LULA LIBERA 2,2 BILHOES PARA COMPRA DE 36 CAÇAS

Assuntos em discussão: Força Aérea Brasileira, forças aéreas estrangeiras e aviação militar.

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Pedro Gilberto
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#1831 Mensagem por Pedro Gilberto » Sáb Nov 17, 2007 4:26 pm





"O homem erra quando se convence de ver as coisas como não são. O maior erro ainda é quando se persuade de que não as viu, tendo de fato visto." Alexandre Dumas
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Bronco
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#1832 Mensagem por Bronco » Sáb Nov 17, 2007 5:02 pm

Carlos Mathias escreveu:Acontece que um F-5M não chega nem aos pés de um M-2000-5. O A-1 então nem se fala. Gastar dinheiro e principalmente tempo nessas modernizações para no final termos aviões de capacidades duvidosas para um país que almeja a liderança regional é que não me parece correto.

O F-5 está a modernizar-se para que tenha a sua validade certificada! Pode não ser o melhor caça do mundo mas será sempre válido para aquilo que se prevê fazer com ele. Irá, com certeza, ser o mais avançado F-5 do mundo e um dos melhores na sua classe, mas nunca se pode esperar que tenha forçosamente que ter as mesmas capacidades que têm aeronaves de maior porte e com um mesmo nível tecnológico.

Quem dera ao resto dos países da América do Sul terem, por exemplo, um R-99 A/B, para potenciar ainda mais o poder das suas forças. Daí que, quer o F-5, quer qualquer outro aparelho que esteja na primeira linha, tem as suas capacidades aumentadas dessa maneira! Não esquecer que ainda há os radares de terra, também.

Para o A-1 é a mesma coisa! Pensou-se alguma vez numa versão para o A-12? Vejam os SEM que com a tecnologia certa e para aquilo que estão projectados conseguem cumprir com o que se lhse pede para fazer em qualquer parte, mas nunca compará-lo com um F-18, por exemplo! (Seria engraçado era estudarem uma versão para o A-12? O Skyhawk ficava para inceptor.)
Carlos Mathias escreveu:O fatos atropelaram o planejamento estilo "barrigada", que no cenário atual e futuro não acomodam mais aviões risíveis. Isso se estamos falando de um país que tenciona ser líder regional e quiçá mundial.

O Brasil será sempre a potência regional! Nenhum outro país tem as dimensões, tecnologia e poder económico do Brasil e nem sequer se prevê que venham a ter. O que podem fazer é sonharem. se continuarem com os níveis de desenvolvimento mais baixos ou até iguais ao Brasil, nem daqui a 20 séculos! O Brasil terá sempre uma margem de manobra sempre muito superior a qualquer país daí. Fora da acção regional, então o caso muda de figura, mas mesmo assim, o Brasil já consegue ter uma base para concorrer fora da esfera regional! Não é verdade que os R-99A foram para a Grécia e Índia? Vejam também o que conqueistaram com outros sistemas também! Mais afirmações vão acontecendo no futuro e isso só dependerá do Brasil!
LeandroGCard escreveu:
Túlio escreveu:Na verdade, penso em algo um pouco MENOR, mais ou menos na linha do MAKO ou pouco mais, afinal, a M88 não é nenhuma F110, mas serviria perfeitamente a um caça leve, cujas funções foram acima explicadas... :wink:


Caro Túlio, só para sua informação:

- Volvo RM-12 (Gripen C/D):
Empuxo seco: 54 KN
Empuxo com pós-comustão: 80,5 KN

M-88 3 (Rafale F-3):
Empuxo seco: 57 KN
Empuxo com pós combustão: 86,9 KN

Ou seja, com uma única M-88 3 dá para impulsionar um caça da categoria do Gripen, que não se pode dizer que seja inferior a um F-16. Sem dúvida dá para fazer algo bem mais potente que um Mako.

Pessoalmente até acho a idéia de um avião como o Mako interessante, mas parece que o mercado mundial não concorda, pois não se vê muita procura por aviões desta categoria. E a diferença entre desenvolver um avião como o Mako e um como o Gripen é bem pequena em termos de engenharia, portanto acho que não vale muito à pena limitar o desenvolvimento ao avião menor.

