Viegas pode ser substituido...
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Viegas pode ser substituido...
Aldo Rebelo pode substituir Viegas
"Fritura" do ministro coincide com insatisfação das Forças Armadas
Com seu poder esvaziado no Ministério da Defesa, o ministro José Viegas poderá vir a ser substituído. A saída de Viegas – conforme noticiou o colunista Cláudio Humberto, do Jornal de Brasília – já é dada como certa por assessores próximos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Alguns falam, por exemplo, até em possíveis nomes para seu lugar. Hoje, um dos mais cotados, é Aldo Rebelo, ministro da Articulação Política. O nome de Rebelo foi cogitado para o cargo, em 2003, durante a formação do ministério de Lula.
Além de estar sendo "fritado" no governo, Viegas também foi "alvejado" no meio militar. Em março, durante viagem a Lima, no Peru, o próprio Lula reclamou da atuação de Viegas na pasta. A queixa, comenta-se no bastidores do Planalto, foi feita a Eliane Karp, mulher do presidente peruano Alejandro Toledo. O ministro José Viegas foi embaixador do Brasil naquele país no governo de Alberto Fujimori, hoje exilado no Japão, por conta de uma série de escândalos que pipocaram em sua administração.
O inferno astral de Viegas começou com a indicação de sua assessoria e agravou-se, em abril, com o panelaço de familiares de militares por reajuste salarial. Lula ficou irritado. E, a partir disso, reivindicou para si as negociações com os militares, tirando poderes do auxiliar. "Ele (Viegas) está entre a cruz e a espada", avalia um oficial da reserva. Esse militar explica que, além de tropeçar na questão dos salários, Viegas caiu em desgraça com os próprios comandantes das Forças Armadas.
O estopim teria sido a escolha de oficiais de patente inferior a dos comandantes militares (do Exército, da Marina e da Aeronáutica) para cargos de assessoria no Ministério da Defesa. Viegas tem, hoje, dois coronéis da reserva - Orlando e Gonçalves - como assessores diretos, o que, de acordo com outra fonte militar, tem contribuído para aumentar o desgaste dele perante a tropa.
A nomeação dos assessores de baixa patente não foi bem recebida pelos oficiais superiores, em particular pelos generais. Eles vêm "chiando" com as ordens preparadas por esses assessores. "O oficialiato está se sentindo desprestigiado com esse fato", conta um militar.
Além disso, oficiais tem reclamado do desinteresse que Viegas estaria demonstrando no tocante às reivindicações da tropa. E, nesse particular, o reajuste tem sido pano de fundo, a ponto de ser havido atrito entre um dos comandantes com Viegas. Consta que esse comandante enviou a proposta salarial a Viegas, mas ele não teria dado prosseguimento, o que reforçou o panelaço dos familiares de militares, em abril. Depois do episódio, Viegas recebeu pressão do Planalto e, segundo fontes, teria argumentado que não recebera a proposta de aumento. Os comandantes, então, receberam o gesto como quebra de confiança.
Fonte: Jornal de Brasília via NOTIMP/FAB
Exilio italiano
César Giobbi
Ouve-se em Brasília que o ministro da Defesa, José Viegas, poderá ser o substituto de Itamar Franco na Embaixada de Roma, quando o ex-presidente assumir, pela segunda vez, a representação brasileira na OEA, em Nova York, dentro de alguns meses. Não é impossível. Viegas é embaixador de carreira, tendo servido em Moscou e Lima. E, segundo se comenta na capital, anda bastante queimado com o presidente Lula.
Fonte: O Estado de São Paulo via NOTIMP/FAB
Abraços
"Fritura" do ministro coincide com insatisfação das Forças Armadas
Com seu poder esvaziado no Ministério da Defesa, o ministro José Viegas poderá vir a ser substituído. A saída de Viegas – conforme noticiou o colunista Cláudio Humberto, do Jornal de Brasília – já é dada como certa por assessores próximos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Alguns falam, por exemplo, até em possíveis nomes para seu lugar. Hoje, um dos mais cotados, é Aldo Rebelo, ministro da Articulação Política. O nome de Rebelo foi cogitado para o cargo, em 2003, durante a formação do ministério de Lula.
Além de estar sendo "fritado" no governo, Viegas também foi "alvejado" no meio militar. Em março, durante viagem a Lima, no Peru, o próprio Lula reclamou da atuação de Viegas na pasta. A queixa, comenta-se no bastidores do Planalto, foi feita a Eliane Karp, mulher do presidente peruano Alejandro Toledo. O ministro José Viegas foi embaixador do Brasil naquele país no governo de Alberto Fujimori, hoje exilado no Japão, por conta de uma série de escândalos que pipocaram em sua administração.
O inferno astral de Viegas começou com a indicação de sua assessoria e agravou-se, em abril, com o panelaço de familiares de militares por reajuste salarial. Lula ficou irritado. E, a partir disso, reivindicou para si as negociações com os militares, tirando poderes do auxiliar. "Ele (Viegas) está entre a cruz e a espada", avalia um oficial da reserva. Esse militar explica que, além de tropeçar na questão dos salários, Viegas caiu em desgraça com os próprios comandantes das Forças Armadas.
O estopim teria sido a escolha de oficiais de patente inferior a dos comandantes militares (do Exército, da Marina e da Aeronáutica) para cargos de assessoria no Ministério da Defesa. Viegas tem, hoje, dois coronéis da reserva - Orlando e Gonçalves - como assessores diretos, o que, de acordo com outra fonte militar, tem contribuído para aumentar o desgaste dele perante a tropa.
