Coréia do Norte lança mísseis; Seul e Tóquio minimizam.

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Coréia do Norte lança mísseis; Seul e Tóquio minimizam
Reuters
TÓQUIO (Reuters) - A Coréia do Norte disparou na sexta-feira vários mísseis de curto alcance, apesar do otimismo norte-americano com a retomada das negociações multilaterais sobre o programa nuclear de Pyongyang.

O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, minimizou o disparo dos mísseis, enquanto o Serviço Nacional de Inteligência sul-coreano disse que o lançamento é parte de um exercício militar anual.

'Não considero isso uma questão grave para a segurança japonesa', disse Abe a jornalistas. Ele afirmou também que deseja a adesão norte-coreana ao acordo multilateral de fevereiro que estabelece restrições ao programa nuclear de Pyongyang, mas antes prevê a liberação de 25 milhões de dólares da Coréia do Norte retidos no Banco Delta, de Macau, devido a supostas irregularidades financeiras apontadas pelos EUA.

A rede japonesa NHK disse que os mísseis, disparados das costas leste e oeste da Coréia do Norte, são do tipo terra-navio.

'Se eles fossem disparados em direção ao mar do Japão, poderia ser um sinal de que estão descontentes com o fato de os fundos do Banco Delta não estarem sendo transferidos', disse Toshimitsu Shigemura, professor da Universidade Waseda, a uma TV local.

'Da última vez, os mísseis eram de longo alcance, mas desta vez eram de curto alcance, o que pode significar que eles não pretendiam surpreender demais, queriam apenas chamar a atenção.'

Ele se referia à saraivada de julho, que incluía um míssil de longo alcance e vários de curto alcance.

Na sexta-feira, o principal encarregado norte-americano da questão norte-coreana havia dito que os EUA estão esperançosos de que Pyongyang vá cumprir seu compromisso de fechar suas instalações nucleares neste mês, depois da liberação das contas em Macau.

'Acredito que a Coréia do Norte continua a nos sinalizar privada e publicamente, e mais recentemente na noite passada, que assim que a questão bancária for resolvida eles vão avançar rapidamente para implementar sua parte no trato', disse o secretário-assistente de Estado Christopher Hill.

Alguns analistas questionaram o porquê da Coréia do Norte realizar um ato agressivo diante dessas declarações dos EUA.

'Os Estados Unidos atenuaram sua posição e, portanto, é difícil entender por que a Coréia do Norte ameaçou com lançamentos de mísseis desta vez', afirmou Noriyuki Suzuki, analista da agência de notícias japonesa Radiopress, especializada em monitorar a mídia norte-coreana.

A Coréia do Sul, que horas antes havia lançado seu primeiro destróier equipado com o avançado sistema antimísseis e antiaéreo Aegis, também minimizou o impacto dos disparos norte-coreanos.

'O humor é de que isso não vai afetar as negociações', disse uma fonte da chancelaria em Seul, referindo-se ao processo que envolve EUA, China, Rússia, Japão e as duas Coréias.

(Com reportagem de Teruaki Ueno e Chisa Fujioka em Tóquio, Jack Kim em Seul e Manny Mogato em Manila)