Embraer e ELTA criam novo segmento de mercado com o lançamento do P600 AEW

Assuntos em discussão: Força Aérea Brasileira, forças aéreas estrangeiras e aviação militar.

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Embraer e ELTA criam novo segmento de mercado com o lançamento do P600 AEW

#1 Mensagem por jambockrs » Sáb Ago 03, 2019 12:25 pm

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Embraer e ELTA criam novo segmento de mercado com o lançamento do P600 AEW
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Paris, França, 18 de junho de 2019 - A Embraer Defense & Security e a ELTA Systems (ELTA), subsidiária da Israel Aerospace Industries (IAI), assinaram na 53ª Feira Internacional de Paris um Acordo de Cooperação Estratégica para apresentar o P600 AEW (Airborne). Aviso prévio). Projetada para competir em um novo segmento do mercado AEW, esta aeronave da próxima geração é baseada na avançada plataforma super midsize do jato executivo Embraer Praetor 600. O sensor primário do P600 AEW é o radar AESA (Digital Active Scanned Array) de 4ª geração da IAI / ELTA com capacidade IFF integrada. Nessa cooperação, a Embraer Defence & Security fornecerá a plataforma aérea, suporte terrestre, sistemas de comunicação e integração de aeronaves, enquanto a ELTA fornecerá o radar AEW, o SIGINT (Intelligence de sinais) e outros sistemas eletrônicos e integração de sistemas.
O P600 AEW aborda o crescente mercado de recursos de Inteligência, Vigilância e Reconhecimento para países que exigem soluções flexíveis, de alto desempenho e flexíveis para missões de defesa e segurança interna. O Embraer Praetor 600 é o bizjet supermédio de melhor desempenho de sua categoria, oferecendo alcance intercontinental com excelente capacidade de carga útil, alta disponibilidade e confiabilidade, tempo de troca curto e baixo custo de ciclo de vida. Juntamente com a tecnologia de radar superior da ELTA, a P600 AEW oferece os benefícios de sistemas comprovados e avançados e oferece recursos disponíveis até agora apenas em plataformas muito maiores. O P600 AEW pode fornecer uma Imagem Situacional de Ar estendida monitorando a atividade aérea em áreas fora da cobertura do radar terrestre. Pode executar várias missões, tais como Defesa Aérea, Alerta Precoce, Comando e Controle, Eficiência da Frota de Combate, Defesa Territorial e Vigilância Marítima. Além disso, o P600 AEW pode ser configurado com toda a gama de sistemas de controle e sensor AEW & C, incluindo; 4ª geração Digital AESA AEW Radar, IFF civil e militar, ESM / ELINT com capacidade de Receptor de Aviso de Radar, Comando e Controle, pacote de comunicação abrangente, incluindo Redes de Dados e Links de Satélite, e um robusto Self Protection Suite (SPS). Um conjunto de comunicações abrangente permite a capacidade de link de dados, bem como a comunicação por satélite para operações além do link de dados da linha de visada. Também assegura a interoperabilidade com as forças aliadas. O recurso de guerra centrada em rede (NCW) transforma o P600 AEW em um membro de uma rede tática. Um sistema avançado de autoproteção (SPS) realiza a detecção de ameaças potenciais, ativando quaisquer medidas de suporte eletrônico necessárias. “Esta aeronave oferece desempenho e flexibilidade superiores que se traduz na proposta de maior valor em sua categoria”, disse Jackson Schneider, presidente e diretor executivo da Embraer Defence & Security. “Ele pode ser facilmente configurado para atender às necessidades do cliente e pode executar uma ampla variedade de missões de uma maneira muito eficiente e econômica”. “Como parte da nova estratégia da IAI, estamos intensificando nossas colaborações com entidades de negócios globais, alavancando o know-how e a tecnologia acumulada ao longo de décadas de operações aeroespaciais e de defesa. Como pioneiros do bizjet AEW, a ELTA Systems fez grandes progressos ao longo dos anos para oferecer recursos AEW econômicos para as crescentes e mutáveis necessidades globais ”, disse Yoav Tourgeman, presidente da ELTA e vice-presidente executivo da IAI. “Nossa parceria, forjada com a Embraer Defence & Security, nos permite introduzir um novo segmento de mercado, oferecendo um sistema econômico de médio porte bizjet AEW”.
Fonte: EMBRAER





