
abs
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FCarvalho escreveu: Ter Abr 28, 2020 1:40 pm CKrauslo, poderia dar exemplos práticos das TTP utilizadas hoje pelos pqdt e a diferença entre ele o os PREC's?
Eu particularmente não consigo compreender como ainda estamos tão atrasados neste aspecto dado que cursos e formações, além dos estágios lá fora realizados por muitos oficiais e praças, em tese, ao menos deveriam servir para manter tais TTP o mais próximo possível da atualidade.
E neste aspecto uma coisa me chama a atenção: os pqdt que vão para o treinamento nos US com a 82a, estão a mais de seis meses treinando para o que no USA é um simples exercício, algo quase que cotidiano na realidade deles.
Isto me diz algumas coisas sobre o (des)preparo de nossa dita melhor tropa convencional.
abs
Manda ver...Ckrauslo escreveu: Ter Abr 28, 2020 2:35 pm Vamos fazer alguns básicos.O método praticado no Brasil, tem umas vantagens mas ao mesmo tempo desvantagens.
- Entrada dinâmica:
Vantagem: Todos entram quase simultaneamente varrendo todos os ângulos nominais do comodo.
Desvantagem: É lento, mais restritivo, menos dinâmico e enquanto em situações normais pode ser vantajoso entrar cada um junto daquela forma tão compacta, em uma boa parte das situações, é um perigo, sendo que é muito mais fácil para simplesmente atirar em uma unica direção.
Tenho certeza que não é a unica modalidade de entrada tática praticada pelas forças convencionais no Brasil, mas é o tipo que você vê mais amplamente ensinado nos cursos de formação.
Esse tipo era muito comum durante os anos 80 e 90.
Hoje mundo a fora, e até aqui pelas nossas forças especiais já foi trocado pelo método mais dinâmico e acelerado, usado pelas forças especiais estrangeiras
O exemplo de entrada a qual me refiro começa aos 4 minutos e 25 segundos.A forma que se fatia angulo (Ainda tem gente que faz assim no exterior) aqui, tem uns lados negativos muito perigosos.
- Varredura:
Você dá um passinho para o lado, com a arma empunhada em mira, você sobe e baixa o fuzil conforme faz isso (Você cria pontos cegos)
A teoria por trás disso é que com a arma já empunhada em mira você reage mais rápido... O problema é que o ponto cego que você cria, pode fazer que você nem veja ao que reagir.
SEAL's e ODA, Rangers fazem a varredura com a arma empunhada em low ready, cano ligeiramente apontado para baixo para você olhar por cima da mira, mas ainda poder puxar o gatilho, permite um campo de visão limpo, militares de OE lá fora precisam passar em certos treinos de medição de padrões.
Tipo partindo de low ready 2 disparos no alvo em menos de 2 segundos.Ainda estamos presos nos anos 90.
- Empunhadura da pistola:
ainda existem muitos policiais e militares que se auto sabotam, usando o coldre no joelho (Dificulta o saque, tira a estabilidade do coldre fazendo com que ele balance mais, atrapalha o movimento, o balançar do coldre pode afetar o equilíbrio além de que, com os coldres de nylon pode ser que a trava abra e a arma caia "Já ouvi muitos relatos de arma caindo do coldre de muitos policiais no Brasil").
- Forma como configuramos os equipamentos:
Policiais e militares usando o colete mais baixo do que deveriam usar, deixando de proteger o arco aórtico e os átrios, assim como o topo do pulmão.
Falta de equipamentos essenciais para operações policiais e militares:
Poucos são os militares que aprendem APH, enquanto lá fora em países como os EUA é algo que todo militar aprende, aqui no Brasil você tem que se venturar por conta própria para isso, além de comprar seu kit por conta própria (VTR's nos EUA e UK "Assim como países europeus e outros países do commonwealth" possuem kit's de APH)
Muitos policiais vão para operação com apenas 2 carregadores de fuzil (O da arma e um no colete)(Por mais que sejam marcados para proteger calibres de pistola, eles tem grande chances de DEFLETIR "Desviar e não parar" disparos a distâncias superiores a 200m)
- O fato de que não reforçamos a importância do uso do capacete:
A insistência em cliches dos anos 80 e 90 "Tipo preto"
- Não falamos da importância da proteção auditiva, conheço muitos policiais que tem sérios problemas de audição.
Falta de distribuição de placas balísticas contra fuzis
Não temos enfase no treinamento de tiro de posições incomuns.
E se eu for falar mais, ia demorar muito e ia ficar muito extenso.
Abs.
A tecnica de se afastar do abrigo para visualizar o alvo não funciona em todos momentos. Geralmente voce se afasta quando o inimigo esta proximo e se aproxima quando esta longe, assim voce continua trabalhando a cobertura.Ckrauslo escreveu: Ter Abr 28, 2020 4:56 pm •Uso da lanterna tática como multiplicador de força.
•Ainda não vi, pessoalmente um instrutor aqui no País, que ensinasse a se afastar da parede na hora do tiro abrigado, permite você visualizar o alvo e engajar expondo menos do corpo.
São duas coisas que consigo me lembrar de cabeça agora, sem sentar e pensar bem no assunto.
Valendo ressaltar que o TTP engloba os SOP's (No português traduziria como Procedimento operacional padrão) e as TAI's
Percebi que ao parar pra mencionar alguns TTP's eu esqueci da parte principal da sua pergunta.
Os precursores operam em unidades avançadas menores que vão para trás das linhas inimigas para estudar e preparar as zonas de pouso dos paraquedistas que vão participar da invasão.
Pela necessidade de se infiltrar nas zonas desapercebidos eles treinam metodos mais avancados de infiltração e são melhor adestrados para trabalhar de forma coesa em menores unidades.
Eles precisam ter um domínio e controle maior de equipamentos, assim como o repertório de suas táticas, técnicas e procedimentos é bem mais abrangente.
Para explicar isso, tenho que mencionar.
Por terem duas finalidades diferentes, possuem Procedimentos operacionais padronizados, que são distintos, isso se dá devido ao tamanho da unidade em que vão operar, os riscos maiores de sua missão, os objetivos a serem atingidos.
Em cima disso devido aos riscos diferenciados, tamanho da unidade e os equipamentos empregados, eles também aprendem Táticas de ação imediata mais diversas e diferenciadas, pois são moldadas aos riscos enfrentados por se operar atrás das linhas inimigas com número de militares menor.
Abraço.
Ckrauslo escreveu: Qui Abr 30, 2020 7:03 pm Eu acho que ela tem uma aplicação no CQB, mas eu penso justamente as dificuldades que podem surgir dela, heheheheeheh.
Tem algumas modalidades diferentes do fatiamento em dupla, já vistes a dos israelenses? Ou como um grupo policial teve problemas tentando ela no treinamento para as olimpíadas?...
Ah cupincha é por isso que eu meio que prefiro mais o método Americano e Britânico, extrema violência, todos movimentando se rapidamente, disparando um grande volume de tiros, transição rápida entre alvos.
Se um dia eu conseguisse armar umas coisas eu até gravava videos dando meu parecer, mas isso parece ser me uma ideia muito distante.
Abraço.
Ps: E quando os instrutores se irritam muito com os mais bizonhos e eles apanham com um pouquinho de amor.![]()