A nomeação dos assessores de baixa patente não foi bem recebida pelos oficiais superiores, em particular pelos generais. Eles vêm "chiando" com as ordens preparadas por esses assessores. "O oficialiato está se sentindo desprestigiado com esse fato", conta um militar.
Além disso, oficiais tem reclamado do desinteresse que Viegas estaria demonstrando no tocante às reivindicações da tropa. E, nesse particular, o reajuste tem sido pano de fundo, a ponto de ser havido atrito entre um dos comandantes com Viegas. Consta que esse comandante enviou a proposta salarial a Viegas, mas ele não teria dado prosseguimento, o que reforçou o panelaço dos familiares de militares, em abril. Depois do episódio, Viegas recebeu pressão do Planalto e, segundo fontes, teria argumentado que não recebera a proposta de aumento. Os comandantes, então, receberam o gesto como quebra de confiança.
Fonte: Jornal de Brasília via NOTIMP/FAB
Exilio italiano
César Giobbi
Ouve-se em Brasília que o ministro da Defesa, José Viegas, poderá ser o substituto de Itamar Franco na Embaixada de Roma, quando o ex-presidente assumir, pela segunda vez, a representação brasileira na OEA, em Nova York, dentro de alguns meses. Não é impossível. Viegas é embaixador de carreira, tendo servido em Moscou e Lima. E, segundo se comenta na capital, anda bastante queimado com o presidente Lula.
Fonte: O Estado de São Paulo via NOTIMP/FAB
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Lula divulga nota e nega mudanças no ministério
11/06 - 14:14
Agencia Estado
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva negou hoje que fará mudanças em seu ministério. "A respeito de notícias divulgadas esta semana pela imprensa sobre possíveis trocas de ministros, o Sr. Presidente da República assegura que não está em cogitação qualquer mudança ministerial", afirma a nota da Secretaria de Imprensa da Presidência da República.
Segundo notícias veiculadas na imprensa, o presidente estaria sendo pressionado a colocar o ministro da Coordenação Política, Aldo Rebelo, no Ministério da Defesa, afastar o atual ministro da Defesa, José Viegas, e devolver à Casa Civil a articulação política.
A nota acrescenta uma declaração do presidente afirmando que "quando tiver que fazer alguma mudança no ministério, eu próprio comunicarei o fato à imprensa".
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Espero que seja isso mesmo. Eu não gosto nem um pouco do Rebelo. Aliás, eu não gosto de político nenhum. Só não falo o que acho dessa cambada de ***%$¨&#*@&#* por respeito aos colegas.
Ahh, e na última votação a jato para salvar o emprego daqueles vereadores inúteis, vocês viram a discussão que deu entre o Sarney, Jefferson Peres, ACM e o outro mané lá?
Abraços
César
11/06 - 14:14
Agencia Estado
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva negou hoje que fará mudanças em seu ministério. "A respeito de notícias divulgadas esta semana pela imprensa sobre possíveis trocas de ministros, o Sr. Presidente da República assegura que não está em cogitação qualquer mudança ministerial", afirma a nota da Secretaria de Imprensa da Presidência da República.
Segundo notícias veiculadas na imprensa, o presidente estaria sendo pressionado a colocar o ministro da Coordenação Política, Aldo Rebelo, no Ministério da Defesa, afastar o atual ministro da Defesa, José Viegas, e devolver à Casa Civil a articulação política.
A nota acrescenta uma declaração do presidente afirmando que "quando tiver que fazer alguma mudança no ministério, eu próprio comunicarei o fato à imprensa".
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Espero que seja isso mesmo. Eu não gosto nem um pouco do Rebelo. Aliás, eu não gosto de político nenhum. Só não falo o que acho dessa cambada de ***%$¨&#*@&#* por respeito aos colegas.
Ahh, e na última votação a jato para salvar o emprego daqueles vereadores inúteis, vocês viram a discussão que deu entre o Sarney, Jefferson Peres, ACM e o outro mané lá?
Abraços
César
"- Tú julgarás a ti mesmo- respondeu-lhe o rei - É o mais difícil. É bem mais difícil julgar a si mesmo que julgar os outros. Se consegues fazer um bom julgamento de ti, és um verdadeiro sábio."
Antoine de Saint-Exupéry
Antoine de Saint-Exupéry
[
Estranho posso estar enganado mas na edição da Veja n 1857 fala que o Palocci aconselhou o Lula para falar bem do Viegas e se reunir com ele para mostrar que tudo andava bem
Estranho posso estar enganado mas na edição da Veja n 1857 fala que o Palocci aconselhou o Lula para falar bem do Viegas e se reunir com ele para mostrar que tudo andava bem
Um general sábio deve levar em consideração as vantagens e desvantagens. Conhecendo as vantagens ele terá sucesso nos seus planos. Conhecendo as desvantagens, ele poderá solucionar as dificuldades.
Pensamento de Sun Tzu
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Errei ele aconselhou o Lula a fazer uma demonstração publica ao ministro Humberto Costa
Um general sábio deve levar em consideração as vantagens e desvantagens. Conhecendo as vantagens ele terá sucesso nos seus planos. Conhecendo as desvantagens, ele poderá solucionar as dificuldades.
Pensamento de Sun Tzu
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- Guilherme
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César escreveu:Ahh, e na última votação a jato para salvar o emprego daqueles vereadores inúteis, vocês viram a discussão que deu entre o Sarney, Jefferson Peres, ACM e o outro mané lá?
