O pronunciamento do Trump deixou claro que, por parte dos Estados Unidos, as hostilidades encerrariam por aí mesmo. Levando em consideração a informação oficial do governo americano de que as ondas de ataque de mísseis balísticos de curto alcance “Qiam” não causaram nenhuma baixa americana, já é o suficiente para o Trump poder “baixar a guarda” e findar esse perigoso jogo de atrito.
Trump está jogando para o público interno. Neste ano há eleições presidenciais nos EUA e ele quer reeleição com sua imagem atrelada à ideia que o povo americano (paranoico, por natureza) é mais seguro com ele na Casa Branca,do que com um possível presidente democrata. Trump mais criticou a administração Obama do que o regime dos Aiatolás. A cara de galhofa do Donald contrastava com a de seriedade dos generais do US Army logo ao fundo com seus novos (e belos) uniformes retrô do tipo “Army Green Unifom” (que, a princípio, confundi com o "Service Green Uniform" dos Marines).
Acho que equivoca-se quem acha que o Irã tem uma capacidade militar desprezível. Evidentemente que estão anos-luz atrás do poderio americano (britânico, russo, chinês e francês). Entretanto eles demonstraram que podem causar estragos:
Imagens de Al Asad tiradas na manhã de 8 de janeiro de 2020, mostrando pelo menos quatro áreas de impacto primário.
Essa imagem contrasta com algumas notícias (inclusive daqui do Brasil), indicando que as autoridades americanas pensavam que o Irã deliberadamente tinha como alvos determinadas áreas com o objetivo de evitar baixas. Mesmo que os iranianos tivessem a intenção de causar danos limitados sem perdas de vidas, o simples fato deles terem disparo mísseis balísticos em direção às bases americanas em território iraquiano, ainda apresentaria riscos inerentes que o regime de Teerã estava claramente disposto a aceitar.
O governo dos EUA também confirmou agora que não abateu nenhum míssil. Pelo que tudo indica, ao menos os americanos não possuiam nenhuma defesa ostensiva de mísseis balísticos no Iraque. Isso não deixa de ser curioso, no entanto, dado vários eventos ocorridos nos últimos seis meses indicando que o Irã ou/e seus grupos terroristas/insurgentes apadrinhados podem colocar mísseis em posição de atacar os interesses dos EUA no Oriente Médio ou seus aliados e parceiros.