BARAK OBAMA E A NOVA POLITICA ESPACIAL DOS EUA

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BARAK OBAMA E A NOVA POLITICA ESPACIAL DOS EUA

#1 Mensagem por Rui Elias Maltez » Qui Abr 15, 2010 10:27 am

Presidente dos EUA vai à Florida tentar fazer história

Obama vai traçar o caminho das estrelas para a NASA
14.04.2010 - 19:01 Por Clara Barata / Público


No espaço ninguém o pode ouvir gritar? Pois sim, mas aqui na Terra Barack Obama já ouviu muitos brados, uns mais altos que outros, contra a nova estratégia da NASA. Para tentar responder-lhes, e convencer os americanos da validade da sua nova visão para o espaço — que ainda não foi aprovada pelo Congresso — o Presidente norte-americano vai hoje à Florida defendê-la em pessoa. O fim dos vaivéns deixa os EUA sem meios para levar astronautas para o espaço (NASA)

No espaço ninguém o pode ouvir gritar? Pois sim, mas aqui na Terra Barack Obama já ouviu muitos brados, uns mais altos que outros, contra a nova estratégia da NASA. Para tentar responder-lhes, e convencer os americanos da validade da sua nova visão para o espaço — que ainda não foi aprovada pelo Congresso — o Presidente norte-americano vai hoje à Florida defendê-la em pessoa.

No discurso que fará, espera-se que anuncie a recuperação da cápsula Oríon do cancelado programa Constelação, que deverá ficar acoplada à Estação Espacial Internacional como veículo de fuga, em caso de emergência. E que use a sua célebre retórica, capaz de entusiasmar e fazer sonhar, para vender uma estratégia que não está a ser bem recebida.

A crítica mais cortante, como uma chuva de micrometeoritos que esburacaria qualquer fato espacial sem piedade, veio na carta de três comandantes das gloriosas missões Apolo das décadas de 1960

1970, quando os americanos colocaram a bandeira das riscas e das estrelas na Lua. “Sem a experiência e os conhecimentos que a operação de veículos espaciais fornece, os Estados Unidos muito provavelmente iniciarão um longo declínio para a mediocridade”, escrevem Neil Armstrong, comandante da Apolo 11 (a primeira nave a aterrar na Lua), James Lovell (comandante da Apolo 13 (a missão que teve de voltar para trás) e Eugene Cernan (o comandante da última missão na Lua).

O programa Constelação, que incluía o desenvolvimento dos foguetões Ares I e V, para viajar até à estação espacial e regressar com missões tripuladas à Lua, bem como a cápsula Oríon, para transportar astronautas, foi cancelado no início de Fevereiro. Isto aconteceu com base nas recomendações de comité de peritos reunido pela Administração Obama (o Comité Augustine). Em compensação, a NASA passaria a concentrar-se na investigação fundamental, deixando para a iniciativa privada o desenvolvimento de veículos capazes de transportar mercadoria, primeiro, e posteriormente até astronautras, para órbitas próximas da Terra.

Quando o vaivém for aposentado, em 2011, a NASA ficará sem meios próprios para transportar astronautas para o espaço — mas isso já é um problema herdado de outras administrações, e não criado pela Administração Obama. Mesmo continuando o programa Constelação, não havia maneira de ter um substituto para o vaivém antes de 2015, numa perspectiva optimista.

Passagens de 50 milhões

Para continuar a enviar astronautas para a estação espacial, os EUA terão de pagar 50 milhões de dólares por cada passagem numa cápsula Soiuz à Rússia — o que não agrada aos políticos e fere o orgulho dos americanos, em especial dos trabalhadores da Florida e de outros locais onde há centros da NASA e que temem perder empregos. Muito embora hoje, com o vaivém, os americanos paguem pelo menos 65 milhões de dólares por cada um dos sete astronautas enviados para o espaço em cada missão.

Os media norte-americanos antevêem que Obama dirá hoje que a cápsula Oríon será recuperada dos planos cancelados do Constelação — embora passe a servir apenas como salva-vidas da estação espacial. Espera-se também que fale de novos objectivos de exploração — missões a asteróides, à Lua, a Marte, a luas de Marte (Fobos e Deimos). Tripuladas ou talvez apenas robóticas.

Em suma, espera-se que Obama dê um rumo à nova estratégia espacial da NASA, que parece ter ficado órfã, à deriva, quando com o fim do programa Constelação a Administração Obama lhe tirou o objectivo: voltar à Lua, o sítio aonde já tinha ido há 40 anos.




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