O que é que o Mako trará realmente de inovador, sendo um caça que é idealizado abaixo de um F-16/Gripen? Será a sua tecnologia furtiva? Pode ser, mas que tamanho tem o Brasil? Mais, quanto iria custar o investimento na concepção de um avião deste calibre e de raiz? E os custos de utilização não poderão inviabilizar o projecto á partida? Se o p´roprio projecto Mako está a ser um fiasco! colocando a questão de outra maneira: porquê não tem omesmo andamento que os restantes da mesma categoria? Só se o Brasil se arriscar a comprometer a ter tanta coragem como uma Suécia. Quer em dimensão, quer em utilidade prática, o Brasil só dependendo de si mesmo e tem argumentos para ir sozinho á luta. Não esquecer que o Brasil tem várias prioridades. Será que tem orçamento para isso tudo? Nem sempre conseguimo por em p´ratica aquilo que idealizamos, por muito bonito que seja. Há que estudfar tudo muito bem.

Cumprimentos




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LeandroGCard
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#1833 Mensagem por LeandroGCard » Sáb Nov 17, 2007 6:09 pm

Vinicius Pimenta escreveu:
LeandroGCard escreveu:
Bolovo escreveu:O que vocês estão falando de desenvolver caça nacional? Menos pessoal, menos. Escolher um caça de 4º geração, que comparado em desenvolver um é praticamente idiota, é difícil, estamos a mais de dez anos, imagina desenvolver alguma coisa... quando a Europa estiver voando X-Wing a gente vai estar aqui brincando de cacinha. :?


Bolovo,

Seu argumento pode ficar bem literariamente (caças, X-Wing, etc...), mas não tem conteúdo.

Você poderia por favor explicar porque acha que uma empresa como a Embraer, que é a terceira indústria aeronáutica mundial, projeta e constrói aviões dos mais diversos tipos há décadas, já participou do projeto e desenvolvimento de um jato de combate, projetou e construiu as famílias 135/145 e 170/190 (que já são aviões grandes e complexos) em tempo recorde por qualquer padrão mundial e está em pleno processo de integração de aviônica no estado-da-arte em dois modelos diferentes de aviões de combate, inclusive um supersônico, não poderia(com apoio de um fabricante já tradicional russo, francês, sueco, etc...) desenvolver um caça nacional pelo menos tão bom quanto um Gripen ou um M-2000?

Argumentos tipo "somos um país sub-desenvolvido" não valem, pois isto também teria impedido todas as realizações que citei acima. Também não vale dizer que seria muito caro, pois esta não é uma questão técnica e sim de decisão política.

O fato da simples escolha do F-X estar atrasada (muito) também não é argumento, a FAB e o Governo não são a Embraer. Se você disser que não acredita que a FAB ou o governo não tem condições de bancar uma decisão deste tipo, aí posso até concordar, mas isto é uma questão exclusivamente política, e não tem nada a ver com as capacidades do país.

Abraços,

Leandro G. Card
Leandro, nem Embraer, nem qualquer outra empresa brasileira, domina diversos aspectos de um caça de combate. Não dominamos tecnologia para a produção de aeronaves supersônicas. Não dominamos tecnologias de sistemas embarcados. Não dominamos tecnologia de turbinas. Não dominamos diversas tecnologias que são fundamentais para o desenvolvimento de uma aeronave "tão boa quanto Gripen ou M2000".

Desenvolver um Gripen ou um M2000 hoje não adianta. Já estamos falando de caças de quinta-geração. Já tem gente pensando na 6ª geração. A Índia com muito mais investimentos que nós está desenvolvendo um LCA. A China, um J-10. Boas aeronaves mas há anos luz de um EF-2000 ou Rafale. F-22, F-35 ou PAK, nem se fala. Se nações mais desenvolvidas tecnologicamente têm enorme dificuldade de desenvolver projetos do tipo (veja os atrasados e entraves de programas como Rafale e EF-2000), teríamos que fazer um razoável exercício ufanista para crer que conosco seria diferente.

Acho que a gente tem que parar de se preocupar tanto com a plataforma e mais com os sistemas embarcados. Esses darão maior autonomia do que ter uma carcaça de metal nacional recheada de componentes estrangeiros. Veja o exemplo de Israel. Nós devemos começar por aí.


Caro Vinicius,

Nem a Embraer nem nenhuma outra empresa no mundo produz todos os ítens necessários para a construção de qualquer avião, nem mesmo um de brinquedo. Todos os elementos que você citou são produzidos por outras empresas, e o que o fabricante de aeronaves faz é integrar todos estes ítens, e isto a Embraer sabe fazer extremamente bem!