Você sabe quantos cargos de vereadores foram salvos? Parece que conseguiram cortar 5 mil e salvaram 3 mil, mas não tenho certeza. Você sabe alguma coisa a respeito?
Editado pela última vez por Guilherme em Sex Jun 11, 2004 5:39 pm, em um total de 1 vez.
O pior foi uma deputada (não lembro nome, partido, etc, pois não vi a reportagem completa) que falou que a atitude do congresso foi correta, pois evitou mais 3.000 e poucos desempregados (vereadores).
Ah só uma curiosidade, vocês sabiam que o congresso Brasileiro tem mais parlamentares que o congresso Americano? O Brasil tem 175 milhões de habitantes e o EUA tem 250 milhões de habitantes, portanto, teoricamente o congresso Americano deveria maior que o Brasileiro!
Ah só uma curiosidade, vocês sabiam que o congresso Brasileiro tem mais parlamentares que o congresso Americano? O Brasil tem 175 milhões de habitantes e o EUA tem 250 milhões de habitantes, portanto, teoricamente o congresso Americano deveria maior que o Brasileiro!
Editado pela última vez por Fox em Sex Jun 11, 2004 5:55 pm, em um total de 1 vez.
Bandeira que é o nosso espelho!
Bandeira que é a nossa pista!
Que traz no topo vermelho,
O coração do Paulista!
Guilherme de Almeida
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Sobre o tema do tópico, acredito que o Viegas, seja um dos ministros mais competentes de todos do governo Lula, senão o melhor. Acho que ele apenas carece de um pouco mais de experiência política. Mas isso vem com o tempo. O motivo de ele ter caído em desgraça com os miltires soa para mim como pura "pirraça".
Não conheço o Aldo Rebelo o suficiente para emitir qualquer opinião sobre ele. So acho que, o Viegas está fazendo um bom papel. Só aceitaria trocá-lo se ficasse compravado que o novo ministro conseguiria estreitar os relacionamentos com o Congresso e com o próprio Executivo de uma forma geral.
Não conheço o Aldo Rebelo o suficiente para emitir qualquer opinião sobre ele. So acho que, o Viegas está fazendo um bom papel. Só aceitaria trocá-lo se ficasse compravado que o novo ministro conseguiria estreitar os relacionamentos com o Congresso e com o próprio Executivo de uma forma geral.
Vinicius Pimenta
Você é responsável pelo ambiente e a qualidade do fórum que participa. Faça sua parte.
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- Guilherme
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Fox escreveu:O pior foi uma deputada (não lembro nome, partido, etc, pois não vi a reportagem completa) que falou que a atitude do congresso foi correta, pois evitou mais 3.000 e poucos desempregados!
Ah só uma curiosidade, vocês sabiam que o congresso Brasileiro tem mais parlamentares que o congresso Americano? O Brasil tem 175 milhões de habitantes e o EUA tem 250 milhões de habitantes, portanto, teoricamente o congresso Americano deveria maior que o Brasileiro!
É mesmo. Eles têm 435 deputados e 100 senadores, o Brasil tem 513 deputados e 81 senadores.
- Clermont
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E os americanos só tem dois senadores por estado.
Quando perguntaram a um pilantra do Senado brasileiro, pq o Brasil tem três senadores por estado, ele respondeu:
- Pq, assim, nunca há empate numa votação referente ao estado dos senadores!
E os senadores americanos só ficam seis anos, contra os oito dos brasileiros. E os deputados americanos só ficam três anos contra os quatro dos deputados brasileiros.
E nos EUA, cidades com menos de 150 mil habitantes não remuneram seus equivalentes aos vereadores brasileiros.
Já imaginaram que economia que o Brasil teria, se cortassemos umas 200 vagas de deputados federais e todos os 3o senadores dos estados?
E se acabassemos com a remuneração para vereadores de cidades pequenas?
À propósito, deveríamos louvar o Senador Jefferson Perez por ter tentado se opor a essa SAFADEZA que foi o salvamento das vagas de um bando de vereadores inúteis.
À propósito, não estava ciente dessas insatisfações dos militares contra o Ministro Viegas. Olhando de fora, ele me parece ser um bom ministro. Um dos melhores do Governo Lula. Foi ele quem ficou firme contra a palhaçada da concessão da promoção à general para aquele famoso líder comunista. E ele me parecia ter se esforçado para conseguir aumento na remuneração dos militares.
De qualquer forma, acho a idéia de se colocar Aldo Rebelo como Ministro da Defesa, uma medida insensata. Não pela figura pessoal dele, até agora, parece-me que ele tem agido de forma muito correta.
Mas o problema é que ele pertence ao PC do B. E isso não irá passar em brancas nuvens nos meios mais reacionários das Forças Armadas. Irá ser usado por esse pessoal como forma de atacar o governo e provocar dissensão nos meios militares.
Espero que o Governo não cometa esse erro, porque vai se arrepender. Quanto aos militares que estão insatisfeitos com um cavalheiro como Viegas, deveriam pensar que a emenda pode acabar bem pior que o soneto. (Santo Lugar Comum!)
Quando perguntaram a um pilantra do Senado brasileiro, pq o Brasil tem três senadores por estado, ele respondeu:
- Pq, assim, nunca há empate numa votação referente ao estado dos senadores!
