O Exército Brasileiro dos Anos 2000 - Uma visão.

Assuntos em discussão: Exército Brasileiro e exércitos estrangeiros, armamentos, equipamentos de exércitos em geral.

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Clermont
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Re: O Exército Brasileiro dos Anos 2000 - Uma visão.

#136 Mensagem por Clermont » Sáb Set 23, 2017 10:16 am

A FALA DOS GENERAIS.

Ruy Fabiano - Blog do Noblat, 23.09.17.

Há muito não se ouvia falar em “efervescência nos quartéis” - há precisamente 32 anos, desde o advento da assim chamada Nova República, em 1985. Mas ei-la que volta.

A fala do general Hamilton Mourão, há uma semana, não deflagrou, apenas expôs uma situação há muito instalada.

Militares da reserva, entre os quais os generais Augusto Heleno e Paulo Chagas, de grande prestígio no Alto Comando – e cujas falas refletem, com clareza, o que lá se passa -, vêm difundindo pelas redes sociais o ambiente de indignação e inconformismo do estamento militar.

Como estão na reserva, não mereciam maiores atenções. Mas não falam desarticuladamente. A solidariedade que manifestaram ao general Mourão expressa o que pensa a alta oficialidade.

Os militares jogam suas fichas na Lava Jato, mas identificam resistências em alguns ministros do STF e do STJ, e em membros da Procuradoria Geral da República, que, segundo avaliam, dificultam a erradicação da corrupção no meio político. A esquerda – leia-se PT - teria ainda forte influência no conjunto das instituições do Estado.

O comandante do Exército, chefe do Alto Comando, general Eduardo Villas Boas, é visto como moderado, de trato diplomático, alguém que não segue impulsos. Antes de se manifestar, peneira as palavras para não deixar margem a dúvidas. Mas é sensível (e leal) ao que se passa em sua retaguarda.

A entrevista que deu ao jornalista Pedro Bial, segunda-feira, na TV Globo, sem dela dar ciência ao ministro da Defesa, Raul Jungmann, o confirma. Nela, buscou minimizar o impacto das palavras do general Mourão, sem, no entanto, contestar-lhe o conteúdo: a lei e a ordem estariam de fato fragilizadas.

Nessas condições, as Forças Armadas, “dentro da legalidade”, conhecem seu papel. Não foi dito assim tão cruamente, mas o sentido está sendo assim interpretado. Mourão não foi, nem será punido. Ele expressou um sentimento hoje dominante nos quartéis. Puni-lo seria exacerbar ainda mais os ânimos.

O ministro Jungmann pediu contas da conduta do general, que está na ativa, integra o Alto Comando e teria transgredido o Regimento Disciplinar do Exército.

A resposta do general Villas Boas foi protocolar, reiterando fidelidade à Constituição. Não mencionou qualquer punição ou advertência ao general Mourão. Nem Jungmann voltou ao assunto.

Além do quadro geral de desordem pública, incluindo a degradação do ensino e dos costumes, sob a chancela do Estado, há o tratamento secundário que recebem do ponto de vista orçamentário. O Orçamento da Defesa, de R$ 800 milhões – e que se esgota neste mês de setembro -, é o mesmo concedido ao Fundo Partidário.

Isso ocorre ao mesmo tempo em que as Forças Armadas são chamadas a intervir no Rio de Janeiro, em operações delicadas, que as expõem, enfrentando sabotagem no governo estadual, com forte presença do crime organizado. “No Rio, o crime organizado capturou o Estado”, constatou o ministro Raul Jungmann.

Ao longo das três décadas em que se recolheram aos quartéis, os militares absorveram em silêncio uma narrativa adversa a respeito de seu papel nos 21 anos em que governaram o país.

Sustentam que continuam sendo difamados. Agiram em 64 sob o clamor da sociedade civil. Seu primeiro presidente, Castello Branco, foi eleito pelo Congresso (como mandava a Constituição de então), com o voto de lideranças como Ulysses Guimarães, Juscelino Kubitschek e Franco Montoro.

O advento da luta armada – “os mesmos que, com a anistia, estão hoje aí” – fez com que o regime se prolongasse e recorresse, com moderação, a atos de exceção. “Isso ninguém fala e os mais moços imaginam que o regime se instalou por mero capricho autoritário”, diz um general.

