FCarvalho escreveu: ↑Ter Mai 19, 2020 11:51 pm
Se o efetivo está muito aquém das necessidades, qual deveria ser o tamanho ideal, levando em consideração o futuro da FAB até 2041 com os planos de modernização da força?
Qual o efetivo de forças especiais e C-SAR hoje no PARA-SAR? Se a unidade como um todo tem um efetivo insuficiente, como esta parte do esquadrão pode ser considerada conforme?
No caso dos Pelopes nos BINFA/BINFAE a estrutura de formação dessas unidades é baseada na do PARA-SAR ou servem apenas como referencia de apoio a esta, com a formação e treinamento sendo um pouco melhor que os demais do batalhão?
Grato mais uma vez pela paciência em responder.
abs
Eu não sou oficial do Para-SaR e nem brigadeiro, por isso não tenho a arrogância de achar que tenho a resposta para estas perguntas, digamos que eu sou apenas alguém do meio das unidades especiais, com bastante conhecimento das mesmas, nas três Forças, por fazer cursos e operações em conjunto.
Mas tentando responder as suas perguntas, no que eu acredito, eu diria que.:
Dos cerca de 100 militares do ParaSar, em torno de 3/4 é focado totalmente em operações SAR, de resgate de civis e de repassar o conhecimento deste tipo de operação para as demais unidades de resgate da Força Aérea, e 1/4 é formado por pastores do destacamento operacional, que treinam e se preparam sempre para missões C-SaR, que é o resgate de pilotos em combate, de comandos e de contra-terrorismo.
Sendo assim, em minha humilde opinião, as atividades de resgate de civis deveriam ser transferidas para os outros vários esquadrões de resgate da FAB espalhados pelo país, deixando o Para SaR talvez apenas com a missão de ministrar o curso, ou quem sabe criar um centro de instrução para os vários cursos operacionais da FAB.
Quanto ao efetivo de operações especiais propriamente dito, que é do chamado destacamento operacional, que seriam cerca de 25 a 35 homens, mais ou menos o efetivo de um pelotão, que é o efetivo máximo ideal para se infiltrar em sigilo nas retaguardas do inimigo sem quebrar o sigilo da missão, penso que no momento é adequado, o Brasil não tem inimigos, é melhor ter qualidade do que quantidade. Talvez, se as atribuições de resgate de civis em catástrofes forem transferidas para outras unidades, o Para-SaR poderia focar em qualificar todo o seu efetivo para operações especiais, ficando assim com tres destacamentos operacionais, aumentando muito sua capacidade operacional.
No caso dos PelOpEs dos BInfAE, não há uma padronização no currículo de formação destas frações de tropa, não tomam como modelo o Para-SaR, até porque a missão principal do Para-SaR são as operações especiais C-SaR, ainda que os Para-SaR estejam preparados para outros tipos de operações especiais, já os PelOpEs, sua missão seria cumprir pequenas missões de reconhecimento e de comandos para proteger as bases aéreas as quais seus batalhões da infantaria são subordinados.
Porém a qualidade do adestramento dos pelopes é muito aquém da necessidade de uma fração de tropa que tem como missão cumprir operações especiais, alguns recebem instruções das unidades especiais da polícia militar do Estado em que estão inseridos, o que pra mim é um Gap gigante, uma unidade policial especial, ainda que muito bem treinada para combater a criminalidade, podem ter até tradição e alguma noção, mas não está preparada para cumprir uma ação de comandos no sentido completo da palavra contra força armada estrangeira, então como poderiam ensinar a fazer?
O ideal seria os pelopes serem treinados pelo Para-Sar ou terem um currículo próprio, padronizado e bem completo de formação, alguns "PelOpEs" nem acampamento tem, e alguns BInfAE nem PelOpEs tem, são formações bastante heterogêneas entre um pelopes e outro, com alguns pelopes tendo um certo grau de operacionalidade enquanto outros tem uma qualidade do adestramento bem abaixo do ideal.
Um abraço.