Se você der uma olhada nos meus posts anteriores, verá que o que minha idéia é bem diferente do que você parece imaginar. O que eu vejo é que a própria concorrência do FX-2, a situação atual da FAB e a condição política do mundo e da AL em particular abrem uma janela de oportunidade ímpar que poderia ser muito bem aproveitada se o governo brasileiro através do MD decidisse realmente levar à frente as idéias que tem divulgado sobre alavancar a tecnologia nacional no campo militar. Vejamos os pontos um por um:

1) A evolução do quadro político na Venezuela, Bolívia, Equador e outros países da AL, devidamente divulgada pela grande imprensa, deixou claro para a sociedade brasileira que nosso país não pode mais se furtar a desenvolver suas capacidades militares, e que um preço em $$$ terá que ser pago por isso. Portanto, ao contrário do que acontecia há apenas uns poucos anos atrás, é perfeitamente possível ao governo hoje apresentar planos de investimento no setor militar que seriam aprovados pela sociedade, se mostrassem ser bem elaborados e capazes de melhorar as tristes condições de nossas FA's. Se estes planos incluíssem ganhos em outras esferas (industrial e/ou tecnológica por exemplo), sua aceitação seria ainda mais fácil.

2) A Embraer conseguiu atravessar a parte mais difícil da crise mundial da aviação pós 11/09, e está fortalecida em termos financeiros e de infra-estrutura técnica e industrial. Ao mesmo tempo, o maior projeto desenvolvido pela companhia, a família 170/190, está pronto, e os recursos de engenharia e desenvolvimento da companhia estão disponíveis para novos projetos. Estamos falando da Embraer, não de uma Índia que nunca desenvolveu um avião antes, ou de uma China que produz os nossos aviões sob licença (e os russos sem licença)!

3) Neste exato momento a Embraer está justamente efetuando o upgrade de dezenas de aviões da FAB, atualizando seus aviônicos com sistemas de projeto israelense montados no Brasil na AEL. Estes sistemas são tão avançados quanto quaisquer outros disponíveis no mundo, e sua integração em pelo menos 3 diferentes células de aviões de combate (A-29, A-1 e F-5) é plenamente dominada pela empresa. E estes aviões deverão operar por mais 12 ou 15 anos.

4) O governo acaba de anunciar a compra de novos caças para a FAB (a quantidade anunciada foi de 36). Segundo divulgado na grande imprensa, serão buscados os melhores vetores possíveis, e o custo unitário será um critério menos importante que a eficiência individual de cada aparelho. Isto significa que a tendencia é por aviões maiores e mais sofisticados, que contrabalançariam as aviões recentemente adquiridos por países vizinhos nossos na AL, mas dificilmente poderiam ser operados em grande quantidade pela FAB devido aos seus custos tanto de aquisição como de operação. Assim ficaria definido o quadro de um Hi-Lo mix para a FAB, como F-X2 como Hi e os F-5M e A-1M como Lo. Foi também divulgado que a transferência de tecnologia será um critério importante nas negociações para a aquisição destes aviões.


Quais as oportunidades que se abrem então?

1) A de se aproveitar a compra dos caças do programa F-X2 para costurar um acordo com as empresas do país vencedor, que poderiam fornecer ao Brasil exatamente o que falta para que a Embraer possa desenvolver o projeto de um caça nacional: O motor (que poderia ser produzido em nosso país, a exemplo do que faz a Índia) e o apoio de engenharia em aerodinâmica supersônica.

2) A necessidade da FAB em começar a imaginar substitutos para os F-5M e A-1M para daqui a 12 ou 15 anos, um prazo muito adequado para o desenvolvimento de um caça pequeno capaz de substituí-los. Também seria o prazo para a MB estar colocando em serviço o substituto do A-12, que poderia utilizar uma versão embracada do mesmo avião.


Só para completar o quadro, mais dois detalhes importantes:

a- Somando-se a substituição dos F-5M (45 aparenhos), mais a dos A-1M ( 53) e supondo-se umas 24 unidades para a MB, o número total de aviões seria de mais de 120 aparelhos (e não menos de 100), apenas para as necessidades de hoje das duas forças (supondo que a MB realmente deseje ter uma força aeronaval de asa fixa mínimamente útil).

b- Em 15 anos os únicos concorrentes internacionais na categoria de caças monomotores menores novos de fábrica seriam o F-35 (com todos os problemas políticos e de custos associados a ele), e o Gripen (que até lá seria um projeto com décadas de idade). Uma oportunidade de negócios bem interessante, exatamente do tipo que a Embraer gosta de aproveitar.


Somando tudo isso é que vejo como bons olhos o início do desenvolvimento de um caça nacional agora. É claro que não seria fácil, e mesmo que tudo desse certo o custo seria mesmo na faixa de 3 a 4 bilhões de dólares só para desenvolvimento, o valor de uns 70 caças mais avançados atuais.

Mas considerando os ganhos estratégicos (de se poder em caso de guerra produzir um caça razoável em qualquer quantidade que se deseje), tecnológicos/industriais e mesmo de prestígio para o país (a capacidade de desenvolver um projeto local é um fator até mais importante para a projeção internacional do que a simples posse de um maior número de aviões produzidos alhures), minha opinião é de que vale muito a pena pelo menos pensar com carinho sobre o assunto.