Há uma tendência de não mais aceitar a tal “narrativa ressentida dos derrotados”. Querem agora responder a cada vez que venham a ser chamados de ditadores e tiranos, como fez o general Paulo Chagas ao responder ao senador Randolphe Rodrigues, que chamou o general Mourão de “maluco” e o Exército de chantagista.

“A Comissão da Verdade listou, entre mortos e desaparecidos, 434 pessoas. Isso, em 21 anos, dá 20 pessoas por ano. Hoje, são assassinadas 70 mil pessoas por ano. A Comissão da Verdade só se esqueceu de listar os mais de 150 mortos pela esquerda, entre as quais cidadãos comuns (caixas de bancos, vigilantes, recrutas) e gente dela mesma, em julgamentos sumários. Houve uma guerra que não queríamos e não queremos – e eles perderam”, diz a mesma fonte.

Não está agendada nenhuma intervenção. Mas há, “dentro da rotina militar”, planejamento para qualquer eventualidade.

Os militares acham que, se houvesse um general candidato à Presidência – citam Paulo Chagas e Augusto Heleno -, não têm dúvida de que seria eleito. Veem Jair Bolsonaro como alguém com limitações, sem o preparo intelectual e o perfil de disciplina de Chagas e Heleno. Mesmo assim, pelo simples fato de evocar a farda, vem ganhando crescente apoio, conforme as pesquisas.

Veem uma disparidade entre o que sai na mídia mainstream e o que circula nas ruas e redes sociais, onde a maioria clama por intervenção militar. Por alto, e em síntese, é esse o sentimento que se alastra nos quartéis.




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Re: O Exército Brasileiro dos Anos 2000 - Uma visão.

#137 Mensagem por mmatuso » Sáb Set 23, 2017 10:51 am

"Os militares acham que, se houvesse um general candidato à Presidência – citam Paulo Chagas e Augusto Heleno -, não têm dúvida de que seria eleito. Veem Jair Bolsonaro como alguém com limitações, sem o preparo intelectual e o perfil de disciplina de Chagas e Heleno. Mesmo assim, pelo simples fato de evocar a farda, vem ganhando crescente apoio, conforme as pesquisas."

Tai algo que concordo, ainda sim um militar é preparado para lidar com politicos e toda essa escória? Porque se sentar na cadeira lá é essa gente que comanda e fica extorquiando .

Uma mudança "dersuptora" seria interessante, mas precisaria mudar todo o sistema podre para algo menos safado.




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saullo
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Re: O Exército Brasileiro dos Anos 2000 - Uma visão.

#138 Mensagem por saullo » Sáb Set 23, 2017 4:18 pm

Esse desabafo não se dirige a nenhum forista em particular:

Um fato que acontece muito nos fóruns da vida são pessoas ainda jovens, que querem exalar erudição e conhecimento, e que querem ensinar o passado aos mais velhos, que viveram o passado que esses jovens não viveram, pois nem nascido os mesmos tinham.
Daí sentam nos teclados e começam a disparam chavões e verdades reescritas pelos professores gramscianos que tomaram conta do país e se acham os maiorais.

Que ninguém se melindre, mas acontece demais essa situação por aí, vamos ouvir mais e dispara flechas de menos.

Abraços




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Luís Henrique
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Re: O Exército Brasileiro dos Anos 2000 - Uma visão.

#139 Mensagem por Luís Henrique » Seg Set 25, 2017 10:16 am

Bolovo escreveu:
Luís Henrique escreveu:Bolovo, você deve ter estudado muito, mas te indico pesquisar em outros livros, não aqueles assinados pelo MEC.
E quem disse que estou em baseando em "livros do MEC"? Estou me baseando em fatos, em coisas que ocorreram que você pode facilmente comprovar numa pesquisa rápida pela internet.

Você está me desrespeitando insinuando que sofro "lavagem cerebral do MEC".
Luís Henrique escreveu:O primeiro general eleito Presidente foi através do voto indireto, pelo congresso nacional.
E todos os outros depois dele, foram dessa forma. A população votava para vereadores, prefeitos, governadores, deputados e senadores.
Também tem eleições de 5 em 5 anos em Cuba, tanto pra presidente como parar o parlamento. Posso concluir que lá vigora uma democracia? Alias, é muito parecida. Nas eleições presidenciais de 1966 e 78 tinha apenas um só candidato que venceu com 100% dos votos.

