Submetralhadoras

Assuntos em discussão: Exército Brasileiro e exércitos estrangeiros, armamentos, equipamentos de exércitos em geral.

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LEO
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Submetralhadoras

#1 Mensagem por LEO » Sáb Abr 12, 2003 4:32 pm

Lanço umas perguntas para o pessoal que entende mais desse assunto, pergunto sobre as submetralhadoras:

Pergunto primeiro sobre as submetralhadoras Beretta/Taurus M972 usadas pelo EB, elas podem ser consideradas eficientes?

As submetralhadoras HK MP5 são eficientes, porque essas são usadas no mundo todo.

Tem alguma que pode ser considerada superior a maioria das outras armas do mesmo tipo? Se sim, qual?

Agora, me corrijam se estiver errado, mas submetralhadoras são na verdade pistolas automaticas com maior capacidade de fogo, porque usam munição de pistola, na maioria 9mm, não é verdade?


Abraços


LEO




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#2 Mensagem por PFF » Sáb Abr 12, 2003 6:45 pm

Eu, particularmente, acho que a Beretta é uma excenlente arma, para o fim a que ela se destina. É bastante estável, muito precisa, com pouco recuo. Realmente muito boa. Ela tinha uma má fama no Exército por dois motivos, aliás por um motivo só, que causava dois efeitos "indesejáveis": ele opera aberta, ou seja, o ciclo de funcionamento dela começa com o ferrolho à retaguarda. Isso é uma característica comum à maioria das metralhadoras de mão projetadas na década de 60. A Uzi e a Ingram, por exemplo, operam do mesmo jeito.

O primeiro efeito que isso causava é que ficava entrando sujeira pela janela de ejeção. Eu nunca operei com ele em situação desfavoráveis, só tiro em estande, assim, não sei se isso influia no funcionamento ou não. De qualquer forma, as versões mais novas vêm com uma tampa na janela de ejeção, que se abre ao primeiro tiro, solucionando esse problema.

O segundo efeito é devido a uma má instrução ou falta de adestramento do usuário da arma. Devido ao costume em utilizar o FAL, que opera fechado, o atirardor tem uma tendência a levar o ferrolho à frente, causando o disparo acidental.

Como vcs puderam ver, os dois problemas são de fácil solução. Um probleminha que eu vejo é a coronha dobrável dela, que fica um pouco desconfortável para canhotos.

De qualquer forma, é uma arma que está aos poucos, sumindo do Exército. As metralhadoras de mão estão sendo retiradas dos corpos de tropa (agora é todo mundo de fuzil, uma escolha muito acertada) e apenas tropas especializadas estão usando.

Quanto à MP5, eu nunca atirei com ela, mas posso dizer que tem uma ergonomia excelente, típica das armas alemãs. Achei ela um pouquinho pesada, mas como você mesmo disse, deve ser boa, pois todo mundo usa.

Quanto ao conceito, metralhadoras de mão apenas usam a munição de pistola, são armas totalmente diferentes. Pistolas precisam de muitas modificações para disparam em rajada.




Marcus Vinícius P. D. Piffer
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#3 Mensagem por LEO » Sáb Abr 12, 2003 7:19 pm

Quanto ao conceito, metralhadoras de mão apenas usam a munição de pistola, são armas totalmente diferentes. Pistolas precisam de muitas modificações para disparam em rajada.


É, eu acho que na minha primeira mensagem, eu não consegui expor totalmente o que eu quis dizer, eu disse que as submetralhadoras são como uma pistola automatica, mas na verdade não são uma pistola, há diferenças, entre as diferenças mais simples é a capacidade dos pentes de cada uma e que uma pistola não dispara tiros em rajada. Resumindo, a submetralhadora é como uma pistola porque sua munição é a mesma, 9mm, mas as semelhanças ficam por ai, porque no resto elas são diferentes.


Abraço


LEO




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Guerra
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#4 Mensagem por Guerra » Seg Abr 28, 2003 12:38 am

Na minha opinião, a Bereta para uso militar deixa muito a desejar. A Bereta é realmente muito precisa e quase não tem recuo, porém "puxa" um pouco para o lado esquerdo. O problema da sujeira na janela de ejeção, embora já tenha sido parcialmete resolvido com os novos modelos, ainda é um ponto negativo. Já esperimentei a MP 5, e achei bem melhor.
Agora seu maior problema para uso no EB se resume nessa frase do PFF:

Devido ao costume em utilizar o FAL, que opera fechado, o atirardor tem uma tendência a levar o ferrolho à frente, causando o disparo acidental.

Falta de adestramento ou não é um problema grave.




