoio serão\seriam todos em reais, e bem abaixo, creio, de soluções importadas, como vemos hoje. O problema é a eterna burrocracia da administração pública - inclusive a militar - que impede qualquer avanço mais célere neste e em outros campos operacionais.
Se formos pensar direitinho, olhando a atual organização das forças, temos vaga para VANT desde o nível pelotão até divisão no exército, idem para o CFN e MB, e a FAB só não tem mais porquê não quer. O que há de proposto aí no SISFRON é apenas a ponta de lança para engajar vários modelos em diversas categorias, principalmente a partir dos PEF, mas que infelizmente continuam limitados à incapacidade e\ou falta de vontade do EB, e demais forças, de avançar com mais firmeza na área.
Dizem que a necessidade é a mãe de todas as soluções. Quem sabe alguém no MD um dia lembra deste ditado. Tudo tem de começar por ali.
Carpe Diem