E não acho que devemos abandonar o desenvolvimento dos sistemas e armamentos possíveis em favor de um programa assim, muito pelo contrário, este programa serviria como um catalizador justamente para o desenvolvimento paralelo destes. Se os custos assustarem, lembrem-se de que estamos falando em prazos de 12 a 15 anos para diluir estes custos.

Lembrando também que a janela de oportunidade está aberta agora, e se não for aproveitada o que teremos é um período de 30 ou 40 anos até que surja uma outra.


Abraços à todos,


Leandro G. Card




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#1834 Mensagem por Edu Lopes » Sáb Nov 17, 2007 6:32 pm

No meu primeiro post aqui no DB perguntei se o Brasil tinha algum projeto de caça de 5ª geração e todos disseram que não. Fiquei pensando se a Embraer, com a experiencia adquirida no projeto AMX, realmente não teria um projeto para um caça supersônico esquecido em alguma gaveta lá em SJC. Acho que essa seria a evolução natural para a empresa depois de participar do projeto de um avião subsônico, mas parece que se contentou em fazer aviões comerciais de pequeno e médio porte. Será mesmo?




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#1835 Mensagem por Tigershark » Sáb Nov 17, 2007 6:53 pm

Edu Lopes escreveu:No meu primeiro post aqui no DB perguntei se o Brasil tinha algum projeto de caça de 5ª geração e todos disseram que não. Fiquei pensando se a Embraer, com a experiencia adquirida no projeto AMX, realmente não teria um projeto para um caça supersônico esquecido em alguma gaveta lá em SJC. Acho que essa seria a evolução natural para a empresa depois de participar do projeto de um avião subsônico, mas parece que se contentou em fazer aviões comerciais de pequeno e médio porte. Será mesmo?


Bom,Edu,segundo o nosso colega Vector não existe nenhum interesse da EMBRAER neste sentido,em se confirmando isso poderíamos buscar um outro parceiro que tivesse interesse nesta empreitada.

Abs,

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#1836 Mensagem por Edu Lopes » Sáb Nov 17, 2007 7:07 pm

Tigershark escreveu:Bom,Edu,segundo o nosso colega Vector não existe nenhum interesse da EMBRAER neste sentido,em se confirmando isso poderíamos buscar um outro parceiro que tivesse interesse nesta empreitada.

Abs,

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Pois é, então pra que todo esse papo de transferência de tecnologia? Se a Embraer não tem interesse em fabricar caças essa exigência não tem o menor sentido.




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#1837 Mensagem por Luiz Bastos » Sáb Nov 17, 2007 10:37 pm

Disse tudo Edu. Às vezes eu penso que a Embraer está se lixando para o Brasil, e tal qual as multinacionais estrangeiras, só visa o lucro. Há que se lembrar que ela contribui para o desenvolvimento do pais, mas já tivemos uma ou duas bolas fora. Ela se esquece apenas que em caso de real conflito, um dos primeiros alvos potênciais serão suas fabricas. Fui :?




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#1838 Mensagem por Vector » Sáb Nov 17, 2007 10:52 pm

Luiz Bastos escreveu:Disse tudo Edu. Às vezes eu penso que a Embraer está se lixando para o Brasil, e tal qual as multinacionais estrangeiras, só visa o lucro. Há que se lembrar que ela contribui para o desenvolvimento do pais, mas já tivemos uma ou duas bolas fora. Ela se esquece apenas que em caso de real conflito, um dos primeiros alvos potênciais serão suas fabricas. Fui :?


Meu caro...

A Embraer é uma empresa, e como tal visa o lucro. Assim como a Boeing, a Raytheon, a Dassoult, a Lockheed... e etc...

Porque vc acha que elas desenvolvem aviões militares???? Heim?
é porque são patriotas... Porra nenhuma. É porque o governo injeta nelas ZILHÕES de dólares, ZILHÕES. O governo paga o projeto e compra centenas de unidades. A Empresa obtém o que: LUCRO!!!

Parem de ser iludidos... A EMBRAER visa o lucro, como qualquer empresa. Se o Governo brasileiro tiver o interesse de possuir um caça nacional, então terá de bancar o projeto. Se ele estiver a fim de bancar, então a EMBRAER desenvolverá o avião, com certeza, porque será um negócio que trará tecnologia, e lucro...

Engraçado como alguns dizem que o ALX é um fracasso comercial... ué, mas ele foi desenvolvido a pedido da FAB, que pagou todo o seu desenvolvimento. O caso seria o mesmo.