Foi nessa época que surgiu o termo "cargo biônico". Esses eram cargos indicados pelo executivo para garantir alinhamento automático ao governo federal. Eram governadores, senadores e prefeitos. Em algumas poucas prefeituras podia se votar, mas em candidatos pre-selecionados, de partidos permitidos. A oposição só pode abocanhar alguma coisa a partir de 1982, quando o regime já estava definhando e o movimento das Diretas Já ganhava força.
Luís Henrique escreveu:Como é eleito um Primeiro Ministro em países parlamentaristas?
De forma semelhante.
Não, não é. Tem nada a ver.

Lá no Reino Unido o parlamento é composto por mais de 10 partidos diferentes. Durante o regime militar havia uma meia dúzia, todos alinhados com o governo federal. Não é a toa que caçaram vários partidos políticos. Poxa, até o JK, o presidente que abriu o país para o capital estrangeiro, teve seus direitos cassados em 1964, imagina quem pensasse apenas um pouco mais diferente. Antes das eleições de 1966, o Castelo Branco afirmou que "não toleraria candidaturas desafinadas com governo federal". Que exemplo de democracia, heim? Como falei do Reino Unido, as eleições no Brasil eram apenas para "inglês ver".
Luís Henrique escreveu:Como foi eleito Getulio Vargas?
Em 1950? Pelo voto direto, coisa que não aconteceu entre 1964 e 1989.
Luís Henrique escreveu:As forças armadas não iniciaram luta armada nenhuma.
Os militares assumiram o poder em 64, a luta armada começou em 1967 com assaltos a bancos, supermercados, assassinatos de militares, assassinatos de políticos, sequestro de embaixadores, sequestros de aviões, carros bomba, etc.
Os militares responderam a altura e evitaram que o Brasil tivesse uma FARC, como aconteceu com a Colômbia.
Assumiram o poder em 1964 e a guerrilha começou em 1967? Qual era a ameça então em 1964?
Luís Henrique escreveu:Eu sou filiado ao PSDB há cerca de 15 anos.
PSDB = Partido da SOCIAL DEMOCRACIA brasileira.
PEIXE-BOI = portanto estamos nos tratando de um peixe? Ou de um boi que nada?

Você já deve estar cansado de saber que o nome dos partidos políticos aqui no Brasil é apenas questão fisiológica.
Luís Henrique escreveu:Veja seus principais integrantes como Fernando Henrique (marxista) sempre foi tratado como comunista pelo regime militar, escreveu livros, dentre os quais cito o Capitalismo e Escravidão no Brasil Meridional, estava em uma lista da Polícia Federal em 1981, junto com Eduardo Suplicy.
José Serra foi líder estudantil, presidente da UNE e fundador do grupo de esquerda Ação Popular, que também fazia parte os futuros petistas Plínio de Arruda Sampaio e Cristovao Buarque.
Serra viveu anos no exílio com Maria da Conceição Tavares, economista petista e próxima de Dilma Roussef.
Aloysio Nunes foi membro do grupo Ação Libertadora Nacional ALN, cujo líder era Carlos Marighella. Aloysio Nunes foi vice de Aécio, foi eleito Senador pelo PSDB e hoje é Ministro do governo Temer.
Mas no passado foi motorista e guarda-costas de Carlos Marighella e realizou MUITOS ASSALTOS À MÃO ARMADA EM NOME DA GUERRILHA SOCIALISTA.
José Anibal que foi presidente do PSDB e líder na câmara 4 x, participou da Organização Revolucionária Marxista Política Operária POLOP ao lado de Dilma Roussef, sua companheira de luta.
Rapaz, e eu to aqui desde 1995 esperando a Revolução Comunista acontecer aqui em São Paulo.

