Túlio escreveu: ↑Qua Fev 09, 2022 2:59 pm
FCarvalho escreveu: ↑Qua Fev 09, 2022 2:40 pm
Se formos olhar o mercado interno, os custos de formação de pilotos de asa fixa ou rotativa são extravagantes, limitando, e muito, a quantidade de pessoas que podem pagar por eles.
Uma alternativa seria tentar colocar um helo como o proposto nos aeroclubes de forma a ele ser uma proposta mais simples e barata para a formação de novos pilotos.
Mas esse tipo de ideia é muito complicado dado que estes mesmos aeroclubes, em sua grande maioria vivem à mingua em termos financeiros, e dificilmente teriam como arcar sozinhos com a aquisição de um produto nacional. Considerar também o tal do custo Brasil para se fazer qualquer coisa por aqui.
O problema não é este e sim a maneira como olhamos para o problema: desde criança fomos ensinados a pensar como XUXAS bem adestrados, tudo nasce ou não conforme a vontade do deus-baal-estado. Notar, fui ensinado (escola não EDUCA, isso é em casa) nos tempos do "gópi" e era a mesma conversa mole de hoje, se é estatal é bom, livre iniciativa é coisa de gente gananciosa (significando malvada), tinha até cartilha em quadrinhos mostrando como era bom pagar imposto e o quão melhor a PETROBRAS era por ser estatal.
Por que vim para este lado? ÓBVIO, se encolher o estado (e nem interessa se o governo da hora for bonzinho ou malvadão), se pode/deve reduzir os impostos, e uma coisa é uma hora de voo num Aeroclube depois de bateladas de taxas e muita mas MUITA buRRocracia, e outra BEM DIFERENTE é sem esse monte de freios que impedem o desenvolvimento; idem comprar os insumos e serviços, que vão desde lubrificantes e Manutenção até aeronaves prontas para voar.
No que essa geringonça encolher (duvido mas...) a Iniciativa Privada cresce ao natural, porque passa a haver Mercado que justifique o desenvolvimento de produtos e insumos para eles, seja carros, aviões ou helicópteros.
Historicamente somos um país estatista desde sempre. É uma cultura incrustada no cerne da sociedade, da política (e dos políticos) bem como do próprio Estado.
Fazer esta desconstrução é um processo que já vem de longa data mas que começou, mal ou bem, no início dos anos 1990 e vem desde lá aos trancos e barrancos.
Se olharmos o Brasil podemos ver que dos mais de 5000 municípios existentes, quase 60% deles sequer tem economia própria para se manter, sendo total ou grandemente dependentes dos impostos e serviços dos Estados e da União. Feitos a troco de caixa para serem apenas mais uma fonte de financiamento dos coronéis de barranco e suas trupes locais e que existem em todos os rincões, e obviamente alimentados pela viúva.
Como não podemos mudar este quadro em tempo visível, o que nos resta é tentar fazer o que for possível com os instrumentos que temos á mão. E o que temos a mão é a possibilidade de investir em produtos e soluções que mesmo com todas as dificuldades podem vir a ser concretizados no curto, médio e longo prazo dependendo da capacidade de investimento de cada empreendedor.
Diminuir o Estado no Brasil é até uma necessidade urgente a meu ver, mas que não pode ser feita, também, a troco de caixa, já que a maioria da população ainda vive em condições nas quais a presença dos serviços do Estado são uma necessidade imperiosa. Falo principalmente pela minha região.
Enfim, o nosso modelo de desenvolvimento é estatista, mas há espaço para mudanças, desde que a sociedade as queira e deseje, e faça disto, um voto, e deste, a projeção de mudanças concretas.
Temos que começar por algum lugar. Esperar por grandes mudanças no cenário nacional é ilusão e perda de tempo. Continuar propondo, insistindo, planejando, inovando é a parte que nos cabe. Até porque, cedo ou tarde, em economias ditas capitalistas liberais, a economia acaba por si mesma fazendo com que a sociedade se ajuste, e pressione o Estado por ajustar-se as suas demandas.
Mas estas são mudanças que se contam em anos, quiçá em décadas. Mas não creio que sejamos tão pacientes assim. Não faz parte do nosso escopo cultural pensar além do próprio umbigo.