Meus prezados:
Leilão de um mito – Concorde.
Foi com ele que o glamour e o luxo nas viagens aéreas chegaram ao seu ápice. Entre os passageiros era comum encontrar as celebridades mais badaladas, os políticos mais influentes, os magnatas mais ricos. Carinhosamente apelidado de “belo pássaro branco”, o supersônico Concorde quebrou todos os paradigmas da aviação comercial quando lançado, em 1976: era o mais rápido, o mais avançado, o mais original em suas linhas. Era também o mais exclusivo. Com tarifas que chegavam a US$11 mil, fazia o trecho Paris-Nova York em apenas três horas. “O serviço de bordo era uma marca dentro da marca. Era mais do que um avião. Ele era o Concorde”, diz Jorge Filho, ex-funcionário brasileiro da British Airways que, além da Air France, foi a única empresa do mundo a operar o modelo. “Suas louças e talheres tinham timbre próprio. Havia ofertas do duty free exclusivas, que não estavam disponíveis nem nas melhores primeiras classes dos outros aviões.”
Todo o charme e a velocidade pousaram definitivamente em 24 de outubro de 2003, quando a British e a AF resolveram aposentar o avião – um efeito colateral da crise da aviação comercial detonada pelos atentados de 11 de setembro. Agora, porém, os saudosos terão uma última oportunidade de comprar um pedaço do Concorde e guardar para sempre em casa um pouco do glamour do mais impressionante jato de passageiros que já voou nos céus do planeta.
A Aérothèque, associação francesa dedicada a preservar a memória da história aeronáutica, realizará um grande leilão de partes do Concorde, nos dias 28, 29 e 30 de setembro e 1º de outubro. Presidido pela leiloeira Maître Labarbe, o evento ocorrerá no Teatro Halle aux Grains, na cidade de Toulouse, França, onde o supersônico levantou vôo pela primeira vez. “ O Concorde ainda tem um apelo muito forte. O leilão será uma chance única de colecionadores e fãs do Concorde adquirirem um pedaço da lenda, já que todas as outras unidades do avião já estão em museus pelo mundo”, diz Melodie Susini, encarregada do evento, à PLATINUM. São cerca de mil peças, divididas em 835 lotes, que incluem desde instrumentos do painel de controle( como indicadores de velocidade e situação horizontal), até a mobília da cabine (travesseiros e cintos de segurança) e itens estruturais. Com preços que atendem dos colecionadores comedidos até os mais extravagantes ( um trem de pouso, por exemplo, pode sair por dois mil euros), os participantes poderão dar lances pessoalmente, em leilões virtuais ou por telefone. A Aérothèque espera levantar dois milhões de euros. “Preparamos um catálogo de luxo que traz uma retrospectiva do nascimento do mítico Concorde”, continua Susini. Todo o fundo angariado na venda será investido na construção da Aeroscopia, um projeto de museus e parque aeronáutico na região de Toulouse, perto do aeroporto internacional de Toulouse-Blagnac e da linha de montagem do megajumbo Airbus A380. Pelo menos, naquele lugar o Concorde continuará soberano.
fonte: revista “IstoÉ Platinum” nº 4, ago/set 2007
Um abraço e até mais...
Concorde. Leilão de um mito
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