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E os senadores americanos só ficam seis anos, contra os oito dos brasileiros. E os deputados americanos só ficam três anos contra os quatro dos deputados brasileiros.
E nos EUA, cidades com menos de 150 mil habitantes não remuneram seus equivalentes aos vereadores brasileiros.
Já imaginaram que economia que o Brasil teria, se cortassemos umas 200 vagas de deputados federais e todos os 3o senadores dos estados?
E se acabassemos com a remuneração para vereadores de cidades pequenas?
À propósito, deveríamos louvar o Senador Jefferson Perez por ter tentado se opor a essa SAFADEZA que foi o salvamento das vagas de um bando de vereadores inúteis.
À propósito, não estava ciente dessas insatisfações dos militares contra o Ministro Viegas. Olhando de fora, ele me parece ser um bom ministro. Um dos melhores do Governo Lula. Foi ele quem ficou firme contra a palhaçada da concessão da promoção à general para aquele famoso líder comunista. E ele me parecia ter se esforçado para conseguir aumento na remuneração dos militares.
De qualquer forma, acho a idéia de se colocar Aldo Rebelo como Ministro da Defesa, uma medida insensata. Não pela figura pessoal dele, até agora, parece-me que ele tem agido de forma muito correta.
Mas o problema é que ele pertence ao PC do B. E isso não irá passar em brancas nuvens nos meios mais reacionários das Forças Armadas. Irá ser usado por esse pessoal como forma de atacar o governo e provocar dissensão nos meios militares.
Espero que o Governo não cometa esse erro, porque vai se arrepender. Quanto aos militares que estão insatisfeitos com um cavalheiro como Viegas, deveriam pensar que a emenda pode acabar bem pior que o soneto. (Santo Lugar Comum!)

Prezados Colegas,
Pelo que sei o Aldo Rebelo é um ex-deputado do PC do B, o que pra mim não importa se ele for honesto. Parece também que ele tem uma certa atuação importante em defesa dos interesses das FFAA e, inclusive, parece-me já fora condecorado por isso, porém tenho que verificar. Eu sou da opinião que o ministro da defesa deve ser militar como o era antigamente; pois, a extinção dos Ministérios da Marinha, Exército e Aeronáutica somada à nomeação de Ministros da Defesa civis só tem limitado ainda mais o espaço das FFAA. Criou-se uma espécie de contexto favorável ao rápido sucateamento das FFAA, uma vez que, a participação destas no poder ficou totalmente limitada.
Isso é Brasil.
Pelo que sei o Aldo Rebelo é um ex-deputado do PC do B, o que pra mim não importa se ele for honesto. Parece também que ele tem uma certa atuação importante em defesa dos interesses das FFAA e, inclusive, parece-me já fora condecorado por isso, porém tenho que verificar. Eu sou da opinião que o ministro da defesa deve ser militar como o era antigamente; pois, a extinção dos Ministérios da Marinha, Exército e Aeronáutica somada à nomeação de Ministros da Defesa civis só tem limitado ainda mais o espaço das FFAA. Criou-se uma espécie de contexto favorável ao rápido sucateamento das FFAA, uma vez que, a participação destas no poder ficou totalmente limitada.
Isso é Brasil.
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- VICTOR
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Opinião - Folha de S. Paulo
ELIANE CANTANHÊDE
Autodefesa
BRASÍLIA - Cristalizou-se na cúpula do governo a sensação de que o embaixador José Viegas sai do Ministério da Defesa por uma porta e Aldo Rebelo entra por outra.
Há, porém, duas considerações: 1) Lula escolheu pessoalmente Viegas, a quem conheceu na década de 80, na embaixada brasileira em Cuba; 2) Ninguém atribui a Viegas ato ilícito ou escândalo. Fala-se ora em "falta de força política", ora em "falta de autoridade".
Uma conjunção de fatores pesa contra o ministro. Começa pela pressão dos comandos e da caserna para aumentar os soldos e iniciar o processo de renovação de aviões, barcos e armas, tudo caindo aos pedaços.
E continua com o mal-estar pela contratação sem licitação de um amigo da FGV para repensar a administração das Forças; a destinação de caminhonetes novinhas para a mulher e as filhas; a reforma de uma casa da Aeronáutica. No Itamaraty, seriam "peanuts" (amendoins, bobagem). Nos quartéis, questão de "austeridade".
Estava escrito nas quatro estrelas: o choque de cultura entre militares e diplomatas. Uns devem ser diretos, quase rudes. Outros têm de ser sutis, quase dissimulados. As diferenças estendem-se às esposas. Umas não aparecem nunca. As outras, quanto mais aparecem, melhor.
O Planalto discute uma espécie de pacote: o aumento do soldo em duas etapas, sendo a primeira até 25 de agosto, "dia do soldado", e um plano de reequipamento de longo prazo.
Quanto mais adiante, menos impacto nas contas deste ano. Mas tem de ser logo. Antes que o deputado Jair Bolsonaro (porta-voz da reserva e da direita militar) fique com os louros pelo aumento dos soldos. E ACM, com os louros pelo reequipamento.
Quanto a Viegas, seu destino está entrelaçado com o de outros ministros, como Humberto Costa (Saúde). Mas Lula, além de ser leal aos amigos, tem um outro problema: tirar um diplomata e botar um deputado comunista para comandar generais, almirantes e brigadeiros?
Não seria trocar seis por meia dúzia. Mas um problema por outro.