O próprio FHC já disse "esqueçam o que eu disse". Ele foi professo na minha faculdade e ele sequer pisa lá porque seria escorraçado.
Luís Henrique escreveu:Em 2003 teve um congresso no Brasil o 23º Congresso da Internacional Socialista.
O PSDB tentou participar. Leonel Brizolla barrou.
O PSDB ficou inconformado e liberou a seguinte mensagem de repúdio à negativa de sua participação:

“Só a ignorância pode explicar – sem, no entanto, justificar — o sectarismo presente à organização do XXII Congresso da Internacional Socialista, que acontece em São Paulo na próxima semana. O encontro deixou de lado forças representativas do campo progressista brasileiro, em especial o PSDB, numa demonstração de manipulação partidária, oficialismo e desconhecimento de nossa realidade política que é de causar vergonha aos que, ao longo da história, empunharam as bandeiras nobres da Internacional Socialista.
Sabe porque foram barrados? Porque ninguém que é de esquerda acredita que o PSDB seja um partido de esquerda. Não é porque eu falo que "sou socialista" que os outros, que realmente são, vão concordar com isso. O PSDB é atualmente membro observador da "Internacional Democrata Centrista" conhecida até 2001 por "Internacional Democrata Cristã", ou seja, de uma matriz ideológica de centro-direita, que tem como grande expoente o CDU alemão da Angela Merkel que comanda hoje a Alemanha.

O único membro brasileiro da Internacional Socialista é o PDT. Um membro dessa aliança é o Partido Socialista do Chile que governa hoje esse país com a presidência da Bachelet. Sabe outro partido? O Partido Trabalhista de Israel, aquele de Golda Meir, Shimon Peres, Ehud Barak e vários outros políticos israelenses. Essas filiações internacionais tem como sentido organizar diferentes partidos pelo mundo que sigam mais ou menos a mesma ideologia. O demoníaco PT, por exemplo, é filiado da Aliança Progressista. Sabe quem também é dessa aliança? O Partido Democrata, aquele mesmo, o do Obama.
Luís Henrique escreveu:Eu particularmente estou cansado de roubalheira e cansado de ser governado pela esquerda.
Em breve mudarei de partido.
Faça o que quiser. Mas você não tem o direito de distorcer a história e a realidade.
1) Bolovo, desculpe. Não quis ofende-lo.

Mas veja o que você escreveu antes para mim:


"Isso é uma grande bobagem, Luís. Não sei onde anda se informando, mas isso é uma imensa bobagem."

Eu respondi, dizendo que você deveria procurar outras fontes.

Oras, você acredita nas suas e eu nas minhas. Não falei em lavagem cerebral.
Apenas que HISTÓRIA é algo que nem eu, nem você VIVEMOS aquela época para termos um conhecimento particular.
E ai vai depender de QUAIS livros você leu, de quem eram os autores e da visão DELES sobre os fatos.

Eu mudei de opinião porque na escola era dito uma coisa, meu pai, minhas avós falavam diferente.
Eu pesquisei na internet e encontrei historiadores famosos defendendo o regime militar e desmistificando várias coisas.

2) Em 1950 ele foi eleito pelo voto.

Mas e o período de 1930 a 1945 ????

O Brasil teve 41% de seus Presidentes eleitos de forma INDIRETA, NÃO PELO VOTO ao longo de sua história recente. (aproximadamente os últimos 100 anos).

Naquela época era algo comum. Julio Prestes foi ELEITO pelo voto. Eles derrubaram o presidente eleito, fizeram uma revolução e colocaram Getúlio Vargas...

O governo militar era um Governo Híbrido. Não era 100% Democracia, aliás até HOJE não é.
Mas nunca foi uma Ditadura.

Ditadura existe um governante como Fidel Castro, Kim Il Sung. E o poder só é transferido após a MORTE ou incapacidade do ditador, o poder é transferido para a família, normalmente para o Filho.

Você não pode deixar o país. Veja os cubanos do programa Mais Médicos. Eles são enviados para o Brasil, quase todo seu salário vai para o Governo, sua esposa/marido e filhos ficam em Cuba.
Imagine filhos serem separados de sua mãe ou pai? Para que? Para o cara não fugir.
No Brasil nunca teve esse tipo de coisas.
O seu salário era seu e você podia deixar o país, qualquer um podia deixar o país e ir morar onde bem entender.

O General Presidente não exercia o poder até sua morte. O sucessor não era seu filho. Nunca houve extermínios em praça pública.
Apesar que houve sim EXCESSOS de poder praticado por determinadas autoridades, e não por 100% do governo.
Esses excessos foram uma reação dos militares para com os Guerrilheiros ARMADOS que praticavam CRIMES, como assassinatos.
Não foi uma reação contra estudantes desarmados que soltavam flores e pombas brancas em defesa da democracia.
foram guerrilheiros que tinham AJUDA financeira e de treinamento DE GUERRA de países "SUPER DEMOCRÁTICOS" como Cuba, Coreia do Norte e China.