Um abraço e até mais...
Cláudio Severino da Silva
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Re: Embraer e ELTA criam novo segmento de mercado com o lançamento do P600 AEW

#2 Mensagem por FCarvalho » Dom Ago 04, 2019 3:52 pm

Particularmente, eu não vejo, pelo menos no curto e médio prazo, qualquer chance razoável de um novo produto da Embraer neste segmento conseguir se fixar sem antes conseguir se arrumar no mercado interno. E a FAB não tem o menor interesse nisso por enquanto, dado que os E-99 ainda vão voar por aí, talvez, por mais uns 15 a 20 anos.

Então, ou eles sabem de alguma coisa que não sabemos em termos de mercado, o que é lógico, ou estão tentando dar uma tacada e derrubar dois coelhos de uma vez só, substituindo os E/R-99 na FAB antes do planejado, e arrumando exportações para clientes com ligações estreitas com a FAB ao mesmo tempo a partir desse negócio.

Mas, cada Praetor 600 não sai por menos de US 18 milhões a unidade. Só os sistemas embarcados devem custar, pelo menos, duas vezes isso. Então, temos um AEW mirim bastante capaz, mas custando a mísera bagatela de US 50 a US 60 milhões cada.

Definitivamente nada barato para a imensa maioria das forças aéreas que gostariam muito de poder contar com um sistema como esse. Mesmo para a FAB, que está comendo o pão que o diabo amassou, cuspiu e arrotou para poder recauchutar os seus E-99 por bem menos que isso.

De qualquer forma, é interessante notar que um projeto de radar AEW tupiniquim deveria ser algo tido como prioridade, pois os E-99 não vão durar para sempre e nós teríamos muito a ganhar produzindo nossos próprios sistemas neste contexto Inclusive no que diz repeito ao controle de custos dos mesmos. E ademais, é um produto a mais para exportação com o made in Brazil nele.

Vamos ver quanto tempo dura esse empreendimento e qual o nível de retorno do mesmo sem o amparo da FAB ao mesmo.

abs




Um mal é um mal. Menor, maior, médio, tanto faz… As proporções são convencionadas e as fronteiras, imprecisas. Não sou um santo eremita e não pratiquei apenas o bem ao longo de minha vida. Mas, se me couber escolher entre dois males, prefiro abster-me por completo da escolha.
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Re: Embraer e ELTA criam novo segmento de mercado com o lançamento do P600 AEW

#3 Mensagem por Túlio » Dom Ago 04, 2019 4:54 pm

Já eu acho um conceito bem legal; a única coisa de que sinto falta é a mesma que nos -99, ou seja, uma sonda para REVO e o necessário reforço dos tanques e tubulações internos, multiplicando o tempo de duração da Missão sempre que necessário. E a EMBRAER sabe como fazer isso, tanto que fez para a versão em uso pela Índia...




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Re: Embraer e ELTA criam novo segmento de mercado com o lançamento do P600 AEW

#4 Mensagem por FCarvalho » Dom Ago 04, 2019 8:20 pm

Túlio escreveu: Dom Ago 04, 2019 4:54 pm
Já eu acho um conceito bem legal; a única coisa de que sinto falta é a mesma que nos -99, ou seja, uma sonda para REVO e o necessário reforço dos tanques e tubulações internos, multiplicando o tempo de duração da Missão sempre que necessário. E a EMBRAER sabe como fazer isso, tanto que fez para a versão em uso pela Índia...
Túlio, a ideia parece ser a de um AEW pequeno, com alcance decente e uma endurance adequada a forças aéreas que não tem interesse ou precisam do avião no ar mais do que os tanques internos podem entregar. Países pequenos e médios em tamanho - e no orçamento - podem encontrar no P-600 uma boa alternativa à necessidade de Revo.
Afinal, no papel, são +- 7500 kms de alcance, o que significa bem mais de 5 horas de de voo. Para a função a que se destina, é algo bastante significativo para um jato do tamanho dele. O raio de ação deve ser bem vantajoso na relação custo x benefício.
Na verdade, como diz na chamada da matéria, o foco parece ser a criação de um novo segmento para a área de AEW.
Uma aeronave pequena, com baixo custo, competente e capaz de realizar todos, ou quase todos, os serviços entregues por grandes AWACS por uma fração do preço. Neste sentido. a necessidade de Revo e uma maior endurence só se tornam importantes no caso de países com necessidades bem específica, onde esses itens justifiquem a majoração de preço e custos de adicionar estas capacidades. Mas aí talvez a coisa já saísse da lógica por trás do produto. Até porque a Embraer ainda oferece o ERJ-145 na função de AEW, e outras. E como bem disseste, ela sabe como colocar Revo em suas aeronaves. No caso, creio que se isto chega a ser necessário, então não se justifica a aquisição de desta aeronave.