ELIANE CANTANHÊDE
Autodefesa
BRASÍLIA - Cristalizou-se na cúpula do governo a sensação de que o embaixador José Viegas sai do Ministério da Defesa por uma porta e Aldo Rebelo entra por outra.
Há, porém, duas considerações: 1) Lula escolheu pessoalmente Viegas, a quem conheceu na década de 80, na embaixada brasileira em Cuba; 2) Ninguém atribui a Viegas ato ilícito ou escândalo. Fala-se ora em "falta de força política", ora em "falta de autoridade".
Uma conjunção de fatores pesa contra o ministro. Começa pela pressão dos comandos e da caserna para aumentar os soldos e iniciar o processo de renovação de aviões, barcos e armas, tudo caindo aos pedaços.
E continua com o mal-estar pela contratação sem licitação de um amigo da FGV para repensar a administração das Forças; a destinação de caminhonetes novinhas para a mulher e as filhas; a reforma de uma casa da Aeronáutica. No Itamaraty, seriam "peanuts" (amendoins, bobagem). Nos quartéis, questão de "austeridade".
Estava escrito nas quatro estrelas: o choque de cultura entre militares e diplomatas. Uns devem ser diretos, quase rudes. Outros têm de ser sutis, quase dissimulados. As diferenças estendem-se às esposas. Umas não aparecem nunca. As outras, quanto mais aparecem, melhor.
O Planalto discute uma espécie de pacote: o aumento do soldo em duas etapas, sendo a primeira até 25 de agosto, "dia do soldado", e um plano de reequipamento de longo prazo.
Quanto mais adiante, menos impacto nas contas deste ano. Mas tem de ser logo. Antes que o deputado Jair Bolsonaro (porta-voz da reserva e da direita militar) fique com os louros pelo aumento dos soldos. E ACM, com os louros pelo reequipamento.
Quanto a Viegas, seu destino está entrelaçado com o de outros ministros, como Humberto Costa (Saúde). Mas Lula, além de ser leal aos amigos, tem um outro problema: tirar um diplomata e botar um deputado comunista para comandar generais, almirantes e brigadeiros?
Não seria trocar seis por meia dúzia. Mas um problema por outro.
- FinkenHeinle
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Balena escreveu:Prezados Colegas,
Pelo que sei o Aldo Rebelo é um ex-deputado do PC do B, o que pra mim não importa se ele for honesto. Parece também que ele tem uma certa atuação importante em defesa dos interesses das FFAA e, inclusive, parece-me já fora condecorado por isso, porém tenho que verificar. Eu sou da opinião que o ministro da defesa deve ser militar como o era antigamente; pois, a extinção dos Ministérios da Marinha, Exército e Aeronáutica somada à nomeação de Ministros da Defesa civis só tem limitado ainda mais o espaço das FFAA. Criou-se uma espécie de contexto favorável ao rápido sucateamento das FFAA, uma vez que, a participação destas no poder ficou totalmente limitada.
Isso é Brasil.
Olá Balena!
O grande perigo de ter um Ministro de Defesa militar é que ele pode querer beneficiar a sua força de origem, e/ou ex-companheiros, em detrimento do bem geral das FFAA.
Mas, acho que um MD civil não necessáriamente deve ser ruim. Se ele quiser, pode fazer um excelente papel. Basta ser uma pessoa de bem, e comprometida com o bem da nação e do povo!!! isso depende da pessoa!
Atte.
André R. Finken Heinle
"If the battle for civilization comes down to the wimps versus the barbarians, the barbarians are going to win."
Thomas Sowell
André R. Finken Heinle
"If the battle for civilization comes down to the wimps versus the barbarians, the barbarians are going to win."
Thomas Sowell
Discordo do Senhor FinkenHeinle,
Um ministro da defesa deve, no mínimo, ter experiência na caserna; seja como militar da reserva não remunerada ou remunerada. Defesa, na minha opinião, é uma matéria estritamente militar cabendo aos órgãos civis aturem em apoio às ações centrais desenvolvidas no âmbito militar. Não precisamos de diplomatas no comando de tropas; pois, os mesmos são mais importantes no Itamaraty. A retirada do ministro da defesa militar, e; a extinsão dos ministérios da Marinha, Aeronáutica e Exército apenas contribuiram para impelir estas Forças Singulares ao ostracismo dentro da estrutura do Estado. Muito disto, acredito eu, seja fruto de revanchismos pós-64 associado ao apoio de setores de nossa sociedade que se beneficiaram do movimento e, agora, viram as costas para as FFAA. O resultado disto é que toda uma nova geração de militares "paga" por algo ou período histórico que nunca vivenciou.
Sobre a questão de um ministro da defesa militar vir a beneficiar sua Força Singular; eu, realmente, acho ridículo e improvável. Não devemos nos esquecer que o Brasil, devido às características continentais associadas com as nossa tradicional PDN, deve priorizar o fortalecimento da Força Terrestre. A arma aérea não deverá ser colocada em segundo plano, pois a manutenção de células com elevada tecnologia e o desenvolvimento de uma doutrina moderna de emprego, permitirá a manutenção operacional necessária às futuras ampliações da Força associada a um estado permanente de protidão. Quanto à Marinha, digo sempre que a capacidade ofensiva de uma nação pode ser quantificada ou qualificada observando-se o poderio de sua esquadra. A Marinha é, portanto, para mim a vitrine militar de uma nação. Mesmo assim a prioridade deverá, no nosso caso, ser sempre o desenvolvimento da capacidade terrestre. Isso não diminui a Marinha ou Aeronáutica, Forças Armadas que custam caro e necessitam de maiores investimentos e tecnologias de forma geral. Podemos conquistar elevada capacidade dissuasória naval e aérea ao mesmo tempo que priorizamos a doutrina de aplicação terrestre das FFAA. Seguindo este raciocínio acredito que o comando (na verdade o gerenciamento) deverá ser exercido por um General de Exército do EB, o que de forma alguma diminui a importância das 2 outras forças singulares.