O que eles iam treinar nestes países ?

Designer de Sobrancelha ? Manicure e Pedicure ? Moda ?

Eles treinavam guerra de guerrilha.
Teve exageros do outro lado? Acredito que sim.
Teve pessoas inocentes que sofreram de alguma forma?
Também acredito que sim.

Agora, as pessoas que sofreram consequências nessa GUERRA, eram em sua MAIORIA inocentes?
Com certeza absolura que NÃO. A grande maioria eram assassinos terroristas que roubavam e cometiam todos os tipos de crimes.

Agora eu te pergunto:

Qual regime DITATORIAL, fortemente armado e praticamente SEM OPOSIÇÃO ARMADA (década de 80), entregou o poder ???

Se você é um ditador e toda força militar e armada é sua e você não está em guerra civil, não existe outra força equivalente ou superior à sua, você vai deixar o poder e entregar para o povo ???

Porque isto aconteceu? Simplesmente porque o regime era híbrido, NUNCA foi uma ditadura.

3) a HISTÓRIA e a REALIDADE já foram distorcidas tantas vezes que nem eu, nem você, temos a certeza de nada.
Nós falamos daquilo que ouvimos falar. Independente se ouvimos de algum conhecido ou se lemos em um livro escrito por um desconhecido.
Ou se esse escritor é famoso ou não.

Você sabia que os alemães, na época da Segunda Guerra Mundial, fizeram um acordo com a Igreja e fizeram ENORMES SUBSTITUIÇÕES E ALTERAÇÕES na Bíblia Sagrada?
Sabia que na bíblia distribuída na Alemanha dizia que Jesus não era Judeu ? Que Jesus era Alemão e foi crucificado e morto pelos Judeus ?

O MEC deles era fiél ao Líder Supremo, o Hitler. E a Igreja, para não ser exterminada, executada, aceitou a reforma.

Quer outro exemplo:

Como a Igreja Católica possui um poder maior no cenário político, principalmente algumas décadas atrás, os livros de escola dizem que os Protestantes ou Evangélicos surgiram para atender aos interesses da classe Burguesa.
Quem é protestante ou evangélico acredita em outra História, que um grupo de Bispos da Igreja Católica, não concordavam com algumas práticas, como imagens, santos, etc.
E queriam MUDAR isto. Não conseguiram e decidiram deixar a Igreja Católica e iniciar a Igreja Protestante, Evangélica.

Se você é católico, vai acreditar na primeira versão. Independente de quem disse ou escreveu.
Se você é evangélico, vai acreditar na segunda versão.

As pessoas acreditam naquilo que querem e normalmente não estão 100% erradas mas também não estão 100% certas.




Su-35BM - 4ª++ Geração.
Simplesmente um GRANDE caça.
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Re: O Exército Brasileiro dos Anos 2000 - Uma visão.

#140 Mensagem por Clermont » Qua Fev 27, 2019 8:25 am

Uma jabuticaba chamada QAO.

Montedo.com - 23.02.19.

Desde que foi confirmado como candidato a vice na chapa de Bolsonaro, o general Mourão passou a falar, e muito. Entre um ‘sincericídio’ e outro, colocou várias vezes o `mito` em saia justa. A situação mais notória foi quando – para delírio da oposição! – afirmou diante de uma plateia de empresários que o décimo-terceiro é uma ‘jabuticaba’, pois só existe no Brasil.

Empossado, Mourão seguiu dando vazão à sua verborragia e a causar problemas ao governo do Capitão-Presidente. Mas uma fala sua em particular requer a atenção dos militares do andar debaixo. Confira esta declaração, em meio a uma longa entrevista ao Correio Braziliense em 17 de janeiro:

Repórter – O que seria, por exemplo, hoje, um aumento de salário para colocar os militares em uma condição de igualdade que resultasse em um sistema da Previdência?