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Clermont
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#5 Mensagem por Clermont » Qui Mai 01, 2003 1:43 pm

Já li uma entrevista de um coronel do Exército (acho que o nome era Fregapani) na revista Segurança&Defesa. Ele defendia a abolição de submetralhadoras e pistolas, pelo menos na infantaria.

Realmente, talvez fosse interessante, como simplificador em termos logísticos. Afinal, com a provável adoção do cal 5,56mm, o Exército ficaria com três munições diferentes (5,56 para os fuzis; 7,62 para as metralhadoras médias; e o 9 mm para as armas de bolso e submetralhadoras).

Talvez submetralhadoras e pistolas possam ser restritas a unidades especializadas (tipo "comandos", ou alguma formação especializada em luta de rua). E é claro, as unidades de serviço de polícia.

Assim, os pelotões e companhias de fuzileiros, e de apoio, poderiam se limitar, apenas, aos cal 5,56 ou 7,62 (ou os dois juntos). Isso deveria facilitar bastante a vida do pessoal da logística.

Pessoal que dispara armas coletivas, como morteiros ou metralhadoras médias, talvez pudesse dispensar o uso de armas individuais. Afinal, eles sempre poderiam contar com a proteção dos outros elementos da peça, como os remuniciadores, armados com alguma versão mais simples do fuzil comum. E, caso um atirador de morteiro ou de metralhadora média, perca sua arma de dotação, ele sempre poderá arranjar um fuzil de algum ferido ou morto, jogado no campo de batalha.

Pensando bem, qual será a porcentagem de apontadores de morteiro 81, que se viram à distância de tiro de pistola de um inimigo na história das guerras?

Até mesmo, ao nível do batalhão, quem quiser usar pistola ou revólver (no caso dos oficiais superiores), que trate de comprar do próprio bolso, como item não-regulamentar. Acho que um coronel comandante de batalhão devia ser um sujeito durão o bastante, para usar um fuzil comum, como todos os soldados de linha de frente. Dizem que isto faz um bem danado ao moral da tropa em combate, ver os seus oficiais superiores, visitarem a linha de frente, com o fuzil à tiracolo.




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#6 Mensagem por Guerra » Qui Mai 01, 2003 11:09 pm

Isso é verdade Clermont, as Beretas já estão praticamente aposentadas nas OM de infantaria. É posivel encontra-las em qualquer reserva de armamento de pelotão de infantaria, mas dificilmente você vai ver um comandante usando uma numa missão.




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#7 Mensagem por Tenente R2 » Dom Mai 04, 2003 1:52 pm

Concordo plenamente com a observação do Sgt Guerra...

Desculpe mudar um pouco o rumo desse debate, mas qual é a sua opinião sobre a polêmica criada pela EASA de se habilitar o sargento aperfeiçoado do EB a função de Cmt de Subunidade(cargo atualmente exclusivo de Oficial)?

até mais...




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#8 Mensagem por Guerra » Seg Mai 05, 2003 12:09 pm

Tenente R2 escreveu:Concordo plenamente com a observação do Sgt Guerra...

Desculpe mudar um pouco o rumo desse debate, mas qual é a sua opinião sobre a polêmica criada pela EASA de se habilitar o sargento aperfeiçoado do EB a função de Cmt de Subunidade(cargo atualmente exclusivo de Oficial)?

até mais...


Não me leve a mal Tenente R2 esse assunto já gerou muita polemica e eu prefiro deixar de lado, se for só para relembrar minha opinião, eu não gostei da ideia.




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#9 Mensagem por Spetsnaz » Dom Mai 18, 2003 3:32 pm

Uma que eu particularmente adoro é a Izmash Bizon-2 .... mto loka.. :?




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#10 Mensagem por miliko » Qui Mai 22, 2003 10:17 pm

As metralhadors de mao ainda sao previstas nas OM de cavalaria. Eu acho que ainda são úteis. Quando vc precisar, por exemplo, num conflito urbano, realizar um estouro de aparelho( ou entrada tatica, como chamam as policias) elas sao necessarias. Atirei recentemente com a beretta. Ela é precisa, mas tem todos esses inconvenientes ja citados,. Logo depois , alguns dias , atirei com a mp5, uma da policia federal. Essa é excepcional!!!




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Re:

#11 Mensagem por UALAH » Qui Jun 12, 2014 11:23 am

Guerra escreveu:Na minha opinião, a Bereta para uso militar deixa muito a desejar. A Bereta é realmente muito precisa e quase não tem recuo, porém "puxa" um pouco para o lado esquerdo. O problema da sujeira na janela de ejeção, embora já tenha sido parcialmete resolvido com os novos modelos, ainda é um ponto negativo. Já esperimentei a MP 5, e achei bem melhor.
Agora seu maior problema para uso no EB se resume nessa frase do PFF:

Devido ao costume em utilizar o FAL, que opera fechado, o atirardor tem uma tendência a levar o ferrolho à frente, causando o disparo acidental.