abs




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Re: Embraer e ELTA criam novo segmento de mercado com o lançamento do P600 AEW

#5 Mensagem por Túlio » Dom Ago 04, 2019 9:25 pm

FCarvalho escreveu: Dom Ago 04, 2019 8:20 pm
Túlio, a ideia parece ser a de um AEW pequeno, com alcance decente e uma endurance adequada a forças aéreas que não tem interesse ou precisam do avião no ar mais do que os tanques internos podem entregar. Países pequenos e médios em tamanho - e no orçamento - podem encontrar no P-600 uma boa alternativa à necessidade de Revo.
Afinal, no papel, são +- 7500 kms de alcance, o que significa bem mais de 5 horas de de voo. Para a função a que se destina, é algo bastante significativo para um jato do tamanho dele. O raio de ação deve ser bem vantajoso na relação custo x benefício.
Na verdade, como diz na chamada da matéria, o foco parece ser a criação de um novo segmento para a área de AEW.
Uma aeronave pequena, com baixo custo, competente e capaz de realizar todos, ou quase todos, os serviços entregues por grandes AWACS por uma fração do preço. Neste sentido. a necessidade de Revo e uma maior endurence só se tornam importantes no caso de países com necessidades bem específica, onde esses itens justifiquem a majoração de preço e custos de adicionar estas capacidades. Mas aí talvez a coisa já saísse da lógica por trás do produto. Até porque a Embraer ainda oferece o ERJ-145 na função de AEW, e outras. E como bem disseste, ela sabe como colocar Revo em suas aeronaves. No caso, creio que se isto chega a ser necessário, então não se justifica a aquisição de desta aeronave.

abs
Cupincha, o problema não é o avião mas o que tem nele: que radar será usado na versão definitiva? Como se compara ao já algo envelhecido Erieye? Com exceção de TVs e Smartphones (e só por causa do tamanho das telas), tudo mais está cada vez menor em tamanho mas com capacidades cada vez maiores (creio que isso foi mencionado em algum lugar sobre esta aeronave, e citando justamente o radar, supostamente com antena AESA com elementos de GaAs, ou seja, só aí já bate o Erieye tanto em capacidades quanto - e isso é muito importante - em redução da necessidade de energia).

É o que eu quis dizer: um avião menor, mais econômico e com a mesma ou até maior capacidade que o -99, e ainda por cima com capacidade REVO, como ficaria a comparação? Muito mais por muito menos, eis aí a equação que todo mundo gosta...




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Re: Embraer e ELTA criam novo segmento de mercado com o lançamento do P600 AEW

