Missões Militares de Instrução

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Missões Militares de Instrução

#1 Mensagem por FilipeREP » Sáb Dez 07, 2019 5:04 pm

Missão Militar Francesa em São Paulo

Primeira Missão Militar Francesa da Força Pública de São Paulo, 1906-1914.

"A Missão Francesa, longe de humilhar os paulistas, tão ciosos do seu amor próprio, deu-lhes mais grandeza e mais brilho, dotando-os de um corpo de guerra que é verdadeiramente digno dos louvores que lhe têm sido feitos por quantos o têm visto manobrar em campo. Acho que é mais patriota o que se instrui e aparelha para a defesa do que o vaidoso que, arrotando bravura, fia-se na coragem e vai ignorante e lerdo para a fileira deixar-se matar... como um valente."
- Coelho Neto, dezembro de 1907, Correio Paulistano.

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1906 - A Escola do Soldado.
Vários aspectos de exercícios de esgrima, box e outras ginásticas educativas, ministradas pela Missão.

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1906 - A Escola do Soldado.
Os soldados de infantaria e cavalaria em várias posições de manejo de arma

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1907 - Vários exercícios no pátio do quartel da Luz.
A visita de Clemenceau e altas personalidades.

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1907 - O Secretário da Justiça dr. Washington Luís e o Chefe da Missão Francesa assistindo às manobras da Força - Exercícios da Cavalaria - Uma visita oficial - Exercícios de campanha e um desfile na Avenida Tiradentes.

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1908 - Vários exercícios e formaturas. As visitas do adido militar da Inglaterra e de oficiais portugueses.

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1909 - Soldados de Infantaria do Primeiro Batalhão, em exercícios de campanha com Fuzil-Metralhador e Metralhadora Pesada Hotchkiss.

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1910 - A infantaria em excursão.
Esgrimas de bayoneta na Várzea do Carmo e uma formatura da Cavalaria. Um combate simulado. A cavalaria em evoluções.

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1910 - Vários aspectos de exercícios de tiro na linha General Jardim, no Barro Branco, por ocasião da visita do marechal Hermes da Fonseca, então Ministro da Guerra.

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Monumento do Ipiranga. Parada de 7 de setembro de 1922.

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A Cavalaria desfilando na Av. Tiradentes, 7 de setembro de 1922.

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A Cavalaria desfilando na Av. Tiradentes, 7 de setembro de 1922.

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O Presidente e Secretários chegando ao Hipódromo da Mooca, 7 de setembro de 1922.

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Público presente às comemorações no Monumento do Ipiranga, 7 de setembro de 1922.

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Coronel Paul Balagny, Chefe da Primeira Missão Militar Francesa, de 1906-1913.

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Tenente Coronel Raoul Négrel, Infantaria.

Morto com um tiro na cabeça pelo Sargento José Rodrigues de Melo às 14:30h do dia 11 de junho de 1906. Vindo a falecer às 16:30 do mesmo dia.

O Alferes Manoel de Morais Magalhões também foi atingido pelo sargento, ficando ferido

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O cortejo fúnebre de Négrel para a missa de corpo presente na Catedral da Sé.

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Alferes André Honeix de La Brousse, Infantaria.

O Alferes La Brousse foi promovido a seguir a Capitão.

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Capitão Statt Müller, Couraceiro.

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Tenente-Coronel Augusto Gatellet.

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Tenente-Coronel Louis Jousselain.

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Tenente-Coronel Louis Forzinetti.

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Capitão Delphin Balancier.

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Tenente-Coronel René de Prémorel.

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Tenente-Coronel Alphonse Fanneau de La Horie.

Faria o relatório sobre o Exército Brasileiro em 1917.

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Capitão Camille E. Gueritat.

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Capitão René Demirgian.

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Tenente-Coronel Charles E. Southy.

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Capitão Raymond Rouvillan.

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Capitão Adrie Delbos.

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Capitão Louis Lemaitre.