Não existe o mínimo interesse da empresa entrar nesta barca furada sozinha, ou por uma promessa de um punhado de caças, promessa que pode sumir como fumaça na primeira troca de governo.

Acordem, não existe essa de empresa patriota, nem aqui, nem nos EUA, nem na Europa, nem em lugar nenhum. Sei que muitos de vcs não tem a idade suficiente para enteder isso, e sei que muito entendem.

A EMbraer não está se lixando para o Brasil não... é uma empresa nacional, que desenvolve seus aviões aqui, com mão de obra e com cérebros daqui, gera empregos, renda, paga rios de dinheiro em pesados impostos, mantém escola para pessoas de baixa renda, inúmeros programas sociais e ambientais, desenvolve dezenas de fornecedores, que hoje já fornecem peças aeronáuticas par ao mundo todo... e cria e mantém a massa crítica necessária para que no futuro tenhamos muitas outras indrústrias...

Então, por favor... pensem bem.

QUanto ao que foi dito sobre a situação financeira da empresa, ela não é tão confortável com alguns pensam não. Estamos passando por um momento delicado, apesar do futuro nos parecer muito bom.

E aquele pessoal de engenharia que disseram estar disponível para novos projetos... não está não. Todos já estão engajados em novos projetos.

QUanto a buscar outro parceiro para empreitada... O governo pode ficar à vontade... Se quizerem quebrar mais empresas, como fizeram com a Engesa, boa sorte então.

Sds,
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#1839 Mensagem por Bourne » Sáb Nov 17, 2007 11:20 pm

Toda a empresa privada visa o lucro, inclusive as ligadas ao setor de defesa como, por exemplo, a EMBRAER.

Se o governo quiser um projeto nacional de caça, tem que dar todo o suporte e que não é barato. O suporte consiste em financiamento, garantia de compras minimas, apóio técnico, etc... Que garanta que o projeto não é uma barca furada, que pode resultar na quebra da empresa.

Se o governo der o suporte necessário é um ótimo negócio. A EMBRAER desenvolveria tecnologia subsidiada e a risco zero. Como ocorre com outras grandes empresas do setor como a Boeing, Lockheed Martin, EADS, BAe Systems, SAAB, etc...

O problema do Brasil é que os recursos poderiam ser melhor aplicados se fossem utilizados no desenvolvimento do plus (misseis, sistemas, eletronica, etc...) para elevar a capacidade da e independencia em relação aos fornecedores externos.




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#1840 Mensagem por Tigershark » Sáb Nov 17, 2007 11:32 pm

born escreveu:Toda a empresa privada visa o lucro, inclusive as ligadas ao setor de defesa como, por exemplo, a EMBRAER.

Se o governo quiser um projeto nacional de caça, tem que dar todo o suporte e que não é barato. O suporte consiste em financiamento, garantia de compras minimas, apóio técnico, etc... Que garanta que o projeto não é uma barca furada, que pode resultar na quebra da empresa.

Se o governo der o suporte necessário é um ótimo negócio. A EMBRAER desenvolveria tecnologia subsidiada e a risco zero. Como ocorre com outras grandes empresas do setor como a Boeing, Lockheed Martin, EADS, BAe Systems, SAAB, etc...

O problema do Brasil é que os recursos poderiam ser melhor aplicados se fossem utilizados no desenvolvimento do plus (misseis, sistemas, eletronica, etc...) para elevar a capacidade da e independencia em relação aos fornecedores externos.



Amigo Born,

Concordo com você na questão da prioridade:Acho que neste primeiro momento mísseis,sistemas,eletrônicas são a prioridade,exatamente para elevar nosso controle sobre tecnologia sensível e não transferível.
Em um segundo momento,havendo recursos,devemos buscar o desenvolvimento do caça nacional.

Abs,

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#1841 Mensagem por Bourne » Sáb Nov 17, 2007 11:36 pm

Tigershark escreveu:
born escreveu:Toda a empresa privada visa o lucro, inclusive as ligadas ao setor de defesa como, por exemplo, a EMBRAER.

Se o governo quiser um projeto nacional de caça, tem que dar todo o suporte e que não é barato. O suporte consiste em financiamento, garantia de compras minimas, apóio técnico, etc... Que garanta que o projeto não é uma barca furada, que pode resultar na quebra da empresa.

Se o governo der o suporte necessário é um ótimo negócio. A EMBRAER desenvolveria tecnologia subsidiada e a risco zero. Como ocorre com outras grandes empresas do setor como a Boeing, Lockheed Martin, EADS, BAe Systems, SAAB, etc...

O problema do Brasil é que os recursos poderiam ser melhor aplicados se fossem utilizados no desenvolvimento do plus (misseis, sistemas, eletronica, etc...) para elevar a capacidade da e independencia em relação aos fornecedores externos.