#6 Mensagem por FCarvalho » Seg Ago 05, 2019 12:08 am

Túlio escreveu: Dom Ago 04, 2019 9:25 pm
Cupincha, o problema não é o avião mas o que tem nele: que radar será usado na versão definitiva? Como se compara ao já algo envelhecido Erieye? Com exceção de TVs e Smartphones (e só por causa do tamanho das telas), tudo mais está cada vez menor em tamanho mas com capacidades cada vez maiores (creio que isso foi mencionado em algum lugar sobre esta aeronave, e citando justamente o radar, supostamente com antena AESA com elementos de GaAs, ou seja, só aí já bate o Erieye tanto em capacidades quanto - e isso é muito importante - em redução da necessidade de energia).
É o que eu quis dizer: um avião menor, mais econômico e com a mesma ou até maior capacidade que o -99, e ainda por cima com capacidade REVO, como ficaria a comparação? Muito mais por muito menos, eis aí a equação que todo mundo gosta...
Essa é a parte divertida da coisa toda. :twisted:
O Erieye também não está parado no tempo, e o modelo utilizado pela FAB é bem "analógico" para os padrões atuais. Tanto que ela recusou ($) a oferta da SAAB para trazer o mesmo para o padrão do modelo atual que equipa o GlobalEye.
Quanto a questão de tamanho, economia e afins, o fato do avião ser menor, não significa necessariamente que o recheio, também por ser menor, será necessariamente mais barato. Até pelo contrário. A miniaturização dos sistemas está aumentando os preços. E isso com certeza impacta na configuração final do avião, que como disse, tem o seu custo, mas o recheio pode chegar a custar o dobro do próprio, tendo em vista que os investimentos em inovação tecnológica costuma cobrar caro pelos avanços conseguidos.
Não estou dizendo que isso torna a relação custo x benefício dele ruim, mas é uma conta que tem de ser feita na ponta do lápis, já que praticamente o que vai fazer a diferença na hora de comprar é saber se o recheio que eu vou colocar nele pode me dar o mesmo resultado, ou não, se fizer o mesmo em um outro modelo.
A Embraer parece apostar que a plataforma será um diferencial importante, justamente na diminuição dos custos que são proporcionados por uma aeronave menor, mas com um alcance bastante longevo, manutenção mais barata e preço de aquisição também baixo. As contas tem que começar a fazer a diferença por aí, pois na hora que começar a pensar no recheio, e eles são muitos, dada a miniaturização dos sistemas, o negócio começa a ficar caro para qualquer um.
Então, o que vamos ver mais para a frente é a empresa tentando convencer seus clientes de que operar uma aeronave menor, mais barata de comprar e manter, e com o mesmo nível de sistemas encontrados em outros aviões maiores vale o investimento.
Mas, o que se pode encontrar dentro de um P-600 AEW que não temos em um E-99 modernizado, no GlobalEye ou mesmo no C-295 AEW?
Depende do que o comprador quiser, ou puder, pagar por eles. Aí é que o avião da Embraer tem que fazer a diferença. Porque no que consiste o restante, qualquer plataforma atual de AEW pode oferecer os mesmos serviços, mas a seu preço.
Para mim, a plataforma, dentro do conceito proposto, é o item mais importante. Por oferecer, em tese, mais com menos dispêndios.
Se vai convencer alguém, veremos. Como disse, o P-600 pode sair entre 50 e 60 milhões de dólares a unidade, dependendo do que colocarem nele. Não é exatamente barato, mas também não é tão caro que não possa ser comprado e operado por forças aéreas medianas.
A FAB vai ter que pensar duas vezes antes de trocar os seus E-99 quando chegar a hora. Até porque, em 2035 ou 2040 o P-600 com certeza já deve estar na mesma situação que eles hoje. Isso se ainda houver plataformas tripuladas fazendo AEW e AEW&C até lá,

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Re: Embraer e ELTA criam novo segmento de mercado com o lançamento do P600 AEW