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Tenente-Coronel Rodolphe Bertin Prot.

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General Antoine François Nérel.

Comandou a 1ª Missão de 1913/1914 como coronel e, como general, a 2ª Missão de 1919/1924.




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Re: Missões Militares de Instrução

#2 Mensagem por FilipeREP » Sáb Dez 07, 2019 5:06 pm

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Oficiais paraguaios da arma da Artilharia junto ao Tenente-Coronel Raul Langlois, o conselheiro da artilharia da Missão Militar Francesa no Paraguai, Segunda Bateria do Grupo de Artilharia de Montanha Nº 1, Exército Paraguaio, Assunção, em 1929.

Langlois foi o mais entusiástico do uso do morteiro Stokes Brandt 81mm, que prestou valioso serviço ao Paraguai na Guerra do Chaco. A Missão Militar Francesa atuou no Paraguai de 1926 a 1930, mas Langlois permaneceu no país por mais tempo.




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Re: Missões Militares de Instrução

#3 Mensagem por FilipeREP » Sáb Dez 07, 2019 5:09 pm

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Generalleutnant Hans Kundt foi o Comandante em Chefe das forças bolivianas na Guerra do Chaco (1932-35) contra o Paraguai.

Infelizmente para os bolivianos, ele não foi capaz de utilizar corretamente a superioridade da Bolívia em armamentos, tanques e aviação, preferindo táticas fúteis de ataques frontais contra posições bem defendidas. Após o desastre no Cerco de Campo Vía (1933), ele foi substituído pelo General Enrique Peñaranda.

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Re: Missões Militares de Instrução

#4 Mensagem por FilipeREP » Qui Dez 12, 2019 11:13 pm

Missão Militar Francesa no Japão 1867-68

A Missão Militar Francesa no Japão de 1867-68 foi uma das primeiras missões estrangeiras de treinamento militar no Japão. A missão foi formada por Napoleão III, após um pedido do Xogunato japonês na pessoa de seu emissário para a Europa, Shibata Takenaka (1823-1877). O ministro francês das Relações Exteriores, Drouyn de Lhuys (1865-1881), transmitiu o acordo do governo francês para fornecer treinamento às forças armadas terrestres do Xogun.

A missão consistia em 17 membros, sob a autoridade do Ministro da Guerra, General Jacques Louis Randon, cobrindo uma ampla gama de conhecimentos: quatro oficiais (representando infantaria, artilharia e cavalaria), dez graduados e dois soldados. A missão seria chefiada pelo capitão de estado-maior, Charles Sulpice Jules Chanoine, na época um adido do estado-maior militar de Paris. Os membros eram:

Comandante da missão
- Capitão Charles Sulpice Jules Chanoine

Oficiais
- Charles Albert Dubousquet, tenente do 31º Regimento de Linha, instrutor de infantaria.
- Édouard Messelot, tenente do 20º batalhão de Chasseurs à Pied, instrutor de infantaria.
- Léon Descharmes, tenente do Regimento de Dragões da Guarda da Imperatriz, instrutor de cavalaria.
- Jules Brunet, tenente do Regimento de Artilharia Montada da Guarda, instrutor de artilharia.

Graduados
- Jean Marlin, sargento do 8 º Batalhão de Caçadores a pé, instrutor de infantaria.
- François Bouffier, sargento do 8 º Batalhão de Caçadores a pé, instrutor de infantaria.
- Henry Ygrec, sargento do 31º Regimento de Linha, instrutor de infantaria.
- Emile Peyrussel, sargento, Sub-Mestre da Escola de Equitação do estado-maior, instrutor de cavalaria.
- Arthur Fortant, sargento do Regimento de Artilharia Montada da Guarda, instrutor de artilharia.
- L. Gutthig, Trompetista do Batalhão de Caçadores da Guarda.
- Charles Bonnet, sargento, Chefe Armeiro de Segunda Classe.
- Barthélémy Izard, sargento, Chefe Artífice do Regimento de Artilharia Montada da Guarda.
- Frédéric Valette, sargento, especialista em madeira.
- Michel, sargento, Engenheiro do 1 º Regimento de Engenharia.
- Jean-Félix Mermet, brigadeiro (cabo de cavalaria), especialista em aço.