A marinha e a aeronáutica são, para mim, vetores de modernidade que devem, portanto, evoluir e agregar tecnologias conforme o estégio de desenvolvimento nacional. Não existem rivalidades e ou problemas que possam atrapalhar o funcionamento da máquina militar brasilera. Se necessário for elas funcionarão como um organismo único promovendo a destruição do inimigo onde quer que ele se apresentar, cada uma em sua área de atuação. As palavras chaves são: integração de C2, estado maior conjunto e sincronismo nas ações.
Brasil Acima de Tudo!!!
Um ministro da defesa deve, no mínimo, ter experiência na caserna; seja como militar da reserva não remunerada ou remunerada. Defesa, na minha opinião, é uma matéria estritamente militar cabendo aos órgãos civis aturem em apoio às ações centrais desenvolvidas no âmbito militar. Não precisamos de diplomatas no comando de tropas; pois, os mesmos são mais importantes no Itamaraty. A retirada do ministro da defesa militar, e; a extinsão dos ministérios da Marinha, Aeronáutica e Exército apenas contribuiram para impelir estas Forças Singulares ao ostracismo dentro da estrutura do Estado. Muito disto, acredito eu, seja fruto de revanchismos pós-64 associado ao apoio de setores de nossa sociedade que se beneficiaram do movimento e, agora, viram as costas para as FFAA. O resultado disto é que toda uma nova geração de militares "paga" por algo ou período histórico que nunca vivenciou.
Sobre a questão de um ministro da defesa militar vir a beneficiar sua Força Singular; eu, realmente, acho ridículo e improvável. Não devemos nos esquecer que o Brasil, devido às características continentais associadas com as nossa tradicional PDN, deve priorizar o fortalecimento da Força Terrestre. A arma aérea não deverá ser colocada em segundo plano, pois a manutenção de células com elevada tecnologia e o desenvolvimento de uma doutrina moderna de emprego, permitirá a manutenção operacional necessária às futuras ampliações da Força associada a um estado permanente de protidão. Quanto à Marinha, digo sempre que a capacidade ofensiva de uma nação pode ser quantificada ou qualificada observando-se o poderio de sua esquadra. A Marinha é, portanto, para mim a vitrine militar de uma nação. Mesmo assim a prioridade deverá, no nosso caso, ser sempre o desenvolvimento da capacidade terrestre. Isso não diminui a Marinha ou Aeronáutica, Forças Armadas que custam caro e necessitam de maiores investimentos e tecnologias de forma geral. Podemos conquistar elevada capacidade dissuasória naval e aérea ao mesmo tempo que priorizamos a doutrina de aplicação terrestre das FFAA. Seguindo este raciocínio acredito que o comando (na verdade o gerenciamento) deverá ser exercido por um General de Exército do EB, o que de forma alguma diminui a importância das 2 outras forças singulares.
A marinha e a aeronáutica são, para mim, vetores de modernidade que devem, portanto, evoluir e agregar tecnologias conforme o estégio de desenvolvimento nacional. Não existem rivalidades e ou problemas que possam atrapalhar o funcionamento da máquina militar brasilera. Se necessário for elas funcionarão como um organismo único promovendo a destruição do inimigo onde quer que ele se apresentar, cada uma em sua área de atuação. As palavras chaves são: integração de C2, estado maior conjunto e sincronismo nas ações.
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Salve, Balena.
Discordo disso. Em primeiro lugar, as forças armadas não foram "impelidas ao ostracismo". Foram colocadas no seu legítimo e único lugar dentro de uma sociedade democrática, livre e ocidental: proteger a soberania do país com o uso de armas. E só (como se fosse pouca coisa). Qualquer outro papel exercido pelas forças armadas é que era uma intrusão indevida e adequada, somente, para uma "república de bananas".
E o Brasil não é uma república de bananas.
Em segundo lugar, embora seja um elemento desejável, alguma experiência militar, essa não é a característica fundamental para um ministro da defesa. Sua função não é o comando de tropas no campo de batalha ou a administração direta dos quartéis. É sim, de transmitir as intenções e orientações de grande estratégia (estratégia nacional) para que estas sejam concretizadas pelos comandantes militares. Cabendo ao presidente da república e o Congresso a elaboração da referida grande estratégia, e aos militares a execução do componente militar (estratégia militar) dessa grande estratégia.
Essa opinião vai de encontro há muitos séculos de experiência. Por exemplo, vai de encontro ao pensamento de Clausewitz, "a guerra é uma continuação da política por outros meios". Da mesma forma, atrevo-me a sugerir que, ao escrever a seguinte frase: "A arte da guerra é de importância vitall para o Estado", Sun-Tzu não tinha a concepção do Estado como uma grande caserna, onde só generais mandavam. Na obra dele, fica claro que o Rei manda; os generais obedecem. Se trocar a palavrar "rei" por "governo civil", talvez não fiquemos tão longe do atual espírito das coisas...