Amigo Born,

Concordo com você na questão da prioridade:Acho que neste primeiro momento mísseis,sistemas,eletrônicas são a prioridade,exatamente para elevar nosso controle sobre tecnologia sensível e não transferível.
Em um segundo momento,havendo recursos,devemos buscar o desenvolvimento do caça nacional.

Abs,

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#1842 Mensagem por LeandroGCard » Dom Nov 18, 2007 8:21 am

born escreveu:O problema do Brasil é que os recursos poderiam ser melhor aplicados se fossem utilizados no desenvolvimento do plus (misseis, sistemas, eletronica, etc...) para elevar a capacidade da e independencia em relação aos fornecedores externos.


Não há como não concordar com você neste ponto, amigo Born, mas existe um fator que deve ser considerado.

O desenvolvimento de mísseis e outros armamentos nacionais não depende de nenhuma janela de oportunidade, pode ser feito a qualquer momento que se deseje sem preocupação com a disponibilidade de outros armamentos nos estoques.

Já o de um caça só vale à pena em determinados momentos, pois nos dias de hoje a vida útil de um avião como este em uma força aérea gira em torno dos 30 anos, e somente quando um tipo está sendo retirado de serviço é que o outro pode ser incorporado. No caso brasileiro, é certo que teremos que substituir cerca de 100 aeronaves daqui a uns 15 anos, e este é exatamente o prazo razoável para o desenvolvimento de um caça local, dadas as condições existentes hoje e que já citei no meu post.

Se o Brasil se concentrar nos mísseis e armamentos agora, e deixar o caça para depois, não haverá tempo útil para desenvolvê-lo a tempo de substituir os F-5M e A-1M, e serão mais 30 (total 45) anos até que outra janela de oportunidade apareça ( o caça do programa FX-2 provavelmente terá que ser substituído antes, mas como componente Hi do mix Hi-Lo, o desenvolvimento de um substituto será muito mais difícil, para um número consideravelmente menor de vetores).

Este é o ponto que vale ressaltar, não é só uma questão de prioridade mas também de oportunidade. Mísseis e outros armamentos podemos começar a desenvolver quando quisermos (na verdade até já começamos), mas um caça é agora ou só daqui a mais uns 45 - 50 anos!


Abraços,


Leandro G. Card




Editado pela última vez por LeandroGCard em Dom Nov 18, 2007 9:52 am, em um total de 1 vez.
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#1843 Mensagem por Túlio » Dom Nov 18, 2007 9:29 am

Vector escreveu:
Meu caro...

A Embraer é uma empresa, e como tal visa o lucro. Assim como a Boeing, a Raytheon, a Dassoult, a Lockheed... e etc...

Porque vc acha que elas desenvolvem aviões militares???? Heim?
é porque são patriotas... Porra nenhuma. É porque o governo injeta nelas ZILHÕES de dólares, ZILHÕES. O governo paga o projeto e compra centenas de unidades. A Empresa obtém o que: LUCRO!!!

Parem de ser iludidos... A EMBRAER visa o lucro, como qualquer empresa. Se o Governo brasileiro tiver o interesse de possuir um caça nacional, então terá de bancar o projeto. Se ele estiver a fim de bancar, então a EMBRAER desenvolverá o avião, com certeza, porque será um negócio que trará tecnologia, e lucro...


Mas aí é que está, ninguém - ao menos eu - está propondo que a EMBRAER se comprometa a desenvolver com verbas próprias um caça leve. Lembro-te o caso do POSSÍVEL C390, recentemente foi aprovada uma verba de 800 milhas para iniciar o seu desenvolvimento. O mesmo teria de ser feito pelo caça leve, oras... :wink:

Vector escreveu:Engraçado como alguns dizem que o ALX é um fracasso comercial... ué, mas ele foi desenvolvido a pedido da FAB, que pagou todo o seu desenvolvimento. O caso seria o mesmo.

Não existe o mínimo interesse da empresa entrar nesta barca furada sozinha, ou por uma promessa de um punhado de caças, promessa que pode sumir como fumaça na primeira troca de governo.


Além do apoio ($$$ + encomendas) governamental - condição sine qua non - é difícil crer que, no mundo inteiro, não há mais NINGUÉM interessado num caça mais 'low profile, low cost', o Hawk Inglês está levando todas, a África do Sul o utiliza em conjunto com o Gripen nos moldes que propus para o nosso, por exemplo. Assim, talvez se ache algum parceiro interessado em participar do programa, a EMBRAER é mestra nisso, ao menos nos comerciais...