#7 Mensagem por Túlio » Seg Ago 05, 2019 12:24 pm

FCarvalho escreveu: Seg Ago 05, 2019 12:08 am
Essa é a parte divertida da coisa toda. :twisted:
O Erieye também não está parado no tempo, e o modelo utilizado pela FAB é bem "analógico" para os padrões atuais. Tanto que ela recusou ($) a oferta da SAAB para trazer o mesmo para o padrão do modelo atual que equipa o GlobalEye.
Quanto a questão de tamanho, economia e afins, o fato do avião ser menor, não significa necessariamente que o recheio, também por ser menor, será necessariamente mais barato. Até pelo contrário. A miniaturização dos sistemas está aumentando os preços. E isso com certeza impacta na configuração final do avião, que como disse, tem o seu custo, mas o recheio pode chegar a custar o dobro do próprio, tendo em vista que os investimentos em inovação tecnológica costuma cobrar caro pelos avanços conseguidos.
Não estou dizendo que isso torna a relação custo x benefício dele ruim, mas é uma conta que tem de ser feita na ponta do lápis, já que praticamente o que vai fazer a diferença na hora de comprar é saber se o recheio que eu vou colocar nele pode me dar o mesmo resultado, ou não, se fizer o mesmo em um outro modelo.
A Embraer parece apostar que a plataforma será um diferencial importante, justamente na diminuição dos custos que são proporcionados por uma aeronave menor, mas com um alcance bastante longevo, manutenção mais barata e preço de aquisição também baixo. As contas tem que começar a fazer a diferença por aí, pois na hora que começar a pensar no recheio, e eles são muitos, dada a miniaturização dos sistemas, o negócio começa a ficar caro para qualquer um.
Então, o que vamos ver mais para a frente é a empresa tentando convencer seus clientes de que operar uma aeronave menor, mais barata de comprar e manter, e com o mesmo nível de sistemas encontrados em outros aviões maiores vale o investimento.
Mas, o que se pode encontrar dentro de um P-600 AEW que não temos em um E-99 modernizado, no GlobalEye ou mesmo no C-295 AEW?
Depende do que o comprador quiser, ou puder, pagar por eles. Aí é que o avião da Embraer tem que fazer a diferença. Porque no que consiste o restante, qualquer plataforma atual de AEW pode oferecer os mesmos serviços, mas a seu preço.
Para mim, a plataforma, dentro do conceito proposto, é o item mais importante. Por oferecer, em tese, mais com menos dispêndios.
Se vai convencer alguém, veremos. Como disse, o P-600 pode sair entre 50 e 60 milhões de dólares a unidade, dependendo do que colocarem nele. Não é exatamente barato, mas também não é tão caro que não possa ser comprado e operado por forças aéreas medianas.
A FAB vai ter que pensar duas vezes antes de trocar os seus E-99 quando chegar a hora. Até porque, em 2035 ou 2040 o P-600 com certeza já deve estar na mesma situação que eles hoje. Isso se ainda houver plataformas tripuladas fazendo AEW e AEW&C até lá,

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Dificilmente não irá haver; na Suécia usam o Saab turboprop mais ou menos assim, um Erieye no lombo mas tudo o que ele detecta é repassado à GCI ou mesmo direto aos caças. Não há Controle de Missão em voo, exceto por um Líder de Esquadrilha/Esquadrão, e isso está longe do que pode ser feito com três estações com Especialistas a bordo do AEW&C (o Saab é só AEW, o que faz sentido para eles, que o usam apenas para Defesa Aérea, ou seja, uma espécie de versão voadora dos radares terrestres que têm) mais um Comandante de Missão, o que pode ser comprovado pelo próprio R-99.

Quanto ao que está em negrito, meu ponto não é o que pode caber nas citadas aeronaves mas se elas podem fazer algo tão melhor que o Praetor a ponto de compensar a vasta diferença de custo. E não falo no véio "chave na mão" mas dos custos de ciclo de vida, que no seu total podem chegar a quatro vezes o custo de aquisição. Quantos Praetor se pode manter em linha de voo com os custos de um só dos que citaste?

Assim, voltamos à minha questão inicial: até que ponto o Praetor pode se comparar em capacidades aos citados? Se for equivalente, então sim, passamos aos custos não apenas de aquisição da plataforma mas da vida útil. E aí deve ser brabo de encarar. Se botar (nem que seja como opcional) REVO então...




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Re: Embraer e ELTA criam novo segmento de mercado com o lançamento do P600 AEW