E quem foi que disse que o Viegas (um diplomata), ou qualquer que fosse a profissão dele, está "no comando de tropas"? Essa não é a função do Ministro da Defesa. Nem aqui, nem em nenhuma democracia ocidental. Para comandar tropas, é que a sociedade paga generais. Volto a dizer: o cargo de Ministro da Defesa é um cargo civil, portanto tem de ficar nas mãos de um civil (seja ele político ou não). Se ele tiver passado militar será um ponto forte para ele, ou seja, é um elemento qualificador. Mas se não tiver, isso não pode ser considerado um elemento desqualificador.
Até porque, se levarmos às suas últimas conseqüencias tal modo de pensar que nega a um civil a direção de assuntos militares, então o próprio Presidente da República não poderia ser o Comandante-Chefe das Forças Armadas!
Ou será que deveríamos considerar a noção de que à Presidência da República só cabe um papel de "atuar em apoio às ações centrais desenvolvidas no âmbito militar"?
Na Grande Guerra de 1914, um presidente francês pronunciou a famosa frase: "A Guerra é algo muito sério para ficar nas mãos dos militares". Todo o mundo ocidental tem seguido essa linha de raciocínio, desde então. O Brasil, de forma vergonhosa, foi um dos últimos países democráticos - se não o último - a impor esse aperfeiçoamento nas nossas instituições de defesa. Se Fernando Henrique Cardoso nada mais tivesse feito, somente a extinção daqueles cinco ministérios militares (Exército, Marinha, Aeronáutica, EMFA e Gabinete Militar) já lhe teria dado um lugar na história administrativa do país.
Vejam só, cinco ministros militares! Será que Cuba tem uma coisa assim?
Se levarmos em consideração que o cargo de Ministro da Defesa é um cargo civil e não militar, então tal questão perde a sua significação.
Porém, nós podemos recuperar a significação desse interessante questionamento se alterarmos o objeto dele. Não mais o Ministro da Defesa (cargo civil, político e de formulação da grande estratégia) mas nos concentrarmos numa hipotética (e não existente no Brasil) figura de um general-chefe, ou seja, um comandante militar superior das Forças Armadas (um cargo militar, encarregado da formulação e execução do componente militar da grande estratégia. Subordinado ao ministro da defesa e ao presidente da república, que é o comandante-chefe das forças armadas).
No Brasil, hoje em dia, nós temos um chefe do estado-maior de defesa. A mim parece uma pálida sobrevivência do antigo ministro-chefe do Estado-Maior das Forças Armadas (que, na verdade, não tinha lá grande importância). Não tem, salvo engano meu, qualquer responsabilidade de comando. Só de assessoramento, estudos e orientação de eventuais ações conjuntas ou combinadas das Forças Armadas.
Mas, e se esse "chefe de estado-maior" fosse um oficial-general (que tal um marechal, ou almirante ou marechal-do-ar) com autoridade executiva e operacional sobre as Forças Armadas brasileiras? E se fosse ele, a dar as ordens - em nome do Presidente do Brasil - aos elementos de combate da Marinha, do Exército e da FAB, sobre como e onde eles devem ser empregados?
Evidentemente, tal cargo deveria ser ocupado em rodízio entre as três forças. Como é feito nos Estados Unidos, com o Presidente dos Chefes Conjuntos de Estado-Maior de lá.
Tanto aqui, quanto lá, não importaria sua origem de corporação. Desde que ele fosse um homem sensato, de elevada formação estratégica, e que não estivesse conspurcado por visões paroquiais menores que privilegiassem uma força em detrimento de outra. Caso ele padecesse de tais defeitos, e ainda assim, acabasse no cargo, seria uma clara demonstração de incompetência do comandante-chefe das Forças Armadas, de seu ministro da defesa, e do Congresso, certo?
Sobre qual força deve ser priorizada, essa é uma questão difícil. E que irá depender da hipótese mais provável de conflito. E tal priorização, portanto, não pode ficar na dependência de interesses corporativos de tal ou qual força armada. Mas sim, depender de quais são os mais prementes riscos aos interesses da nação. E, o único responsável por tal definição só pode ser o Presidente do Brasil de comum acordo com o Congresso Nacional, e não os próprios generais, almirantes ou brigadeiros.
Um ministro da defesa deve, no mínimo, ter experiência na caserna (...) A retirada do ministro da defesa militar, e; a extinsão dos ministérios da Marinha, Aeronáutica e Exército apenas contribuiram para impelir estas Forças Singulares ao ostracismo dentro da estrutura do Estado.
Discordo disso. Em primeiro lugar, as forças armadas não foram "impelidas ao ostracismo". Foram colocadas no seu legítimo e único lugar dentro de uma sociedade democrática, livre e ocidental: proteger a soberania do país com o uso de armas. E só (como se fosse pouca coisa). Qualquer outro papel exercido pelas forças armadas é que era uma intrusão indevida e adequada, somente, para uma "república de bananas".
E o Brasil não é uma república de bananas.
Em segundo lugar, embora seja um elemento desejável, alguma experiência militar, essa não é a característica fundamental para um ministro da defesa. Sua função não é o comando de tropas no campo de batalha ou a administração direta dos quartéis. É sim, de transmitir as intenções e orientações de grande estratégia (estratégia nacional) para que estas sejam concretizadas pelos comandantes militares. Cabendo ao presidente da república e o Congresso a elaboração da referida grande estratégia, e aos militares a execução do componente militar (estratégia militar) dessa grande estratégia.