Mourão – Não posso dizer o valor aqui, já que tem problemas nessa escala. Entenda o seguinte: minha visão é de que nós temos uma escala salarial que vai do general de quatro estrelas ao soldado mais novo. Então, é difícil você acomodar isso. Eu tenho uma visão distinta. Acho que deveria ter duas escalas: uma dos oficiais, outra, dos praças, como é nos Estados Unidos. Aí, você corrigiria essas distorções. O que acontece: um segundo-sargento, um primeiro-sargento têm as mesmas necessidades de um major, de um tenente-coronel. Têm de colocar filho na escola, dar comida, pôr vestimenta. Tem que ver, seria uma mudança radical.


Bingo! De há muito estou convencido de que a mudança radical citada por Mourão é a solução para o problema que os graduados das Forças Armadas vivem nestes tempos pós `MP do Mal`: com a extinção da gratificação por tempo de serviço, hoje um subtenente com cerca de 22 anos na Força ganha menos do que um aspirante a oficial imberbe, recém saído de um NPOR da vida, por conta do escalonamento vertical dos soldos dos militares. Um absurdo!

Na FAB e Marinha, a graduação de suboficial é o último degrau na carreira. No Exército, existe – copiando a expressão de Mourão – uma ‘jabuticaba’ chamada QAO (Quadro Auxiliar de Oficiais), que permite aos praças o acesso até o posto de capitão, única forma de garantir remuneração melhor na inatividade.

A separação definitiva da carreira de oficiais e praças, seguindo o modelo americano, é a melhor solução, desde que acompanhada da extinção do famigerado escalonamento de soldos do general ao soldado. Assim, teríamos uma tabela de soldos para oficiais e outra para praças, sendo o soldo da maior graduação equiparado ao de major ou, na pior das hipóteses, ao de capitão.

Creio que aí temos uma excelente pauta para os nossos congressistas.




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Re: O Exército Brasileiro dos Anos 2000 - Uma visão.

#141 Mensagem por Clermont » Dom Nov 17, 2019 10:43 am

QUADRO COMPLEMENTAR: UMA FORMA DE ACELERAR A PROMOÇÃO DOS SARGENTOS.

Capitão de Cavalaria Luiz Carlos Poll - Revista do Exército Brasileiro, Rio de Janeiro, 124(2): 21-24, abril/junho de 1987.

INTRODUÇÃO.

O título pode causar estranheza a muitos militares por estarem acostumados a ver um oficial QAO [Quadro Auxiliar de Oficiais] velho, cansado, em fim de carreira, se preparando para a Reserva. Esta é a situação atual deste quadro de oficiais sobre a qual este artigo faz uma sugestão de mudança. Todos nós temos uma aversão inata às mudanças, mas, na maioria das vezes, verificamos que as mesmas acontecem para melhor.

Outros estranharão a origem desta sugestão, já que o autor destas linhas não passa de um capitão de cavalaria servindo no interior do Rio Grande do Sul, sem destaque algum dentro do Exército, e que passou a quase totalidade de seu tempo de oficial servindo na tropa. Talvez por ter vivido estes últimos dez anos ombreando com os demais oficiais e sargentos, para bem formar e adestrar o soldado combatente, é que tenho agora a audácia de colocar tal idéia no papel. Idéia esta cuja defesa faço no intuito de "acender uma vela, ao invés de maldizer a escuridão".

A IDÉIA.

Agilizar as promoções do sargento oriundo da EsSA [Escola de Sargentos das Armas], a fim de que este, promovido a 2° tenente, com cerca de quinze anos de sargento, venha a substituir, em parte, o oficial R/2 combatente, e, após cinco a seis anos à frente de um pelotão, passe a ocupar funções burocráticas na unidade, seguindo carreira dentro do quadro complementar, passando para a Reserva satisfeito consigo mesmo e com a profissão que abraçou.

OS ARGUMENTOS.

É comum o sargento responder pelo comando do pelotão na falta de oficial para a função.

No corpo-de-tropa é freqüente a ocasião em que tal situação ocorre. O sargento comanda o pelotão "de fato", faltando comandar "de direito". Como comandante de esquadrão, sempre tive um ou dois pelotões com sargentos à testa. Nunca tive aborrecimentos com isto; pelo contrário, o graduado experiente e motivado, à frente do seu pelotão, se constitui em certeza de tranqüilidade para qualquer comandante de subunidade.

Nível de Escolaridade.