A missão partiu de Marselha em 19 de novembro de 1866 e chegou a Yokohama em 14 de janeiro de 1867. Os militares foram recebidos no porto pelo General Léon Roches, Cônsul Geral no Japão, e pelo comandante do Esquadrão do Extremo Oriente francês, o Almirante Pierre-Gustave Roze.

A missão militar foi capaz de treinar um corpo de elite do Xogun Tokugawa Yoshinobu, o Denshutai, por pouco mais de um ano, antes que o Xogunato Tokugawa perdesse para as forças imperiais em 1868 na Guerra Boshin. A missão militar francesa foi então ordenada a deixar o Japão por decreto do recém-instalado Imperador Meiji em outubro de 1868.

Em contravenção ao acordo para que todas as potências estrangeiras permanecessem neutras no conflito, Jules Brunet e quatro de seus graduados (Fortant, Marlin, Cazeneuve, Bouffier) escolheram permanecer no Japão e continuar apoiando o Bakufu. Eles partiram para o norte do Japão com os restos dos exércitos do Xogunato, na esperança de realizar um contra-ataque.

O conflito continuou até a derrota dos rebeldes na Batalha de Hakodate em maio de 1869.

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A missão militar francesa antes de sua partida para o Japão, em 1866.

Charles Chanoine está de pé no centro, Jules Brunet, sentado e de cobertura, é o segundo da direita pra esquerda.

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O xogun Tokugawa Yoshinobu em uniforme militar francês, c. 1867.

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Jules Brunet em Ezo, no final da Guerra Boshin em 1869.

"Uma revolução está forçando a Missão Militar a retornar à França. Sozinho eu fico, só quero continuar, sob novas condições: os resultados obtidos pela Missão, juntamente com o Partido do Norte, que é o partido favorável à França no Japão. Em breve uma reação acontecerá, e os Daimyos do Norte me ofereceram para ser sua alma. Eu aceitei, porque com a ajuda de mil oficiais japoneses e graduados, nossos alunos, posso dirigir os 50.000 homens da Confederação."

- Carta de Jules Brunet para o Imperador Napoleão III.

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Oficiais franceses instruindo tropas do Xogun em Osaka, em 1867.

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A cavalaria de estilo francês Denshutai do xogunato.

O Denshutai era um corpo de tropas de elite do Bakufu Tokugawa durante o período Bakumatsu no Japão. O corpo foi fundado por Otori Keisuke com a ajuda da Missão Militar Francesa de 1867-68 no Japão.

O corpo foi composto por 800 homens. Eles eram equipados com o avançado "fuzil-mosquete" Enfield Pattern 1853 do tipo Minié, muito superior às armas de percussão Gewehr de alma lisa e Tanegashima de pederneira em dotação das outras tropas xogunais.

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Infantaria Japonesa do Bakufu em Osaka, 29 de abril de 1867, pintura de Jules Brunet. O soldado se chamava Ootsuka Tsukataroo.

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Tropas do Bakufu perto do Monte Fuji em 1867, pintura de Jules Brunet.

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Marinheiros japoneses no Chogei, 13 de maio de 1867, desenho de Jules Brunet.

Reprodução de Okuda em "O Bakumatsu e a restauração em Hakodate".

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Treinamento de tropas japonesas do Bakufu pela Missão Militar Francesa no Japão, em 1867.

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Treinamento de tropas japonesas pelos franceses.

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Conselheiros militares franceses e seus aliados japoneses em Hokkaido, República de Ezo, em 1869.

