knigh7 escreveu: ↑Seg Mar 28, 2022 10:30 pm
Acho que falta vc acompanhar mais o que está ocorrendo na Europa. Está havendo um aumento no planejamento de gastos militares (inclusive da Suécia). Isso vai se refletir em gastos na Força Aérea.
Em termos de vendas está olhando para o mundo mas não considerando o potencial para a Flygvapnet. E segura a ansiedade. As primeiras unidades operacionais ficaram prontas há 6 meses.
Não acredito que a SAAB pensasse em comercializar mais do que 200 unidades ou algo próximo para o projeto ser viável e sustentável economicamente. Para passar disso teria de contar com a força política do Governo deles para ajudar a empresa nas exportações. Seria inédito.
Eu até que acompanho, mas sem maior entusiasmo. A questão do investimento em defesa na Europa já era esperado que acontecesse isso, dado que a maioria dos governos do continente, ligados a esquerda social democrata nos últimos 30 anos estiveram muito mais preocupados com a manutenção do bem estar social europeu do que com Defesa e suas questões. Mas como nem todo mundo ali é uma Alemanha da vida para colocar mais de 2% do PIB no mesmo ano, vai levar tempo até que a maioria consiga fazer algo próximo. A Suécia está neste meio. Eles até aprovaram o aumento do PIB na defesa, mas como os demais países, vão fazer isso a conta gotas, só chegando nos 2% ou pouco mais reclamados pela OTAN em até 5 anos.
Assim, teremos um espaço para pensar em como o mundo evolui até 2027 a fim de ver se eles vão de fato bancar o investimento, e segurar isso como política de defesa de longo prazo, ou se é apenas mais um espasmo pontual. Se os russos já investiam muito mais que os 2% do PIB em sua defesa, imagines agora com todo esse imbróglio para onde que isso vai. Claro, ainda muito longe de concorrer com USA e China, mas eles com certeza vão manter a sua BID o máximo possível em termos de desenvolvimento e produção. Se os europeus vão seguir correrendo juntos, veremos.
Com relação as vendas exteriores, no que depender apenas de FAB e força aérea sueca, a SAAB vai ter que se esforçar mais um pouco porque até onde sei, os 96 caças destes contratos podem até pagar o projeto, ou parte dele, mas não trazem nenhum lucro para ela. Assim, imagino que no momento a solução mais certa é investir pelo menos no segundo lote para cada força aérea. Isto pagaria os custos do projeto e quiçá trará algum lucro para a empresa do investimento feito nele. Além de manter a viabilidade econômica do mesmo no longo prazo até a próxima década. Mas é preciso pensar desde já no que será a linha de produção dos Gripen E para além de 2035, que deve ser quando as últimas unidades destes lotes subsequentes devem estar sendo entregues. E isso inclui eventuais exportações que se possa fazer neste meio tempo.
Aliás, como disse no outro tópico, talvez a necessidade de aumentar os investimentos em Defesa da Suécia no curto prazo seja uma grata oportunidade para nós de poder quem sabe aumentar os números de caças a encomendar sob condições bem mais atraentes que as do contrato original.
Tirando o fato de que os custos de desenvolvimento do caça já estarão pagos, e que tudo o que se investiu na construção e manutenção da sua rede de suporte aqui e na Suécia também devem estar pagos, os valores a se dispor em cada unidade do Gripen E\F devem ser bem mais favoráveis por estes dias. Sendo isto verdade, imagino que a encomenda do segundo lote da FAB junto com um novo lote de Gripen E para a Suécia pode render talvez algumas unidades a mais em termos de aquisição, se forem feitos conjuntamente, dados os números envolvidos. E quem sabe ao invés de 30 a 34 caças a FAB aproveite a oportunidade para encetar uma encomenda de 72 unidades, a fim de tentar emplacar já agora aquele quantitativo imaginário de 108 caças tão aventados por anos a fio, e que daria supostamente para fomentar as 3 bases aéreas também aventadas outro dia em entrevista por ex comandante da FAB. É uma possibilidade a ser vista. E quanto maior a encomenda, maior o desconto.
Se a SAAB conseguir convencer os governos de Brasil e Suécia a investir em algo assim, teremos cá e lá linha de produção aberta do Gripen E\F no mínimo até o começo dos anos 2040. Tempo mais que suficiente para amparar novas decisões, e novos projetos. E o que vier de exportação neste meio tempo, é lucro.