Vector escreveu:Acordem, não existe essa de empresa patriota, nem aqui, nem nos EUA, nem na Europa, nem em lugar nenhum. Sei que muitos de vcs não tem a idade suficiente para enteder isso, e sei que muito entendem.

A EMbraer não está se lixando para o Brasil não... é uma empresa nacional, que desenvolve seus aviões aqui, com mão de obra e com cérebros daqui, gera empregos, renda, paga rios de dinheiro em pesados impostos, mantém escola para pessoas de baixa renda, inúmeros programas sociais e ambientais, desenvolve dezenas de fornecedores, que hoje já fornecem peças aeronáuticas par ao mundo todo... e cria e mantém a massa crítica necessária para que no futuro tenhamos muitas outras indrústrias...

Então, por favor... pensem bem.

QUanto ao que foi dito sobre a situação financeira da empresa, ela não é tão confortável com alguns pensam não. Estamos passando por um momento delicado, apesar do futuro nos parecer muito bom.

E aquele pessoal de engenharia que disseram estar disponível para novos projetos... não está não. Todos já estão engajados em novos projetos.

QUanto a buscar outro parceiro para empreitada... O governo pode ficar à vontade... Se quizerem quebrar mais empresas, como fizeram com a Engesa, boa sorte então.

Sds,
Vector


Insisto no que disse acima, se o governo fizer sua parte ($$$ + encomendas), a EMBRAER ficaria muito que satisfeita em desenvolver um novo produto, só ou associada a outrem. Lembro de uma entrevista de um graudão da empresa dizendo que 'a EMBRAER precisa expandir o seu setor militar', creio que foi o Botelho, mas num tenho certeza.

Sobre desenvolver turbinas, aviônicos, radares & quetales: NÃO é da competência da EMBRAER, daí sim, chegamos com maior propriedade à 'síndrome de ENGESA'. Só que não podemos confundir alhos com bugalhos, num somos noviços nisso, há o SABER, há o Scipio, impossível que não tenhamos tecnologia para desenvolver um radar multimodo apropriado a um caça leve, POWS!!! Aviônicos fazem aqui em Porto Alegre, na Aeroeletrônica. Turbinas...bueno, aí é que o governo teria que se mexer, mas lembro de outra entrevista, se não me engano do Presidente Lula mesmo, dizendo que há que se criar uma fábrica nacional de turbinas (tem a GE Celma, que uma vez foi só Celma. Ué, tira-se a GE da jogada, como foi feito com os Franceses na EMBRAER, oras)...

Mas tudo isso passa pela tale de 'vontade política'. Isso, no entanto, parece que está começando a aparecer... :wink:




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Napoleão Bonaparte
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delmar
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#1844 Mensagem por delmar » Dom Nov 18, 2007 10:42 am

Continuo apostando nos caminhões Volvo e Scania, isto é no Gripen. Ele pagava 10 por 1, agora já está em 5 po 1. Continua firme na corrida e pode atropelar na reta final.

saudações




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Pedro Gilberto
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#1845 Mensagem por Pedro Gilberto » Dom Nov 18, 2007 11:20 am

Mais reportagem sobre o F-X2 agora na IstoÉ Dinheiro...

A defesa no ataque

Fabricantes de jatos militares reativam seus lobb ies em Brasília de olho na reabertura da licitação para compra de caças pela FAB, que pode chegar a US$ 2,2 bilhões

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MINISTRO NELSON JOBIM: a contrapartida do vencedor da licitação será a transferência de tecnologia

A notícia foi confirmada pelo comandante da Aeronáutica, brigadeiro Juniti Saito, durante solenidade na Embraer: a licitação do Projeto FX, que renovará a frota de caças de combate da Força Aérea, será realizada no ano que vem. Mais não foi dito por Saito. Mas, a partir daquele momento, uma intensa movimentação começou entre nos gabinetes de Brasília e, sobretudo, entre as cinco grandes fabricantes globais do setor de defesa: a Dassault (com o jato Rafalle), a Sukhoi (Sukhoi-35), a Lockheed-Martin (F-16), a Eurofighter (Eurofighter), a Grippen. Está em jogo um contrato que, num primeiro momento, pode atingir um total de US$ 2,2 bilhões. Segundo especialistas, porém, a bolada pode ser bem maior. Afinal, quem fornecer o primeiro lote de aeronaves (36, segundo o próprio Saito) certamente terá preferência na renovação total da frota da FAB. O que parece certo é que a licitação não seguirá os moldes daquela que se arrastou ao longo de todo o governo de Fernando Henrique Cardoso e acabou não saindo do papel. “Vamos sair do zero. Será completamente diferente”, adiantou uma fonte do governo à DINHEIRO. A concorrência fugirá aos padrões que regem as compras do setor público. Por se enquadrar no planejamento estratégico da defesa do País, a aquisição dos jatos seguirá um trâmite mais simples e enxuto.
Caberá ao Estado-Maior da Aeronáutica a decisão final. A idéia, que depende ainda do aval do Congresso, é realizar uma licitação dirigida, na qual, de antemão, serão escolhidas as empresas que participarão da disputa. Algumas características do negócio deverão ser mantidas em sigilo, sobretudo as que dizem respeito à estratégia de defesa. Assim é na maioria dos países. O Estado-Maior fará sua escolha e encaminhará a decisão ao ministro da Defesa, Nelson Jobim. A decisão se sustentará sobre dois pilares. Um deles é militar. O outro é o chamado off-set, as contrapartidas que o vencedor oferecerá ao País. E, nesse capítulo, reside uma diferença crucial em relação à versão do projeto na era de Fernando Henrique. Desta vez, não haverá preocupação apenas com eventuais compensações comerciais.