Fila de trás: Cazeneuve, Marlin, Fukushima Tokinosuke, Fortant.
Primeira fila: Hosoya Yasutaro, Jules Brunet, Matsudaira Taro (vice-presidente da República de Ezo), Tajima Kintaro.

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General Léon Roches (27 de setembro de 1809, Grenoble - 1901, Mougon) foi o Cônsul Geral da França em Edo, no Japão, de 1864 a 1868.

"O caráter dos japoneses essencialmente os distingue de outros povos orientais... Devemos agir em relação a eles com boa vontade e dignidade, criticamente, mas com justiça; muitas vezes podemos apelar ao seu sentimento de honra e ao orgulho encontrado entre todos eles, mesmo entre as classes mais baixas... Eles são gays [alegres], animados e comunicativos; eles estão dispostos para nós, assim como para outros estrangeiros; seja qual for o desenvolvimento material do poder inglês neste país, eles [os japoneses] correm apenas para nós para reformas."

- Léon Roches em carta de 1866 ao ministro francês Drouyn de Lhuys.

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Almirante Pierre-Gustave Roze, comandante do Esquadrão do Extremo Oriente.

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O Almirante Roze (centro) e um quarto dos seus marinheiros, na fragata Guerrière, durante uma visita ao porto de Nagasaki, c. 1865.

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Otori Keisuke (1833-1911).

Depois de entrar no exército de Tokugawa, Otori mostrou-se promissor como estudante, tornando-se rapidamente um instrutor chefe de táticas de infantaria. Depois de um período como aluno de Jules Brunet em Yokohama, aprendendo detalhes da tática de infantaria francesa, ele foi promovido a Magistrado de Infantaria (Hohei bugyo), um posto equivalente a um general de quatro estrelas em um exército ocidental moderno.

Otori usou seu status como um acadêmico respeitado de estudos ocidentais para tomar o passo bastante inesperado de fazer sugestões sobre a reforma do governo para o Xogun.

Em 1864, ele emitiu uma petição expressando seus pontos de vista sobre os benefícios de uma legislatura bicameral ao governo. Em sua posição com os militares, Otori foi capaz de criar uma brigada de elite, o Denshutai, baseada em conselhos fornecidos por estrategistas da Missão Militar Francesa de 1867-68 no Japão.

Consistindo de 800 homens, os membros do Denshutai foram escolhidos com base na capacidade e não na sua origem social; uma questão de determinação particular para Otori, que permaneceu consciente da sua próprio origem relativamente humilde.

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Otori Keisuke na era Bakumatsu.

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Otori Keisuke (centro), fundador do Denshutai, durante a Guerra Boshin.

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Ilustração da Batalha de Toba-Fushimi, 1868. Encontro de Takasegawa, à direita está o Exército do Tokugawa com um membro da equipe de treinamento francesa instruindo os fuzileiros.

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Um "Nobre Samurai" (Genzaburo Masanaga) que veste a armadura tradicional enquanto segura um fuzil-mosquete Enfield Pattern 1853 tipo Minié, em Amagasaki, Japão, 1870.

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Hijikata Toshizo (31 de maio de 1835 - 20 de junho de 1869), o vice-comandante do Shinsengumi contra as forças imperiais e morreu em combate na Batalha de Hakodate.

Jules Brunet elogia a habilidade de Hijikata como líder, dizendo que se ele estivesse na Europa, certamente teria sido um general.

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Estátua de Hijikata Toshizo em Tóquio.

O Shinsengumi ("Novo Grupo Seleto") era uma unidade de elite da polícia especial do Bakufu, composta por habilidosos espadachins da região de Tama, em Edo. Vestindo uniformes azuis-claros com detalhes de branco e agindo sob a bandeira escarlate com o ideograma para a sinceridade, eles eram chamados de Miburo, os Lobos de Mibu.

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Uniformes do Shinsengumi.

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Soldados do Bakufu em uniforme ocidental.

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O ex-comandante da missão, Charles Chanoine, como Ministro da Guerra em 1898.





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