Guerra, o que eu quis exemplificar com a minha história é a influência de "chaves de estrela" em decisões e outros pareceres TÉCNICOS... Claro que temos exemplos excelentes de gente com mente aberta, tipo a do General da EsSA que atendeu um pedido técnico de um ST e um Ten QAO e mexeu os pauzinhos com os escalões superiores pra mudar a Estação Rádio de lugar aqui em Três Corações, isso pra usar outro exemplo prático e que eu conheci por fonte primária, e não no "me disseram que disseram pra ele".
E não sei se você percebeu, eu frisei que a minha opinião quanto a uma concentração alta de mentes muito presas ao passado vem de antes de iniciar o meu problema, em N situações, claro, dentro da realidade escolar, mas em situações que obviamente refletiam o que eu provavelmente encontraria no futuro.
Não estou falando que a estrutura "hierarquia e disciplina" está errada, e muito menos que não deveria existir, mas no EB vemos MUITO as Estrelas falarem mais alto que o parecer técnico, como por exemplo na hora de fazer certos cursos, principalmente no âmbito civil e/ou no exterior, onde vai o que tem mais estrelas, e não quem deveria, que é o cara que realmente vai usar aquele conhecimento...
Bom, estou usando exemplos que eu realmente conheci em primeira mão, e por motivos óbvios não tenho como falar do que ocorre dentro de uma Imbel da vida, se isso ocorre por lá, etc. Mas os FATOS nos levam a acreditar que sim.
Mas na parte operacional as coisas no EB fluem como em qualquer outro exército do mundo. Não sei como essa mentalidade atrasada na parte de pessoal pode influir na parte operacional. O que tem a ver se o cara que vai escrever sobre fuzil do EB é um FDP que interpreta o regulamento do jeito dele.
É aqui que mora o perigo, sim, a mentalidade VAI influir... Como eu já disse naquele post enorme anterior, eu realmente acredito que a estrutura do EB funcionaria em caso de necessidade, ou seja, na parte operacional, afinal desde os primeiros dias de caserna o cara aprende a "dar seus pulos", se virar do jeito que dá pra cumprir a missão, seja ela realizar uma faxina, seja ministrar uma instrução importantíssima para a formação da sua tropa, e obviamente essa dinamicidade ante o imprevisto e a falta de recursos refletirá nas missões operacinoais em caso de guerra. Porém compra de equipamentos, desenvolvimento de requisitos básicos esperados etc, bom, isso pode sim sofrer uma má influência dessas mentes retrógradas, bem ao estilo:
Sim, você é um Engenheiro (ou você é o especialista no emprego do que eu está sendo desenvolvido), mas eu tenho mais estrelas, e vai ser feito assim, do jeito que eu quero...
Pra mostrar onde essa idéia se encaixa vamos à saga MD-97, motivo de existir desse tópico: ... No princípio era o FAL, aí tiveram a brilhante idéia de criar um FAL em 5,56mm, a meta era diminuir ao máximo o desenvolvimento de novas peças, então usaral TODA a estrutura do FAL, sistema de funcionamento, todo o sistema de tiro, enfim, tudão, só converteram pra poder usar munição 5,56mm, surgiu o MD-2, uma porcaria de fuzil, ruim mesmo, mas que cumpriu sua missão, era uma versão 5,56mm do FAL! Tipo, podemos falar que o resultado foi uma merda, mas pelo menos nesse ponto o pensamento era realmente usar TUDO O QUE SE PODIA do FAL, pras mesmas estrutura fabril dar conta do recado, tudo graças a situação financeira da época.
Porém ninguém poderia aceitar o resultado, se fosse pra ter aquilo que se permanecesse com o FAL... Aí deram o braço a torcer, temos que desenvolver um NOVO fuzil, e não simplesmente converter o atual... Começou a nascer o MD-97, mas aqui sim começam os problemas, porque raios o MD-97 tinha que ser parecido com o FAL e usar as partes plásticas do mesmo??? Pô, nessa época coisas como ergonomia já estavam em voga a tempos, e eu DUVIDO que um Engenheiro fodão iria simplesmente CAGAR para isso, se fôssemos da escola Soviética ok, mas somos da escola ocidental. E o problema maior é o seguinte, ante o desenvolvimento de uma arma totalmente nova, que praticamente nada herdou mecânicamente do seu irmão mais velho, usar justamente as partes plásticas é muito estranho... Desenvolveram um novo corpo pra arma, um novo recheio, mudaram o sistema de funcionamento, mudaram o calibre, mas aproveitaram justamente aqueles pedacinhos de plástico que podem fazer toda a diferença de conforto na hora de atirar???
Aí a crítica é, ou os engenheiros são incompetentes, ou houve algum pitaco de quem não tem expertise no assunto, e isso pra falar apenas na questão ergonômica e a total falta de modularidade o que justamente iria facilitar aquela história de fuzil pro infante, pro infante de selva, pro infante de montanha, pro artilheiro, pro cavalariano, pro MatBeliano ou Intendente, e por aí vai... A questão de confiabilidade baixa são outttros 500 que eu não tenho conhecimento de causa pra comentar.
Espero ter conseguido ser claro nesse outro post gigante...