O off-set será voltado para a transferência de tecnologia. Nesse aspecto, os franceses da Dassault, fabricante do caça Rafalle, despontam com certo favoritismo. As ligações da Aeronáutica com a indústria francesa são fortes. A Dassault forneceu os 12 Mirages 2000 in tegrados à frota quando o governo Lula desistiu da licitação anterior. Os pilotos brasileiros também têm experiência com os Mirage e não teriam dificuldades em se adaptar ao Rafalle, mais modernos. A empresa utiliza outro argumento a seu favor: a antiga relação com a Embraer, da qual é uma pequena acionista. Esse foi um trunfo poderoso para a Dassault na primeira licitação, pois a companhia brasileira integrava o consórcio dos franceses. Agora, porém, a situação é diferente. Desde então, a participação acionária encolheu significativamente em função da pulverização do capital da Embraer. Além disso, em recente encontro com o comandante Saito, o executivo Frederico Curado deixou clara a posição da empresa que dirige: “Comandante, o melhor para a Embraer é manter neutralidade nesse processo de licitação”, disse ele.

A Embraer pretende ficar neutra na disputa e já avisou o ministro Juniti Saito dessa intenção

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Contrato inicial para a compra de 36 caças ao custo de US$ 2,2 bilhões

Saito gostou do que ouviu. A associação da Embraer com qualquer um dos concorrentes poderia se tornar uma camisa-de-força na escolha do vencedor – assim como ocorreu na licitação anterior. Como explicar para a opinião pública que a brasileira Embraer, a terceira maior fabricante de aeronaves do mundo e um símbolo nacional, ficaria sem a encomenda? O objetivo do governo é forçar uma parceria da empresa com o vencedor, qualquer que seja ele. “A Embraer é o caminho natural, e quase obrigatório, para a transferência de tecnologia”, explica o dirigente de uma grande companhia da área de defesa. Dentro da companhia, porém, há vozes que defendem a Dassault – vozes poderosas, diga-se. Uma delas é a do ex-presidente Maurício Botelho, hoje no conselho de administração. Embora não exerça mais funções executivas, Botelho ainda possui muita influência nas decisões estratégicas.

A nova versão da licitação provocou uma reviravolta nas bolsas de apostas dos favoritos, em relação à edição do governo anterior. Os russos do Sukhoi-35, por exemplo, perderam a vantagem que tinham na licitação do governo anterior, quando acenaram com compras colossais de carne brasileira. Hoje, o caça é alvo de críticas, como problemas de logística, provocados por suas dimensões avantajadas, além da barreira da língua e de outras dificuldades técnicas: enquanto os russos usam o sistema métrico, a FAB utiliza as medidas americanas, como milhas e pés. Já os americanos, praticamente descartados anos atrás, apresentam alguma chance. Segundo especialistas, a Lockheed-Martin tem uma enorme frota de F- 16 estocada no deserto do Mojave, na Califórnia, pronta para ser desovada a preços imbatíveis.

Foi assim que o rei Mohammed VI, do Marrocos, desistiu de comprar 18 Rafalle por 2 bilhões de euros para ficar com 36 caças F-16 ao preço de 1,8 bilhão de euros. A maior barreira para uma vitória dos americanos é a chance diminuta de eles aceitarem transferir tecnologia. Nada pode ser feito sem autorização do Congresso americano. O acesso à caixa-preta dos armamentos é quase impossível.

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http://www.terra.com.br/cgi-bin/index_frame/istoedinheiro/edicoes/530/artigo66702-1.htm




"O homem erra quando se convence de ver as coisas como não são. O maior erro ainda é quando se persuade de que não as viu, tendo de fato visto." Alexandre Dumas
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