Falta de adestramento ou não é um problema grave.

Ola gostaria de somar a lista de problemas da bereta mais dois itens importantes:um se ela cair no chão com o ferrolho a retaguarda pode acontecer um disparo acidental, dois e mais importante é que se o operador não puchar o ferrolho totalmente a retaguarda e soltalo vai atirar com certeza basta puchar a alavanca dois terços do se curso total para que aconteça a apresentação de um cartucho isso é um perigo.




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Re:

#12 Mensagem por UALAH » Qui Jun 12, 2014 11:33 am

[quote="Clermont"]Já li uma entrevista de um coronel do Exército (acho que o nome era Fregapani) na revista Segurança&Defesa. Ele defendia a abolição de submetralhadoras e pistolas, pelo menos na infantaria.

Realmente, talvez fosse interessante, como simplificador em termos logísticos. Afinal, com a provável adoção do cal 5,56mm, o Exército ficaria com três munições diferentes (5,56 para os fuzis; 7,62 para as metralhadoras médias; e o 9 mm para as armas de bolso e submetralhadoras).

Talvez submetralhadoras e pistolas possam ser restritas a unidades especializadas (tipo "comandos", ou alguma formação especializada em luta de rua). E é claro, as unidades de serviço de polícia.

Assim, os pelotões e companhias de fuzileiros, e de apoio, poderiam se limitar, apenas, aos cal 5,56 ou 7,62 (ou os dois juntos). Isso deveria facilitar bastante a vida do pessoal da logística...............................


A experiencia de quem está em combate diz o contrario todos devem ter uma arma curta como segunda arma estariamos indo na contra mão da lógica da guerra moderna.
Quem propos isso deve ter usado a lógica admistrativa é não a opertativa.




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Re: Re:

#13 Mensagem por Clermont » Qui Jun 12, 2014 12:19 pm

UALAH escreveu:A experiencia de quem está em combate diz o contrario todos devem ter uma arma curta como segunda arma estariamos indo na contra mão da lógica da guerra moderna. Quem propos isso deve ter usado a lógica admistrativa é não a opertativa.
O coronel Fregapani - que é um dos oficiais mais operacionais que o Exército já teve - escreveu aquele texto lá pelos anos 1980, na Segurança & Defesa. Aquela ainda era época de Guerra Fria, onde ainda se visualizavam grandes combates convencionais. Bem diferente dos dias atuais, nesta época de Guerras de Contrainsurgência, onde é possível que o uso de armas de porte seja muito importante para exércitos de ocupação, como o americano e os dos países da OTAN.

No caso do Brasil, com a maior ênfase que o Exército tem concedido à operações de Garantia da Lei e da Ordem, talvez a submetralhadora tenha crescido de importância, em especial, em tropas especializadas, como a 11ª Brigada de Infantaria Leve de São Paulo e é claro, nas unidades de polícia.




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Re: Submetralhadoras

#14 Mensagem por Hermes » Sáb Jun 14, 2014 8:06 pm

"Agora, me corrijam se estiver errado, mas submetralhadoras são na verdade pistolas automaticas com maior capacidade de fogo, porque usam munição de pistola, na maioria 9mm, não é verdade? "

- Quando fiz o curso de submetralhadora basicamente foi isso que foi passado, seria um "pistolão"em seu uso com maior precisão, capacidade de munição, alcance e impacto só devendo ser usada em auto em situações muito específicas e na maioria das vezes com rajadas curtas.




...
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Re: Submetralhadoras

#15 Mensagem por gabriel219 » Ter Jun 17, 2014 6:59 pm

Eu, particularmente sou fã de calibre menores com munições bem mais efetivas, como 5.7 x 28 mm C2F Elite. Tal armamento pode causar muito mais danos do que uma .45, ainda possuindo poder de penetração bem superior (importante em combates contra Exércitos equipados de coletes balísticos), mais leve (pode levar maior quantidade de munição) e ainda possui um recuo muito mais suave, sem falar na maior precisão.

A FN Five-Seven, sempre que leio em Blogs Americanos, é muito elogiada pelos atiradores, principalmente pelo baixíssimo recuo (comparado a de uma .22), alta precisão e capacidade no seu pente, o que pode acarretar em maior volume de fogo.

Acho que a 9 mm ainda vai reinar muito, mas acho tais munições, apesar de mais caras (a eficiência delas devem cobrir seus custos), mais efetivas.

Abs.




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