A maioria dos sargentos de carreira atinge hoje em dia o nível de 2º grau completo, pois precisam dele para chegar ao oficialato. É raro a figura do sargento que só tem a prática, a quem falta a gramática. Pode ser exigido do oficial QAO que complete a faculdade, para ser promovido a 1º tenente ou capitão, se o nível de instrução for empecilho para agilizar sua carreira.

Maior Motivação para o Sargento de Carreira.

Deixando de ser o oficialato um privilégio de poucos sargentos, todos os graduados oriundos da EsSA se esforçarão ao máximo para lá chegar, acabando com o desânimo que as promoções demoradas acarretam.

Atualmente, o graduado passa oito a nove anos como 3º sargento (alguns onze a doze anos); oito, em média, como 2º sargento; dois a três como 1º sargento, e cerca de três como subtenente até chegar a oficial. Isto para aqueles que o conseguem.

Atração de elementos de maior nível intelectual para as fileiras do Exército.

Se a idéia aqui apresentada fosse acolhida, haveria uma grande demanda de sargentos para o oficialato, criando muitos claros de 3º Sgt. Estes seriam preenchidos pelos temporários. Havendo aumento destes últimos, o jovem de maior escolaridade iria querer ficar como NB [Núcleo-Base, os soldados engajados voluntariamente], vislumbrando uma oportunidade de chegar a sargento temporário em pouco tempo, e fazer seu embasamento econômico para mais tarde. Também a EsSA poderia selecionar mais seus candidatos pela procura que uma carreira rápida ocasionaria.

Combinação da experiência do oficial QAO com o vigor e entusiasmo do oficial AMAN.

O aspirante da AMAN teria condições de aprender com seu colega QAO, comandante de pelotão, pela simples observação de suas atitudes, do emprego da experiência de anos na liderança do pelotão. Acredito que o oficial recém-chegado das Agulhas Negras se entenderia facilmente com um oficial formado pelos longos anos de tropa. Deste entendimento, se originaria a fusão da experiência com a juventude, enormemente salutar para o Exército.

O Quadro Complementar.

Passível de erro se torna fazer comentários ou emitir opiniões sobre algo que ainda não foi criado, mas vamos tentar.

Se o referido quadro atender, basicamente, às áreas técnicas dentro do EB, teríamos aí o uso ideal de militares com muitos anos de caserna. Seria onde a experiência do QAO poderia ser melhor empregada, a função ideal para aquele que já comandou seu pelotão e deu o melhor de si nesta labuta. Poderia ele, então, galgar postos acima do de capitão; um coroamento perfeito de uma vida dedicada ao serviço da Pátria.

As funções burocráticas no corpo-de-tropa.

É muito comum encontrar-se nas unidades o oficial R/2 combatente desempenhando uma função burocrática como S/1, ajudante-secretário, almoxarife, aprovisionador (na falta de oficial intendente), ou comandando pelotão de serviços, de administração, de comunicações. Todas estas funções podem ser desempenhadas por oficiais do quadro auxiliar, mesmo por aqueles já em fim de carreira que tenham chegado apenas a 2º tenente. As vantagens de usá-los nestas funções são óbvias se lembrarmos do tempo que eles tiveram para conhecer o material, a burocracia, a administração.

Ensinamento da Guerra das Malvinas.

Durante um ou dois anos após o conflito anglo-argentino de 1982, muito se falou nos ensinamentos que a disputa em torno das Ilhas Malvinas deixou. Um deles foi o fato de os ingleses contarem com soldados profissionais, o que foi bastante significativo na sua vitória contra os recrutas argentinos. Isto demonstra a preponderância da experiência sobre o arrojo.

E quanto ao oficial R/2 que se encontrasse na tropa no momento em que esta idéia fosse seguida?.

Naturalmente que teria que ser satisfeito o direito deste oficial que ingressou no Exército para nele passar o tempo que lhe é permitido, pouco menos de dez anos, atualmente. Findo este tempo ele iria para a Reserva ou, se destacado, seguiria em frente, como vem ocorrendo.

ARGUMENTO CONTRA

O Preparo Físico.

A colocação de maior peso que poderia ser usada contra a idéia proposta é a que se refere ao vigor físico de um oficial QAO, mesmo que promovido com cerca de quinze anos de sargento. Defendo a tese dizendo que a maioria esmagadora dos sargentos, com quinze anos de graduado, encontra-se em perfeitas condições físicas para liderar um pelotão, como a prática demonstra.