Defesa, na minha opinião, é uma matéria estritamente militar cabendo aos órgãos civis aturem em apoio às ações centrais desenvolvidas no âmbito militar. Não precisamos de diplomatas no comando de tropas;
Essa opinião vai de encontro há muitos séculos de experiência. Por exemplo, vai de encontro ao pensamento de Clausewitz, "a guerra é uma continuação da política por outros meios". Da mesma forma, atrevo-me a sugerir que, ao escrever a seguinte frase: "A arte da guerra é de importância vitall para o Estado", Sun-Tzu não tinha a concepção do Estado como uma grande caserna, onde só generais mandavam. Na obra dele, fica claro que o Rei manda; os generais obedecem. Se trocar a palavrar "rei" por "governo civil", talvez não fiquemos tão longe do atual espírito das coisas...
E quem foi que disse que o Viegas (um diplomata), ou qualquer que fosse a profissão dele, está "no comando de tropas"? Essa não é a função do Ministro da Defesa. Nem aqui, nem em nenhuma democracia ocidental. Para comandar tropas, é que a sociedade paga generais. Volto a dizer: o cargo de Ministro da Defesa é um cargo civil, portanto tem de ficar nas mãos de um civil (seja ele político ou não). Se ele tiver passado militar será um ponto forte para ele, ou seja, é um elemento qualificador. Mas se não tiver, isso não pode ser considerado um elemento desqualificador.
Até porque, se levarmos às suas últimas conseqüencias tal modo de pensar que nega a um civil a direção de assuntos militares, então o próprio Presidente da República não poderia ser o Comandante-Chefe das Forças Armadas!
Ou será que deveríamos considerar a noção de que à Presidência da República só cabe um papel de "atuar em apoio às ações centrais desenvolvidas no âmbito militar"?
Na Grande Guerra de 1914, um presidente francês pronunciou a famosa frase: "A Guerra é algo muito sério para ficar nas mãos dos militares". Todo o mundo ocidental tem seguido essa linha de raciocínio, desde então. O Brasil, de forma vergonhosa, foi um dos últimos países democráticos - se não o último - a impor esse aperfeiçoamento nas nossas instituições de defesa. Se Fernando Henrique Cardoso nada mais tivesse feito, somente a extinção daqueles cinco ministérios militares (Exército, Marinha, Aeronáutica, EMFA e Gabinete Militar) já lhe teria dado um lugar na história administrativa do país.
Vejam só, cinco ministros militares! Será que Cuba tem uma coisa assim?
Sobre a questão de um ministro da defesa militar vir a beneficiar sua Força Singular; eu, realmente, acho ridículo e improvável. Não devemos nos esquecer que o Brasil, devido às características continentais associadas com as nossa tradicional PDN, deve priorizar o fortalecimento da Força Terrestre(...)
(...)Seguindo este raciocínio acredito que o comando (na verdade o gerenciamento) deverá ser exercido por um General de Exército do EB, o que de forma alguma diminui a importância das 2 outras forças singulares.(...)
Se levarmos em consideração que o cargo de Ministro da Defesa é um cargo civil e não militar, então tal questão perde a sua significação.
Porém, nós podemos recuperar a significação desse interessante questionamento se alterarmos o objeto dele. Não mais o Ministro da Defesa (cargo civil, político e de formulação da grande estratégia) mas nos concentrarmos numa hipotética (e não existente no Brasil) figura de um general-chefe, ou seja, um comandante militar superior das Forças Armadas (um cargo militar, encarregado da formulação e execução do componente militar da grande estratégia. Subordinado ao ministro da defesa e ao presidente da república, que é o comandante-chefe das forças armadas).
No Brasil, hoje em dia, nós temos um chefe do estado-maior de defesa. A mim parece uma pálida sobrevivência do antigo ministro-chefe do Estado-Maior das Forças Armadas (que, na verdade, não tinha lá grande importância). Não tem, salvo engano meu, qualquer responsabilidade de comando. Só de assessoramento, estudos e orientação de eventuais ações conjuntas ou combinadas das Forças Armadas.
Mas, e se esse "chefe de estado-maior" fosse um oficial-general (que tal um marechal, ou almirante ou marechal-do-ar) com autoridade executiva e operacional sobre as Forças Armadas brasileiras? E se fosse ele, a dar as ordens - em nome do Presidente do Brasil - aos elementos de combate da Marinha, do Exército e da FAB, sobre como e onde eles devem ser empregados?
Evidentemente, tal cargo deveria ser ocupado em rodízio entre as três forças. Como é feito nos Estados Unidos, com o Presidente dos Chefes Conjuntos de Estado-Maior de lá.
Tanto aqui, quanto lá, não importaria sua origem de corporação. Desde que ele fosse um homem sensato, de elevada formação estratégica, e que não estivesse conspurcado por visões paroquiais menores que privilegiassem uma força em detrimento de outra. Caso ele padecesse de tais defeitos, e ainda assim, acabasse no cargo, seria uma clara demonstração de incompetência do comandante-chefe das Forças Armadas, de seu ministro da defesa, e do Congresso, certo?
Sobre qual força deve ser priorizada, essa é uma questão difícil. E que irá depender da hipótese mais provável de conflito. E tal priorização, portanto, não pode ficar na dependência de interesses corporativos de tal ou qual força armada. Mas sim, depender de quais são os mais prementes riscos aos interesses da nação. E, o único responsável por tal definição só pode ser o Presidente do Brasil de comum acordo com o Congresso Nacional, e não os próprios generais, almirantes ou brigadeiros.