#8 Mensagem por FCarvalho » Qua Ago 07, 2019 11:58 pm

Túlio escreveu: Seg Ago 05, 2019 12:24 pm Dificilmente não irá haver; na Suécia usam o Saab turboprop mais ou menos assim, um Erieye no lombo mas tudo o que ele detecta é repassado à GCI ou mesmo direto aos caças. Não há Controle de Missão em voo, exceto por um Líder de Esquadrilha/Esquadrão, e isso está longe do que pode ser feito com três estações com Especialistas a bordo do AEW&C (o Saab é só AEW, o que faz sentido para eles, que o usam apenas para Defesa Aérea, ou seja, uma espécie de versão voadora dos radares terrestres que têm) mais um Comandante de Missão, o que pode ser comprovado pelo próprio R-99.
Quanto ao que está em negrito, meu ponto não é o que pode caber nas citadas aeronaves mas se elas podem fazer algo tão melhor que o Praetor a ponto de compensar a vasta diferença de custo. E não falo no véio "chave na mão" mas dos custos de ciclo de vida, que no seu total podem chegar a quatro vezes o custo de aquisição. Quantos Praetor se pode manter em linha de voo com os custos de um só dos que citaste?
Assim, voltamos à minha questão inicial: até que ponto o Praetor pode se comparar em capacidades aos citados? Se for equivalente, então sim, passamos aos custos não apenas de aquisição da plataforma mas da vida útil. E aí deve ser brabo de encarar. Se botar (nem que seja como opcional) REVO então...[/Justificar]
Eu entendo que a necessidade, e as oportunidades, irão determinar o layout tanto das capacidades, quanto da configuração, do P-600 e seus clientes, assim como o é em relação aos demais aviões homólogos.
Um país como o Brasil, por exemplo, pelas características de sua força aérea e o tipo de emprego no qual ela utiliza os E-99, dificilmente poderia abrir mãos de uma equipe a bordo de seus AEW&C. Seja em função da amplitude de suas missões, seja no que diz respeito ao modelo do processo decisório no qual ele está afeto.
Por outro lado, uma pais como a Argentina, Chile, Peru ou Colômbia, poderiam operar os mesmos P-600 apenas com as tripulações de voo ou, quiçá, um operador de sistemas quando for o caso e apenas quando a demanda assim exigir.
Neste aspecto, o P-600 em relação aos demais obviamente tem condições, não diria limitadas, mas específicas para o nicho que ele pretende preencher, em relação aos conteúdos que pode levar, se comparado a outras aeronaves da mesma categoria ou próximas dele.
Aí entra realmente o custeio ao longo da vida útil da aeronave. Aqui tem de se ver quais são os limites não da aeronave e de seus sistema, mas a do país comprador.
Um turbohélice via de regra geral sempre terá um custo, a priori, menor do que jatos, mas isso depende também de como e onde será utilizado. Entra nesta conta por exemplo, a quantidade de aeronaves deste modelo na frota, a logística de apoio, o pós-venda, o número de aviões voando por aí, civil ou militar, as relações entre o país e fabricante, e por aí vai. É uma contabilidade complicada e bem grande.
Pode ser que ele seja melhor em determinadas realidades e situações, e leve vantagem sobre um eventual avião a jato, seja qual for, assim como o contrário é verdadeiro. Mas é muito complicado determinar em que situações isso ocorrerá pois são dados que geralmente não são públicos e só os interessados diretamente no negócio conhecem.
Me parece que o P-600 pode ser uma boa alternativa para países que no mínimo levam a sua defesa a sério e conseguem fazer investimentos regulares e de longo prazo na mesma. Algo que não temos por aqui na região. Mas fora da América Latina, é provável que ele encontre espaços interessantes principalmente no oriente médio e na Ásia-Pacífico. Com alguma sorte e quem sabe em negócios combinados governo a governo ele ache clientes na Europa do leste. e mesmo na ocidental.
Por estas bandas, sem a FAB para amparar comercialmente o produto da Embraer, é muito difícil crer que haverá clientes para este avião, por mais que ele apresente uma relação custo x benefício mais que atraente.

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Re: Embraer e ELTA criam novo segmento de mercado com o lançamento do P600 AEW

#9 Mensagem por FCarvalho » Qui Ago 08, 2019 12:08 am

Embora os italianos tenha suas próprias alternativas de sistemas de bordo para AEW, olhando essa imagem do P-600, eu me ponho a imaginar o que a Embraer não poderia fazer em relação a este projeto da Leonardo, principalmente no que tange oferecer ao mercado alternativas par uso naval.

https://aviationweek.com/site-files/aviationweek.com/files/uploads/INTEL1617-Leonardo_AW609.jpg

Se bem que, como não vamos tão cedo arrumar um radar AEW nacional, então não vejo porque a empresa se prender a este ou aquele fornecedor. Neste sentido, é possível antever muitas possibilidades para o futuro dos produtos da empresa neste segmento. E quem oferecer as melhores condições de parceira, bem, sempre vai nos deixar com aquela coceirinha atrás da orelha do famoso.. "e por que não?" :wink:

abs




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