Mas, afinal, o EB está interessado em atletas ou em comandantes de pelotão? No caso de uma guerra, vencem os de melhor preparo físico ou os que empregam com a sabedoria da maturidade a sua capacidade física? Davi venceu Golias. Os Estados Unidos foram derrotados no Vietnã.

Considero, no entanto, que seria salutar colocar-se a condição sine qua non de obtenção do resultado MB no TAF, para promoção do oficial QAO. Tal exigência reduziria em muito a existência do graduado gordão, desleixado consigo mesmo. Para evitar o favoritismo que é o efeito da simpatia pessoal, o TAF poderia ser realizado no QG das brigadas.

A REALIDADE.

Não sou visionário nem revolucionário. Apenas, argumentei uma idéia que defendo. Observo que, no momento, as promoções de sargentos sofreram uma freada brusca, o que parece indicar exatamente o oposto do que proponho. Mas eu tentei. Tentei acender uma vela que possa, talvez, chamar a atenção de alguém com muito mais capacidade, e que consiga resultados que eu não espero. Talvez este alguém proponha, e seja aceita, a realização de uma experiência limitada e controlada, neste sentido, promovendo os cabeças de turma da EsSA e colocando-os no comando de um pelotão, mesclando-os com oficiais R/2 e oriundos da AMAN. Se observado que a proposta tem fundamento, talvez se faça uma modificação lenta e gradual nesta legislação. Ou mesmo se faça uma combinação de oficiais R/2 e QAO no quadro complementar. É possível.

CONCLUSÃO.

Considero que agilizar as promoções dos sargentos seria não um prêmio, mas sim um reconhecimento pelos bons serviços prestados durante longos anos, demonstrando disciplina, dedicação à profissão e lealdade a seus chefes.

Não tenho nada contra os oficiais R/2, até pelo contrário, tive e tenho muito bom relacionamento com eles. Pude constatar que alguns deles, pelo esforço e dedicação, ombreiam com os melhores oficiais oriundos da AMAN. A eles dedico estima e são eles dignos de todo meu respeito. O que defendo é que seria mais justo e de melhores resultados para o Exército a promoção do sargento.

Meu trabalho está findo. Apresentei o que penso e acho que muitos têm idéias semelhantes. Outros haverão de achar esta idéia um disparate total. Afinal:

"Idéias não são metais, que se fundem."


___________________________________________________

O Capitão de Cavalaria Luiz Carlos Poll possui os cursos militares da Academia Militar das Agulhas Negras, de Manutenção de Armamento da Escola de Material Bélico e da Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais. Serviu durante dois anos no 2º RC Mec, em São Borja, RS, um ano no 3º RCC, no Rio de Janeiro, quatro anos no 1º RC Mec, em Itaqui, dois anos no 6º RCB, em Alegrete, e atualmente serve no 3º Esqd do 5º RC Mec, em Passo Fundo, RS. Foi comandante de esquadrão durante a metade de seu tempo de oficial e, durante o restante do período, desempenhou, na tropa, a função de comandante de pelotão.




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Re: O Exército Brasileiro dos Anos 2000 - Uma visão.

#142 Mensagem por FCarvalho » Dom Nov 17, 2019 9:54 pm

32 anos se passaram e o que mudou de fato? Eu não sei, mas continuo sem conhecer muitos oficiais que começaram a carreira como sargentos.
Mas a proposta continua atualíssima.

abs




Um mal é um mal. Menor, maior, médio, tanto faz… As proporções são convencionadas e as fronteiras, imprecisas. Não sou um santo eremita e não pratiquei apenas o bem ao longo de minha vida. Mas, se me couber escolher entre dois males, prefiro abster-me por completo da escolha.
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Re: O Exército Brasileiro dos Anos 2000 - Uma visão.

#143 Mensagem por jambockrs » Dom Jan 19, 2020 12:17 pm

Meus prezados
Plano Estratégico do Exército Brasileiro - Prioridades e aquisições.




Um abraço e até mais...
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Re: O Exército Brasileiro dos Anos 2000 - Uma visão.

#144 Mensagem por Ckrauslo » Dom Jan 19, 2020 12:31 pm

Espero que venha algo a nivel de equipamentos pessoais.




Kept you waiting, huh?
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