Se melhorar gestão agrícola, País vira ‘líder inatingível’
9 de novembro de 2010 | 11h19
Sílvio Guedes Crespo
Plantação de cebola em Cristalina (GO) (foto: Dida Sampaio/AE)
Os produtores rurais não precisam esperar o Estado resolver problemas de infraestrutura ou de crédito para se tornarem “líderes mundiais inatingíveis”, segundo um estudo da Economist Intelligence Unit (EIU), empresa britânica de pesquisas ligada à revista “The Economist”.
O estudo, intitulado “O poder global do agronegócio brasileiro”, aponta os desafios de infraestrutura e outras dificuldades do produtor rural como a de obter crédito, mas adota um tom positivo. Ao invés de lamentar, sugere formas de o agricultor superar esses problemas, melhorando técnicas de gestão. As recomendações são:
- intensificação da técnica de cultivo duplo;
- integração entre pecuária e agricultura;
- transformar continuamente as estruturas corporativas;
- expandir a pesquisa de novas variedades de grãos;
- reavaliar a gama de produtos nas fronteiras agrícolas para maximizar o potencial;
Na parte que cabe ao Estado, a principal sugestão é aumentar o investimento em vias fluviais e ferrovias. A estrutura de transporte do País, diz o estudo, é “inapropriado para as dimensões continentais do Brasil”, com 60% da produção sendo transportada por caminhões, por meio de milhares de quilômetros de estradas não pavimentadas. Ainda, o sistema de estradas de ferro é “ineficiente e pequeno” e as vias fluviais estão subutilizadas, com portos também ineficientes.
Ainda assim, diz a EIU, o Brasil tem vantagens competitivas em relação ao resto do mundo no agronegócio (incluindo clima favorável, grandes porções de terras aráveis e água em abundância). Além disso, o setor se beneficiou de políticas de longo prazo do governo para investimento em pesquisas.
O estudo da EIU foi patrocinado pela Accenture.
Matéria bem interessante, mostra como podemos ser uma superpotência isolada em um dos setores mais importantes e estratégicos do Mundo, que é o setor da agricultura/pecuária.
E isso tem um valor estratégico gigante, é só sabermos usar.